O dia amanheceu, já é segunda feira. Meu despertador tocava freneticamente, mas quando fui desliga-lo lembrei que minhas mãos estavam amarradas. Ouvi passos fortes se aproximando, lá vinha xingamentos logo de manhã cedo.
-Esse teu despertador é realmente muito irritante! – e desligou ele – Sorte tua que ainda estou de bom humor graças a hoje o que irá acontecer. – e sorriu.
“Só ta feliz porque não é tu que vai ser uma puta...” – pensei irritado virando o rosto.
Ele me soltou daquela corda maldita e saiu do quarto para eu me arrumar. Fui para o banheiro tomar meu banho rotineiro de antes de ir pra faculdade. Fiquei bastante tempo no chuveiro dessa vez, pensando no terror que seria no fim desse dia, ah eu não quero que chegue a noite. Serei completamente considerado uma puta qualquer de festa. Eu não acredito que acabei de ser vendido como “animador” de festa pelo meu padrasto. Se eu terminar meu trabalho que é pra semana que vem estarei de férias e assim posso tentar fugir. Isso! Irei terminar meu trabalho o mais rápido possível e irei fugir desse demônio! Minha vida não irá mudar se eu continuar aqui. Agora fiquei determinado! Mas pra onde eu iria? Posso roubar algum dinheiro dele e tentar alugar algum local... Não, alugar quartos é muito caro... Tem o Jack! O cara que conheci naquela festa! Ah não, Aidan pegou o cartão dele e colocou fora... E o que me sobrou foi ele, Aidan... Me dá calafrios só de pensar nisso... Mas ele é minha única saída. Preciso ver uma maneira para convencê-lo a me deixar ficar em seu apartamento e já sei exatamente o que devo fazer, mesmo que vá contra minha vontade.
Terminei de me arrumar, peguei o máximo possível das minhas coisas e coloquei na mochila, como sempre saio sem ser nem ao menos visto então ele nem iria notar minha mochila cheia. Pronto, sorte que eu nem tinha tanta coisa realmente, também peguei todo dinheiro que estava mantendo escondido, então parti rumo a faculdade. Chegando lá até que tinha já bastante gente, ainda nenhum sinal de Aidan, o que é algo bom até, daí não preciso suportá-lo desde cedo. Fui para a minha sala, por sorte a professora chegou logo depois. Liguei direto meu computador e fui terminando meu trabalho.
Não me distraí como meus colegas que ficavam fazendo entrando em sites ou redes sociais, me foquei 100% para terminar logo aquela porcaria. Como não faltava muito então na hora do intervalo já enviei para a professora. Recebi um “Boas férias” acompanhado de um sorriso. Estou livre da faculdade, yes! E não duvido que passei em todas matérias, faltar essa semana não fará diferença para mim.
Saí da sala, agora precisava achar Aidan para colocar meu plano em ação. Não foi difícil achar Aidan, ele estava matando aula e tinha alguma guria conversando ao lado dele, mas ele parecia não estar nem um pouco interessado no assunto dela ou no corpo dela em si, pois sua expressão era de puro tédio.
- Ah! Alam! – ele gritou se levantando e se aproximando de mim contente. – Que bom que tu chegou, podemos ir agora? - eu não entendi muito o que estava acontecendo, mas ele colocou seu braço em volta dos meus ombros. – Desculpa... Ahn... Droga esqueci teu nome, bem, eu estava apenas esperando ele, então, vamos indo?
E foi nos virando para a direção contrária a da guria. Depois que nos afastamos escutei um suspiro vindo dele, pelo jeito estava tentando se livrar dela o máximo possível e não conseguia.
- Tu tentando escapar de alguém? Ora essa, nem parece tu mesmo. – falei com um sorriso cínico.
- Aquela guria não se ligou em nenhum momento das minhas indiretas pra ela cair fora, foi até irritante.
Fiquei em silêncio. Eu nem sabia para onde estávamos indo, mas quando chegamos perto da porta da faculdade consegui avistar um dos capangas de Erick me procurando. Essa não, preciso me esconder logo! Olhei em volta e por sorte achei o banheiro masculino, puxei rapidamente Aidan pelo braço para dentro do banheiro.
- Mas o que?
Fiquei vendo por uma fresta na porta ele se aproximar do banheiro. Eu precisava fazer algo, ele não podia me encontrar senão eu seria escoltado até minha casa, ou pior, até a casa de Erick.
- O que es-! – não deixei Aidan falar mais nada, fui direto até ele segurando seu rosto e o beijando para ver se assim ele calava a boca.
Fui empurrando-o até uma das cabines do banheiro e o fiz sentar na vaso sanitário que estava com a tampa fechada. Peguei a touca que ele estava usando e coloquei na minha cabeça tapando maior parte do meu couro cabeludo, assim deixando apenas minha franja e a parte dos ombros para fora. Também tirei a maior parte dos meus piercings e guardei no meu bolso fechando-o logo depois para não perde-los. Aidan não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo. Mesmo quando ele tentava falar algo eu o silenciava com algum beijo, até que ele desistiu de falar algo finalmente. Tirei minha calça e meu moletom, nem estava frio, só usei para que o capanga não visse minha camisa. Guardei tudo na minha mochila e antes de colocar minha outra calça larguei tudo no chão escondido atrás da mochila de Aidan e sentei no colo dele.
- Alam, o qu-
- Cala a boca e me fode logo Aidan.
Ele arregalou os olhos por um instante, mas logo voltou ao normal com um sorriso de orelha a orelha no rosto.
- Se insiste tanto.
Ele se levantou e me tirou a cueca que ainda estava ali. Fui jogado de joelhos na tampa do vaso e ele levantou uma das minhas pernas já preparando minha entrada para conseguir entrar logo. Depois de um tempo me preparando, quando ele notou que eu já estava alargado o bastante então ouvi o som do zíper de sua calça abrir e suas roupas serem abaixadas. Senti seu pau já duro roçar na minha bunda para logo ser forçado a entrar. Coloquei minhas mãos contra a parede do banheiro para não me desequilibrar com a invasão de Aidan. Ele não esperou muito para começar a se mover foi aí que comecei a atuar, entrei no meu personagem de prostituto, coisa que eu fazia sempre que algum cliente me requisitava, afinal, eu precisava agradar ao cliente.
- Ahh mais fundo, sim! Ahh! – mudei completamente a minha voz, nem dava para dizer que realmente era eu.
- Ora, então pelo jeito estou vendo o Alam interpretando um prostituto mesmo agora é?
- Ahh mestre, me chame de pet, que é o que sou pra ti. – ouvi uma pequena risada vindo de Aidan, ele devia estar muito feliz agora.
- Ok então, meu petzinho.
- Eu sou um pet mal, por favor, me dê uma lição mestre. – gemi depois da maneira que eu sabia que Ainda não iria resistir.
Ele puxou me rosto e me beijou intensamente. Quando ele voltou a me penetrar fortemente escutamos a porta do banheiro se abrir. Olhei de relance para trás e era o capanga que eu tanto queria escapar. Ele ficou surpreso porque estávamos fazendo aquilo sem ao menos fechar a porta, ou seja, qualquer um que entrasse conseguia nos ver. Agora que meu plano da interpretação e disfarce entrava em ação mesmo, pois Aidan iria fazer o serviço que o impus sem ele notar que era para isso mesmo.
- Vaza daqui filho da puta, não vê que estou ocupado dando uma lição no meu pet?! – falou autoritário me puxando para um beijo logo depois.
- Estou procurando um garoto com cabelos escuros, raspados, mas com uma franja grande e cheio de piercings pelo rosto. – disse sem se importar. – Você o viu?
Aidan olhou de canto para mim, pelo jeito ele notou que o homem estava falando sobre mim e eu fiz de tudo para não mostrar que era eu. Vi um sorriso brotar em seu rosto, agora tudo dependia dele.
- Não vi ninguém assim entrar aqui, até porque como pode ver estou ocupado. – e voltou a estocar em mim.
- Deixe-me ver o rosto dele.
- Ora, é um pervertido pelo jeito – riu. – Claro, olhe só e sinta inveja do meu pet delicioso.
Aidan segurou meu braço e meu rosto me virando logo em seguida para o capanga, mas o que eu notei é que ele estava segurando meu rosto de maneira que seus dedos ficavam estrategicamente tapando os buracos dos meus piercings recém tirados. E ele ainda voltou a me estocar. De certa forma fiquei tremendo de medo, pois quem estava na minha frente era ninguém mais que o próprio braço direito de Erick, o cara que ficou guardando a porta para que ninguém entrasse, nem que eu escapasse quando Erick foi me estuprar. Ele apenas havia saído quando o próprio chefe havia chegado e pelo jeito ficou escutando tudo pelo lado de fora. Preciso fingir muito bem meus gemidos, senão ele irá notar.
- Ah mestre! Por favor, não na frente dele.... – disse fazendo a voz mais fina que antes.
- É, realmente não é ele. – disse o capanga para o meu alívio. – Desculpe incomodá-lo. – fez uma reverência e saiu fechando a porta.
Isso, meu plano deu perfeitamente certo de uma maneira que eu não gostei muito, mas era o que eu havia conseguido pensar rapidamente. No fim Aidan acabou me ajudando muito, o que me deixou até mesmo impressionado. Ele puxou meu rosto para perto do seu rosto e sussurrou em minha orelha:
- Se queria fugir do braço direito de um traficante era só ter me pedido, não precisava de toda essa encenação, mesmo que eu realmente adorei isso tudo. – mordeu minha orelha.
- Como se tu fosse me ajudar. Ugh! Como sabe quem ele é?
- Eu sei muita coisa que tu nem ao menos imagina. Como, por exemplo, eu sei que seu pai foi o famoso Sam Ryth, o empresário que perdeu tudo até se afundar em dívidas e morrer deixando todas para sua família.
Arregalei os olhos! Como ele sabia disso e eu não?! Aidan era um informante por acaso? Fiquei chocado demais com a história de meu pai, eu não imaginava que era isso que havia acontecido. Agora a maior parte das coisas fazem sentido. Eu preciso descobrir mais sobre a história da minha família.
- Mas vamos deixar isso para depois, primeiro vamos terminar aqui. – e voltou a me estocar.
Eu estava com uma completa mistura de sentimentos, não sabia o que pensar. Aidan viu que eu não estava muito focado no que ele estava fazendo, então puxou meu rosto e me beijou enquanto acariciava minha ereção. Agora eu estava completamente entregue ao prazer que ele me proporcionava e então logo depois chegamos ao ápice. Aidan gozou dentro de mim, de novo, era uma droga limpar aquilo, aproveitei que estava no banheiro e consegui ao menos me limpar direito. Terminei de me vestir e fiquei um tempo sentando olhando para o chão.
- Agora me diga – levantou meu queixo com a mão. – Porque tu estava sendo procurado por um capanga de Erick, o maior traficante dessa cidade? – seu rosto era sereno, diferente de todas vezes que eu havia visto-o antes, ele pelo jeito estava realmente curioso da minha situação.
- Aidan... Eu preciso que tu me ajude. – falei encarando o chão.
- Eu já não te ajudei? – em vez de fazer aquela cara irritante de “mas eu já fiz isso babaca” dessa vez foi diferente, agora a maneira que ele se interessava pelo assunto me deixava mais confiante de explicar tudo para ele.
- Sim, mas... É diferente agora. Eu não imaginei que ele estivesse atrás de mim, então realmente meu padrasto não confiava em mim sobre voltar.
- E pra que tu precisa voltar para casa a ponto de mandarem um capanga atrás de ti?
- Eu não sei dizer se tu ta apenas sendo um informante ou apenas um curioso. – ri de canto.
- Curioso encaixa melhor.
- Meu padrasto me vendeu como uma puta particular para a festa do Erick hoje a noite. Disse que ele ofereceu uma enorme quantia por mim, e claro que ele iria aceitar, ganancioso como é evita ao máximo gastar comigo e ainda me obrigava a me prostituir senão me venderia para algum bordel qualquer. E não adianta nada eu fugir, ele é amigo de Erick, iria com certeza pedir para ele me procurar e me levar de volta...
- Então é por isso que tu parecia odiar tanto ter que fazer isso.
- Não parecia, eu realmente odiava. Ainda odeio. Eu não tenho nenhum amigo porque quando descobriam esse “trabalho” queriam me usar também. Era melhor eu ficar sozinho mesmo, tu não foi diferente também quando descobriu, mas eu não ia esperar nada diferente, afinal, tu só queria me comer mesmo, desde o começo da faculdade. – ri de canto, Aidan permanecia quieto escutando tudo, era até estranho vê-lo tão sério. – Pelo jeito meu pai morreu quando eu era muito criança, eu nem lembro da aparência dele. Minha mãe se casou de novo e eu achava que aquele demônio realmente era meu pai, mas pelo jeito eu estava enganado todos esses anos. Por isso ele nunca me tratou bem. Minha mãe morreu em meu lugar num acidente de carro quando tentou me proteger. Depois dela ter ido, eu fui obrigado a abandonar a escola e aquele homem... Ele vendeu minha virgindade para Erick como se eu fosse um escravo sexual. Ele continuou me vendendo dizendo que era assim que eu deveria trazer dinheiro para casa, não poderia arranjar um emprego decente senão ele iria me vender a um bordel qualquer para passar minhas vida inteira sendo vendido até ter a sorte de pegar alguma doença e morrer. – algumas lágrimas surgiram nos meus olhos, eu não queria mais tentar ser forte, eu finalmente estava podendo me abrir para alguém. Não era a melhor pessoa do mundo, mas ao menos alguém estava ali me escutando sem dizer nada. De certa forma isso me fez lembrar dos tempos de escola quando Aidan era meu amigo e o único que ficava ao meu lado. – Eu não quero mais isso, eu quero ser livre... Assim como tu é.... – e olhei para ele. Sua expressão era séria, não dava para ver o que ele realmente estaria pensando. – Aidan, por favor, eu te imploro. – fiquei de joelhos e realmente implorei para ele, agora a humilhação não importava, eu precisava da ajuda dele. – Me deixe morar contigo.... Eu te dou tudo o que quiser, meu corpo, minha dignidade, dinheiro, tanto faz, o que tu quiser, mas por favor... Me salve dessa vida sem rumo para eu tentar conseguir muda-la. – e terminei de falar o que eu queria.
Ficamos em silêncio por um tempo, eu nem ao menos olhava para ele, ficava com a cabeça abaixada o tempo inteiro. Meu corpo tremia, eu sentia medo da resposta dele. E se ele recusasse? E se risse da minha cara? Cretino como o Aidan é eu não duvido disso, mas, não sei, hoje ele parece diferente de alguma maneira, eu sinto isso. Fiquei pedindo mentalmente para que ele aceitasse, a ansiedade de uma resposta era enorme nesse momento.
- Claro, eu tenho me sentido sozinho ultimamente mesmo. Pode ficar lá em casa se me ajudar a deixar ela arrumada sempre. Não preciso do teu dinheiro, já tenho o dos meus pais, fique com sua dignidade também, mas seu corpo... Hum com certeza eu vou querer ele. Afinal, tu é uma delícia. – e lambeu os lábios sorrindo.
Levantei a cabeça com lágrimas nos olhos, eu realmente estava feliz, nem me importava de Aidan usar meu corpo, ele podia usar o quanto quisesse, desde que me ajude eu nem me importo mais para isso. Fiquei um tempo sorrindo bobo enquanto escorria lágrimas pelos meus olhos, até que Aidan fez algo que realmente me surpreendeu muito, ele limpou minhas lágrimas com os dedos delicadamente e depois me puxou para um beijo. Fiquei sem saber o que fazer, esse ato de carinho nunca havia sido feito em mim antes.
- Vamos então para casa? – perguntou se levantando e estendendo a mão para me ajudar a me levantar do chão.
- Sim. – sorri.
-------------------------|Enquanto isso|---------------------
- Me desculpe chefe, mas o garoto sumiu da faculdade, não consegui acha-lo em lugar algum.
- Ora, e não é que ele realmente teve a coragem de fugir de mim. Bom, então teremos que adiar a festa, afinal, não quero comemorar sem meu brinquedo favorito perto de mim.
- Quer que eu continue pela busca, chefe Erick?
- Não, não. Pode deixar, não tem como ele fugir por muito tempo de mim. – Erick desligou o celular ainda sorrindo como se estivesse entrado em um jogo extremamente divertido. – Bom, meu brinquedinho acabou fugindo, posso contar contigo para trazê-lo de volta?
- Pode deixar comigo, chefe. – disse um homem enquanto sorria maldosamente. – Não irei decepcioná-lo.
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