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História O fantasma da Ópera- Renascendo das cinzas - Capítulo 12 - História escrita por Nanda-gato123 - Spirit Fanfics e Histórias
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História O fantasma da Ópera- Renascendo das cinzas - Capítulo 12


Escrita por: Nanda-gato123

Notas do Autor


Oiiiie!
Voltei rápido dessa vez.

Muito obrigada pelos comentários e o acompanhamento de vocês.

Também queria afirmar, que eu não desisti da fic. E não vou desistir até eu terminar. Eu amo escrever. E me alegra cada comentário e visualização.

A cada comentário eu pulo igual um coelho, e releio algumas vezes antes de responder.

Mas chaga de papo. Vamos logo para a leitura.

Voa leitura.

É o maravilhoso do Erik agora. E seus sentimentos conflitantes.

Capítulo 13 - Capítulo 12


Fanfic / Fanfiction O fantasma da Ópera- Renascendo das cinzas - Capítulo 12

Erik

"Que seja uma miragem... É bom que seja. Ou essa garota está morta."

Rajadas de energia atravessam meu corpo, me dando a sensação que vou explodir a qualquer momento.

Uma mistura de sentimentos diferentes dominando meu ser.

Sinto as pontas dos dedos tremerem tamanha minha agitação.

Na porta a maldita criatura me encara, o rosto expressando espanto, surpresa e até mesmo curiosidade. Menos medo.

Com a raiva explodindo nas veias reprimo o impulso de esconder meu rosto ou gritar.

Permaneço imóvel. Encarando-a nos olhos. Desafiando-a.

Sinto o coração agitado no peito, tamborilando loucamente. Cada nervo do meu corpo implorando para eu me mexer. Esconder-me.

Mesmo a distância, vejo os olhos verdes brilhando com a luz do fogo.

Tudo parece correr em lentidão extrema. Nos encaramos por vários segundos. A parte doente do meu rosto parece queimar em fogo líquido.

Em meio ao burburinho de emoções e intensidade a garota se move. Dois passos para toda verdadeira tragédia acontecer.

Então os acontecimentos à seguir ocorrem rápidos demais para qualquer um registrar com precisão.

Um grito canino seguido de uma sombra negra se debatendo aos pés da menina.

Por reflexo avanço para frente, tentando inutilidade evitar o pior.

"Tarde demais."

Rosnados ofendidos, um grito de dor, e a sombra negra fugindo em dispara para o fundo da sala.

E mesmo diante da provável desgraça continuo imóvel. Perplexo demais para me mover de imediato.

Durante o "embate" da garota com o cão, ela perdeu o equilíbrio e foi ao chão. Caindo num emaranhado de tecido escuro. Ficando assim sentada na superfície fria.

Com a cabeça baixa e o corpo encolhido ela parece soluçar, ou tremer descontroladamente.

"Não esteja chorando. Por favor..."

Solto a respiração presa, que eu nem notara prender. Meu coração acelerando cada vez mais. A deformidade de meu rosto formigando me tirando parte da concentração.

Me aproximo da criatura, abaixando-me diante dela mesmo tendo plena consciência do meu rosto descoberto.

Consciência que ela poderá se assustar terrívelmente. Fugir de tanto horror e desprezo.

Com cuidado toco em seu ombro, e não obtenho nenhuma reação imediata, apenas um estremecimento.

Fico sem saber o que fazer. Meu rosto descoberto sendo o maior desconforto de todos.

Então em questão de segundos sou poupado de ter que quebrar o silêncio, pois ela mesma o faz.

_Ele me mordeu. _Murmura com a voz irritantemente arrastada.

Sem pedir por uma permissão pego-lhe o tornozelo "atacado".

Verifico o ferimento, que não me parece nada grave. Apenas uma mordida leve.

Levanto o rosto, afim de informar a situação banal do ferimento, mas... Fico estático ao encarar os olhos de esmeralda.

Estando a menos de um metro dela, duvido que qualquer rasura da cicatriz esteja oculta. E mesmo assim permaneço imóvel.

Antes do que aconteceu com Christine. Antes do incidente em que ela viu meu rosto, eu tinha esperança que ela não se assustaria, qua não me temesse pela deformidade de minha face.

"Me enganei."

Engulo em seco, observando cada expressão e sentimento no rosto da garota. E sem que eu possa reprimir, espero por uma reação de aversão.

"Ela vai correr apavorada!"

Em silêncio ela me observa. Os olhos passeando por minha face como se eu fosse uma exibição de circo.

Se passa um minuto de silêncio. Meu corpo começa a reagir a toda ansiedade e agitação em forma de tremores. Sinto como se a qualquer momento eu fosse me reduzir em cinzas.

"Se afasta dela idiota."

Me preparo para me levantar, mas a garota age mais rápido, afastando com cuidado minha mão de seu tornozelo.

Antes que eu possa associar o movimento como repulsa, ela sorri. Um sorriso fraco e trêmulo.

"Está assustada!"

_O... Cachorro. _sussurra baixinho.

"Assustada com o cão."

Me lembro do cachorro, que até onde eu me lembre ainda está por aqui.

Verifico em volta, encontrando-o em um canto. Sentado com o focinho levantado.

O cão me encara, os olhos negros brilhando como se me pedisse permissão para atacar a garota.

_Rückzug. _Ordeno em alemão.

O cão rosna, olhando fixamente para a menina. Com alguns passos hesitantes ele começa a acatar a ordem, sumindo de vista em instantes.

Suspiro cansado, e sinto como se o ar ficasse mais leve. Um alívio que não sei ao certo o motivo.

_Ele me odeia. _Diz ela de modo veemente.

_Quem? _Indago, mesmo já imaginando a resposta.

_Aquele monstro, nunca vi um cão tão... Horrível. _Responde de forma atropelada. As palavras escapando-lhe numa enxurrada bagunçada.

_E a donzela inocente acha que o cão é o monstro. _Digo sem pensar.

Meu coração já acelerado, erra uma batida. E o pior, não sei por que estou tendo tal reação.

"Pense direito Erik... Não assuste a garota."

_Tá queimando, doí muito. _Choraminga a garota, ignorando totalmente meu comentário anterior.

"Criaturinha insolente."

Aproveitando da distração, me levanto, caminhando até onde sei que está minha máscara.

Todos meus movimentos sendo seguidos pelo olhar atento da menina. Que me observa atentamente.

Em segundos pego minha máscara de cima do órgão. E de costas para a garota coloco-a em seu devido lugar.

E ao sentir a superfície gelada da máscara contra minha pele, é como se toda a ansiedade e agitação se dissolvessem no ar. Transformando-me novamente no "Fantasma da Ópera". Em um ser desprovido de sentimentos.

Já estando com parte da minha faculdade mental , viro-me, encarando a menina ainda no chão.

Estamos a menos de dois metros de distância. Mas parece que estamos a centímetros um do outro.

Ela me avalia com expressão curiosa, e meio acanhada, como se realmente eu à assustasse.

_Por quê veio? _Indago de modo frio e indiferente. Tento a todo custo parecer inexpressivo.

Ela não me responde. Agora estando com a cabeça baixa, concentrada no ferimento do tornozelo.

"O que fiz para merecer isso?"

Me aproximo novamente, mas desta vez com a máscara protegendo minha deformidade.

Me abaixo diante dela, do mesmo modo que fiz há minutos atrás. Mas desta vez sem toda a agitação, e o clima pesado de outrora.

Sigo quase os mesmos movimentos de antes, segurando o pé pequeno nas mãos. Observo o calçado surrado e provalvemente maior que o pé "calçante".

A ferida foi exatamente por cima da borda da botina de neve.

_Não é grave. _Informo calmamente. _Ele só te atacou por que pisou na pata dele.

_Quê? _Indaga indignada.

_Ele só...

_Eu vi. Nos olhos dele. _Declara do mesmo modo que uma bruxa recitaria um feitiço.

_Viu o quê? _Pergunto usando a distração criada por ela, para cuidar do ferimento.

Se faz silêncio enquanto saco um lenço branco do bolso do casaco. Coloco o tecido macio sobre a ferida, o que faz com que a garota se sobressalte e murmure algo incoerente.

_O cachorro me odeia. _Sussurra baixinho.

Permaneço em silêncio enquanto trato da ferida o mais rápido possível. E não demora-se cinco minutos para que a marca de dentes seja limpa, desenfectada e atada com gaze.

Durante todo o processo a menina permanece em silêncio, me observando, como eu fosse tão interessante como os laços horrorosos que tanto chamam a atenção da população feminina.

Com tudo pronto, me levanto de modo desajeitado. Ficar tanto tempo na mesma posição parece ter perfurado cada músculo do meu corpo com um prego.

Alongo o corpo tentando acordar os músculos adormecidos. O que funciona em parte.

Um minuto depois me dedico à ajudar a menina se levantar, sem que eu precise pegá-la no colo. O que seria de extremo constrangimento.

_Tudo bem? _Pergunto com a voz calma, enquanto ajudo-a à se sentar no asento diante do órgão.

_Sim. Só tá ardendo um pouquinho. _Murmura baixinho, me encarando, com a cabeça levemente inclinada.

Se passam alguns segundos, então decido ir direto ao ponto.

_Por que veio? _Indago me afastando alguns passos.

Já estando à alguns passos de distância, espero pacientemente _Não tanto. _ por sua resposta.

_Então... Raul pretende fazer uma... _Suspira. E perece pensar em cada palavra dita. _Retirada.

"Retirada?"

Por algum motivo minha mente não consegue raciocinar. Retirada? De que?

Diante do silêncio a pequena mulher parece entender minha confusão, pois continua como se não tivesse parado.

_Ele vai cortar gastos... Mudar para o campo.

Fico estático, assimilando a informação. E ignoro qualquer reação do meu corpo. Desde o desespero crescente à vontade de surtar.

_Como assim... Mudar? _Indago com a voz cortante e mais medonha do que o pretendido.

A garota se encolhe, remexendo-se desconfortável sobre o assento.

_Tá bravo? _Indaga inclinando-se para frente, como se para me avaliar.

Encaro-a incrédulo. Não acreditando na audácia dessa criatura insuportável.

"Furioso! Irado! Mortalmente irritado!"

_Não. _Minto enquanto encaro as chamas dançantes do fogo da lareira.

_Como vai ser? O plano vai continuar? _Pergunta hesitante.

_Onde é essa propriedade? Qual o nome dela? _Indago com autoridade, ignorando totalmente sua pergunta.

Ela bufa. Parecendo extremamente irritada.

_É uma cidade rural. Não tem muitos habitantes. E é um pouco longe. Um dia e meio de viagem... _Diz um pouco bruscamente, mas lhe interrompo antes de continuar.

_Não foi isso que perguntei. Onde é a propriedade? _Indago encarando-a atentamente.

Subitamente ela se levanta, quase cambaleiando para frente por conta do tornozelo. Com o equilíbrio recuperado, ela dá um passo incerto, ficando mais próxima de mim.

_Eu sabia que você não facilitaria nada... Fica quieto que eu explico.

Mesmo à contra gosto, permaneço em silêncio, observando o semblante vitorioso da garota.

_Raul está completamente falido, como já sabemos. E para "nossa" completa surpresa, ele decidiu demostrar não ser um completo idiota._Respira fundo, juntando as mãos diante do corpo. _Ele está cortando gastos. E se mudar para uma propriedade rural tem esse benefício, entre outros. E Whitefox é perfeita.

"Whitefox?"

A garota respira fundo, colocando uma das mãos espalmada na bochecha direita. Um comportamento que já notei em outras ocasiões.

_Mas Whitefox tem uma grande probabilidade de ter se reduzido a cinzas e pó. _Murmura baixinho, como se fosse para si mesma que explicasse.

_Infelizmente ainda tem vários modos de reerguer esta tal propriedade. _Digo calmamente, enquanto penso em um modo de impedir que isso aconteça.

_Reerguer Whitefox? _Pergunta confusa. Encarando-me como se eu fosse louco. O que não está muito longe da verdade.

Observo atentamente sua expressão, que passa de confusão para entendimento.

Não escondendo que sei exatamente em qual conclusão ela chegou, dou de ombros, e sorrio provocativo.

E para meu desgosto a garota sorri de volta.

_Não sei como não imaginei, que você saberia sobre todas as propriedades pertencentes de Raul.

_Sei de algumas coisas. _Informo misterioso.

Descobri tudo que me foi possível saber sobre as propriedades que o moleque miserável possuí. Já imaginava desde sempre que ele poderia ter certos problemas financeiros.

"Mas tudo não passava da ponta do iceberg."

Observo a expressão da garota, que parece a beira das gargalhadas.

_E você também sabe de algo. _Digo esperando que sejam notícias melhores que as anteriores.

_Como você já deve saber, Whitefox está vinculada ao título de Visconde que Raul possuí. Sendo assim. É impossível vendê-la _Informa calmamente.

Já sabendo onde ela quer chegar não reprimo um sorriso de psicopata.

_Sendo assim, o moleque idiota vai vender todas as propriedades não vinculadas. Certo?

_Exatamente. _Afirma com a voz um pouco aguda.

Estranhamente a garota parece animada. Ou talvez seja impressão minha.

_Você vai ser levada junto?

_Sim. Sou dama de companhia da Sra. Christiane. Sou obrigada a segui-la para onde for.

Tudo fica em silêncio enquanto penso no que fazer.

Preciso agir com extremo cuidado, não posso deixar tudo se perder pelos ares. Estou há muito tempo esperando por isso.

_Tenho uma propriedade próxima a Whitefox. _Informo em voz alta, mais para mim mesmo do que para ela.

O silêncio reina, enquanto minha cabeça gira de tantos pensamentos.

_Raul estipulou a data da viagem? Meses? Semanas? Dias? _Pergunto calmamente, tentando esconder a ansiedade e a agitação que sinto.

Com um leve inclinar de cabeça a garota parece pensar. E em meio à distração ela perde o equilíbrio, quase caindo para trás. Mas recuperando a postura a tempo.

_É melhor se sentar. _Aconselho enquanto me aproximo um passo.

Acatando o conselho, ela se vira, dando um "saltinho" com um único pé, até o assento. E logo se sentando de forma desajeitada.

Depois de vê-lá recuperar o fôlego, me afasto, ficando diante da lareira com chamas furiosas.

_O Visconde não chegou a estipular uma data. Mas não acho que vá demorar mais que duas semanas. _Informa de forma calma.

Desvio o olhar do fogo, para encarar a criatura pequena e falante diante do órgão.

_Por que acha que não vai passar de duas semanas? _Indago com a voz calma.

Por algum motivo já não estou tão irritado. O que não significa que eu esteja menos agitado e mais calmo.

_O Visconde está muito desesperado. Se chegar a passar três dias, já é uma surpresa.

_Por que acha que ele está tão desesperado? _Indago ainda usando do tom calmo.

Ela permanece em silêncio. E com toda paciência que me resta aguardo até que ela fale novamente. O que não demora muito.

_Ele está. Se não tivesse não ia querer sumir assim tão rápido. A mansão atual, gasta duas vezes mais que uma propriedade rural. _Explica de forma direta, como se fosse perita no assunto.

"A única escolha prudente do que ele fez a vida toda."

_É só isso ou tem outra informação que ainda não me disse? _Indago virando-me em sua direção.

_Acho que é só. _Diz colocando a mão no queixo pensativa. _Deixa-me ver. Já contei sobre a mudança. E você já sabe da situação financeira de Raul. Christiane está bem. É só isso mesmo.

Seguro-me para não bufar ou implicar com ela como se fôssemos crianças.

Suspiro exasperado. Confesso que o "assunto" realmente se mostrou ter grande importância. Mas algo, bem lá no fundo do meu ser parece querer me avisar de algo.

Como quando se passa por uma ponte, que você sabe que vai desmoronar após passá-la. Mas ainda assim atravessa. Mesmo sendo um caminho sem volta.

"Ela viu meu rosto. Cada centímetro dele."

Quando acho que estou a beira de sair correndo desesperado, a criatura se pronuncia. Quebrando o silêncio incômodo.

_Você toca né? _Pergunta mesmo que evidentemente já saiba a resposta.

_Sim. _Digo encarando-a indiferente.

_Você tava tocando... Pouco antes de eu aparecer. _Explica com a voz baixa e... Culpada?

_Estava treinando. _Informo de modo brusco. _Já que não tem mais nada a dizer, acho que já pode ir.

_Não sei se consigo andar direito. _Diz como se tivesse um ferimento a bala, e não um arranhão insignificante.

"Okay... Um pouco significativo."

Com passos decididos caminho até onde sei que está minha capa, voltando em segundos até onde estava antes.

_Eu vou com você. _Digo colocando a capa sobre os ombros.

Com a capa já vestida, me aproximo da garota, ansiando para que a noite chegue logo ao fim.

Mas antes que eu chegue perto dela, esta se levanta abruptadamente, e quase caindo como da outra vez.

_Não vou ser carregada! _Exclama de modo ofendido.

_Não vou carrega-la, só irei servir de apoio. _Informo usando um leve tom de desdém.

Em segundos o rosto delicado e alvo, se colore com um alegre tom de rosa. E mesmo com evidente constrangimento ela não desvia o olhar.

Sem pronunciar sequer uma palavra, me aproximo dela. E tento pensar na melhor posição para servir de apoio, sem constrangimento.

_Segure no meu braço. _Estendo o braço em questão para ela. _Pode apoiar o peso que precisar.

Com uma expressão pensativa ela aceita o braço, mas hesita em usar-me como apoio.

_E se eu te desestabilizar seu equilíbrio. E eu derrubar nós dois?_Pergunta preocupada. Como se realmente tivesse a mínima chance disso acontecer.

_Não vou perder o equilíbrio. _Talvez o mental. _Sou duas vezes maior que você.

Diante de minha afirmação uma careta se forma em sua face. Mas mesmo com um olhar irritado, obedece, apoiando-se verdadeiramente em mim.

Com extremo cuidado começamos a caminhar. E mesmo que seja mais doloroso apoiar no tornozelo ferido, a "criatura" o faz. Evitando o excesso de contato.

_Se continuar a se apoiar tanto no tornozelo ferido, Vai piorar._Digo de forma calma. E quase me sinto amigável.

Ela aceita o "conselho". E permanece em silêncio por vários minutos.

Até estarmos no lado de fora da casa. A neve nos saudando com sua beleza fria.

_Acho... Que torci o tornozelo. _Murmura baixinho, com a voz arrastada.

Pondero a suposição, que talvez seja coerente, mais provável que ela tenha torcido o tornozelo. O ataque do cão não foi tão bruto ao ponto de ferir algum nervo ou músculo.

_Então foi uma pequena contusão, se fosse mais grave a dor teria sido no mínimo... Intensa. _Digo enquanto me ocupo de abrir o portão.

Com o portão já aberto olho para trás, onde a menos de um metro o corpo pequeno treme. Ela me encara.

E inexplicávelmente sinto como se já nos conhecemos há anos, e não há poucas semanas.

Caminho até ela, estendendo o braço como da outra vez. Mas dessa vez não me sinto tão incomodado em ser tocado. E assim voltamos a caminhar.

"O lobo ajudando a presa indefesa."

[...]

[...]

"Horríveis, e tão disformes como as chamas de uma dragão."

Encaro meu próprio reflexo no espelho. O qual poderia muito bem estar em um choro devastador perante minha face.

Não sei por que sinto necessidade de me visualizar. Olhar a mim mesmo, no reflexo do espelho, mesmo já sabendo o que verei.

Parece que quanto mais vejo as deformidades de meu rosto, mais terríveis essas se tornam.

Talvez se meus olhos não fossem tão negros minha aparência seria um pouco menos... Macabra.

Observo-me atentamente.

A pele pálida como se uma forte doença tivesse me tomado recentemente, e falta de suavidade na linha do maxilar, a maçã levemente saliente. Tudo me deixa mais parecido com um fantasma, ou um pirata pálido. Um vilão.

Até mesmo minha boca é estranha, como se eu fosse um vampiro, e estivesse acabado de atacar o pescoço de uma pobre donzela.

Balanço a cabeça me sentindo perturbado, com meus pensamentos paralelos.

Ainda encarando-me no espelho, me lembro de todos os últimos acontecimentos. E dos novos obstáculos em meu plano.

A mudança repentina não será de grande ajuda.

A única vantagem é que já possuo uma propriedade em Fleuries, ou mais especificamente na mesma cidade que a propriedade pertencente a Raul reside.

Tenho propriedades espalhadas por locais estratégicos, de forma que não importa para onde Raul se mude, me terá como vizinho.

Na época quase me arrependi por ter gastado tanto com casas e propriedades sem ter certeza se um dia serviriam de algo.

Agora pelo menos uma delas me servirá de alguma coisa.

Quando tudo isso realmente chegar ao fim, vou vende-las, e residir em uma única casa. A casa que também será da minha musa.

Respiro fundo, encarando novamente o homem no espelho, que curiosamente sorri feito um idiota.

E assim como o reflexo não me importo de parecer e ser um idiota, se assim poder ter minha dama. Tê-la em meus braços. Para sempre.

Enquanto sonho acordado, sinto um suave toque em minha mão. Gelado e e quente ao mesmo tempo.

Abaixo a cabeça para visualizar do que se trata, mesmo já sabendo que serei encarado por um cachorro.

Duas esferas brilhantes e negras me fitam. O focinho gelado, e o hálito quente envolvendo minha mão.

Ao perceber minha atenção, a língua rosa é projetada para fora, acariciando minha pele com alegria e entusiasmo. Após seu breve cumprimento, ele se senta, apoiando o queixo em minha coxa.

_Você assustou ela de novo. _Murmuro para o cão. E mesmo que eu me sinta cada vez mais tolo toda vez que dirijo palavra ao bicho, continuo com o hábito.

Bem que... Se ela não tivesse sido atacada pelo cachorro, sua atenção estaria completamente sobre a deformidade do meu rosto.

"Maldição! Ela me viu sem máscara."

"Viu meu rosto."

Não acredito que isso aconteceu, parece um sonho. Mais especificamente um pesadelo terrível.

"A não ser por seu comportamento."

Ela não gritou, nem correu, não houve um único comportamento de repulsa.

Sem que eu possa conter, meu coração dispara, totalmente alheio as minhas contradições. Odeio o entusiasmo que sinto. Odeio a falta de medo da garota. E me odeio ainda mais por ser afetado por isso.

Mas é impossível reprimir a importância do fato. Fora alguns casos raros, ela é uma das únicas pessoas que não me temeu, que não teve repulsa.

Sou tomado por diversas emoções. Um turbilhão delas. A maioria perigosas demais para serem estudadas mais à fundo.

Encarando-me uma última vez no espelho me levanto. Sinto-me desesperado por uma caminhada na neve.

Com o cão em meu encalço procuro por minha capa. Todo meu corpo nessecitando da frieza do tapete de flocos do lado de fora da casa.

E desejo com toda minha força que a neve congele cada molécula de sentimento que eu possuo.

"Um coração congelado não pode ser queimado por sentimentos."


Notas Finais


E ai? O que acharam?

O Erik é muito intenso. E está confuso com seus sentimentos. Então ele é mais difícil de fazer.

Aliás, o proximo cap já está chegando.
Estou na metade dele.
Vou tentar ao máximo adiantar a fic.

Bjs meus amores. E aceito os comentarios maravilhosos de vocês. E de bom grado.

Obs: Estou saltitante de alegria por ter terminado. Bjs


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