Já fazia mais de uma semana que Shina e Ikki se reuniam todos os dias para discutirem sobre as duas mortes que investigavam. Agora, tentavam traçar o perfil daquele maníaco homicida.
A conversa seguia animada. Essas reuniões, para os dois, estavam se tornando mais do que um ofício, haviam virado um hábito. Após discutirem o caso por horas sem interrupção, Ikki se deu ao luxo de relaxar por alguns minutos. Suspirando, olhou em volta para o apartamento de Shina.
- Belo apartamento!
- Obrigada. Mandei decorar. - Sorriu a bela perita.
- Sim, bem melhor que o meu! - Disse Ikki, reparando nos móveis bem organizados e decorados.
- Que bom que gostou. Quer um vinho?
- Claro, afinal não estamos no trabalho! - Sorriu o delegado, cordialmente.
Shina pegou um pró seco e serviu ao delegado que saboreou o vinho. Os dois continuavam a conversa:
- Sabe Shina, eu acho que esse maníaco tem preferências por empresários por que já foram dois na lista dele!
- Sim. E empresários gays, pelo que eu entendi. Shaka me ligou mais cedo e informou que no chão do restaurante havia vestígios de esperma, o que indica que os dois mantiveram relações sexuais. - Explicou a perita.
- Entendo... Shina, posso te fazer uma pergunta pessoal?
- Claro, por favor!
- Como você entende tanto de assassinos em série?
- Bem, Ikki eu... Sabe, prefiro não responder isso agora - Hesitou a bela, com um ar um pouco triste.
Ikki percebeu que aquilo incomodava a moça, então resolveu descontrair:
- Por acaso você é uma? - Riu o homem.
- Para de ser bobo! – Riu moça de volta, tacando-lhe uma almofada.
- Sabe Shina, sou delegado há sete anos e pouco vi assassinos assim. Eu realmente confesso que estou mais acostumado com crimes como tráfico, roubo, homicídios menos elaborados, mas seriais killers é uma praia nova. Como, de uma forma geral, é um serial killer?
- Bem Ikki, explicar isso vai exigir uma conversa muito demorada... Quer mesmo saber?
- Sim eu quero, me fale!
- Bom, para começo de conversa, embora ele esteja caminhando a passos largos para ser classificado como serial killer ou assassino em série, ele ainda não se enquadra nesse perfil. Assassinos só são considerados seriais killers quando se encaixam em três características: Os assassinatos precisam ter acontecido em locais diversos; o intervalo de tempo precisa ser regular, seguir um padrão; e por último, a quantidade de mortes. É preciso no mínimo três assassinatos. - Ela o observa franzir o cenho, atento ao que dizia. - Por isso ele ainda não é um serial killer.
- Tenho certeza de que é. - Afirma o delegado com convicção.
- Eles podem ser tão versáteis e diferentes como qualquer outro tipo de criminoso, mas uma coisa eles tem em comum: Matam vítimas de determinados tipos, sejam físicos, psicológicos, profissionais... Mas sempre num mesmo padrão, entende? - Completa ela.
- Entendi. No caso então, do nosso rosa branca, isso se enquadra perfeitamente bem.
- Sim, exatamente. Mas ele ainda não é um serial killer! - Ela responde séria - Continuando, os seriais killers podem ser divididos em dois grandes grupos: Os organizados e os não organizados. Depois de devidamente encaixados nesses grupos, nós procuramos classificá-los novamente. Aí existem vários outros subgrupos... Tem os visionários, que são aqueles que matam porque dizem escutar vozes; os missionários, que matam porque acreditam que tenham que acabar com um determinado tipo de grupo; os hedonistas, que buscam o prazer sexual durante o assassinato... Aliás, a principal característica de um serial killer é o domínio e o controle sexual. Esses assassinos geralmente agem sozinhos, são jovens entre vinte e trinta anos, tem o QI elevado...
-Pode parar por aí Shina! É muita informação, mas acho que estou começando a entender. Pelo que você me disse, já podemos descrever um perfil para esse maníaco?
- Sim, um perfil leve, mas podemos! - Confirmou a bela mulher.
- Dá muito trabalho traçar um perfil... São muitos detalhes! - Comenta preocupado - Mas vamos lá! O que você tem em mente só com essas informações?
- Bem, certamente ele é organizado, já que não deixa rastros. É do tipo missionário, pois acredito que ele queira eliminar apenas os gays e, além disso, creio que seja também hedonista, pelo simples fato de que ele se envolva sexualmente com todas as suas vítimas antes de matá-las! - Disse Shina, analiticamente.
- Bom, também acho isso. Na verdade, acho que ele seduz as vítimas, as entorpece e as mata sem a menor piedade. - Concluiu Ikki.
- Sim, eu sei e acredito que ele deva estar matando alguém neste momento! - Disse Shina, convicta.
- Sim. Praticamente um por semana, esse é o perfil dele... E somente à noite, mas por quê?
- Simples. Ele deve ter alguma atividade durante o dia, trabalho, por exemplo. É mais do que comum seriais killers terem uma vida aparentemente normal, sabia?
- Entendo. Sabe Shina, eu gostaria de mais vinho!
- Claro! - Concordou a perita, descontraída, servindo mais vinho.
Ikki sorriu. Olhava para Shina com desejo, o qual estava ficando difícil de esconder. E mesmo conhecendo ela somente há alguns dias, ele não podia negar a atração que sentia pela moça. "Deve ser o efeito do vinho, só pode" - Pensou o jovem delegado.
Por sua vez, Shina pensava exatamente a mesma coisa. Ikki de fato era bem bonito. Um homem com H maiúsculo. Já havia se imaginando em cenas ousadas com o delegado. Tentava, mas não conseguia esconder seu desejo. "Eu não posso pensar nisso, ele já tem outra" - Recriminou-se.
Após tomar um gole de vinho, Ikki lia o caso novamente, mas não conseguia puxar um assunto. Então, ele resolveu ser direto:
- Já que estamos aqui, posso te fazer outra pergunta pessoal?
- Claro! - Shina o olhou desconfiada.
- Você tem namorado?
A garota quase se engasgou com o vinho que tomava naquele momento. Não sabia o que responder. Estava confusa, pois a pergunta lhe pegou de surpresa, mas resolveu ser sincera. Afinal, não tinham nada um com outro além de uma relação profissional.
- Eu terminei um relacionamento recentemente...
- Sinto muito. - Lamentou o delegado.
- Não precisa, eu não gostava dele. Pelo menos não de forma intensa. Era bom, mas... Digo, acho que faltava algo...
- Te entendo perfeitamente.
- Por acaso com a Pandora é assim também? - Sorriu Shina, bem objetiva.
Agora quem quase se engasgou foi Ikki. Como ela poderia saber sobre a Pandora? "Seiya, esse boca grande! Aposto que foi ele quem falou pra ela. Amanhã eu pego esse zé roela de jeito!" - Pensou Ikki, furioso.
Se vendo sem saída, concluiu que precisava responder a pergunta de Shina. Sem alternativas, percebeu que a sinceridade seria o melhor.
- Exatamente. Não sei como ficou sabendo sobre a Pandora, mas sim, eu tenho saído com ela há algum tempo, mas não sinto nada de especial. - Confessou sem graça.
- Sei, eu entendo, mas por que você ainda tá com ela se não sente nada? - Shina parecia curiosa.
- Eu? Ah, sinceramente não sei! Conveniência, sexo, essas coisas... - Explicou Ikki, sem graça.
- Homens... O que mais posso esperar deles? - Comentou Shina, virando-se para o lado e ligando a televisão.
Ikki percebeu a frieza com que Shina acabara de lhe tratar e não gostou. Afinal, não era bem isso que ele esperava. Então, desligando a televisão abusivamente, ele a encarou. A perita se espantou com a atitude do rapaz, que se aproximou dela.
- Shina, eu acho que você está certa. Não faz sentido ficar com alguém que não se ama. - Afirmou o mesmo, convicto.
A moça parecia mais feliz ao ouvir aquilo. "Céus por que estou assim?" - Pensou então, a mesma.
Shina resolveu se levantar. Abriu a janela para que pudesse entrar um pouco de ar e Ikki a observava. Queria se aproximar dela e dar-lhe algo que, ele tinha certeza, a deixaria completamente louca. Mas tinha medo de uma rejeição. Então, levantou-se dizendo:
- Tenho que ir, já está tarde!
Shina sentiu-se desconcertada. Não esperava que Ikki fosse embora, mas também não queria que ele pensasse que ela o desejava como algo a mais além de um colega de trabalho, afinal, se conheciam à pouco tempo e a dor que seu ex lhe causou havia sido enorme. Não se arriscaria. Então, disfarçou mantendo-se o mais fria possível.
- Eu abro a porta para você!
Decepcionado, ele a encarou. No fundo ele realmente queria que Shina pedisse para que ficasse. E se caso ela fizesse isso, aí sim, ele tomaria as atitudes gostaria.
Mas ela concordou que ele fosse embora. Então, era porque ela não o queria por perto.
- Está certo, tô indo nessa - Disse ele, com um ar decepcionado.
Ao se despedirem, Ikki se aproximou para beijá-la, era a sua última esperança, mas ela virou seu rosto. Então, descontente ele beijou a face da moça e seguiu em direção as escadas.
- Até amanhã, Shina.
- Até Ikki!
Shina fechou a porta com uma sensação de impotência. Encostou-se na porta. Estava louca de desejo e, num impulso, abriu-a novamente, descendo as escadas na esperança de encontrá-lo. Porém sem sucesso. Ikki já havia partido. Nada satisfeita, ela subiu de volta a seu apartamento.
Enquanto isso, Afordite dirigia seu carro indo parar em uma espécie circo que estava montado no final da estrada. O local parecia abandonado e Jabu olhou aquilo estranhando.
- Amor, por que viemos a esse lugar?
- Ah, eu fiquei sabendo que esse circo foi abandonado! Sabe, quero aumentar as minhas fantasias... Já transou em um circo?
- Claro que não! Mas como você ficou sabendo? - Jabu parecia curioso.
- Eu? Ah, amor... Informantes! Mas venha, vamos entrar! - Disse Afrodite, estacionando o carro.
O casal lentamente entrou no estabelecimento. O lugar parecia um verdadeiro circo dos horrores: Tudo abandonado. O picadeiro estava quase caindo aos pedaços, fantasias de mágicos, palhaço e tudo mais estavam penduradas nas araras, abandonadas.
- Amor, se veste de mágico para mim?
- Sim. - Disse o garçom, muito contente com o que imaginava que aconteceria.
Jabu se trocou e por incrível que parecesse, a fantasia coube nele perfeitamente. Afrodite o cercou.
- Você está lindo, meu amor!
Assim, os dois começaram a trocar beijos ousados. Suas línguas se enroscavam, digladiando-se loucamente. Jabu começou a despir seu amado, mas ao fazer menção a se despir, Afrodite não permitiu:
- Por favor, amor. Não tire a roupa, quero você assim!
O pisciano se agachou e abriu o zíper da caça do namorado, colocando seu membro ereto para fora. Se aproximou e suspirou:
- Hum... Que beleza!
Começou a sugá-lo com maestria. Jabu gemia enlouquecidamente enquanto era sugado em toda a região do pênis e dos testículos num ritmo constante. Com luxúria, aventurou-se em uma garganta profunda, arrancando gemidos do amante. Começou a aumentar os movimentos com a boca e com as mãos e logo Jabu anunciou:
- Amor, eu vou gozar!
Afrodite continuou no mesmo ritmo e logo Jabu derramou seu conteúdo dentro da boca do amante, que engoliu tudo. O belo sorriu e virou Jabu de bruços, deixando-o todo arrepiado.
- Deixe-me agora mostrar!
Lentamente, arriou as calças de Jabu, começando a dar linguadas em sua região anal. O jovem garçom arrepiava-se com aquilo.
- Ahh... Isso amor...
Afrodite enfiava a língua, fazendo seu amante enlouquecer e em seguida começou a colocar os dois dedos maiores dentro de Jabu que estava explodindo de prazer:
- Isso... Ahhhhhh...
Jabu encontrava-se ereto novamente e Afrodite sorriu:
- Vejo que está gostando!
- Sim, enfia em mim, por favor!
Afrodite não perdeu tempo. Abaixou as calças, e tirou completamente a sua própria roupa. Passou um lubrificante e na entrada de Jabu, colocando sua ereção dentro do amante, penetrando-o de uma só vez. O rapaz empurrou o corpo para trás, para que o membro de seu amado entrasse por inteiro.
Penetrando-o de forma rápida e intensa, os dois deitaram-se e Jabu continuou de costas para seu amado, facilitando assim as estocadas. O rapaz entregava-se rapidamente a seu amante, enquanto era tocado pelo mesmo.
Querendo os lábios de Jabu para si, Afrodite o virou de frente, onde começaram intensas sessões de beijos, que seguiam com uma luxúria descontrolada. O “mágico" anunciou novamente:
- Ai amor, vou gozar!
O rapaz atingiu o ápice, deixando o abdome de Afrodite cheio de seu líquido seminal. Ao sentir o conteúdo de seu amante sobre si, o pisciano enlouqueceu, aumentando ainda mais suas estocadas e logo sentiu uma onda de prazer percorrendo o seu corpo. O orgasmo chegou com intensidade e Jabu sentia-se quente e inundado com o conteúdo de Afrodite.
O pisciano manteve-se dentro de Jabu, até finalmente relaxar e deitarem em seguida. O rapaz seguia nos braços de Afrodite quando este se levantou.
- Já volto!
- Aonde vai? - O rapaz perguntou curioso.
- Pegar uma coisa que eu esqueci!
- Então tá! - Disse Jabu, logo adormecendo em seguida.
O belo promoter aproximou-se com uma seringa e aplicou no rapaz que nada sentiu por estar dormindo. Ao perceber que o jovem não acordou, o assassino sorriu.
- Hora do show. - Sorriu Afrodite.
Pouco tempo depois, Jabu acordou. Encontrava-se amarrado por cordas e preso nas mãos e nos pés por correntes grossas. Estava amordaçado e ao perceber que estava preso, ficou apavorado, tentando se soltar, em vão. Afrodite se aproximou:
- Oi amor, que tal brincarmos de algo diferente hoje? Lembra-se de que eu te pedi para vestir-se de mágico? Então, hoje você será a atração principal! Sabe aquele número em que o mágico é mergulhado em um tanque cheio de água e tenta se soltar? Então, hoje é o seu dia! - Sorriu maligno.
Jabu se mexia loucamente, fazia sinais negativos com a cabeça e Afrodite o observou.
- Querido, não se preocupe. Você não vai se afogar se é o que está pensando! Não, seria fácil demais. Você vai tentar escapar disso! - Disse o pisciano mostrando um tanque cheio de peixes. - Isso são piranhas de barriga vermelha, as mais vorazes encontradas no rio Amazonas, no Brasil. Eu te colocarei lá e você vai tentar escapar, se conseguir, será meu para sempre! - Explicou sorrindo.
Jabu se apavorou. Afrodite o pendurou de cabeça para cima por uma corda, dizendo:
- Não se preocupe. No tanque tem espaço para você respirar, claro, mas será que conseguirá escapar das piranhas? Ah, sim! Elas se atraem pelo cheiro de sangue! Quase ia me esquecendo... - disse Afrodite, enquanto cortou com uma faca os braços e as pernas de Jabu, fazendo profundos arranhões.
O jovem garçom se contorcia de dor, mas nada pôde fazer. Foi elevado ao alto e logo foi colocado dentro do tanque.
Com o sangue, as piranhas começaram a atacar Jabu, dilacerando sua carne com velocidade. A água foi ficando cada vez vermelha e o rapaz gritava, mas era impossível ouvir os seus gritos, Afrodite ria e aplaudia:
- Bravo! Bravo!
Jabu foi perdendo rapidamente pedaços de seu corpo. A dor que sentia era indescritível. Seus dedos, membros, músculos, órgãos vitais, face, tudo desapareceu em questão de poucos minutos, levando junto a sua vida. Para Afrodite, era impossível ver qualquer coisa, somente o intenso vermelho do sangue que contaminou a água.
Ao constatar que era a hora de ir, Afrodite deixa sua marca: A rosa branca em frente ao tanque e a música. Sim, aquela velha música de fundo.
Pegou o carro e foi embora.
CONTINUA...
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