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História O Herdeiro do Diabo - House Misty. - História escrita por gabrielahebert - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Herdeiro do Diabo - House Misty.


Escrita por: gabrielahebert

Notas do Autor


Boa leitura e ignorem qualquer e erro de digitação, por favor.

Capítulo 2 - House Misty.


Fanfic / Fanfiction O Herdeiro do Diabo - House Misty.

5:00 PM 

Chicago

Entrei às pressas em meu escritório depois de passar mais de uma hora no Coffe's com Susan, minha colega de trabalho. Aproveitamos para arrumar toda papelada de fichas de nossos clientes. Entre eles estava até meu antigo chefe, antes de eu conseguir meu emprego como psicóloga eu trabalhava na loja de imóveis de Los Angeles. Era estranho ele precisar de psicóloga com a vida fácil que ele leva. 

Ajeitei minhas coisas em cima da mesa enquanto eu olhava de relance o horário no grande relógio antigo da parede. 

O primeiro cliente chegaria em menos de dez minutos, eu teria que me apressar e me preparar para ajudá-lo. 

Me aproximei da janela abrindo as persianas da mesma, o dia estava lindo, era um sol extremamente raro, da janela de minha sala era possível sentir o cheiro das flores da calçada. 

Estreitei os olhos ao ouvir batidas na porta, meu coração foi a boca quando percebi que era Trent, o cara que ficava encarregado de passar para o nosso chefe como estávamos indo no trabalho. 

— Caramba, Trent! — levei uma das mãos em meu peito enquanto me aproximava de minha mesa. 

— Desculpe te assustar, só passei para avisar que ele chegou. — ele me entregou a ficha do meu primeiro cliente. 

Coloquei a pasta em minha mesa, um pouco confusa por saber que não era uma das pastas que eu já havia estudado. 

— Por que uma ficha que não estava junto com as outras? — perguntei franzindo o cenho enquanto ele permanecia parado na porta. 

— Porque ele fez questão da melhor psicóloga que temos, ele pagou muito para estar aqui e nada mais justo do que deixá-lo com você.— assenti calada enquanto ele sorria. 

Trent deixou minha sala deixando também várias perguntas pelo ar. 

A empresa nunca deixava os clientes escolherem suas psicólogas, óbvio que ele não escolheu uma em si, porem todas aqui tem o mesmo conteúdo, o mesmo estudo.

Fui despertada de meus pensamentos quando mais uma vez ouvi batidas na porta, desta vez era ele. Abri a ficha rapidamente para ver seu nome. Justin Drew Bieber. 

Assenti para mim mesma antes de colocar meu óculos e pedir para que ele entrasse. 

Eu esperava um homem velho, rabugento e antipático. Porém passou pela minha porta um cara de menos de trinta anos, com vestes caras, um olhar misterioso e visivelmente modesto. Ele sorriu para mim antes de se sentar-se no sofá do canto de minha sala, peguei o gravador pequeno e em seguida me levantei indo até ele devagar, me sentando na cadeira logo à frente do sofá. 

— Justin. — abri sua pasta enquanto ele entrelaçava seus dedos uns nos outros. 

— Diana. — ele murmurou em um tom rouco, porem suave. Tentei encara-lo por cima das lentes do óculos mas tudo o que consegui fazer foi sorrir. 

Eu poderia perguntar a ele como sabia meu nome mas seria muita burrice de minha parte. Antes de entrar para nossa sala Trent diz quem irá atender a eles, então não era novidade meus clientes já saberem meu nome antes que eu me apresentasse.  

— Por que está aqui? — comecei com a pergunta comum de todas as sessões, eu teria que deixar ele relaxado. 

— Porque tenho problemas. — ele respondeu friamente sem tirar aquele sorriso debochado dos lábios. 

— Deduzo que sejam difíceis de se lidar. Que tal me citar um deles? — então ele deitou seu corpo sobre o couro do sofá, deixando suas mãos juntas sobre sua barriga enquanto ele fitava o teto. 

— Tenho diversos pesadelos. — ele engoliu em seco antes de continuar. — E nesses pesadelos eu sempre acabo morrendo. 

— Você consegue ver quem mata você neste pesadelo? 

— Uma garota. — logo em seguida ele sorri. — Só que ela é um anjo, pelo menos eu achava que era até ela me matar. — Justin fala como se fosse real, como se o pesadelo fosse acontecer. 

Estava claro que aquele pesadelo estava acontecendo a alguns dias, as olheiras debaixo de seus olhos eram perceptíveis, ele tinha um semblante calmo, mas transmitia todo o seu cansaço. Talvez os últimos dias para ele tenham sido corridos. 

— O que costuma fazer em seu tempo livre? — cruzei meus braços observando ele torcer os lábios em humor. 

— Ler. — ele engoliu em seco antes de continuar. — Só ler. 

Assenti calada enquanto encerrava a gravação de áudio. Deixei o aparelho de lado pegando logo em seguida a ficha de Justin, onde no final da mesma estava uma folha em branco para que eu fizesse anotações sobre as sessões dele. 

— O primeiro dia sempre é poucos minutos, são mais para que eu conheça você. Saiba do que você gosta de falar, sobre os assuntos que fala com dificuldade. — começo a anotar. 

— Eu falo sobre tudo o que você quiser falar. — então ele sentou-se sobre o sofá de frente para mim, com seu rosto quase colado no meu. 

— Certo. O que você costuma ler? — perguntei sem tirar minha atenção das anotações. 

— Quase todos os tipos de livros e jornais também. Leio jornais de todos os dias, desde que aprendi a ler. — tirei meu óculos voltando a olhar para ele. Sua respiração estava batendo contra meu rosto, aquilo fez com que eu tomasse distância dele, me levantando e seguindo até minha mesa. 

— Que ótimo, Justin. Quer me contar como foi sua infância? — virei a ficha que os clientes tinham que assinar antes de sair, ele se levantou rápido vindo até mim. 

Justin assinou a folha visivelmente incomodado, por alguns segundos fiquei constrangida, ele havia dito que falava de todos os assuntos. Eu queria ajudá-lo. Eu estava ali para ajudá-lo. 

Uma das vantagens de ter estudo e ser psicóloga era que até pela letra de alguém eu poderia decifrar algumas coisas. 

A letra de Justin era média, com bastante espaço e quase ilegível. 

Ele era com certeza uma pessoa que guardava muitos segredos, seria um dos pacientes que eu mais teria dificuldade de falar e ajudar. 

— Tenha um ótimo dia, Hale. — foi tudo o que ele disse quando terminou de assinar a ficha antes de passar pela porta deixando um vento gelado adentrar minha sala. 

Soltei um longo suspiro abrindo a ficha dele logo em seguida. Eu precisava saber mais sobre ele, com certeza ele não me diria assim tão fácil. 

Justin Drew Bieber 

01.03.1992

Mãe: Elisabeth Mullet Drew, falecida em 15.03.2014 

Pai: Desconhecido. 

Nenhum parente próximo desde 2014. 

Engenheiro estrutural. 

Nascido em: Stratford 

Joguei a ficha em cima da mesa um tanto desapontada. Geralmente as fichas tem tudo o que preciso, cada passo que meus clientes já deram, porém a ficha de Justin não havia nada, absolutamente nada que poderia me ajudar. 

(...)

Após terminar e arrumar minhas coisas dentro de minha bolsa, peguei meu celular e bufei ao perceber que o mesmo estava sem bateria. Guardei meu iPhone também antes de ir até as persianas para fechá-las. 

Segurei as persianas e olhei para baixo observando as pessoas passarem pela calçada. Entre o movimento das pessoas passando uma pelas outras havia um homem usando capuz, eu não estava conseguindo ver seu rosto mas ele parecia estar me olhando, ele permanecia parado em meio à multidão que nem se quer notava sua presença ali. Como se ele fosse invisível. 

"Diana..."

Uma voz baixa e fina me chamou a atenção fazendo com que eu me virasse rapidamente, meu coração saltitou, parecia que a qualquer momento iria sair pela boca. Meu corpo inteiro amoleceu, eu simplesmente não estava conseguindo mover minhas pernas, como se um grande peso estivesse depositado em cada uma delas. Fechei meus olhos tentando gritar, mas minha voz não saia, a única coisa que consegui fazer foi chorar. Foi uma das piores sensações que eu já havia sentido antes. Minha sala havia ficado gelada, o ar-condicionado estava marcando 20 graus, a temperatura normal, mas parecia estar fazendo 3 graus. 

"Ele quer você" 

Depois de pouco tempo senti finalmente minhas pernas voltarem a funcionar, limpei meu rosto molhado das lágrimas e então fechei rapidamente as persianas notando que o homem havia sumido enquanto aquela maldita voz ficava cada vez mais baixa em minha cabeça. 

Peguei minha bolsa junto com a ficha de Justin e então sai às pressas de minha sala. 

Fiz total esforço para acalmar minha respiração. Eu tinha que falar com Susan e ela não podia perceber que havia algo de errado comigo. 

— É só o cansaço.— repeti essa frase inúmeras vezes para mim mesma antes de chegar na sala de Susan. 

Antes mesmo que eu pudesse bater ela abriu a porta, certamente iria sair. 

Soltei uma risadinha. 

— Está pálida.— ela me olhou um pouco curiosa.— O primeiro dia foi tão pesado assim? 

— Não exatamente. Só estou louca para chegar no meu apartamento e dormir.— soltei um longo suspiro observando ela assentir. 

— De quem é essa ficha? — ela perguntou apontando para a pasta que estava em minhas mãos. 

— Ah, claro! Bom, é de Justin Bieber. Quero que faça um pequeno favor para mim...— mordi meu lábio inferior enquanto Susan pegava a ficha e lia. 

Ela franziu o cenho. 

— Ele é um gato. — revirei os olhos. 

— Só quero que tente saber mais sobre ele. Não precisa perguntar o motivo. Só preciso saber mais sobre esse cliente, ele deixou bem claro hoje que não iria ser fácil nossos encontros. 

Susan fechou a ficha e colocou debaixo de seus braços. Não era a primeira vez que ela fazia aquilo. Sempre que ela se interessava por algum cliente eu a acobertava para que Trent não descobrisse. 

— Tudo bem. — sorri para ela em agradecimento, virando minhas costas e saindo. — Diana, espere! — então parei dando meia volta esperando que Susan falasse. — Jacob ligou e disse que estaria esperando por você na House Misty. 

— Ele não disse o que era? — franzi o cenho ao lembrar que House Misty era onde crianças ficavam, crianças sem famílias. 

— Só disse que estava com as crianças da noite passada, falou que você saberia do resto. — assenti ao lembrar daquele detalhe. Com certeza Jacob precisava da minha ajuda novamente. 

 

Eu detestava entrar em casas assim, era como se fosse uma mansão. House Misty sempre me deu medo, tanto por fora quanto por dentro. Sem contar que algumas crianças diziam até ver coisas por ali, já fui informada de vários acidentes envolvendo morte de crianças, até mesmo suicídio. Era um lugar frio, não era digno de nada, muito menos da confiança de alguém para se deixar crianças inocentes ali. Alguns corredores cheiravam mal, eu não gostava nem de pensar nas doenças que as crianças poderiam pegar por conta de toda aquela humidade e falta de organização. O teto estava caindo aos poucos, vários corredores também estavam fechados, com faixas da polícia ou avisos de "Não ultrapasse". Aposto que eram areas perigosas onde crianças já se machucaram ou até mesmo morreram. 

Eu agradeci aos céus por ver Jacob no corredor mais iluminado, pelo menos um que não cheirava mal ou estava caindo aos pedaços. Várias crianças passam correndo por mim, perdi as contas de quantas vezes quase tropecei por conta de passarem rápido e eu nem ver. 

Jacob parecia preocupado. 

— Então? — perguntei assim que me aproximei dele. 

— Desculpa, nem te deixei descansar, mas preciso da sua ajuda. Eu não consegui tirar nada dessas crianças. — ele fez sinal com a cabeça para o lado, para a porta do quarto onde eles certamente estavam. 

— Você tentou falar com eles sem mim? — Jacob sabia que aquilo nunca dava certo, ele não sabia como tirar respostas nem de adultos, imagine de crianças assustadas. 

— Eu estava... Ou melhor, eu estou desesperado. Preciso de respostas, Diana. — assenti calada enquanto caminhava cautelosamente até a porta, voltando a sentir todo o mal cheiro novamente. 

— Fique aqui, me de uns minutos. — ele balançou a cabeça positivamente deixando que eu entrasse no quarto. 

As três crianças pareciam assustadas, havia uma garota e dois garotos. Os dois maiores pareciam mais desconfiados com cada passo que eu dava. Eu não estava esperando outro modo de agir vindo deles. Até porque a própria mãe não os matou  por sorte. Eu entendia toda aquela cena, sentia pena mas não poderia fazer nada além de ajudar a prenderem o cara misterioso que apareceu na casa da família. 

— Oi. — sorri me sentando na cadeira logo à frente da cama que eles estavam. 

— Quem é você? — o garoto que parecia mais velho se pronunciou. Ele não parecia muito feliz com minha presença. 

— O meu nome é Diana. Como vocês se chamam? — perguntei enquanto largava minha bolsa ao lado da cadeira. 

— Eu sou Hunter! — o menor disse e logo foi repreendido pela irmã que lhe lançou um olhar mortal, fazendo Hunter esconder seu rosto nas costas dela.

— Ei, eu estou aqui para ajudar vocês. Não tenham medo de mim. 

— Mais de cinco policiais já tentaram falar conosco, você não fará diferença. — e novamente o mais velho me alfinetou. Fiquei brava ao saber que Jacob mandou os homens dele ali antes de mim, mas tive que relevar. 

— Pareço ameaçadora, estou com arma na cintura ou distintivo? — a garota negou com a cabeça sendo acompanhada do mais velho. 

— Eu sou Johnny e ela é Emily. — ele disse logo depois de soltar um suspiro pesado. 

— Muito prazer. — voltei minha atenção para Hunter que não tirava os grandes olhos verdes de mim. — Hunter, vou precisar que saia por uns minutos porque vou ter uma conversa de adulto com seus irmãos, tudo bem? 

Ele sorriu e saiu correndo com um carrinho pequeno em mãos, Jacob abriu a porta para ele e logo depois fechou me deixando sozinha com Emily e Johnny. 

— Não sabemos quem o homem era antes que pergunte.— Johnny disse cruzando os braços. 

— Não conseguimos vê-lo. — Emily comentou receosa. 

— Quando você diz que não conseguiram vê-lo, o que quer dizer? — semicerrei os olhos encarando-a. 

— Tentamos várias vezes olhar para ele, mas ele virava o rosto toda vez. — ela disse. 

— Vocês não ouviram a conversa que ele teve com a mãe de vocês antes de ela....

— Matar todo mundo. — Johnny me interrompeu. — Só ouvi ele falando algo sobre ela ter uma dívida com ele e ter demorado demais para pagar. 

— Divida? — eles assentiram. — A mãe de vocês antes disso parecia estranha? Como era o comportamento dela? 

Eles ficaram se olhando por um longo tempo, eu sabia que tinha algo que não queriam me contar, mas eles precisam me falar tudo o que sabiam, cada detalhe. 

— Johnny...— Emily negou com a cabeça ao perceber que o irmão iria me falar o que sabia, ela parecia ter medo. Mas Johnny não ligou. 

— Ela vai nos ajudar.— ele disse encarando ela, logo depois voltou sua atenção para mim. — Nossa mãe de uns meses pra cá falava muito sobre julgamento final. Ela nos abençoava mais de três vezes ao dia, a noite ela trancava nosso quarto e escondia a chave no porão. Ela trancava a casa antes do sol se por e só abria perto da hora de almoço. Hunter tinha horário para brincar no quintal e horário para entrar de volta. Ela se tornou super protetora do nada. 

— Ela levava vocês para a igreja? — entrelacei meus dedos uns nos outros esperando respostas. 

— Ela fazia da nossa casa a própria igreja. Todos os finais de semana ela realizava alguns cultos lá, ela matou aquelas pessoas depois de um culto. Esse cara estava lá e foi o último a sair antes de ficar só a família. — Emily tomou coragem para falar. 

Eu respirei fundo antes de pensar em dizer qualquer coisa. Aquelas crianças estavam visivelmente assustadas, eu não sabia se o que eu estava pensando era certo ou coisa da minha cabeça mesmo. Eu queria muito ajudá-los mas estava ficando cada vez mais difícil. A mãe deles não pode ter ficado louca do nada, ela não teve nenhum tipo de ataque agressivo, ela fez porque foi mandada. 

— Isso o que me falaram é muito bom. Mas o importante é o rosto dele, o rosto do homem que apareceu na casa de vocês. — me ajeitei na cadeira enquanto os dois se olhavam desanimados. 

—  Se você quer saber como ele era, pergunte ao Hunter. Ele o viu. — Johnny disse me trazendo todas as esperanças de volta. 

— Disseram que ele não deixou...

— Quando Hunter o viu, ele não disse nada. — Emily me interrompeu. 

— Eu vou ajudar vocês, eu prometo. — me levantei rápido pegando minha bolsa e saindo daquele quarto o mais rápido possível. 

Pedi para que Jacob me levasse até onde Hunter estava. Não muito longe dali, ele foi para uma sala mais iluminada, uma sala onde as crianças desenhavam e montavam brinquedos. Pelo menos um lugar onde não cheirava mal e não estava caindo aos pedaços. 

Eu me aproximei dele com cautela, ele desenhava algo em uma folha branca, estava concentrado quando pigarreei chamando a atenção dele. Hunter me olhou com seus olhos verdes inocentes, ele era tão lindo...

— O que está fazendo aí? — perguntei demonstrando total interesse no desenho que ele cobria com os braços. 

— É para você, mas é supresa. — sorri em agradecimento me sentando direito sobre a cadeira, tentando não olhar para o desenho dele. 

— Eu preciso da sua ajuda. Preciso saber como era o rapaz que estava na sua casa na noite em que sua mãe foi... Na noite em que ela foi viajar. — por pouco não disse a verdade. Ele era muito pequeno para saber o que realmente havia acontecido.  

— Ele era forte. — Hunter disse enquanto procurava alguma cor na caixa de lápis. 

— E? — eu precisava de mais, espero que ele consiga me dizer o que quero saber. 

— Alto, bem alto. — ele olhou para cima demonstrando o quão alto o homem era. — E o resto estava escuro, não vi muito. — me desanimei na hora. 

Hunter não sabia muito, talvez ele estivesse com sono e também estava tarde. Talvez ele não viu direito e só comentou o que achou que viu. Ele era apenas uma criança inocente, nem passava pela cabeça dele que a mãe estava presa e o resto da família inteira morta. Eu conseguia ver a despreocupação em seu rosto, ele terminava seu desenho com alegria, estava animado e com o canto dos lábios sujo com o que me parecia ser chocolate. 

Ri baixinho esquecendo todos os problemas daquele caso por alguns segundos. 

— Pronto. — ele me entregou a folha branca bem colorida. Eu sorri animada observando cada desenho que ele havia feito para mim. 

Uma casa, Sol, nuvens, um casal de mãos dadas, a mulher do desenho parecia estar grávida, ele fez questão de desenhar um bebê minúsculo dentro da barriga dela. 

— Quem são? — perguntei curiosa enquanto ele guardava os lápis de cor que havia usado. 

— Sua família. — eu sorri. 

Um dos meus maiores sonhos era ter uma família, mas também não queria nada para agora. Estava em minha lista de prioridades me apaixonar por alguém, mas não naquele momento. Eu tinha muito que me resolver na vida ainda.  

Me despedi de Hunter o deixando brincar com as outras crianças enquanto seguia de volta até Jacob que conversava com Drake no final do corredor. Parei entre duas salas enquanto eu abria minha bolsa e guardava o desenho que Hunter havia me dado. 

Mais uma vez eu senti minhas pernas pesadas, as salas a minha volta ficaram escuras e eu senti um vento gelado bater contra minhas costas. Eu sabia que aquilo com certeza era algo da minha cabeça, meu corpo inteiro tremia e eu suava. Jacob e Drake desapareceram das minhas vistas, tudo pareceu ficar escuro e eu só conseguia sentir medo, pavor. Estava aterrorizada com algo que eu ao menos conseguia ver. Uma canção tocava baixo, eu não consegui deduzir o que era mas parecia ser uma canção de ninar, a canção foi interrompida pela maldita voz que eu ouvi mais cedo antes de sair assustada da minha sala. 

Ele quer você.  

Eu me perguntava quem queria, o motivo e por que eu. Eu senti minha cabeça pegar fogo enquanto a escuridão tomava conta de minhas vistas. Eu queria gritar mas minha boca se quer abria. Aos poucos eu consegui ouvir meu nome, estava baixo e foi aumentando.  Eu agradeci por deduzir que a voz era de Jacob. 

— Diana? — enxerguei Jacob com os olhos estralados me encarando, todo o barulho pareceu voltar, as risadas de criança, a bagunça, tudo. 

— Eu só...— respirei fundo olhando um tanto atordoada para Jacob que estava confuso. 

— Está tudo bem? — ele perguntou enquanto segurava meus ombros. 

— Eu só senti uma dor de cabeça forte, mas não se preocupe, está tudo bem. — ele sorriu colocando uma de suas mãos em minhas costas me guiando para o fim do corredor.  

Assim que chegamos na porta de saída observei de longe Drake entrar no carro da polícia e dar partida. Ele buzinou quando me viu, sorri fraco em resposta. 

— Conseguiu algo? — Jacob perguntou me chamando a atenção. 

— A mãe deles tinha uma dívida com esse cara, ele não quis esperar e então fez ela pagar. As crianças disseram que ela era religiosa ao extremo também, nada faz sentido porque se ela tinha uma dívida por que teria que pagar com vidas? Ele não ganhou nada em troca, não levou nada da casa. Eu não entendo. — comentei enquanto Jacob concordava com tudo o que eu dizia. 

— Nós vamos conseguir. Eu já entrei em contato com os caras que ficam monitorando as ruas próximas da casa onde Dahlia mora, eles vão conseguir algo, tenho certeza. 

E eu esperava que sim. Havia algo errado, eu só não sabia explicar ao certo o que era, mas de algum modo estava começando a me afetar.  

 


Notas Finais


Quando menos vocês esperarem eu vou postar aqui o link do trailer, Diana ainda vai sofrer um bocado em, até o próximo, xoxo!


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