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História O fantasma da Ópera- Renascendo das cinzas - Capítulo 22 - História escrita por Nanda-gato123 - Spirit Fanfics e Histórias
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História O fantasma da Ópera- Renascendo das cinzas - Capítulo 22


Escrita por: Nanda-gato123

Notas do Autor


Oiiie.
Olha quem apareceu.
Gente, eu não revisei esse capítulo por pressa de publicar.
Nem tinha notado que faz quase 2 anos que não apareço.

Sem enrolação, fiquem com o cap.
É o Érik
E tá um cap enorme

Capítulo 23 - Capítulo 22


"Todo prisioneiro sempre encontra sua estrela."

E Érik começava  a entender que até o mais terrível dos monstros precisavam de uma estrela para anima-lo a cada dia.
Com o cenho franzido encarava o homem aterrador à sua frente. Que pela primeira vez não parecia nada assustador.

Não com um filhote de Gato miúdo em suas mãos.

Lúcio foi uma das pessoas que passou pela vida de Érik e não o temia. Um homem que era julgado pelo seu passado e pela aparência assim como ele.

Érik o conhecerá à menos de 1 ano, quando o encontrou já na casa quando à comprará.  Era apenas um andarilho que estava vivendo nos estábulos. Bêbado, mal humorado e totalmente revoltado com a vida.

Mas um monstro sempre entenderá o outro. E mesmo com o jeito grosseiro e palavreados de baixo calão era um homem leal e direito. Pelo menos o quanto a dor lhe permitia.

_Porque está com um gato? _Indaga mergulhado em confusão.
Quando fora procurar por Lúcio, pretenderá achar um pouco de normalidade ao encarar a carranca mal humorada. Algo com que já estivesse acostumado.

Nada de garotas ruivas.
Nada de armas e lobos.
Nada de beijos estonteantes.

Mas pelo jeito o mundo estava de cabeça para baixo.

_Gata. É uma fêmea  _Diz o homem de forma ignorante, mas acariciando o gato malhado como se fosse um bebê.

_Não me importo o que seja, mas desde quando você é admirador de gatos? _pergunta lhe encarando com severidade.

_Desde que encontrei essa coisinha fofa. _Diz o outro homem levando o gato diante do rosto, e começando a falar com o gato. _Não é minha Princesa? Você não é a donzela mais linda da França?

_Miauu. _Responde o animal como se tivesse concordando. Claramente gostava da atenção.

_Estou cercado de idiotas, não é possível. _Murmura levando a mão à nuca e massageando os músculos tensos.

As últimas horas tinham sido corridas e cheias de acontecimentos exaustivos. Uma mistura de sentimentos e exaustão física.
E quando acreditava que as coisas melhorariam, elas pioram drasticamente.

_Ah, qual o problema. Você tem seu cachorro vira-lata, e eu não posso ter essa princesinha? _Diz ainda brincando com o animal.

"O universo deve ter virado de ponta cabeça."

Respirando fundo O mascarado encara o homem mais uma vez, em seguida desistindo de entender e caminhando pelo mesmo caminho que veio. Era informação demais para processar.

Enquanto volta pelo caminho, escuta a porta da casa do caseiro de fechar, e passos vir logo à trás de si. Pelo jeito não teria paz.

_Normalmente sou eu que estou de mal humor. O que te aconteceu? _Pergunta Lúcio parecendo mais alegre que o normal.
O gato estava realmente lhe fazendo bem.

"Não vai se llivrar dele tão facil."

_Apareça cedo no meu escritório e conversamos. Tudo bem? _Diz tentando parecer calmo. Não estava bem para responder perguntas agora.

Estava angustiado, frustrado, irritado. E completamente atordoado.
Foi uma má ideia procurar pelo homem aquela hora da noite, seria melhor ver tudo pela manhã, quando estivesse mais calmo para ver os acontecimentos com um olhar cômico e não fatalista.

"Estava irritado demais para achar graça em algo."

_Então porque veio essa hora? _indagou outro homem. Parecendo finalmente de mau humor.

_Achei que seria uma pessoa sensata que encontraria, mas claramente o gato comeu qualquer resto de cérebro que possuía. _Diz olhando uma última vez para o homem, demonstrando um olhar de desdém para reforçar o que disse.

Voltando à caminhar Érik escuta algumas palavras de baixo calão antes do homem se afastar, com um miado circulando o ar como uma despedida.

Quando estivesse mais calmo ficaria feliz por Lúcio arrumar uma companhia, independente de ser um felino.
Por hora apenas tentaria tomar as rédeas de tudo.

Tomar as rédeas do próprio corpo e desejos parecia a ideia mais sensata e a ser tomada imediatamente.

Iria cavalgar.

O frio e o esforço colocaria a mente e o corpo no rumo devido.

Decidido finalmente do que faria, Érik segue até o estábulo à procura de um cavalo descansado e enérgico para montar. Não estava tão frio ao ponto de incomodar o animal.
Mas frio o bastante para ele.

"Seus pensamentos voltariam a ser de Christine. E deixariam de rodear por cabelos ruivos e corpos pequenos."

[...]

[...]

"Corpo exausto e mente sob controle. "

Estava morto de canseira.

Mais do que esteve em muito, muito tempo. Quase como se toda a canseira da semana tivesse caído sobre seus ombros como pedras.

Cansado e com o corpo dormente pelo frio e a exaustão, Érik se "arrasta" até seu escritório, ainda não considerava seguro dormir. Poderia ser atacado por sonhos novamente, e ser lembrado dos desejos do próprio corpo não era uma opção.

E logo que se vê no local que fazia tempo que não entrava _quase nunca ia na propriedade, quem dirá o escritório. _ se sente mais confortável. Quase como se o local que ficou fechado por meses lhe lembra-se dos calabouços da ópera. O primeiro lugar que foi seu lar.

Mas mesmo fechado por tanto tempo o cômodo estava limpo e arejado. Provavelmente de tempos em tempos era limpado por alguém contratado por Lúcio.

Sorri ao pensar que o velho arrogante ainda mantivesse a casa toda habitável, mesmo  fazendo meses que não pisava ali.
O homem era realmente competente.

Feliz pelo lugar estar organizado, Érik se encaminha para a escrivaninha mais ao fundo do cômodo. Sobre o móvel já havia alguns documentos que tinha pedido para separar. Sobre a propriedade, e finanças principalmente.

Nos últimos 2 anos conseguirá mudar suas finanças drasticamente, formando uma fortuna considerável. Extremamente considerável.

Era quase irônico que Raoul estivesse à beira da pobreza, enquanto "O Fantasma da ópera" estivesse com riqueza acumulada. Que além de uma foturna, tivesse um título falso e à muito esquecido.
Que poucos se lembraria.

Sentindo-se mais calmo e entorpecido pelo cansaço, se senta calmamente para averiguar os documentos de seu legado.
Folha por folha.

A cada linha que se passava, se sentia mais realizado de ver os números crescendo. O nome de seus legados e ações.
Assim como manipulava as teclas de um piano para criar melodias e música, fazia com os números em cada ação que possuía.

Lentamente o tempo foi se indo diante de Érik, não saberia se passou minutos ou horas. Para ele criar melhorias e averiguar novas opções de investimento era como criar música. Ver as notas se firmando diante de si, o tempo passando e lhe enviando para outro mundo. Assim como o mundo da música.

Perdido entre a canseira e as finanças, ele não saberia quando que a exaustão começou lhe dominar.

Apenas sentiu a escuridão lhe envolver.

"Descansaria apenas por alguns minutos."

[...]

[...]

"Tão leve quanto o toque de uma borboleta."

Perdido entre o sono e um leve despertar Érik sentiu um toque leve no rosto. Gentil e suave.
Quase achou que estava sonhando novamente, mas desta vez a sensação era "real" demais.

O toque era quente e delicado, e quase contemplativo a passar levemente por seu rosto.
Depois o toque pareceu desaparecer por segundos, reaparecendo levemente levemente na pele sensível dos lábios.

Alguém estava lhe tocando.

Despertando de súbito, por puro reflexo segura o objeto _no caso uma mão pequena e feminina. _que lhe causava tal carícia tão perto de sua máscara. Como se seu corpo se lembrasse de quando Christine retirou sua máscara sem permissão.

"Fora horrível e tempestuoso."

Com os olhos bem abertos, foca em olhos verdes sobre um rosto sardento. E mesmo que fosse cego, já sabia quem era na hora que agarrou em punho a pequena mão.

Se encararam por segundos intermináveis, enquanto a mente dele trabalhava à todo vapor registrando o mais ínfimos detalhes.

Tinha dormido na mesa do escritório, com os braços apoiados em cima do tampo, e o rosto sobre eles. Claramente já fazia um tempo que dormia nesta posição, já que o sol entrava a todo vapor pelas janelas do ambiente, deixando tudo claro e visível.

"Um momento perfeito para ver todas suas imperfeições."

Pelo que parece também, a garota inxerida tinha se posto de pé ao seu lado enquanto dormia, e aproveitou para bisbilhotar por seu rosto. Tocando-o daquela forma delicada e perturbadora.

Respirando fundo e ainda segurando-a pelo punho, endireita sua postura e tenta parecer o mais impassível e furioso possível. Não atordoado e perdido como realmente estáva.

_O que faz aqui? _Indaga com uma voz que faria homens maiores correr.

Os olhos verdes arregalam de leve, mas ao contrário de medo, vê vergonha e constrangimento, e um forte rubor tomar conta da face dela.
Parecia uma criança pega no flaga.

_E-eu... Eu  tinha dito que viria hoje de manhã... _Diz abaixando o olhar _Lembra?

Lembrava... Assim como lembrava da partida extravagante dela. De que ela lhe salvará.
E pior de tudo, lembrava do beijo que trocaram algumas horas antes.

Só não entendia porque estava tocando-o.

_Lembro sim. Mas você estava... Por quê? _Indaga rudemente.
O atordoamento sendo trocado por raiva.
A ideia que ela iria tirar a mascara pairando em sua mente.

Se demora vários segundos e nada da menina responder, apenas lhe encarando com os olhos arregalados.

Irritado Érik solta a mão pequena e se levanta com uma calma forçada. Precisava manter certa distância, não conseguia pensar direito com ela tão perto.

_Não importa. Tenho alguns assuntos a tratar com você. _Diz de forma neutra e direta.
Dito isso se levanta, e caminha em círculos  lentos pelo escritório.
Um costume que já tinha há séculos.

_Eu não ia tirar a máscara. _murmura ainda de cabeça baixa. E o fato de que ela percebeu o que lhe afligia pareceu-lhe assustador.

"Era mais observadora do que parecia."

_Por quê? _Repete a mesma pergunta que fizera inicialmente.

E dessa vez a garota parece ter intenção de responder. Levantando o rosto lhe encara firmemente, mesmo com um rubor tomando-lhe a face.

_N-nunca tinha te visto claramente... Sempre que te encontro está escuro. _faz breve pausa para respirar fundo. _Eu não ia tirar a máscara, eu sei que você não ia gostar, porque eu iria fazer?

Um alívio estranho toma conta do corpo de Érik. Como se saber que ela não faria algo assim, fosse quase um presente divino.
Saber que tinha alguém diferente...

"Christine o fizera, porque ela não faria?"

Vários porquês surgiram em sua mente, mas mesmo assim acreditava nela. Não era difícil saber quando mentia, sendo ela tão transparente quanto um livro aberto.

Respirando fundo Érik encara a criatura pequena diante de si.
Assim como no dia anterior, estava com roupas masculinas e os cabelos ruivos amarrados numa trança já desfazendo, e o rosto vermelho pelo constrangimento recente.
Érik jamais confessaria, mas era uma visão tentadora e bela.

_Está bravo? _Indaga lhe encarando hesitante.
Como sempre, não havia medo em seu olhar. Talvez receio, mas não o sentimento que ele realmente conhecia.

_Não. Não estou bravo. _Estava confuso, perplexo, e até um pouco assustado. Mas acima de tudo, estava sim irritado. Muito na verdade, principalmente de como ela conseguia surpreende-lo. Mas não diria isso à ela.

_Ah... _Diz simplesmente.

O silêncio reina por mais alguns minutos, enquanto ambos permanecem em silêncio. O mascarado no meio do cômodo e a garota ainda do lado da escrivaninha. Como se tivessem parado no tempo.

Percebendo que não estava levando a situação como gostaria, Érik decide tomar novamente as rédeas como sempre fazia. Não gostava de quando algum fato tomasse o controle de si mesmo e dos acontecimentos.

Respirando fundo para ordenar os próprios pensamentos, ele caminha confiante até o local onde estava inicialmente. Onde agora havia uma uma projeto de ser humano, vestindo roupas masculinas.

_Bem... Acho que tenho alguns assuntos a tratar com você sobre ontem. _Diz parando de frente para ela.
Um arrepio pouco conveniente desce por sua coluna ao estar tão perto, seu corpo traidor lhe lembrando de como foi estar colado à ela. As lembranças lhe assaltando sem dó.

Ambos se veem presos no olhar do outro. As bochechas salpicadas de sardas da garota, ganhando um tom a mais de rosa a cada segundo que passam se encarando.
Não era o único se lembrando do que acontecerá.

_A-achei que n-não não tocaria mais no assunto... _Diz gaguejando, o rosto todo corado.

Érik sente um certo aperto na boca do estômago, não saberia se pelo susto de ela achar que estava tocando no assunto, ou pela ansiedade de lembrar disso novamente.
O maldito _e maravilhoso. _beijo não lhe saia da mente.

Era quase impossível esquecer um momento tão visceral de desejo. Um dos únicos momentos em que seu corpo realmente cobrou o que queria.
E quase parecia que a garota tinha refletido os mesmos anseios.

_Eu não estava me referindo à isso. Estou me referindo as perguntas que fiz antes. _explica tentando não parecer acanhado ou constrangido.
Mas não precisava ter se preocupado, já que no momento em que a pequena mulher entende que fora ela quem tocará no assunto, seu rosto se torna dez vezes mais rubro.

_Vo-você quer dizer... Ah! _leva as duas mãos contra o rosto, dando alguns passos para longe de Érik. _Eu sinto muito! Não deveria ter tocado no assunto!

O constrangimento roda no ar, enquanto o mascarado encara a garota quase se desintegrar de vergonha, com as duas mãos ainda contra o rosto.

O homem quase poderia rir de saber que não era o único à ser atormentado pelo acontecimento. Mas tinha certeza que fora quem levará o pior.

_Não precisa disso. _Diz se aproximando dela e levando as mãos aos pulso delicados, com a intenção de faze-la retirar as mãos de frente do rosto. _Sei que foi sem querer, tá tudo bem.

Tirando lentamente as mão da frente do rosto a menina lhe encara firmemente, os olhos brilhando de contraste com o rosto vermelho.

_Foi muita burrice da minha parte, achar que isso seria fácil de esquecer. _Declara com a voz num fio, e quase não fora ouvida.

Mas ele ouviu.

Sentido o coração disparar como um animal em fuga, concorda lentamente com um leve balanço de cabeça, ainda segurando-a pelos pulsos.

_Infelizmente... Tenho que concordar. _Murmura de volta, ainda preso nos olhos verdes. Não gostando de como suas barreiras ruiam diante dela.

Era diferente de como fora com Christine. Onde o controle sempre estava com ele, e sua musa simplesmente o cativava com sua voz e docilidade. Já aquela criatura minúscula diante de si, não lhe pedia permissão para ruir todas as paredes que criará para se proteger. Simplesmente tropeçava e tudo ia ao chão.

Suspirando ele se vê encarando os lábios rosados, todo seu corpo lutando mais uma vez contra ele. Queria beija-la mais uma vez. Queria sentir a maciez feminina...

E ao mesmo tempo queria correr para bem longe e não se sentir tão vulnerável.
Estavam perto um do outro. Podia sentir a respiração dela, assim como a pulsação acelerada no pulso que segurava.

"Estará ela com medo?"

_E-eu acho que temos que chegar a um acordo... _Diz a garota com a voz trêmula.

Érik concordava plenamente. Precisavam chegar à um acordo de distância máxima entre eles.
Ele estava achando difícil pensar perto dela.

_Prossiga... _responde ainda lhe segurando, mas agora lhe fitando os olhos. Os batimentos no pulso que segurava cada vez mais rápidos.

No íntimo o "Fantasma" torcia para não ser de medo. Que fosse qualquer coisa, menos medo.
Por mais que sempre fora seu sentimento favorito e o mais fácil de ler, não o queria nela.
Era tentador não ser temido.

_Pode me soltar antes? É difícil de.. _começa, mas interrompe arregalando um pouco os olhos.
Curioso ele não à solta, queria saber o quese passava em sua mente.

_É difícil de? _diz calmamente, usando uma voz provocadora e um leve inclinar de cabeça. _Você é sempre tão corajosa, o que foi agora? Está com medo?

Dito isso Érik espera pela resposta quase eufórico. Pelos poucos dias que a conhecia, reconhecia que provoca-la era como jogar álcool puro no fogo.

E surtiu o efeito exato que ele queria.

_É difícil de pensar quando está assim tão perto! _quase grita ao explicar. _E eu não tenho medo de você, agora me solta por favor?

Soltando-a ele caminha dois passos até a cadeira da escrivaninha, sentando-se com toda calma do mundo, e indicando a cadeira da frente com um aceno para que ela se sentasse.

Jamais saberia o porquê, mas saber que estar perto dele também bagunça os pensamentos dela o acalmou. Ela não tinha medo dele _algo que já desconfiava. _mas então porque sentia também os pensamentos desordenados?

"Não seja tolo Érik, ela não o deseja! Já se olhou no espelho?"

Enquanto observa o corpo pequeno se mover e sentar na cadeira indicada por ele, sente o amargo pensamento lhe doer na alma.
Estaria ele tão necessitado de afeto que via algo onde não o tinha?

_Sobre o que eu estava falando antes... _Diz parecendo incerta.. _Acho que temos que chegar num acordo.

_Um acordo? Achei que já tivéssemos um... _Diz se inclinando contra o encosto da cadeira, de forma lenta e masculina.

_Temos um, mas acho que ele está com muitas lacunas. _explica de forma irritada. _Seria sobre nosso comportamento um com o outro.

E dito isso foi o suficiente para conseguir a atenção total de Érik. Quebraria ela o acordo por conta do beijo?
Tentou não se sentir desapontado,. Tentou substituir pela indiferença que sempre sentia. Tentou mascarar com uma expressão indecifrável.
Mas ali estava o desapontamento no fundo do seu ser.

_Continue... _Murmura com a voz fria de sempre.

_Primeiro tem que prometer que vai entender o meu lado e a situação. _Declara de forma direta mais uma vez.
Por mais atrapalhada que fosse estava com a pose de uma rainha.

E Érik admirava isso. Até mesmos homens tinham dificuldade de parecer impassível e calmo em sua presença.

_Prometo pensar de duas à três vezes em cada situação para chegar à uma conclusão. _Diz de forma diplomática.

Respirando fundo e soltando um suspirinho dramático a pequena criatura parece incerta sobre o que dizer, mas depois de totalizar 3 suspiros parece achar as palavras.

_Eu não tenho medo de você. Só tive nos primeiros encontros com você, mas não tenho mais. _Diz de forma objetiva e obstinada. _Então acredito que seja inútil você tentar usar sua máscara de vilão comigo. Não vai funcionar.

Totalmente pego desprevenido o homem arregala levemente os olhos e abre a boca como um peixe.
Pela primeira vez em anos, se viu sem nenhuma reação.
Como se todas suas máscaras usadas para disfarçar quem era fossem ragadas diante de si.

_Eu só vou pedir que não fique me ameaçando. _Diz com a voz baixa. _Estou nesse acordo com você, vou te passar todas as informações que você desejar, e se algo der errado também vai me prejudicar. Mas não vamos fazer isso como inimigos.

O homem permanece em silêncio, tentando acalmar os próprios pensamentos e a alma perturbada.
Era um bálsamo e uma maldição saber qe ela não o temia.

Não saberia como agir sem ter o medo controlando-a.
Mas simplesmente suspirou e decidiu que se queria a ajuda dela, teria que ser assim.

_Concordo com isso. Não vou mais te ameaçar nem nada derivado disto. _Declara com pouca vontade. _Feliz agora?

Um sorriso rápido e infantil aparece no rosto sardento, como se concordando que estava sim feliz.
Mas desaparece assim que a pose de rainha volta.

_Quais as outras exigências "Milady"? _Indaga usando a ironia como arma.

_Agora que somos praticamente vizinhos, não será difícil para mim vir aqui, então não tem precisão nenhuma de que você apareça nas terras do Visconde. _explica como se tivesse repreendendo uma criança. E isso o irritou.

_Não me lembro de ter ido nas terras de Raoul. _declara friamente.

_Mas se hospedou na mesma estalagem que ele. Quase foi pego nos estábulos.

_Não foi minha intenção, você acha que eu teria parado lá se soubesse? _dessa vez Érik estava realmente irritado.
Ela o achava idiota por acaso?

_Mas e se fosse pego? Teria sido preso, se Raoul não o matasse primeiro. _Declara se levantando de forma abrupta, e começando a caminhar de forma agitada para lá e para cá.

Em silêncio ele observa a agitação da garota, parecia preocupada e eufórica.
E em seu íntimo mais profundo, ele desejou que a preocupação fosse com sua pessoa. Mas preferiria a morte à confessar.

_Eu não seria pego. Raoul não tem cérebro suficiente para conseguir me emboscar, ele já tentou. _Diz com pouco caso.
Sabia que nem que o Visconde desse a vida inteira para pega-lo, conseguiria.

E isso parece interessar a garota, já que está para de andar como uma mosca boba, e lhe encara.

_Ele já tentou? _Indaga curiosa.

_Já sim, com polícia e tudo. Quando um Visconde fala até a lei obedece._Diz enfático, gostando da forma como ela parecia mais calma e quase aliviada.
Mesmo que fosse loucura, parecia preocupada minutos antes.

_Certo...  _Diz concordando com um aceno, Érik só não sabia com o que concordava. _Mas mesmo assim... Não deve aparecer na mansão por nada. Tudo bem?

O silêncio reina por alguns segundos enquanto ela lhe encara atentamente, esperando a resposta.

_Tudo bem. Não irei lá por nada, mas tente me manter mais informado sobre qualquer plano de Raoul. Assim evitamos tais acontecimentos. _Declara calmamente.

_Prometo sempre te avisar se algo novo for acontecer. Agora é mais fácil vir aqui. _Murmura objetiva.

_Mais algum desejo? Ou já disse todas as condições? _Indaga usando uma voz sarcástica. Mas que pouco parece importar para ela, já que toma fôlego novamente para falar.

_Gostaria de saber sobre o cachorro. _Diz tremendo de leve ao lembrar do cão. _Não o vi hoje, ele está aqui?

_Não, mas chegará em breve. _Diz lembrando que possivelmente chegaria no dia seguinte ou no outro.
E isso parece desaponta-la.

_Então temos que falar sobre isso também, eu não sou muito fã de cães. _Murmura perdendo totalmente a pose de rainha.
Realmente ela tinha pavor de cães.
Para não dizer terror.

_Ele só fica solto durante a noite, não chegando desavisado durante a noite não dará de frente com ele. _Explica calmamente. E isso parece alivia-la ao máximo.

"Como uma criatura tão corajosa pode ter pavor de 1 único cão?"

_E só tem mais uma coisa.

_Que seria? _Indaga o homem, agradecido por estarem no final das exigências.

_Você pode avisar ao homem dos estábulos que sou conhecida sua? _pergunta encabulada. _Ele parecia à beira de um ataque achando que eu uma desconhecida. E que você ficaria furioso de me encontrar.

_E mesmo assim te deixou entrar aqui? _Indaga curioso.
Não era um costume de Lúcio fazer algo assim.

_Ele me deixou entrar depois que contei do encontro com o cachorro. E mostrei a mordida. _Explica quase animada, mas tremendo levemente ao pensar no ocorrido.

E por um um instante tão rápido quando uma batida de coração, Érik se sente cativado completamente por aquela criatura minúscula e corajosa. Que tinha mais medo de um cão do que dele. Que as vezes parecia enxergar apenas o homem, não o monstro.
E um pensamento traidor e venenosa passa por sua mente.

"Se Christine fosse meramente parecida com ela."

E tão rápido quanto veio o sentimento se vai, sendo  substituído por um pequeno susto ao se ver pensando em tal assunto.
Mas pouca chance tem de prolongar tal sentimento.

_Érik? _Indaga a garota olhando-o curiosa e preocupada? Não saberia dizer.

_Sim? _responde no automático, mas ele se  vê surpreso por ela saber seu nome, e lembrar dele.

_Você parecia... Distante. Tá tudo bem? _Indaga se inclinando levemente na cadeira. Lhe encarando como um coelho curioso.

Um coelho muito intrometido e ruivo.

Com um suspiro ele balança de leve a cabeça, como se de alguma forma isso lhe ajudasse a limpar e organizar seus pensamentos.

_Essa é sua última condição? _Pergunta diretamente, ignorando as perguntas invasivas dela.

Um silêncio pesado e longo se instala no ar. E por vários segundos ela só o encara com o cenho franzido, e uma expressão pensativa.

_Só essas mesmo. _Diz finalmente, e é para ele quase um alívio terminar pelo menos aquele assunto.

_Certo. Agora é a vez das minhas perguntas. _Declara entusiasmado por finalmente chegar no assuntoque queria.
Parecia que sempre acontecia algo impossibilitando aquela conversa, e finalmente iria colocar a limpo.

Com um leve acenar de cabeça, a garota Concordo com ele, mesmoque parecesse não saber direito com o que concordava.

_Quando eu estava lendo os documentos que você me trouxe, vi muito sobre as dívidas de Raoul e como ele destruiu o próprio legado. _explica calmamente para que entendesse. _Mas no meio de tudo, vi sobre que uma parte da herança que ele receberia está bloqueado em uma conta. Como foi você que escreveu, deve saber sobre isso, certo?

Alguns segundos se passam enquanto a garota parece ponderar o assunto, até finalmente responder.

_Eu vi, até tentei procurar mais sobre no escritório de Raoul. Mas não tinha mais nenhuma informação. _Declara simplesmente. E Érik teve certeza que ela não sabia nada sobre o assunto.

_Certo, mas quando tem uma conta bloqueada desta forma, pode muito bem ser uma herança à parte. _explica, se lembrando sobre o que escutaram nos estábulos. _Pode ser que essa herança não seja para Raoul, mas para alguém que o antigo Visconde tinha responsabilidade. Você sabe e tinha algum filho bastardo?

Um silêncio longo procedo, enquanto o "Mascarado" tenta achar algo na expressão do rosto feminino. Mas só encontra confusão, e certo receio.

_Que eu saiba ele não tinha nenhum filho bastardo. _um suave franzir surgi entre as sobrancelhas ruivas. _Mas talvez não seja algum parente distante? Uma tia talvez?

Suspirando Érik encara a verdade. A garota estava tentando despistar algo. Alguma informação que não queria revelar.

_Poderia ser... Mas no dia em que estávamos no estábulos Raoul discutia com  um homem. Você tinha me dito que era o mordomo? _Indaga estrategicamente.
Precisava tirar as informações dela. E a melhor forma era usar a sutileza já que medo estava fora de questão. _E esse homem disse que levaria a garota com ele, e que ele perderia tudo. Um mordomo bem corajoso para enfrentar o patrão, não acha?

E completamente focado na garota, ele vê a singela mudança em sua expressão. Uma pequena hesitação brilha em sua face.
Ela realmente estava escondendo algo.
E não lhe escapa da mente a mentira que ela tinha feito antes do Beijo.

_Sim... Marlon, ele é um dos empregados mais antigos do Visconde. _Murmura incerta, evitando a todo custo lhe encarar nos olhos. _Ele é o único que desafia Raoul.

_Ele comentou com o Visconde sobre uma mulher e uma Herança. Acredito que a Herança que está bloqueada, seja desta mulher que o mordomo ameaçou levar com ele. _faz pausa dramática. _Agora só precisamos sabe quem é ela? Você sabe, não sabe?

Um silêncio aterrador cai sobre eles, e mesmo o "fantasma" sente seu coração disparar. Estava jogando todas suas cartas.
Precisava saber quem era ela, e se realmente havia algum herdeiro que o antigo Visconde nomeou.
E ao contrário de Érik, a ruiva parecia a não ter nenhuma carta a jogar, assim como reação alguma. Estava estática, amedrontada.

E quando acha que irá precisar pressiona-la ao extremo, a criatura finalmente levanta o rosto e lhe encara.
Um brilho  e feroz em seu olhar, quase como se o  tivesse devorado o bom senso.

_S-sim... Eu sei quem ela é. _Declara trêmula, mas firme.

Ela era corajosa e destemido, tinha que admitir.

_Nossa! Finalmente estamos chegando a algum lugar, muito bom. _elogia falsamente. Precisava jogar lento e fatal. _Quem é ela?

Mas quando acha que ela finalmente vai responder o  quer ouvir, vê um lampejo de teimosia.

"É quase uma mula de Tão teimosa."

_Não vejo porque tem interesse em saber, te dou certeza que a mulher que Marlon não é a mesma da conta bloqueada. _Diz enfática, mesmo que parecesse pronta para correr dali.

Era a gota D'água.

De modo abrupto, Érik se levanta da cadeira em que está. Caminho com uma lentidão planejada, ele segue até a garota.
Se movimentando quase como um lobo à espreita, pronto para disparar e atacar.
E mesmo quando ele se posiciona à trás da cadeira em que ela está e coloca as mãos no encosto da cadeira, ela não se move.

E por alguns e, na minha opinião mesmo que não a mesma pessoa, eu gostaria de saber. São informações importantes não é mesmo? _Inclinando-se até estar com o rosto perto da lateral da face feminino. _Vamos... Me diga, quem é ela?

Seu coração estava frenético, a adrenalina correndo por seu sangue. Tanto pela antecipação de saber algo tão importante, quanto pela proximidade que estava dos cabelos rubros.
Podia ver com detalhes os fios vermelhos se andulando por conta da sua respiração, a orelha pequena mergulhada naquele mar vermelho. Até mesmo o cheiro de relva que desprendia dos cabelos. Provavelmente por vir tão cedo, ainda com sereno.
E mesmo na situação em que estava, o pensamento que poderia facilmente mover o rosto delicado em sua direção e beija-la lhe assalta. Se sentia desnorteado estando tão perto.

"Seria tão fácil se perder em um beijo novamente."

_Se eu te contar, ainda teremos um acordo? _Murmura movimentando lentamente o rosto em sua direção.

_Sim, ainda teremos um acordo. _Murmura de volta, mesmo não entendendo muito bem o que ela queria dizer. Porque algo como isso acabaria com o acordo?

_Você promete? _Indaga firmemente. Claramente ela precisava da certeza.
E isso quase o fez sorrir. Ela queria o acordo com ele, e isso era exatamente o que precisava.

_Sim, eu prometo... _promete verdadeiramente. _lhe dou minha palavra.

De alguma forma que não saberia explicar estava tendo certa empatia com ela. Aquela criatura minúscula, atrapalhada, e mentirosa.

Em choque Érik assiste a garota se ajeitar para virar o corpo levemente em sua direção, de modo que consegue virar o rosto para encarar diretamente seus olhos.
Estando ainda com o corpo meio inclinado sobre ela, seus rostos ficando frente a frente.
Podia sentir a respiração quente de encontro com sua boca.
Estavam tão proximos que respirava o mesmo ar. Um único movimento e poderiam se beijar.

Sentiu uma onda quente descer pela coluna, ao mesmo tempo que seu coração entrou em estado frenético. Até seus pensamentos pareciam ter se perdido.

O que esperava que ela falasse mesmo?

E quando está à um fio de desistir e lhe tomar a boca num beijo, os delicados lábios sussurram algo. Palavras as quais ele mais sente do que ouve.

_Eu. _Declara com a voz baixa e rouca.

_Como? _Pergunta confuso, uma pequena parte do seu cérebro voltando à ação.

_Sou eu. _Declara mais alto. _Sou eu a garota ã quem Marlon se referia.

E como se um tiro soasse no ar, tudo se dissipa. A mente entrando em colapso.
Tudo parecia ter virado de cabeça para baixo.
Nunca poderia ter imaginado tal desfecho.

"Realmente o mundo tinha perdido seu rumo."


Notas Finais


Prontinho.
Lembrando que pode ter erro.
Eu não cheguei a revisar, estava animada para publicar.

Vou voltar a postar minha gente.
Nem sei se ainda tem leitores.


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