História O Amor Platônico. - O amor inexistente.

E aquele que você nunca o conheceu pessoalmente, mas se sente ligada a ele ou ela de alguma forma, mesmo este sendo “inalcançável”.

“Justin Bieber, o ídolo teen do momento, vem em sua primeira turnê no Brasil”.

“Justin Bieber termina seu relacionamento com a cantora e atriz, Selena Gomez”.

“Justin Bieber vem em sua segunda turnê no Brasil”.

“Justin Bieber, depois de tanto rompimento, volta com o seu relacionamento ioiô”.

“Justin Bieber é preso”.

“Justin Bieber, atropela um paparazzi”.

“Justin Bieber volta com a atriz e cantora Selena Gomez”.

“Justin Bieber depois de um mês de namoro, está noivo, e não é com a Selena...”.

-O-o  q-que? –meu coração apertou-se, a minha respiração era mínima, parecia que eu estava em um filme de terror, qualquer barulho de respiração, o monstro iria aparecer.

Nesses anos, os meus dias não estavam sendo nada bom. Assim que eu descobri que ele e essa garota voltaram, parei de seguir a rede principal de notícias sobre ele. Não conseguia mais olhar nenhuma foto deles, sem sentir que meu coração ser esmagado e meu estomago ser revirado.

Eu sei! É loucura! Mas deste que eu vi ele pela primeira vez, me apaixonei instantaneamente. Uma coisa é que não saia da minha cabeça. Tinha essa página que falava que ele iria ficar com uma menina loira que era brasileira. Essa garota que por mais que tenha nascido nos Estados Unidos, a mãe é brasileira. Será? Eu não queria acreditar nisso.

-Está tudo bem Estrela? –perguntou Alice, sim meu nome era Estrela, minha mãe era muito criativa quando o assunto era nomes nada convencionais. Meu gato se chamava plutão.

-Estou sim. –não estava muito convincente dessa resposta.

-É por causo do J... –Alice parou de falar na hora, colocando as mãos na boca. –Você viu a notícia então?-assenti. –Estrela você não pode ficar assim, mais cedo ou mais tarde ele iria se casar com alguém.

Suspirei com dificuldade, sentindo os meus olhos arderam. Joguei-me na cama da Alice, com as mãos nos olhos. Era um sábado, e estávamos de férias e de folga do trabalho, e ela me convenceu a ir até a casa dela. Já fazia uma semana deste que eu descobri sobre o casamento do meu primeiro crush, amor platônico. Eu era loucamente apaixonada por ele. E o fato de nunca ter tido a oportunidade de ir a algum show dele, me afetava mais ainda.

-Eu sei, mas ele só tem 24 anos! Eu queria que ele se casasse comigo e não com ela! –tentei brincar, mas isso não adiantou muito, pois senti meu coração se apertar ainda mais, e meu estomago se revirar.

-Ele mora em outro país, é podre de rico. Iria ser difícil você casar com ele assim. Você teria que ser famosa para conseguir pelo menos se aproximar dele. –olhei para ela com fúria no olhar.

-Falando assim até parece que é fácil ser famosa. –disse com ironia.

-Você faz balé, quem sabe um dia não se torna uma grande estrela do balé clássico e contemporâneo. Vocês se conhecem e assim se apaixonam... –ela disse de maneira exagerada colocando as mãos no peito e fazendo cara de apaixonada.

-Nunca vou ser prima-ballerina. –disse colocando o travesseiro no rosto.

-Com esse pessimismo, definitivamente não. –sua voz saiu com ironia. –Vai Estrela, você não pode ficar assim! Você definitivamente tem que arrumar um namorado logo. Não ter namorado até hoje, deve estar afetando os seus neurônios.

-Eu não quero um namorado, quero ele! Por que não eu no lugar dela, delas?! Por que Deus não me fez nascer lá?! Por que o meu cupido foi tão filho da mãe, que só acertou a flecha em mim, para eu sofrer por ele? Por que ele não pode me conhecer, gostar de mim, se apaixonar por mim, como eu por ele?! –minha amiga deu um sorriso triste, como que não sabia as respostas dessa pergunta.

-A vida é assim. Nos apaixonamos loucamente pelos impossíveis. Apaixonamo-nos tanto, que chegamos a ama-lo, ao ponto de ser cega de amores por ele. Infelizmente Estrela, você não teve o que deseja, mas um dia quem sabe você pode conhecer alguém que vai te amar tanto como você ama o Justin. Espero que quando esse dia chegar, você o corresponde da mesma maneira.

Voltei a me sentar na cama, com o travesseiro no colo. Não consegui olha-la nos olhos. Alice falava aquilo com a mais sinceridade do mundo. Ela tinha começado a namorar recentemente e antes era apaixonada pelo Liam do One Direction. Ela ficou devastada quando ele teve o filho. Agora a situação tinha se invertido, era eu que sofria por um amor impossível.

-Está doendo. –disse olhando para ela. –Por que está doendo?

-Na onde que está doendo? –Alice me olhou preocupada.

-Aqui! –coloquei a mão direita no coração. –Por que o meu coração está sendo esmagado? Por que eu estou assim? Eu nunca o vi pessoalmente. Como isso pode doer? –senti as lágrimas escorrerem sobre o meu rosto, minha amiga as enxugou com o polegar.

-Você infelizmente se apaixonou por ele. Mesmo nunca o tendo conhecido, você se apaixonou por ele! Por isso está sentindo isso. Estrela, mesmo que a distancia sendo longa, ele não tem ideia da garota que está perdendo. Ele mais uma vez voltou para o passado, deu um passo para trás, em vez de seguir com outra pessoa e dar um passo para o futuro. Para os melhores e piores dos casos, ele só está noivo, não quer dizer que ele vai se casar amanhã e ter vários filhos. E as pessoas sabem que casamentos entre famosos nunca duram, principalmente nessa idade. Vamos vai! Não se desanime, seja uma bailarina famosa, viaje o mundo dançando, dê tudo de si, e quem sabe você não pode encontra-lo mais cedo ou mais tarde no futuro próximo, e se não for ele, alguém que irá fazer o seu coração se alegar apenas com uma simples mensagem.

Mesmo não querendo, acabei sorrindo.

Justin Bieber foi o primeiro cara que me apaixonei, isso em 2010. Eu me alegrava apenas de ouvir a sua voz no rádio dos mercados e lojas, e com toda a cara de pau, eu dançava nesses lugares, sem me importar de ser julgada.

Eu me apaixonei pela primeira vez que o vi. Sofri quando não pude ir ao primeiro, segundo e nem no último show. Não tenho nenhum dos seus CDs, apesar de ter todas as versões de suas músicas em meu celular e computador. Não tenho pôster, revistas, e nem card que era sucesso em 2010, e tão pouco cadernos e seu boneco. Tinha apenas um perfume, que estava inteiro até hoje. Eu o mal usava, para economizar, ele foi um rim, tinha que durar.

O loiro foi o primeiro cara que eu disse que amava, e até então único. Amar nunca tinha existido no meu vocabular antes de conhecê-lo. E acho que por isso doía tanto em meu peito saber que nunca ficaríamos juntos, só mesmo por um milagre divido e se nossos caminhos já tivessem sido escritos para ficarmos juntos. Eu queria acreditar nisso, mas sabia que era impossível.

Ninguém é realmente inalcançável, mas a vida e as circunstâncias a tornavam assim. E ele era inalcançável para mim.