Na manhã seguinte, eu tive uma ideia, mas não tinha certeza de como executá-la. Se Graham Gavin queria um homem de família, ele teria um. Eu só tinha de descobrir como concluir esse pequeno detalhe. Eu conseguiria — era minha área de atuação, afinal —, era um homem de ideias.
Meu maior problema era o tipo de Homem com quem eu normalmente saía. Versões Masculinas de mim mesmo. Lindos de olhar, mas frios, calculistas e desinteressados em tudo, menos no que eu poderia lhes dar: jantares chiques, presentes caros e, se durasse tempo suficiente, uma viagem para algum lugar antes de eu dar o fora neles. Porque era o que eu sempre fazia. Só me importava com o que eles poderiam me dar também. Tudo o que eu queria era algo bonito para onde olhar e um corpo quente para me enterrar no fim da noite. Algumas horas de prazer negligente até a realidade fria e dura da minha vida voltar à tona.
Nenhum deles seria o tipo de Homem em que Graham Gavin iria acreditar que eu passaria o resto da minha vida. Às vezes, eu mal conseguia passar uma noite inteira com eles. A Sr.Kim bateu timidamente, esperando até eu gritar para que ele entrasse. Ele entrou, carregando com cuidado meu café, depois colocando-o na minha mesa.
— Sr. Kim marcou uma reunião com funcionários na sala de reunião em dez minutos.
— Cadê meu bagel?
— Pensei que fosse preferir comer depois da reunião, já que estaria com pressa. Você odeia comer rápido. Te dá queimação.
Olhei furioso para ele, detestando o fato de ele ter razão.
— Pare de pensar, Sr. Kim Já disse que você se engana mais do que acerta.
Ele olhou para seu relógio de pulso — um simples preto sem nada, sem dúvida comprado no Walmart ou alguma loja comum.
— Tem sete minutos até a reunião. Quer que eu vá comprar seu bagel? Até ser torrado, você terá dois minutos para engoli-lo.
Eu me levantei, pegando minha caneca.
— Não. Graças a você, ficarei com fome durante a reunião. Se eu cometer um erro, a culpa será sua.
Saí bravo do escritório.
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Yugyeom tamborilou o tampo de vidro da mesa.
— Peço atenção de vocês. Tenho algumas notícias boas e outras ruins. Vou começar com as boas. Estou feliz em anunciar a indicação de Jung Hoseok como sócio.
Controlei minha expressão, mantendo-a neutra. Podia sentir os olhares de canto de olho, e me recusava a deixar qualquer um saber o quanto estava irritado com a situação. Em vez disso, para confundi-los, bati no vidro com os nós dos meus dedos.
— Bom para você, Hoseok . Muita sorte para você.
A sala ficou em silêncio. Internamente, eu sorria. Conseguia agir como uma pessoa decente. Não mudava o fato de eu detestar aquele desgraçado desprezível ou ter ficado ofendido com Yugyeom por fazer isso comigo.
Yugyeom limpou a garganta.
— Então, as más notícias. A partir de hoje, Alan Summers não trabalha mais na empresa.
Minhas sobrancelhas se ergueram de forma repentina. Alan era um dos melhores na Anderson Inc. Não conseguia ficar de boca fechada.
— Por quê?
Yugyeom me lançou um olhar.
— Me desculpe?
— Por que ele saiu? Saiu por conta própria?
— Não. Ele... — Yugyeom curvou os lábios em um sorriso misterioso. — Fiquei sabendo que ele estava saindo com uma das assistentes. — Ele me olhou com raiva. — Você sabe que há uma política rigorosa sobre se relacionar com alguém da empresa. Que isso sirva de lição para todos vocês.
Anderson Inc. era firme com suas regras. Ou você as seguia ou caía fora. Eles arrancavam suas bolas, no sentido figurado, deixando-o se debater. Confraternizar dentro da empresa era uma das maiores proibições .
Yugyeom acreditava que o romance no escritório confundia sua mente. Ele não gostava de qualquer coisa que tirasse seu foco do trabalho ou de sua origem. Presumia que ele era contra seus funcionários terem qualquer tipo de vida fora da Anderson Inc. Observando toda aquela mesa, percebi que todo executivo era solteiro ou divorciado. Nunca havia reparado nisso ou me importado com o status de relacionamento de meus colegas de trabalho.
— Além disso, Emily nos deixou também.
Não precisava ser um gênio para saber com qual assistente Alan estava saindo. Emily era sua assistente pessoal. Que idiota. Você nunca se envolve com alguém do trabalho, principalmente com sua assistente pessoal. Felizmente, eu passava longe de ter essa tentação.
Yugyeom falou mais um pouco de coisas entediantes e eu parei de ouvi-lo, voltando ao meu próprio problema. Quando os outros começaram a se levantar, fiquei em pé rapidamente e saí da sala, sem querer ver todos os apertos de mãos e tapinhas nas costas que Hoseok receberia.
Dick.
Entrei no meu escritório, parando ao ver Jin empoleirado na beirada da mesa da Sr Kim , seus ombros largos balançando por estar rindo. Ambos olharam para cima quando eu entrei, duas expressões bem diferentes: Jin parecia se divertir e o Sr.Kim parecia culpado.
— O que está fazendo aqui? — perguntei. Me virei para o Sr.Kim . — Por que não me avisou que havia alguém esperando?
Jin ergueu uma mão.
— Eu cheguei há alguns minutos, Jungkook . Tae me ofereceu café e disse que te avisaria que eu estava aqui, mas eu estava gostando mais da companhia dele do que da sua, então eu não estava com pressa. — Ele piscou para mim. — Ele é mais divertido, sem levar em consideração que é mais bonito que você. Sempre gosto de passar um tempo com ele.
Bonito e divertido? o Sr.Kim ? E o que era essa merda de Tae ?
Dei risada daquela sua descrição.
— No meu escritório — ordenei.
Ele me seguiu e eu fechei a porta.
— O que está fazendo aqui? Se Yugyeom o vir...
Ele balançou a cabeça.
— Relaxe. Como se eu nunca tivesse vindo aqui. E se ele me vir e suspeitar de algo? Deixe-o suar um pouco.
Parei. Talvez não fosse uma ideia tão ruim. Ele sabia que Jin era o melhor headhunter de Victoria. Talvez, se visse Jin perambular pela Anderson Inc., ficaria um pouco nervoso.
— Pare de xavecar meu assistente. É uma perda de tempo e pensei que você tivesse namorada.
— Tenho, e eu não a estava xavecando. Ele é ótimo. Gosto de conversar com o Tae .
Bufei.
— Sim, ele é ótimo... se você gosta de capachos que se fantasiam de espantalhos magricelos.
Jin franziu o cenho.
— Você não gosta dele? Sério? Como não gostar? — Ele é perfeita — informei com meu sarcasmo. — Ele faz tudo o que peço. Agora, vamos mudar de assunto e me diga por que está aqui.
Ele baixou a voz.
— Tomei café com Adrian Davis esta manhã.
Cruzei o escritório e me sentei à minha mesa
— Min Yoongi do Grupo Gavin?
Ele assentiu.
— Eu estava visitando Jisoo, e fui vê-lo para marcar nossa próxima partida de golfe na semana que vem. Ele concordou em conversar com Graham sobre entrevistar você.
Bati no tampo da mesa com meu punho.
— Ótimas notícias. O que disse para ele?
— Disse que estava saindo por motivos pessoais. Disse que, apesar dos boatos, sua situação mudara e você não estava mais confortável com a direção da Anderson Inc.
— Minha situação?
— Eu disse a ele que seus dias de playboy ficaram para trás e a forma como você conduzia um negócio havia se desenvolvido. Informei-o que você queria um estilo diferente de vida.
— Ele acreditou em você?
Jin alisou os vincos de sua calça com a ponta dos dedos, encontrando meu olhar.
— Acreditou.
— Disse a ele o que causou essa reviravolta milagrosa?
— Você praticamente sugeriu isso ontem à noite. Disse que se apaixonou.
Assenti. Era exatamente o que eu estava pensando. Graham gostava do clima de família, e eu teria de me encaixar.
Jin me olhou firmemente.
— Dado seu histórico, Jungkook , esse Homem precisará ser totalmente diferente dos homens com quem você se relacionava, principalmente recentemente. — Ele inclinou a cabeça. — Alguém mais pé no chão, carinhoso e que se importe. Alguém de verdade.
— Eu sei.
— Vale mesmo a pena?
— Sim.
— Você vai mentir e fingir, tudo por causa de um emprego?
— É mais que um emprego. Yugyeom me ferrou, assim como Hoseok . Não é a primeira vez. Não vou mais aguentar essa merda. — Reclinei minha cadeira, olhando pela janela. — Posso ser contratado sob intenções desonestas, mas Graham vai ferrar bastante com esta empresa. Vou trabalhar igual um retardado para ele.
— E o Homem ?
— Nós podemos terminar. Acontece.
— Alguma ideia de quem será a sortudo?
Balancei a cabeça.
— Vou descobrir.
Houve uma batida na porta e o Sr.Kim entrou, colocando um bagel e café fresco na minha mesa.
— Sr. Kim , posso trazer outra xícara de café para o senhor?
Ele balançou a cabeça, sorrindo para ele.
— Eu te disse, é Jin . Obrigado, Tae , mas não. Tenho de ir, e seu chefe aqui tem um projeto enorme no qual trabalhar.
Ele se virou para mim com os olhos arregalados.
— Há alguma coisa que eu precise fazer, Sr. Jeon ? Posso ajudar de alguma forma?
— Absolutamente não. Não há nada que eu precise de você.
Suas bochechas ficaram rosadas, e ele baixou a cabeça. Assentiu, saindo do escritório e fechando a porta.
— Deus, você é um babaca — Jin comentou. — É muito grosso com ele.
Dei de ombros, sem culpa. Ele se levantou da cadeira, abotoando seu paletó.
— Precisa melhorar sua atitude se quiser que seu plano funcione, Jungkook . — Ele apontou para a porta. — Aquele garoto lindo é o tipo certo de pessoa de que você precisa para interagir com Graham.
Ignorei a observação linda, abrindo a boca para ele.
— Interagir?
Ele sorriu.
— Você acha mesmo que ele vai aceitar um nome e uma apresentação breve? Eu te disse como ele é envolvido com seus funcionários.
Se ele decidir contratá-lo, vai querer conhecer sua senhora... mais de uma vez.
Eu não tinha pensado tão longe. Pensei em conseguir alguém para participar de uma noite, mas Jin tinha razão. Teria de manter a fachada por um tempo — pelo menos até provar meu valor para Graham.
Ele hesitou ao chegar à porta.
— Acho que o Sr.Kim não é casado.
— Isso deveria ser óbvio.
Ele balançou a cabeça.
— Você é cego, Jungkook . A solução está bem diante de você.
— Do que está falando?
— Você é esperto. Descubra.
Ele saiu, deixando a porta aberta. Eu o ouvi dizer alguma coisa que fez o Sr.Kim rir, o som incomum vindo daquela área. Peguei meu bagel, mordendo um pedaço com mais força que o necessário.
O que ele estava sugerindo?
Um pensamento começou a se expandir, e olhei para a porta.
Ele não podia estar falando sério.
Resmunguei, deixando o bagel no prato, pois perdera o apetite.
Ele estava falando completamente sério.
Fodeu minha vida
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