Tarik andava pelas ruas, observando tudo, hábito de fotógrafo era como chamavam. Sua atenção foi parar em uma joaninha, que repousava em uma folha. Chegou bem perto da joaninha, tirou sua camera da bolsa, posicionou-a e tirou a foto. Tarik se levantou e olhou a imagem, sorriu com o resultado.
A joaninha voou depois que a foto foi batida, pousando na mão Tarik e esticando as asas antes de sair voando.
"Joaninhas são sinais de boa sorte, não são?", pensou, assistindo a joaninha ir embora. Guardou a câmera com um sussurro satisfeito.
- sabia que um dia carregar essa bolsa gigantesca e cheia de câmeras iria valer a pena.
Seu celular começou a tocar, se atrapalhou um pouco, quase derrubando o celular quando atendeu.
- alô?
- boa tarde, eu gostaria de falar com Tarik, por favor.
- ah, sou eu.
- ótimo, sou o estilista de moda Sr.Linnyker. Eu quero que venha até minha empresa agora, se puder.
Tarik perdeu a voz por um tempo, piscando e processando a proposta.
- claro, Sr.Linnyker - concordou, seus sentimentos se misturavam entre felicidade e ansiedade.
Sr. Linnyker desligou a chamada.
Tarik guardou o celular. Sua expressão travada em sobrancelhas levantadas e queixo no chão quando deu um pulo, gritando "Irru!!". Com olhos brilhantes correu até a empresa.
Sr. Linnyker colocou o celular sobre a mesa e entrelaçou os dedos. Ajeitando os óculos de aros finos, olhou para seu filho.
- problema resolvido, Mikael - disse calmamente.
- ótimo, vamos ver por quanto tempo esse dura nas minhas mãos - desafiou Mikael, estreitando os olhos para o pai.
Sr. Linnyker se levantou, bateu seu punho contra a mesa e depois apontou para Mikael.
- escute aqui, Mikael Linnyker, cansei de suas gracinhas, pare com esse ódio pelos fotógrafos, eu não aguento mais! - parou para respirar - Ou você para com isso ou sai da empresa, entendeu? - seu tom de voz era firme.
Mikael cerrou os punhos e cuspiu as palavras com um rosnado.
- sim, pai.
- de verdade, não sei de onde vem essa palhaçada - resmungou em um sussurro enquanto ajeitava os papéis em cima da mesa.
- do meu passado - murmurou para si.
Mikael estava prestes a sair quando alguém bateu na porta.
- entre - pediu Sr.Linnyker, sentando-se direito - não faça nenhuma besteira! - lançou um olhar afiado para o filho, que revirou os olhos.
A porta se abriu lentamente. Uma pessoa de cabelos curtos e escuros entrou sorrindo; carregava uma bolsa especializada em transportar câmeras.
- licença - Tarik entrou e fechou a porta atrás de si.
- boa tarde, sente-se, por favor - pediu Sr.Linnyker, sorrindo gentilmente e, de tempos em tempos, lançando olhares na direção de Mikael.
Tarik se sentou, olhando a sala. Teto alto; paredes pintadas com cinza escuro; quadros minimalistas; uma janela que cobria a parede toda atrás do Sr.Linnyker.
- primeiro quero te apresentar um de meus modelos, meu filho Mikael - direcionou sua mão para ele.
- boa tarde - Tarik sorriu em sua direção.
- ... - Mikael não disse nada, recebendo um olhar em chamas de seu pai.
Sr.Linnyker respirou fundo, mantendo uma expressão neutra.
- muito bem, quero te fazer uma proposta de emprego. Pesquisei muito sobre você, todos dizem que é o melhor fotógrafo da cidade, então quero que trabalhe para mim, quero que seja meu fotógrafo até a empresa fechar, se um dia isso acontecer, o que acha? - propôs, olhando-o com olhos brilhantes.
- claro, eu quero trabalhar aqui - aceitou sem hesitar. Já havia decidido no caminho à empresa.
- excelente! - Sr. Linnyker colocou os papéis do contrato na sua frente - pode começar amanhã mesmo às 7:00, em ponto.
Tarik pegou a caneta e começou a assinar o contrato. Quando terminou de assinar, um homem desgovernado entrou correndo na sala do Sr.Linnyker, suor escorria de sua testa. As portas que foram abertas com brutalidade bateram contra as paredes; o coração do Sr.Linnyker se apertou com o medo de as portas de vidro se quebrarem na batida, mas elas aguentaram bem.
- venha rápido, senhor, as recepcionistas estão brigando de novo! - pela sua aparência, ele tentou separa-lás e apanhou das duas.
Sr.Linnyker soltou um suspiro e se levantou alisando o terno preto.
- é a sexta vez que isso acontece hoje - resmungou, andando até o homem - com licença - pediu e saiu fechando a porta atrás de si.
Os dois na sala conseguiram escutar a voz do Sr.Linnyker, dizendo: não consegue separar duas mulheres? E ainda apanhou? Sua risada ecoou no escritório.
Deixados sozinhos, o silêncio caiu sobre eles, sufocando Tarik que apertava a alça da bolsa.
- quer ver algumas fotos? - perguntou Tarik, forçando um sorriso.
- quero que você suma junto com elas - respondeu Mikael, ríspido.
Tarik arregalou os olhos e desviou o olhar, dando as costas para ele.
- desnecessário - murmurou, franzindo as sobrancelhas.
- eu falo do jeito que eu quiser - Mikael andou até ele.
Tarik o olhou pelos cantos dos olhos e não se mexeu.
Ofendido, Mikael o agarrou pela roupa e o levantou com um puxão. Tarik o olhou, seus olhos brilhando. Nesse momento, um murmúrio de outra voz soou em seus ouvidos: "Vem brincar comigo, Pac". Em seus olhos, lágrimas se acumularam antes de escorrer pelas bochechas.
Mikael o soltou como se tivesse sido queimado, olhando para ele sem saber qual expressão usar.
Tarik caiu sentado na cadeira, tapando os ouvidos e deixando as lágrimas caírem.
Sr.Linnyker chegou nessa hora. A porta se abrindo acordou Tarik, que secou as lágrimas rapidamente com suas mãos pálidas.
- se comportou? - perguntou, olhando para seu filho.
Mikael também acordou do transe.
- vai ser mais fácil do que pensei - disse sorrindo e saiu da sala.
Sr.Linnyker o observou sair da sala e negou com a cabeça. Depois de se sentar e conversar, liberou Tarik para ir embora.
Às sete em ponto, Tarik estava na empresa. Terminou de assinar alguns outros papéis e repousou a caneta na mesa.
- muito bem - Sr.Linnyker pegou os papéis, batendo-os em pé na mesa e guardando-os na gaveta em seguida - hora de conhecer os modelos então. Podem entrar.
As portas de vidro de foram abertas e um grupo de pessoas entraram.
Um era moreno de cabelos pretos. Usava camisa xadrez em tons de azul, branco, preto e cinza; calças pretas e tênis preto com detalhes em branco.
O outro tinha cabelos castanhos assim como os olhos. Usava uma camisa verde com carinha de creeper; calças pretas e tênis pretos.
Um rapaz de cabelo castanho estilo casinha. Usava uma blusa branca por baixo de um colete marrom; caças cinza e tênis pretos.
Um loiro, de olhos azuis. Vestia uma blusa vermelha; calças cinzas e all star vermelhos.
Outro loiro, de olhos azuis claros. Vestia uma blusa azul clara com um "C" customizado; calças azul escuro e tênis azul claro.
Um que usava uma blusa laranja(ele estava usando o gorro)sua blusa também tinha a carinha de um creeper; calça azul escuro e all star cinza.
- só faltou meu filho, mas vocês já se conheceram, certo?
- certo, Sr.Linnyker - murmurou, baixando os olhos.
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