História O destino que nos une.... - Capitulo VI

Capítulo VI 

Mikoto soltou com força o ar que prendia. Seus músculos se contraíram, se apoiando no braço do sofá assimilou aquela informação.  

Tentando se acalmar, ela observou o filho com cautela. Seu corpo curvado para a frente, escondia o rosto com uma mão, enquanto a sua perna não parava de balançar. Se aproximou e tocou no ombro dele, percebendo o quão tenso ele estava. 

- S-sasuke, você tem certeza? - Perguntou preocupada. - Você pode ter se enganado, já faz muito tempo... 

- Eu não me enganei mãe! - Respondeu impaciente, tentando não levantar a voz. - Eu a encontrei, eu estava com a Hinata até agora... 

- Mas como pode ela está viva? Por que ela nunca veio atrás de nós e dos meus netos? - Sua cabeça rodava com as informações chocantes que recebia.  

- Ela entrou em coma após dar à luz aos gêmeos, acordando somente um ano depois. Quando ela veio nos procurar, não estávamos aqui. Naquele tempo nós tínhamos ido para Inglaterra. - Ele soltava aquelas informações, em cima da mulher que tentava acompanhar tudo o que era dito a si. -   Hiashi nos enganou, mentiu para todos por todo esse tempo. Ele disse para ela que os nossos filhos estavam mortos, que eu havia a abandonado...  

A frustação e raiva era sentida e nítida no tom de voz do moreno. Os seus sentimentos, estavam confusos. Ele passou as mãos no cabelo nervoso, bagunçando ainda mais os fios negros.  

- Como ele pode? - Tampou a boca com as mãos com os olhos arregalados.  

- Eu não sei e não quero entender. Minha vontade é de matar aquele homem! - Sua voz saiu alta, assustando ainda mais Mikoto. 

- Sasuke se acalme!... 

- Como eu posso me acalmar? Ele tirou tudo de mim! - Apontou para si mesmo. - Meus filhos cresceram sem a mãe! Pensei que a minha mulher estivesse morta por todo esse tempo... 

- Eu te tendo filho. - Falou com a voz chorosa tentando acalmar o seu caçula. - Mas ficar nervoso não vai ajudar! Fugako está com as crianças lá em cima. Elas podem ouvir, então por favor se acalme.  

- Eu não consigo me acalmar, porque tudo o que quero é matar aquele velho maldito! 

- Eu sei...- Soltou um suspiro, pegou a xicara, a levando até os lábios solvendo o chá. - Tente se acalmar um pouco pelas crianças, sim? 

Ele respirou fundo. Se levantou e foi até o armário embutido na parede, retirou o whisky e um copo, após enchê-lo até a metade, virou de uma única vez. O amargor e queimação que o álcool causava, fez com que os seus ânimos se acalmassem.  

Mikoto olhou para aquela cena calada. Ela não gostava que seus filhos bebessem, mas naquela situação, repreender o filho, só o faria ficar mais aborrecido e apenas o álcool o faria se acalmar naquele momento. 

Depois de um tempo em completo silêncio, ela decidiu que tentaria puxar um assunto mais leve. 

- Então...- Começou receosa, recebendo a atenção do filho. - Como está a minha nora?... 

Um sorriso escapou dos lábios dele, fazendo com que um brilho surgisse nos olhos do filho. Não saberia dizer se foi a bebida, mas poderia jurar, que viu as orelhas dele vermelhas.  

- Continua tão linda como a primeira vez que a vi! 

Aquela fala fez o coração dela bater em alegria. O fato de seu filho sorrir daquela maneira, a fazia lembrar da vez em que ele chegou todo coberto de neve. Preocupada correu até o filho, o vendo vermelho com um lindo sorriso no rosto, e antes que pudesse perguntar alguma coisa, sentiu-se ser tirada do chão, sendo girada no ar pelo seu caçula, enquanto anunciava estar namorando com a jovem Hyuga.  

Hinata sempre foi o motivo que fez Sasuke sorrir apaixonado, sempre admirava a forma que ele a olhava, sendo retribuído do mesmo modo ou se não ainda mais pela jovem.  

                             ***

Hinata estava cansada. Após retirar todas as roupas do armário, ela tentava decidir em qual peça, iria para se encontrar com seus filhos. Soltou um suspiro, se jogando em cima da cama, de forma desajeitada, estava muito cansada.  

O dia na floricultura tinha sido exaustivo e ter se encontrado com Sasuke, fez com que seu coração batesse de forma desesperada no peito. A ideia de encontrar e tocar os seus filhos pela primeira vez, fazia com que sorrisos bobos escapassem pelos seus lábios.  

Distraída levou a mão até os lábios, passando os dedos levemente por ele. As lembranças e sensações dos lábios de Sasuke ainda estava muito viva na sua mente, as velhas borboletas ainda continuavam batendo forte na barriga e suas bochechas estavam muito vermelhas. Envergonhada, pegou o travesseiro e abafou o grito de felicidade, enquanto rolava pela cama freneticamente. 

Seu celular começou a tocar. Ao escutar o barulho, ela se aproximou rapidamente do aparelho o pegando nas mãos, o visor mostrou duas ligações perdidas do seu pai.  

O nervosismo e a raiva tomaram conta da morena. Seus olhos encheram de lagrimas ao saber do que seu pai foi capaz de fazer consigo e aqueles que amava. Sempre soube que ele não aprovava seu relacionamento com Sasuke, mas mentir e enganar, a afastando dos seus filhos, lhe tirando a oportunidade de ser mãe, era uma coisa que ela não poderia perdoar.    

                            ***

A luz branca do cômodo incomodava seus olhos. Piscando fortemente sua visão foi voltado ao normal, seus sentidos ainda estavam vagos, com cuidado ela observou o local a sua volta, o quarto completamente branco, ela sentiu um cubo em seus entre seus lábios, algo muito incomodo para si.  

O barulho de algo caindo no chão ecoou pelo quarto e sua cama foi sacudida fortemente. Uma cabeleira castanha tampou sua visão, enquanto apertava seu corpo fortemente, reconheceu ser Neji pelo cheiro e o jeito bruto de carinho.  

Ele a soltou um tempo depois, se afastando, enquanto enfermeiras e médicos entravam no seu quarto. Depois de todos os procedimentos necessários, os aparelhos foram retirados do seu corpo, e uma refeição foi servida para si, enquanto escutava tudo do seu primo, sendo informada que logo todos estariam presentes. 

Sorriu animada, esperando encontrar Sasuke e seus filhos. Mas nem tudo foi como planejado, ao perguntar sobre eles, uma tristeza e raiva foram vistas nos olhos de Neji, seu pai continuava com uma posse imponente sentado na poltrona de frente a si. Refez a pergunta e a resposta do seu pai, a fez entrar em uma crise nervosa, fazendo com que seu quarto fosse preenchido pelos médicos novamente.  

- Meus filhos...- As últimas palavras proferidas por si, algumas lagrimas desceram pelo seu rosto, antes de sentir os seus olhos pesarem e o breu a fazer companhia novamente.  

                           *

Recusando a ligação, desligou o aparelho o jogando para longe de si. Levantou-se da cama e guardou as suas roupas no pequeno closet, não deixando de tirar a roupa escolhida para seu encontro.