Jisung mexia sua perna, inquieto. Fazia mais de três horas que não recebia notícia alguma de Minho e Mingyu, o que acabava deixando o loiro ansioso.
— Se acalma, Ji. — Pediu Changbin, o qual tentava inutilmente tranquilizar o garoto, mesmo estando ele mesmo preocupado com o seu namorado. — Eles irão ficar bem, okay?
Jisung apenas balançou a cabeça, alheio a tudo ao seu redor. Não queria pensar no pior. Não queria pensar que algo tivesse acontecido com seu amado.
— Bin, é o Felix. — Hani entrou na sala da casa Lee, entregando seu celular para o Seo.
— Oi, amor? — Perguntou, assim que atendeu e colocou no viva-voz. O coração quase saindo pela boca. — Como você está? Se machucou? E Minho? Onde vocês estão?
— Calma, Binnie... — Escutaram a voz grossa do ruivo e seus corações aceleraram. — Eu estou bem, porém estou no hospital...
Jisung pegou o celular da mão do moreno e se levantou, já preocupado.
— O que aconteceu? Minho está bem? E o meu filho, foi resgatado? O que aconteceu com a desgraçada da Jisoo? Responde, Felix! — Dizia desesperado, tentando não se preocupar. Inútil.
— Jisung, Mingyu está bem... — O ruivo começou, perdendo sua voz. — Minho... levou um tiro.
Foi a gota d'água para o Han. Se não fosse por Changbin e Hani, tanto o celular quanto o loiro teriam ido ao chão.
— E-ele está bem? — Foi a única coisa que saiu da boca de Jisung. Na sua cabeça, se passavam trilhões de coisas. Estava uma zona total.
— O tiro foi no ombro, porém, acertou um osso. Está em cirurgia agora. — Os três que estavam na sala soltaram suas respirações e relaxaram seus músculos, porém Jisung ainda não estava tão tranquilo. — Os médicos disseram que não há tantos riscos de morte, não precisa se preocupar tanto, Ji.
— Estou a caminho daí.
O loiro se levantou sem esperar alguma reação dos outros e logo caçou a chave de seu carro para poder ir atrás de seu homem.
— Ji, você não pode dirigir nesse estado! — Changbin corria atrás dele, já que o loiro não aguentou e se pôs a chorar. Mesmo que não houvessem riscos tão graves fizessem o Lee morrer, seu coração de apertou de tal maneira, que o medo de perder seu amado começou a atacá-lo.
Jisung apenas assentiu e entregou as chaves de seu carro para o Seo. Hani entrou no banco de trás e o loiro no do passageiro. O caminho foi rápido e silencioso, apenas com o barulho fraquinho da chuva caindo do lado de fora e soluços fracos do Han.
Saíram do carro assim que Changbin estacionou. Jisung correu para a recepção da emergência e logo encontrou Felix ali sentado, esperando notícias.
— Lix!
O ruivo olhou para o amigo e logo veio ao seu encontro.
— Não se preocupe, okay? — Tentou acalmá-lo, batendo fraquinho em seus ombros. — Mingyu estava tão cansado que acabou dormindo de tanto chorar, então alguns médicos o deixaram num quarto infantil.
— Quem está com ele? — Jisung perguntou, já olhando em volta a procura de algum conhecido.
— Eu estava até agora, mas Seungmin, um dos enfermeiros que trabalha com o Minho, ficou cuidando dele. — Felix disse, puxando o Han para se sentar e relaxar.
— Você sabe se ele é de confiança? — Jisung explodiu, morrendo de medo de Jisoo ter feito mais um aliado e fazer Mingyu ser raptado novamente. — Sabe se ele não irá pegar meu filho novamente e fazer sabe-se lá o que!?
— Ji, fica calmo. — Changbin o abraçou, fazendo o loiro chorar em seus braços.
— Eu estou com medo. — Confessou, retribuindo o abraço do moreno e não tendo vergonha de chorar como um bebê no ombro do amigo. — Não q-quero perdê-lo. Justo agora que estávamos construindo uma vida juntos...
— Vocês ainda vão ter muito o que construir, Ji. — Hani entrou no abraço, apertando o genro com todo o amor possível.
Felix foi até os três e também abraçou Jisung, o confortando.
— Ele precisa de toda a nossa força, Ji. — O ruivo disse, fazendo carinho no cabelo loiro de Jisung. — Precisamos dar isso a ele.
— E você tem que estar o esperando com todas as expectativas e todos os pensamentos bons possíveis. — Changbin completou. — Ele, mais que tudo, precisa de você.
E ali, Jisung, recebendo todo o amor e conforto possível, percebeu que teria que esperar Minho apenas com bons pensamentos, pensando que ele iria sair dali bem e vivo para beijá-lo e amá-lo como sempre fez.
— Quem é o responsável por Lee Mingyu? — Uma enfermeira perguntou, dizendo alto nos corredores. Jisung levantou a mão, fazendo a mulher se aproximar e os três que estavam abraçados a Jisung, se afastarem. — Um dos enfermeiros que está com o bebê precisa entrar de plantão, você pode ficar com Mingyu?
— Claro! — Respondeu, sem pensar duas vezes. Logo, se despediu dos três ali e seguiu a jovem moça, até a ala infantil.
Quando abriu a porta e viu um garoto ali, o qual deduziu ser Seungmin, se aproximou dele.
— Você deve ser o Jisung, correto? — O menino perguntou para o loiro, o qual assentiu. — Minho me fala muito sobre você! Prazer, eu sou Kim Seungmin.
Jisung retribuiu o sorriso, logo vendo seu filho deitado todo desajeitado, como sempre. Sorriu mais ainda com a cena.
Seungmin, o qual Jisung percebeu ser um bom garoto, logo se despediu e voltou para o seu plantão, por isso o loiro estava sentado numa cadeira ao lado do pequeno berço para o bebê, segurando a mão de seu filho, delicadamente.
— O senhor quer pegá-lo? — A mesma moça e cuidadora dali se aproximou do Han, apontando para Mingyu.
Jisung assentiu com a cabeça, a vendo pegar o pequeno Lee em seus braços e entregá-lo para o pai mais novo. A moça saiu, deixando pai e filho sozinhos ali
— Ah, meu bebê... — Jisung passou sua mão cuidadosamente nas bochechas de Mingyu, logo passando a pontinha de seu nariz ali. — Seu papi teve tanto medo de te perder... e agora, estamos eu e você, lutando para que seu papai fique bem...
Mingyu não acordou, mesmo quando as lágrimas do louro começaram a cair. Não havia tido noticias de Minho e estava curioso para saber do estado de seu namorado e principalmente onde estava Jisoo.
Jisung colocou seu bebê de volta a cama, cobrindo-o e dando um beijo em sua testa. Logo, levando suas mãos ao seu próprio rosto e secando algumas lágrimas solitárias que ainda pendiam ali.
Rezava com todo o seu ser para que Minho voltasse vivo e cheio de gracinhas como sempre. Queria sentir seus beijos e toques. Queria seu namorado ali.
((🍼))
Jisung acordou sentindo uma dor extrema no pescoço. Percebeu que dormiu todo torto quando viu que estava dormindo em cima de seu braço, apoiado no berço de Mingyu.
Por falar no bebê, onde ele está?
Jisung finalmente acordou de vez, começando a olhar em volta, percebendo o quarto vazio.
Correu para o corredor e foi logo para a recepção, perguntando para um moço que estava ali.
— Ei, meu filho não está no quarto. Você sabe de algo?
— Lee Mingyu? — O jovem de cabelos negros perguntou, recebendo um acenar com a cabeça frenético de Jisung. — Me siga, por favor.
Seguiram até o elevador, onde, mesmo com calafrios e um certo medo, Jisung decidiu o seguir. Foram apenas para um andar para baixo, onde logo saíram do elevador e entraram num corredor.
— Aqui, entre. — O garoto sorriu, apontando para o quarto 128, saindo logo em seguida.
Jisung, não sabendo o que esperar, apenas entrou no quarto, sentindo lágrimas brotarem em seus olhos.
Minho estava com Mingyu em seus braços, dando beijos no rosto do bebê que ria.
— Lee Minho!
Jisung foi até o acastanhado, que, assim que percebeu sua presença ali, sorriu radiante para seu amado.
— Sunggie...
Minho puxou Jisung, o abraçando fortemente e acabando por sentir seus olhos lacrimejarem.
— Papi.
Jisung deu um selinho nos lábios do Lee mais velho, logo se sentando ao lado do mesmo na maca e dando um beijo na bochecha de Mingyu.
— Foi você que o pegou? — O Han questionou, entrelaçando sua mão na de seu amado.
— Pedi para Seungmin o trazer para mim e para deixar você dormindo e descansando. — Minho respondeu, dando um beijo na mão de Jisung.
— O que aconteceu lá? — Decidiu perguntar, mesmo que não quisesse estragar o momento.
— Jisoo estava apontando uma arma no meu pescoço. — As simples palavras fizeram Jisung querer chorar. — Contudo, assim que resgataram Mingyu, um dos policiais que estava lá dentro pegou Jisoo por trás, mas, com o susto, ela vacilou e por sorte, o tiro acertou meu ombro.
Jisung assentiu, abaixando a cabeça. Logo, Minho se aproximou do louro e o puxou para mais perto, colando seus corpos e deixando Mingyu em suas pernas.
— Jisoo está presa junto aos seus comparsas. — Minho beijou a testa de Jisung antes de pedir para o mesmo encará-lo. — Sabe o mais importante disso tudo?
O loiro pareceu pensar, mas logo negou com a cabeça.
— O que?
Minho sorriu feliz, como quando Jisung disse que aceitava namorar consigo.
— Com Jisoo presa e sem nenhum jeito de conseguir a guarda de Mingyu, eu posso te colocar na certidão de nascimento do nosso filho, mas você sendo a figura de mãe dele.
— Sério, Min? — Definitivamente, foi uma das melhores notícias da vida do Han. Era aquela sensação que não cabe no peito, tamanha alegria.
— Mas, para isso... nós teríamos que estar casados. — Minho pegou Mingyu no colo e bateu levemente nas costas do bebê, que, como cúmplice, segurou o presentinho nas suas pequeninas mãos. — Então, Sung, este é o momento: você aceita ser meu marido e me fazer o homem mais feliz do mundo, sem contar que teria um pequeno brinde junto? — Disse, se referindo a Mingyu e encarando seu amado com os olhos brilhando em expectativas. — Eu quero você, Sunggie, para todo o sempre. Assim como você completa nosso filho. A nossa vida. Não sei se estou indo rápido demais, porém nós nos damos tão bem e tamb-
Jisung segurou o rosto de Minho com as duas mãos e beijou os lábios do, agora, noivo.
— Sim, Min! Mil vezes, sim!
Beijou também seu filho, que dali a pouquíssimo tempo, seria seu filho legítimo, e nada nem ninguém o tiraria dele.
Minho pegou a caixinha de alianças, a qual planejava dar após a festa em sua homenagem, e pegou a aliança de Jisung, colocando na mão dele e o vendo fazer o mesmo com a sua.
— Agora, o do nosso filho. — Minho disse, retirando da caixinha uma pulseirinha delicada e a colocando no pulso do bebê. — Agora sim, somos uma família completa.
Jisung e Minho não poderiam sentir alegria maior, ao saber que, assim que se casassem, seria uma família completa e feliz, como sempre foram, e, agora, com o bebê deles, próximo de ser legítimo.
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