Ao chegarem na loja Urahara, avistam Yoruichi, Hinamori e Toushirou do lado de fora, que provavelmente os esperavam.
“Ah, não, o que esse chato tá fazendo aqui?”, pensa Reira com cara de tédio.
No momento, Ariasu unia-se aos demais, se colocando ao lado de Hitsugaya, o admirando feito uma boba.
- Para com isso, Ariasu, é ridículo. – reclama Reira logo que se aproxima da amiga, ela vestia uma blusa de alça branca colada ao corpo, que marcava bem suas curvas, uma calça jeans despojada e uma botinha marrom, seus cabelos amarrados num rabo de cavalo, deixando alguns fios soltos na frente.
A oficial do 7º esquadrão sai do transe, e sussurra para a Yamamoto:
- É mais forte do que eu, Reira, e hoje ele estar ainda mais gato com o cabelo curto (*_* - expressão de Ariasu ao falar).
- Tsc... - a filha de Renji revira os olhos, passando a escutar Urahara que falava.
A Oota solta um suspiro e ouve o anfitrião.
Toushirou havia observado Reira rapidamente apenas pelo canto do olho, desde o término da última missão que não a via, e os trajes que a garota vestia tinha chamado bastante sua atenção.
Urahara começou explicando o motivo da reunião estar sendo fora, pois Jinta e Tessai trabalhavam na reforma da loja.
- Percebendo que a situação não progrediu, o comandante resolveu enviar o tenente do 10º esquadrão, Toushirou Hitsugaya, e a tenente do 5º esquadrão, Momo Hinamori, para ajuda-los na patrulha. - anuncia.
- E as informações que conseguimos? – pergunta Ichigo.
- Já iria falar sobre isso, na verdade, Kyoraku julgou não ser suficiente.
- De que informações estamos falando? - indaga Reira.
- Descobrimos o local onde a reiatsu sempre pára. - esclarece o Kisuke.
- Onde fica? – pergunta Reira, ansiosa.
- Depois da estação de trem, há um galpão, é lá que a reiatsu desaparece por completo.
- E se for uma armadilha? – indaga Toushirou.
- Por isso que pensei em irmos juntos, porém, divididos em quatro equipes, a fim de cercar o local, tomei a liberdade de chamar o Chad-san para ajudar também, amanhã à noite estará aqui e poderemos pôr em prática nossa emboscada.
Inoue vibra de felicidade só de imaginar reencontrar o amigo, que há alguns anos não o via, Chad morava na cidade vizinha, trabalhava como professor de educação física.
- Droga! Por que somente amanhã? - murmura a Yamamoto virando-se e caminhando até o carro, quando escuta por seu nome:
- Reira...
A garota pàra e torna em direção a voz que lhe chamara, era Toshirou.
- O que foi? - pergunta cruzando os braços.
- Não deveria caminhar por aí com esse tipo de roupa, seu pai não gostaria nada disso. - comenta o tenente.
- Esta vendo ele por aqui? Não enche, tá? - falando isso, ela se retira, e Toshirou abre um sorriso discreto.
No outro dia, na casa dos Kurosaki, se preparavam para a missão logo mais tarde, e estavam todos na sala, quando escutam batidas na porta. Orihime atende, era o tenente.
- Toshirou-kun! - exclama Inoue.
"Toshirou?", indaga-se Karin, olhando direção a porta para verificar se seria realmente seu amigo, confirmando o que ouvira, a Kurosaki não hesita em pular do sofá e logo em seguida em suas costas.
- Toushirou, a quanto tempo... você cresceu, hein? - ela estava muito feliz em vê-lo.
- Muito bom te ver também, Karin. - responde o tenente sorrindo de leve, porém não deixando de lado seu ar de seriedade.
- Antes de voltar, vai bater uma bolinha comigo?
- Quem sabe! Hehe - responde o rapaz sem jeito.
- Não vai ser fácil, eu sou uma profissional agora!
- Que bom, Karin, então terei que me esforçar! Haha... - estava incrédulo com a informação.
- Tia Karin é muito boa mesmo, tenente! Se esforçar não será suficiente. Haha... - enfatisa Hiromi.
- Haha. - sorriem juntos.
Reira on:
"Eu nunca tinha o visto sorrir tanto daquele jeito, a felicidade de reencontro dos dois era contagiante. Todos na casa sorriam da situação; só eu que não achava o mínimo de graça naquela palhaçada? Uma garota, não, uma velha fazendo o papel ridículo de pular nas costas de um outro velho, ainda por cima chato, irritante e outros adjetivos que demonstram tamanha do ser bizarro que é... Nossa, o que está dando em mim? Que sentimento estranho é esse? Sério, não consigo entender, me sento feliz ao, finalmente, vê-lo com uma expressão normal, mas ao mesmo tempo me vem uma vontade de ser a responsável por tal sorriso, por que a Karin? Ela é tão... chata! Preciso sair daqui, isso tá me sufocando", pensava e em seguida sai correndo em direção ao banheiro, derrubei muitas coisas no caminho, mas não prestei muita atenção nisso, me tranquei e comecei a chorar.
Não queria que me vissem naquele estado, até porque nem eu mesma entendia, como poderia explicar?
Mal entrei e já escutei passos de alguém se aproximando do cômodo que bateu três vezes na porta, eu não respondi, e finalmente, esse "alguém" falou:
- O que está acontecendo, Reira? - era a voz do Toushirou, com sua delicadeza de sempre, engoli a seco e respondi:
- O que quer?
- Abra essa porta.
Ótimo, tinha acabado com o clima e o dia mais feliz de Karin, tive que inventar algo e disse a primeira coisa que me vinha em mente:
- Não posso, não estou passando muito bem. - comecei a fazer uns barulhos, como se estivesse vomitando e continuei - Foi alguma coisa que eu comi.
- Ahh.. Não nos assuste de novo desse jeito. - suspirou e falou, se afastando em seguida.
"Parecia meu pai falando, agrh, por que ele faz isso? É irritante!", respirei fundo, as lágrimas ainda não tinham cessado, que droga!
Quando consegui me acalmar saí do banheiro, Hiromi me esperava do lado de fora, escorada na parede, e de braços cruzados.
- O que aconteceu com você? - perguntou séria, me encarando.
- Alguma coisa que comi não me fez bem. - sorri, sem jeito.
- Tô falando desse surto quando viu a tia Karin e o tenente.
- D-do q-que você tá falando? - não acredito que gaguejei.
- Só não percebe quem é idiota né? Tá na cara que você é mega apaixonada pelo tenente com olhos de esmeraldas.
- Que conversa mais estranha é essa? Eu hein? - tentei disfarçar, e de costas, saia em direção a sala, mas Hiromi não era tão fácil de enganar como seus pais, ela era esperta e pelo pouco tempo que passei ao seu lado, podia tirar tais conclusões, me puxou pelo braço e disse:
- Não vai pra sala com essa cara de quem chorou o dia inteiro por ter perdido seu brinquedinho favorito.
- Deixa pra lá, Hiromi, eu já até esqueci.
- Então assume que é verdade? - seu olhar era cínico.
- Para com isso, não é verdade coisa nenhuma, você tá delirando...
- Deveria ter visto a cara de preocupação dele com você... - provocou.
- Como se fosse o meu pai... - interrompi.
- Não mesmo, pais não fazem a cara que ele fez... haha...
- Tá tirando uma com minha cara, ne? - a encarei com os olhos semicerrados e virei-me de volta a caminho da sala.
- Ele já foi, gata, veio só avisar que Urahara pediu pra chegarmos mais cedo. - disse me abandonando.
Ali eu fiquei por alguns segundos, bufei e segui a Hiromi até o quarto.
- Espera!
Reira off.
Ao entardecer, como combinado, estavam todos em frente à loja de Urahara. Os shinigamis de Soul Society sem seus gikais, Hiromi e Ichigo transformados em shinigamis, Chad e Inoue conversando, assim como Yoruichi e Kisuke.
- Primeiro, as equipes, separei de acordo com as habilidades e sincronia. - diz o comerciante, chamando atenção, fazendo-os escuta-lo e continuando - Ariasu irá com Ichigo e Yoruichi à frente, para instalar os equipamentos de transmissão em toda área, eu ficarei aqui, analisando as informações e repassando-as para as outras equipes, pelas laterais irão Hinamori e Hiromi, Inoue e Chad, e por trás, Toushirou e Reira.
“Não podia ser pior! O que esse cara tem na cabeça? Que tipo de sincronia nos podemos ter, ele me odeia!”, pensa Reira.
"Novamente nos colocam juntos, pelo que eu to vendo a noite vai ser longa", pensava Toshirou entediado.
“Por que eu não poderia ficar na equipe do gatinho?”, pensa Ariasu.
"Acho que o tio Urahara já percebeu! Haha...", sorria mentalmente Hiromi.
- Cuidado, Hinamori. – alerta Toushirou a Momo antes de partirem.
- Não se preocupe, Shirou-chan. – responde a tenente abrindo um sorriso confiante.
“Ele parece ser muito preocupado com a tenente Hinamori, que seja, por que eu to pensando nisso? Eu nem ligo!”, pensa Reira, olhando para o outro lado, vendo um sorriso largo no rosto da Kurosaki.
- O que foi?
- Eu não to dizendo nada, haha.
- Tem dedo seu nisso ne?
- Claro que não, ja falei que só quem não percebe é idiota, haha.
- Tá... - Reira revira os olhos e repara no traje de Hiromi - e desde quando é shinigami? Por que não me contou?
- Você não perguntou (:p), aprendi com meu pai e seu mestre, tio Urahara Kisuke.
- Não precisou frequentar a academia?
- Algumas regras não se aplicam a mim e a meu pai.
- Ah, ok... boa sorte!
- Pra você também... - fala maliciosamente Hiromi olhando para Toshirou que encarava Reira.
- Vamos? - pergunta o tenente, partindo na frente, Hiromi sorri e a Yamamoto segue irritada.
Mesmo com alguns inconformados, partem para a ronda, Ariasu, Yoruichi e Ichigo conseguem instalar os equipamentos com sucesso e se escondem.
As outras equipes fazem o mesmo e esperam que algo aconteça.
- Estamos escondidos aqui há horas, e ninguém apareceu. – reclama Reira.
- Se Urahara-san disse que esse era o local, logo, logo irá aparecer alguém.
- Humpf... – suspira a garota.
Toushirou balança a cabeça negativamente e volta sua atenção ao galpão. De repente, começa a chover, e num impulso, o tenente a puxa pela cintura pra debaixo de uma árvore, deixando-a de costas para o galpão e ele de frente, consequentemente, também de frente pra ela, ficaram ali bem próximos, e ele ainda mantinha sua mão no mesmo local.
Toushirou on:
"Começou a chover, ótimo!", pensei, ironicamente.
A árvore estava fora do ponto de alcance combinado, mas se ficássemos ali seriamos descobertos, num impulso, puxei Reira pela cintura, a encurrando sobre o caule e fiquei a observar o galpão. Não demorou muito para que as reclamações começassem:
- Pode me largar agora!
Só então percebi que minhas mãos ainda estavam em sua cintura e nossos corpos pertos demais, resolvi brincar um pouco com ela, sabendo que contatos físicos a irritavam.
- Podemos ser descobertos se eu me afastar. - olhei fixamente para ela, maliciosamente, assim como ela fizera comigo na última missão.
- C-como assim? - perguntou gaguejando como se não quisesse entender que poderíamos ser vistos, ok, estava dando certo!
- Ficar assim comigo te incomoda tanto, por que?
Ela corou, e nesse momento eu entendi o prazer que ela sentira quando me fez ficar daquele jeito, era uma sensação única.
Baixou a cabeça, aí eu me preocupei, estava esperando que me respondesse algo grosseiro como sempre fazia.
- Não vai responder? - insisti.
Então ela levantou a cabeça ainda em silêncio, me fitando, afastei a franja que cobria seu rosto, e levei minha outra mão até sua nuca, me aproximando.
Quando percebi, estávamos perto demais, sentindo a respiração um do outro, os olhos dela brilhavam e seus lábios pareciam estar convidando os meus, sentia sua mão gelada e trêmula tocar o meu braço, o que está acontecendo comigo?, me perguntava, me aproximei ainda mais, nossos rostos se tocavam, a pele dela era macia e seu cheiro muito hipnotizador, foi quando um barulho nos interrompeu, fazendo com que eu me afastasse, era um hollow, apareceu bem ao nosso lado, Reira continuou estática e eu sentia vontade de protegê-la mais do que tudo, a soltei, saquei minha zanpakutou, o eliminando, verifiquei se não havia outros por perto, olhei pra trás e Reira havia desaparecido. Pra onde ela foi? O que eu faço? Corria numa direção quando encontrei Yoruichi:
- Pra onde pensa que vai?
- A oficial Yamamoto desapareceu. - respondi nervoso.
- Ela sabe se virar sozinha, temos que continuar a missão, a reiatsu está se movendo pra lá. - disse Yoruichi apontando na direção inversa que eu pretendia seguir, sem opção, parti logo atrás.
Toushirou off.
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