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História O Assistente do Senhor Kim - Ten - História escrita por sealott - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Assistente do Senhor Kim - Ten


Escrita por: sealott

Notas do Autor


Eu tô ansiosa pra esse capítulo, alguém me segura aaa fjsidfjids
Vou atualizar a fic mais cedo (eu só ia postar amanhã), porque terminei de escrever esse capítulo e quero saber a opinião de vocês sobre ele hsiahisa
Esse vai explicar um pouco mais sobre o Kookie, e, principalmente, sobre o Tae (e talvez vocês fiquem um pouco surpresos ao ler sobre eles);
Ah, e... MUITO OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E FAVORITOS, VCS TÃO ME MOTIVANDO MUITO SERIO SERIO SERIO VALEUUUUUUUUU <333333
AAAAAA EU AMO VCS MUITO OBRIGADA MESMO! <3
Espero que gostem! hehe

Capítulo 10 - Ten


Fanfic / Fanfiction O Assistente do Senhor Kim - Ten

Após ter aquela conversa com Yoongi — e também ter alguns beijos roubados por Taehyung —, as coisas voltaram ao normal. Não era um normal onde ele odiava o escritor e seu trabalho, e sim um normal onde ele simplesmente tentava se aproximar mais dele. Seu objetivo de ser amigo de Taehyung continuava firme e forte, apesar de, ocasionalmente, ter seus lábios tocados pelos dele.

Jungkook não podia fugir disso.

Não conseguia fugir disso.

Por mais que negasse com toda a sua alma, seu corpo agia contraditoriamente e retribuía as ações de Taehyung. Se o loiro lhe direcionasse um sorriso, ele devolvia com outro; se encostasse em suas mãos, mesmo que para um carinho rápido, Jungkook enlaçava levemente seus dedos aos dele; e, se tocasse sua boca de maneira pura, ele pedia passagem com a sua língua, aprofundando ainda mais o beijo entre ele e seu chefe.

Porque Taehyung era inegavelmente irresistível.

A sorte — ou azar, dependendo do ponto de vista — de Jungkook, era que Taehyung tinha de escrever aquele novo livro que recém havia anunciado, então não tinha tempo para conversar sobre o que estava acontecendo entre eles. Talvez até tivesse tempo, mas podia usar isso como desculpa caso precisasse, já que provavelmente não queria falar sobre aquilo tudo tão cedo. Não é como se beijar e dar as mãos significasse algo.

Ou é?

O caso é, que, Jungkook definitivamente não queria conversar sobre aquilo. Apesar de querer entender o que estava acontecendo entre eles, sua vontade maior era de deixar as coisas como estavam. Os dois estavam alegres, trabalhando e conversando amigavelmente entre si. O que mais ele poderia querer?

Dar um "fora" no loiro, ou algo assim? Porque Jungkook não gostava de homens. Ele apenas sentia coisas boas na presença do loiro, assim como também sentia quando estava com seus outros amigos.

Jungkook apenas desejava ver Taehyung feliz, e decidiu tentar deixá-lo assim, nem que isso significasse fazer coisas que normalmente não faria — como beijar um homem, por exemplo. Por mais estranho que pudesse ser, até então Jungkook nunca havia sentido atração por um homem — ou até mesmo uma mulher. Cresceu assim, sem desejar ninguém, e acabou não atribuindo grandes valores sentimentais a nenhuma relação em que esteve. Nenhum dos beijos ou namoros que teve significou algo para si.

Ao contrário do que muitos diriam, Jungkook não era um babaca sem coração. Conhecendo ele, podia se perceber o bom coração que possuía. O fato de nunca ter gostado de ninguém romanticamente, e de não sentir atração por ninguém, era apenas um fato. Ele nunca enganou ninguém sobre seus sentimentos. Sempre disse o que queria e o que sentia — ou melhor, o que não sentia —  abertamente, deixando suas parceiras escolherem se queriam mesmo tentar algo com ele, ou não.

Algumas até mesmo achavam Jeon sexy por agir assim, e ele sempre achou isso muito cômico. Era sedutor, de fato, mas ninguém conseguiria ir muito além com ele. Ele tinha seus limites, e isso apenas porque não sentia vontade.

Não sentia desejo.

E, pela primeira vez, ele estava vendo-se a mercê de uma pessoa. E, o mais estranho, a mercê de um homem. Continuava desapaixonado, mas queria Taehyung, e é por isso que não conseguia negar nenhum avanço do mais velho. Deixava ele decidir o que queria e como queria, sem colocar qualquer limite entre eles.

Jungkook estava com certo receio de ser dispensado. Não que quisesse continuar naquela coisa quase-romântica com Taehyung, mas... De certo modo, queria. Nunca havia experimentado algo parecido. Já havia beijado muitas bocas e namorado algumas meninas enquanto morava em Busan, mas sentir vontade de estar junto da pessoa era algo totalmente novo para si.

Talvez, se Taehyung fosse uma mulher... Talvez ele pudesse até mesmo se apaixonar por ele. Porque, apesar de ter uma personalidade difícil, ele tinha um certo brilho que fascinava Jungkook.

Para Jungkook, essas novas sensações estavam sendo proporcionadas pelo seu "medo" de se relacionar com um homem. Ele nunca havia sentido isso com uma mulher, então era a única explicação plausível. Mesmo não tendo nada contra casais de dois homens, ele não conseguia se ver em um. Não conseguia nem ao menos se imaginar beijando outro homem.

Apesar de que, Taehyung era a única pessoa que ele conseguia se imaginar beijando.

Porque Taehyung não é um homem; Taehyung é Taehyung.

E Jungkook não gosta de homens, ele só... gosta de Taehyung.

 

[...]

 

Com a normalização da sua convivência com Taehyung, também veio a normalização em seu trabalho, ou seja, começou a ter de agir como um verdadeiro assistente para o escritor. Em cerca de pouco mais de uma semana a sinopse do livro seria revelada, e isso implicava em muitas coisas. Não é como se o livro fosse ser lançado imediatamente, mas a divulgação deste começaria em poucos dias, e tudo precisava estar de acordo.

Taehyung ia quase todos os dias para a editora, e Jungkook tinha de segui-lo até lá e ficar esperando-o. Queria conversar com Jimin enquanto estava no tédio, porém, Jimin tinha um cargo alto e importante, precisando assim participar das reuniões com os escritores, editores, e o resto do pessoal que trabalhava nos livros.

Não fazia ideia do porque tinha de ir junto do loiro até lá se só ficava sentado em um banco, mexendo no celular e contemplando o nada, mas ia sem reclamar. Quando voltavam, às vezes Taehyung o levava em algum café e os dois comiam juntos. O escritor estava sendo extremamente legal consigo, e Jungkook estava gostando muito de fazer companhia a ele.

O Kim, ao que parecia, havia mudado de uma hora para outra, e Jungkook estava aproveitando da situação o máximo que podia. Não sabia se teria todos os dias um Taehyung divertido e gentil consigo, ou se o escritor voltaria a ser grosseiro do nada.

Mas, algo estava martelando em sua cabeça. Já sabia que o escritor era gay, e também sabia que ele estava passando por algo ruim há dois anos, mas... o que era esse algo? Yoongi disse que não lhe diria, que isso era algo que apenas o próprio Taehyung deveria fazer. E, segundo o azulado, era provável que o loiro jamais tocasse naquele assunto, pois era algo doloroso demais para si.

Apesar de não querer perguntar ao escritor, Jungkook tinha aquela maldita curiosidade aflorada que fazia ele passar horas e horas pensando no que podia ter acontecido. Pesquisou diversas vezes na Internet, procurando por notícias sobre Taehyung de dois anos atrás, procurando por algo dizendo o motivo deste ter dado uma pausa na escrita, mas não encontrou nada.

Aqueles dois anos foram como um borrão na vida de Taehyung.

Ele não foi para muitos eventos, não disse muitas coisas para a mídia; era como se tivesse tirado longas férias e, depois de dois anos, simplesmente tivesse voltado e anunciado um livro novo. Seu último livro.

Jungkook foi retirado de seus devaneios ao ser chamado pelo loiro, esse que havia acabado de sair de uma reunião e não parecia estar com uma expressão muito boa.

— Vamos, Jungkook. O carro está esperando.

O mais novo nem sequer disse algo, apenas seguiu o loiro até o veículo dele, onde estava o motorista particular esperando-os.

Os dois andavam dando alguns beijos hora ou outra, porém, apenas dentro do apartamento do escritor, e sem estar às vistas de Yoongi. Nenhum dos dois sequer mencionou uma possível conversa sobre o que estava acontecendo entre eles, e não parecia que fariam isso tão rápido. Para o resto do mundo, eles eram apenas um escritor e seu assistente, e para eles mesmos, eles eram como... amigos?

Para Jungkook, talvez; para Taehyung, não.

Não tinha como ser amigo de alguém que não lhe conhecia de verdade.

Seu passado era como uma incógnita para seu assistente, e também para si. Queria simplesmente poder apagar tudo o que aconteceu, ou simplesmente se esquecer por alguns míseros minutos. Queria viver uma vida normal novamente, sem ter de relembrar todos os dias o quanto ele era um merda que não merecia nada do que tinha.

Queria poder voltar ao passado e evitar tantas coisas... Pois, todas as coisas ruins que aconteceram, começaram por ele. Talvez, se ele não estivesse vivo naquela época... Podia ser que tudo tivesse sido evitado, e hoje todos vivessem felizes, com a vaga lembrança de um Taehyung falecido. Com certeza, sua morte seria um fardo pequeno aos seus conhecidos, comparado ao fardo que esse carregava sozinho, pelo simples fato de estar vivo.

Toda a sua vida era como um grande poço, e ele estava sempre caindo; sem nunca, simplesmente, chegar ao fundo. Porque, certamente, aquele vazio todo não tinha um fim. Ele, jamais, conseguiria ser quem era antes, pois nada ao seu redor poderia, algum dia, retornar às suas origens.

Porque o que acabou, não pode voltar.

Jungkook, ao contrário das pessoas a sua volta — com uma exceção honrosa à Yoongi —, o viu de um jeito diferente. Viu ele como alguém fraco, mas não de um jeito ruim, não sentindo pena ou desprezo, e sim sentindo que ele tinha algo de bom escondido dentro de si e que precisava de ajuda para ficar bem. No início pode até ser que tenha o visto como algo ruim, mas depois mudou sua visão. E, de algum modo, mesmo o loiro sabendo ser apenas um ser desprezível, saber que Jungkook via algo de bom nele fez ele se sentir um pouco melhor consigo mesmo.

 

"Você acha que eles vão me odiar por parar de escrever?"

"Se eles gostam de você, não te odiarão por isso."

 

E, quem disse que Taehyung já teve algum fã que gostou de si? Eles gostavam dos livros, dos personagens, das histórias; não do autor. O autor apenas escrevia todas aquelas bobagens, mas nada daquilo pertencia a ele. Ele era apenas a mente por trás das palavras impressas. As histórias eram de Minhyuk, de Seojoon, e de todos os outros personagens que criou ao longo dos anos.

A única história pertencente a Taehyung era a sua própria, a qual demonstrava o ser podre que ele era.

Mesmo tendo começado sua carreira quando era um mero adolescente, ele não se sentia um escritor de verdade. Não se sentia o prodígio que diziam que ele era. Ele se sentia apenas como um adolescente reprimido de Daegu.

Reprimido pelos pais; pelos amigos; pelo mundo.

Ninguém acreditava que ele seria capaz, e, realmente, não foi. Se fosse capaz, não estaria desistindo de tudo no auge de sua carreira. Era seu auge porque, para um livro gay entrar na lista dos dez mais vendidos da Ásia, precisava-se de um certo talento. Mas então, por que mesmo conseguindo esse feito, ele sentia que... não merecia nada daquilo?

Depois de conhecer Jungkook, e sentir que alguém no mundo além do seu melhor — e talvez único — amigo gostava dele, queria poder mudar tudo. Mudar tudo para se dedicar à Jungkook. Estava começando a gostar do assistente, e mesmo que não quisesse se envolver com mais ninguém, não podia esconder seus sentimentos. Ele era egoísta demais para simplesmente desistir de ser feliz.

Queria, algum dia, ser amado por alguém.

Não queria se reprimir como todos fizeram consigo durante toda a sua vida, e mesmo que não achasse merecer alguém como Jungkook, queria se tornar alguém merecedor dele.

Pois, Jungkook era alguém capaz de ver uma pequena esperança nele, essa que nem ele acreditava ainda ter.

E, mesmo que tivesse toda certeza que não aconteceria nada entre os dois, ou que ele só fosse magoar o mais novo — ou ser magoado por ele —, Taehyung não parava. Não parava de beijá-lo; de levá-lo para encontros disfarçados de café da tarde; de gostar cada vez mais dele.

Era inevitável não gostar do seu assistente.

 

Talvez Jungkook fosse tudo o que ele precisava para ser feliz novamente.

 

[...]

 

— Aconteceu algo, senhor Kim? — perguntou o mais novo, preocupado porque o escritor não dizia nada desde que haviam entrado naquele carro.

— Não aconteceu nada. — Mentiu. O estresse que vinha passando por causa do seu novo livro, e também por conta de outras coisas, era tão alto que ele não queria nem falar sobre. Tinha medo de se estressar e acabar sendo estúpido com Jungkook novamente, como foi quando tinham recém se conhecido. — E não precisa me chamar de senhor Kim. — Lembrou o assistente do que já vinha dizendo faziam dias.

— Eu prefiro manter o profissionalismo — disse Jungkook, e Taehyung riu nasalado com aquela mentira. Era pura ironia do moreno, pois, primeiro; ele não gostava de chamá-lo de senhor, e, segundo; o profissionalismo já havia dado adeus desde que começaram a encostar uma língua na outra.

— Só você para me fazer rir hoje... — Admitiu o Kim.

— Por que? Hoje não é um bom dia, Tae? — Deu ênfase no apelido, e o escritor sorriu bobo. Estava cada vez menos não-apaixonado por Jungkook.

— Todas essas coisas relacionadas ao meu livro novo estão me deixando meio estressado... — falou sincero. — A verdade é que eu não tenho inspiração alguma para escrevê-lo. Não estabeleceram nenhum prazo certo para publicar, mas eu preciso ter o enredo até semana que vem, e ainda não escrevi quase nada.

— Oh... Então por que você não lança uma sinopse mais abrangente?

— Como assim? — perguntou, curioso.

— Sabe, que possa significar mais do que uma coisa, que sirva só para atiçar a curiosidade das pessoas... Aí, quando você souber certo sobre o que é o livro, você lança uma segunda sinopse, essa mais reveladora. — Taehyung prestou mais atenção no quanto era fofo o jeito que a boquinha de Jungkook se movia ao explicar aquilo para ele, do que na sua fala.

— Você é adorável — disse de repente, e o mais novo corou de imediato.

— Eu não... sou... — Taehyung levou sua mão até a bochecha de Jungkook, passando levemente seus dedos pela pele macia do mais novo, esse que não suportou o carinho e fechou os olhos. — Adorável. — Terminou sua frase, e sorriu, deixando seus dentes de coelhinho à mostra.

Taehyung não se conteve, e o beijou.

Mais uma vez, não resistiu à Jungkook.

Mesmo que estivesse estressado há pouco, não conseguiu permanecer assim, ao menos não estando ao lado do mais novo. A calmaria que a voz angelical e os olhinhos brilhantes do seu assistente proporcionavam era mais forte do que sua irritabilidade.

Jungkook correspondeu, levando sua mão direita até a nuca do escritor, e puxando levemente os fios dourados. Taehyung logo pediu passagem, pois já havia percebido o quanto o mais novo gostava de utilizar a língua durante o ósculo.

Taehyung nunca tinha se imaginado nessa situação com o assistente. Jamais tinha imaginado que Jungkook pudesse ter algum interesse por homens. Segundo o que dissera Jimin, o moreno não tinha interesse por relacionamentos homoafetivos. Não lia, e também não comentava nada sobre.

Mas, durante aquele abraço que haviam partilhado, e durante aquela música à luz da Lua naquele lago, Taehyung foi capaz de perceber algo. Percebeu que Jungkook não o odiava, nem sequer sentia nojo dele, ou algo assim. Ele parecia estar tão à vontade junto de Taehyung, e também ser alguém tão preocupado com o mesmo, que o loiro se sentiu importante novamente.

E, em meio a tantos conflitos — consigo e com ele —, Taehyung o beijou. E, segunda-feira, beijou-o de novo; terça-feira, de novo. E tudo se repetiu durante os dias seguintes, porque Taehyung não conseguia parar. Queria, e não queria. Sabia que não devia, mas havia algo mais forte do que a sua consciência: sua vontade e seus sentimentos.

Jungkook nunca havia mencionado gostar de homens, e era óbvio que aquilo não era algo comum para ele, e sim algo novo. Ele parecia acanhado o tempo todo, mesmo que correspondesse as investidas do escritor. Ele estava agindo exatamente como o mais velho; achava que devia parar, mas não conseguia negar a si mesmo.

E, por mais que tudo estivesse completamente estranho, juntos, eles não se sentiam mal com nada disso. Jungkook não tinha tanto receio em tocar um homem; Taehyung não tinha tanto receio em tocar e ser tocado por alguém. Era como uma troca mútua de confiança e carinho. Porque, mesmo que não tivessem falado nada sobre isso, e até o momento estarem trocando apenas selares — e também alguns beijos indecentes —, eles podiam sentir que havia algo além acontecendo entre eles.

Podiam não só sentir, como também podiam visualizar em seus sorrisos; em suas mãos entrelaçadas; nos bolos de morango que dividiam quando visitavam aquele café localizado perto da editora.

Tanto Taehyung quanto Jungkook sabiam que, se tentassem utilizar palavras, acabariam se afastando. Porque Jungkook não gosta de homens, e Taehyung não se envolve com ninguém. E, por não estarem fazendo o uso das palavras, aderiram seus sentimentos aos olhares e ações. E, para os dois, estava perfeito desse jeito.

 

[...]

 

Taehyung estava digitando em seu notebook, provavelmente escrevendo seu livro — ou ao menos tentando escrevê-lo —, e Jungkook estava sentado naquela poltrona, que devido à ocorrência de estar sempre ali, já era quase sua. Volta e meia Taehyung olhava para Jungkook, como se para verificar se ele estava bem, e acabava sorrindo bobo. O mais novo demonstrava ser maduro e extrovertido, mas às vezes — quase sempre, melhor dizendo —, Taehyung o via como um garoto inocente e fofinho. Ele mexia no celular com um bico adornado nos lábios, como se estivesse em uma conversa complicada, e às vezes simplesmente parava de digitar e mexia a cabeça para o lado, como um tique nervoso — e Taehyung percebeu, depois de um tempo, que aquilo era apenas um costume dele.

Muito fofo!

— Ei, Kookie. — Chamou, e o moreno arregalou um pouco os olhos por conta do apelido. Taehyung não havia o chamado assim muitas vezes. — Quer jogar alguma coisa? — Sugestionou, e fechou seu notebook, colocando-o na mesinha de centro da sala.

— Você não está ocupado?

— Hm... Sim.

— Então por que você-

 Eu estou ocupado com você.

Se o moreno não tivesse corado exageradamente, como se fosse uma menina tímida de anime, não seria Jeon Jungkook. Taehyung deu dois tapinhas no sofá, para que Jungkook se sentasse ao seu lado, e assim o moreno o fez.

Conheciam-se um pouco em questão de gostos pessoais, graças às conversas que haviam tido sobre isso quando Yoongi estava ali. Atualmente, ele quase nunca se encontrava no apartamento, talvez para não atrapalhar o — não — casalzinho, vai saber. De qualquer modo, Taehyung ligou a televisão e o console de videogame, e então pegou um dos jogos que havia comprado há tempos e ainda não tinha tido tempo de jogar.

O jogo era bonito e agradável, mas também emocional e triste, e Taehyung não esperava por isso. Por coincidência, Jungkook estava jogando aquele mesmo jogo, então pularam diretamente alguns capítulos, para assim continuar de onde o mais novo havia parado.

Uma hora depois, Taehyung já estava um pouco arrependido de ter mencionado ter aquele jogo. Se soubesse que Life is Strange mexia tanto com o mais novo, ou que ele era tão sensível, Taehyung teria, certamente, escondido o jogo.

O lado bom disso foi que, durante as poucas horas em que jogaram, Taehyung permaneceu abraçado a Jungkook.

Depois de uma escolha muito importante no jogo — pois ele se baseava na teoria do efeito borboleta —, a personagem que Jungkook controlava voltou ao passado e salvou o pai de sua amiga de um acidente de carro. Porém, como consequência do efeito borboleta, sua amiga acabou ficando paralítica tempos depois. Nessa hora, Jungkook já estava com os olhinhos cheios de lágrimas, e mesmo que Taehyung dissesse que aquilo era apenas um jogo, o moreno não parava de chorar.

O loiro até sugestionou que trocarem para um jogo de aventura de que ele gostava, mas o mais novo insistiu em continuar jogando aquele até o final do capítulo. Enquanto tinha de tomar outras decisões, Jungkook tentava conter as lágrimas, em silêncio.

— A culpa foi minha dela ficar assim... — falou o moreno, baixinho.

— A culpa não foi sua — disse o mais velho, compreensivo.

 

"A culpa não é sua."

 

— T-Tae... Por que está chorando? — perguntou. — É só um jogo, você mesmo disse isso... — Secou as lágrimas do loiro com as suas mãos, mas elas insistiram em continuar caindo. — Eu não entendo Tae, por que está chorando?

De uma hora para a outra, Taehyung sentiu uma vontade descontrolada de chorar. Quando percebeu, seu rosto já estava banhado em lágrimas, e o mais novo olhava para si, assustado, enquanto secava a sua pele com a ponta dos dedos.

— Tae, me responde... — Pediu Jungkook, que já havia desligado a televisão e o console.

 A culpa não foi sua. — Repetiu sua frase anterior, e o mais novo ficou confuso.

— Eu sei, é só um jogo, m-mas... por que você está chorando, Tae? Me diz, estou ficando preocupado com você. — Jungkook ainda tinha algumas lágrimas no rosto, porém, agora quase secas.

— É que esse jogo, ele é... bem triste, não? — Olhou nos olhos do moreno, que continuava preocupado. Aquela frase não havia explicado nada. — Eu estou chorando por causa dele, mas... — Colocou suas mãos em cima das de Jungkook, que estavam segurando as laterais do seu rosto, e limpou suas últimas lágrimas. — Mas já estou bem de novo. — Finalizou, mas Jungkook não acreditou naquilo.

Oras, Taehyung passou duas horas sem demonstrar qualquer emoção por aquele jogo, e do nada, começa a chorar?

— Tudo bem, Tae — disse o mais novo, respirando fundo, e mantendo o contato visual com o loiro. — Mas se tiver algo de errado, você pode me falar. Sei que não me conhece há muito tempo, mas eu me preocupo com você, e eu juro, eu jamais contaria algo seu para alguém, ou te julgaria — falou sincero.

 

"Eu me preocupo com você."

 

— Obrigado — disse Taehyung, também sendo sincero.

Estava, sinceramente, completamente, inegavelmente, agradecido a Jungkook. Agradecido pelos abraços; pelos beijos; pela companhia; pela compreensão; enfim, por tudo o que aquele garoto estava proporcionando a si. Mal se conheciam, e ele já se sentia totalmente à vontade e aceito pelo moreno. Podia não ser certo e inteligente se sentir assim sobre alguém em tão pouco tempo, mas Taehyung sentia, e não queria negar isso a si mesmo.

— Está agradecendo pelo que, seu bobo? — perguntou Jungkook, utilizando uma ofensa infantil, que fez o loiro sorrir.

 Por você.

E, como já era de costume — mesmo que há poucos dias —, Taehyung beijou Jungkook.


Notas Finais


meu deus to nervosa aaaaa
Me digam o que acharam, por favorzinho!
Sei que não ficou tuuuudooooooo isso, mas eu gostei desse capítulo e tentei escrevê-lo de um jeito um pouco diferente dos outros (focando mais em como eles se sentiam e em como pensavam), então agradeceria muito por um feedback
Aliás, por eu estar postando mais cedo, talvez eu demore três dias (e não dois, que é o comum) para atualizar novamente - só avisando
Se ver algum erro, me avise pf, eu revisei meio rápido hehe
Muito obrigada por ler até aqui <3
Caso queira me enviar uma pergunta ou algum recadinho: https://curiouscat.me/sealott


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