Eu e Alberto nos encaramos e ele fala
- Apaixonado ? - ele fala espantado
- É Alberto, eu nunca senti isso por ninguém, o Henry me envolve de tal maneira, que não sei explicar - falo sorrindo - Eu gosto desses nossos joguinhos, eu gosto de ter ele perto de mim, das nossas troca de provocações, é algo louco - falo me encostando na cadeira
- Paixão é assim mesmo - Alberto pontua - Mas e o Flávio ? - ele pergunta
- Que tem ? eu e o Flávio não temos relacionamento nenhum, é só uma sociedade - pontuo
- Não acho que ele vai gostar de saber da sua paixão pelo assistente pessoal - Alberto zoa
- Ele não precisa saber, assim como eu não quero saber do que ele faz no tempo livre dele - falo ríspido
- E o seu pai, desistiu daquele plano maluco de fazer ele perder todo o dinheiro ?
- Jamais, eu só estou analisando bem meu plano, eu vou fazer ele aplicar investimentos errados e perder bastante dinheiro - falo cínico
- Marcelo, ainda acho que você vai acabar arrumando treta - ele me aconselha
- Pode deixar Alberto, eu sei o que eu faço - falo mexendo em uns papéis
Alberto sai dali e volto ao trabalho, mas logo Henry entra ali
- Desculpe a demora doutor Marcelo, eu tive que resolver umas coisas em casa - Henry fala se explicando
Encaro Henry com deboche e mordo os lábios
- Isso será descontado do seu salário Henry, já falei que não admito atrasos - me levanto da cadeira
- É porque passei a noite muito ocupado então tive contratempos - ele me encara
- O que você faz no seu tempo livre não me interessa, minha noite também foi calorosa e nem por isso me atrasei - falo apoiando as mãos na mesa
- Imagino o quanto calorosa foi - ele entra na jogada
- E a sua noite ? foi calorosa ? - me aproximo de Henry
- Foi sim, mas já tive melhores - Henry provoca e aquilo me faz arrepiar
- Você gosta de provocar em Henry ? - falo puxando Henry pela cintura
- Foi uma das melhores fodas que eu já tive - Henry fala na minha orelha
- É ? o que acha da gente trepar aqui na minha sala - falo roçando nossos lábios
Alguém bate na porta e nos recompomos
- Pode entrar - falo me recompondo
- Doutor Marcelo, aqui estão as peças que você pediu para mim trazer - o designer traz a nova coleção de Esmeraldas ali
- Pode entrar, deixa aqui na minha mesa que vou ver todas - instruo e o designer deixa todas as peças ali e sai
- Essa coleção tá sensacional - Henry fala se aproximando - Mas se quiser, eu posso sair - Henry se pronuncia
- Não tem problema, pode ficar aqui - falo abrindo as peças e vendo os colares e anéis Essas preciosidade me encantaram desde a primeira vez que as vi - falo encantando com um anel
- Seus olhos brilham iguais a ela, quando está olhando para a peça - Henry fala se aproximando
- Dizem que os olhos brilham mais ainda quando se está apaixonado não é ? - encaro Henry e ele fica sem graça
- Não sou capaz de opinar - ele abaixa a cabeça todo doce
- Isso aqui foi meu refúgio, quando fui descartado do país pelos meus pais - falo vendo as peças
- Você foi embora obrigado ? - Henry pergunta
- Praticamente, depois de você ter vazado aquelas fotos nossas se beijando, meu pai Otávio deu um show de preconceito, me bateu, e me obrigou ir fora do país, para abafar as fofocas, fora outros problemas que ocasionaram isso - falo e mil coisas se passam nos meus pensamentos
- Que problemas ? - Henry pergunta
- Você já tá querendo saber demais né Henry - falo ríspido e Henry fica sem graça
- Eu jamais imaginaria que aquela atitude patética minha fosse te causar tudo isso, eu nem sei o que dizer - ele fala se sentando na cadeira
- Isso já é passado, já sou um novo homem - explico
- Mas a relação sua e de seus pais continua bem complicada né ? percebi quando a Cinthia veio aqui
- Os dois são preconceituosos, vivem de fachada e não aceitam a minha sexualidade - pontuo mexido - Na primeira oportunidade me mandaram para fora, para não prejudicar a imagem dos dois - falo com lagrimas nos olhos - Eu prometi pra mim mesmo que ia brilhar mais do que essas Esmeraldas, ia calar a boca de todos que duvidaram da minha capacidade e do meu talento - falo me recompondo
- E conseguiu, tá ai um lado seu que eu não conhecia - Henry fala me encarando
- Tem muita coisa de mim, que você não conhece - pontuo e fica um clima entre a gente - Mas e você, porque abandonou a faculdade de música e investiu nessa outra área ? - pergunto
- Várias coisas, que prefiro não falar agora - Henry fala incomodado
- Também tem seus mistérios Henry ? - provoco
- Todo mundo tem, mas vamos mudar de assunto - Henry fala mexido
- Tenho uma proposta para fazer pra você - falo arrumando as peças
- Qual ?
- Vamos jantar hoje a noite ? - proponho
- Mais um jantar de negócios ? - Henry estranha
- Não, um jantar só eu e você - falo sorrindo
- Qual o pretexto disso ? - Henry morde os lábios
- Você tem sido um bom funcionário, acho que vem merecendo esse mimo - falo me levantando da cadeira - Já fiz uma reserva, aguardo você nesse endereço - Entrego o cartão para Henry
- Eu nem te disse se eu aceito a proposta - Henry fala cínico
- Eu sei que você vai aceitar, e se me der bolo, eu te mando embora - zoo
- Você gosta de mandar em mim né ? deve ser uma vingança pelo que eu fiz no passado - Henry fala irritado
Puxo o mesmo pela cintura e colo nossos físicos
- Esquece o passado marrento - roço nossos lábios - Te espero lá - falo me afastando e saindo dali
Me arrumo todo elegante e vou para o restaurante
Espero um tempo ali e logo passa do horário, nada do Henry aparecer, será que esse marrento vai me dar um bolo, fico na expectativa, acho que nunca me senti assim, mas logo vejo Henry entrar ali e o garçom o guiar ate a nossa mesa
- Achei que não viria mais Henry, você gosta de se atrasar né ? - provoco
- Faço isso pra te provocar, aqui você não pode descontar do meu salário - Henry me devolve a provocação
- Sabia que você fica uma delicia todo marrento e provocante assim ? - falo mordendo os lábios
- Deixa de ser ousado - ele fala sem graça
Faço o pedido para o garçom e logo o mesmo nos traz um prato bem refinado
Ao contrário do que pensei, Henry sabe se comportar bastante nesses ambientes mais chique, ele tem etiqueta e é educado, o que me faz gamar mais ainda nele
- Você gostou da nossa noite ontem ? - pergunto tentando atiçar Henry
- Gostei, principalmente de ver você tocando violão para mim lá naquele estúdio - Henry fala e me impressiono
- Não foi bem essa a pergunta mas….- tento falar mas Henry me interrompe
- Você quis saber se a trepada foi boa, sim, foi excelente, alucinante, uma das melhores fodas que eu já tive, você me gamou de uma surreal Marcelo - Henry fala me encarando e uma corrente elétrica passa pelo meu físico - Porém, esse lado selvagem e bom de foda seu, eu já conheço, ontem eu conheci o seu lado artístico, doce, sentimental, o seu talento musical, e aquilo me agradou bastante - ele explica - Eu estou gostando de conhecer mais do Marcelo, mas tem um problema nisso tudo
- Qual ? - pergunto
- O problema é de eu gostar e ficar ainda mais gamado em você Marcelo - Henry fala trocando olhares comigo
Sorrio e seguro na mão de Henry
- Eu prometo não te demitir por isso - falo encarando Henry e o mesmo sorri
Voltamos a jantar e conversamos sobre várias coisas
Assim que terminamos de jantar, me ofereço para levar Henry em casa
Ele mora num bairro humilde….Paro o carro na frente a casa dele
- Entregue, espero que esse jantar não seja motivo para você se atrasar amanhã - provoco
- Bobo - Henry fala sem graça
Puxo Henry rapidamente para um beijo caloroso
Nossas línguas se misturam gostosamente, nossos físicos se colam, e ficamos assim por alguns minutos, até que nos afastamos
- Deixa eu entrar, se não, minha mãe vai ver o carro aqui na frente e vai querer saber com quem eu sai - ele explica - Hoje ela me fez mil perguntas para saber onde eu dormi essa noite, até que soltei foi com um cara do trabalho - ele da risada
- Ela marca em cima né - zoo
- Nem fale - ele reclama
- Mas eu acho que ela já viu, olha lá - aponto e Henry olha para o lado, vendo a mãe dele parada no portão
- Lascou - Henry da risada
- Deixa que eu falo com ela e acalmo a fera - abro o carro e Henry se espanta
Descemos e vou com Henry até o portão
- Pelo menos não dormiu fora né senhor Henry, quem é seu amigo elegante ? - ela pergunta toda sem jeito
Henry fica sem reação mas eu tomo a frente
- Me chamo Marcelo Máximo, prazer, dona ? - pergunto o nome
- Bernarda - ela me cumprimenta - Marcelo Máximo ? o dono da empresa que o Henry trabalha ? meu filho você tá seduzindo o seu chefe ? - ela fala e caio na risada
- Mãe, olha os modos - Henry fala sem graça
- A gente é amigo - tento amenizar a situação
- Sei bem, amigo - ela zoa - É por isso que ele andava falando bastante do chefe dele - ela pontua
- Mãe - Henry a repreende
- Falava é ? - falo sorrindo
- Se se eu te contar - ela da risada - Mas não quer entrar ? tomar um café, não vou deixar o chefe do Henry aqui na porta - ela propõe
- Claro, faço questão - falo sincero e Henry estranha
Entramos na casa e logo dona Bernarda faz o café, me fazendo mil perguntas, as vezes me sinto invadido, mas acabo dando risada, ela é uma mulher bem simpática
Não falo em nenhum momento que eu e Henry estamos tendo um caso, porém deixo claro para ela que meu casamento com Flávio é apenas negócios
- Gostei de você, um rapaz educado, elegante, parece um cavalheiro - ela me elogia
- Quando ele quer - Henry debocha
- Seu filho é marrento, mas eu gosto dele - falo e Henry solta um sorriso
- Estou feliz que o Henry encontrou um serviço bom e tá trabalhando para um rapaz decente igual a você, não só trabalhando, porque eu não nasci ontem - ela pontua e deixa a gente sem graça - Depois de tudo que a gente passou, é um alivio ver o Henry se encontrando na profissão - ela fala e estranho
- Tudo o que passaram ? - pergunto
- O Henry não falou para você ? - ela se espanta
- Não - Henry entra na frente - É um assunto que ainda mexe comigo, então eu prefiro deixar no passado mesmo - ele fala chateado
- Meu marido, Afonso, pai do Henry, morreu a uns anos atrás, quer dizer, foi assassinado - ela fala e aquilo, não sei porque, me atinge
- Nossa, não sabia - falo sem graça
- É, eu evito falar disso, porque é um assunto que mexe comigo - Henry pontua - Ele foi atropelado por um doido a 9 anos atrás - ele fala e aquilo me atinge fundo
- Atropelado ? - falo espantado
- É, foi na mesma noite daquele dia turbulento na faculdade, você lembra né ? - ele fala e minhas pernas ficam moles - Um doido, que certamente estava bêbado, atropelou ele numa estrada deserta e saiu sem prestar socorro - Henry fala mexido
Fico em choque, não, não pode ser….Mil coisas se passam nos meus pensamentos, tento disfarçar
- Nossa que situação, e vocês não sabem quem foi ? - falo engolindo seco
- Não fazemos ideia - Bernarda pontua
- Você nunca me falou isso Henry, você tem alguma foto dele ? - disfarço
- Tenho sim, essa aqui - Henry fala pegando um porta retrato que tinha ali na sala e me entregando
Vejo a foto e sinto como se levasse um murro, não pode ser, não
O rapaz que eu atropelei a anos atrás é o pai de Henry
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