Os passos arrastados pelo corredor principal não eram novidades para aqueles todos aqueles estudantes entediados e desesperançosos.
Parecia que cada parede, cada escada, quadro ou fantasma do castelo exprimia a dura e fria veracidade daquela semana. O fim do ano era sempre acompanhado daqueles exames cansativos e provas exaustivas.
Uma dessas cabeças perdidas na multidão tinha preocupações além daqueles exames práticos.
Min Yoongi andava quase como um zumbi daqueles HQ's surrupiados do armário do pai. Era quase outro morto-vivo no meio daquela gente.
Mas suas preocupações estavam centradas na grande disputa interescolar que aconteceria no final do mês. O Torneio de Poções Interescolar havia se tornado uma tradição entre os alunos de Hogwarts desde que Peter Machine - um garoto metido a esperto da casa dos leões - conseguiu convencer o professor a participar.
No fim, Machine trouxe o prêmio para o castelo, o que fez com que os olhos dos alunos brilhassem em êxtase - ali, tinha mais uma oportunidade de crescer naquela cadeia irritante de popularidade.
Não que o Min estivesse muito pensando nisso quando se inscreveu naquele torneio. Para falar a verdade, umas doses extras de cerveja amanteigada e a persistência de sua colega/única amiga na escola - Seungwan Shon, a outra aluna dos “olhos puxados” dentre os poucos que ali tinham - fizeram com que ele preenchesse seu nome naquela lacuna vazia.
Bom, era só um torneio bobo, não? Por que não se dar uma oportunidade?
Um verdadeiro tolo.
Durante uma década inteira, aquele título era trazido por alunos da Grifinória - exceto pela vez que o Potter levou para a Sonserina, mas ele é um Potter, então acho que nem podemos contar.
Naquele ano, todos esperavam que não fosse diferente. As vagas sempre eram preenchidas pelos melhores alunos da casa dos leões e os outros alunos não se atreviam a entrar no caminho.
Ah, como o Min queria voltar no tempo e dar comprar todos os feijõezinhos com sabor de vômito para a Shon.
Yoongi sempre fora um garoto despercebido, desde quando entrou na casa até seu último ano. Não pretendia seguir carreira bruxa, e estava considerando ir para New York com a amiga, procurar uma oportunidade de limpar a sujeira nos corredores da Broadway - até achar alguém que comprasse suas rimas feitas em guardanapos.
Mas, no momento em que escrevia mais uma de suas composições naquele pergaminho velho durante a aula de Poções, sabia que tudo havia virado de cabeça para baixo.
Seungwan precisou cutucar seu braço com insistência, para que o garoto olhasse para cima.
O professor Smith, lentamente, colocou um pergaminho aberto em sua mesa, com olhos brilhantes em expectativa.
Prezado Sr. Yoongi
É com imenso prazer que, através desse, anunciamos sua inscrição efetiva no 21° Torneio de Poções Interescolar. É necessário uma poção de caráter original para que sua participação seja aprovada. Esperamos que represente sua escola com bravura.
Ass. Kim Namjoon, ministro da porção Leste do Departamento de Poções em Singapura e criador do evento “Torneio de Poções Interescolar”
Os olhares dos colegas em si eram mistos - confusão, medo, um pouco de desinteresse, mas principalmente, expectativa.
O garoto só queria voltar para o dormitório, escutar todas as fitas gravadas do Maroon 5 pertencentes irmão mais velho - Jung Hoseok era um gênio tecnológico para o irmão - e nunca mais sair do dormitório.
Aquela aula era partilhada com a Grifinória e foi bem ali que o Min descobriu que havia cavado a cova da sua vida acadêmica.
Os grifinórios realmente prezavam por aquele prêmio.
Era perseguido nos banheiros, no caminho para outras aulas, para acompanhar o treino de Quadribol da amiga (mesmo que detestasse o esporte). Foram meses de um inferno particular na vida do lufano.
E, por várias vezes, ele havia considerado desistir.
"Afinal, nem sou tão bom assim! Com certeza o Lennon, da Grifinória, conseguiria uma poção melhor do que a minha. Até mesmo McLaren, da Sonserina, seria mais indicado."
Com todos esses pensamentos, estava determinado a desistir daquela palhaçada inteira. Iria desistir do projeto e ceder seu lugar para o grifinório. Seria melhor assim:
– Yoongi Min! Onde pensa que vai? - Wendy (um apelido que apenas ele utilizava) puxou suas vestes amarelas pela ponta, fazendo com que ele desse uma pequena virada antes de encarar o olhos da amiga.
– Desistir. Você sabe que isso não é para mim, Shon. - continuou andando pela direção que estava, um pouco apressado. Não adiantou e logo a garota estava ao seu lado, de novo.
– Oh my God! Não me diga que você vai desistir por causa daqueles losers da Grifinória! - quando viu o Min apenas acenando, Wendy se segurou para não lançar um avada kedavra no melhor amigo - Espero que esteja brincando.
– Não estou. - antes que ele desse qualquer passo a mais, a garota colocou a mão a sua frente, o obrigando a parar.
– Okay, antes de fazer isso, precisa me escutar. Posso não mudar sua opinião, mas pelo menos, preciso tentar. - o garoto acentou, mesmo relutante - Min, qual foi a primeira coisa que aprendemos nos corredores desse colégio?
– Harry Potter estudou aqui? - o menino disse, rindo. Mas logo parou quando viu a expressão séria da amiga - Okay, me desculpe. Hm, vejamos. Aprendemos que Hogwarts sempre ajuda a quem precisa dela.
– Isso também. Mas não estou falando nesse sentido motivador. Tem uma coisa, uma maldita coisa que passa na boca de cada aluno daqui que eu e você sabemos bem. O quê é?
Sua boca ficou meio seca.
– Os lufanos são a sobra de outras casas.
– Exato. E não são apenas os babacas dos Leões que falam isso. As Cobras falam e até mesmo os próprios Texugos falam isso. Todos colocam nossa casa para baixo. Mas você sabe qual é a melhor característica de um lufano?
– Um lufano se encaixa em qualquer casa. - o Min sorriu com as palavras. Lembrava-se até de quando ouviu isso de um veterano enquanto estava no 2° ano.
“Eu confio na geração de lufanos que entrou. Vocês irão fazer valer o símbolo do Texugo”
– Nós somos tão corajosos quanto os Leões, Yoongi! - a garota o puxou, e enquanto falava, gesticulava expressamente.
– Somos tão astutos como as Cobras!
– Inteligentes como os Corvos. E o melhor, temos uma característica que nenhum outro fundador tem … - a menina disse, com um suspense.
Naquela altura, algumas pessoas que passavam por ali prestavam atenção nas palavras dos dois amigos. Curiosos sobre um determinado assunto.
– E qual seria?
– Nós somos verdadeiros. Os texugos são fiéis. E você deveria saber muito bem disso.
O garoto sorriu, como se fosse uma criança pega no flagra.
– E então? Vai ser fiel a sua casa, Yoongi Min? - a garota disse, cruzando os braços rente ao peito. Ele apenas riu da tentativa intimidadora da amiga.
– Acho que aprendi que um grande texugo nunca foge.
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