— Senhor? Príncipe Hoseok, temos que ir agora.
Hoseok não escuta uma só palavra de um dos seus soldados. Estava montado em seu cavalo, focado em alguma outra coisa, enquanto o exército do rei terminava de levantar acampamento, já que finalmente haviam vencido aquela custosa batalha para defender as fronteiras e manter a segurança dos civis.
— Oohhh… Hoseok? De novo está olhando para ela? Você não vai ter que se casar com a princesa Yongsun a qualquer momento? — Sem muitos modos, um oficial de alta patente consegue finalmente despertá-lo de seus devaneios.
— Eu sei disso, Seokjin hyung. — O príncipe Hoseok olha para o seu amigo, ainda um pouco envergonhado de sua atitude indecorosa de praticamente fixar seus olhos e pensamentos naquela jovem camponesa por mais de um minuto. Ela nem nota o amor do príncipe enquanto faz sua colheita de ervas e flores ao longe. E era tão dedicada, pois Jeonghwa se esforçava para aprender a criar medicamentos para aliviar ou curar as enfermidades dos camponeses. Quanto mais Hoseok conhecia sobre ela, mais ele se encantava por Jeonghwa.
— Você está ficando cada vez pior em disfarçar que você não quer se casar… — afirma Seokjin, preocupando-se.
— É, eu sei disso também. E o pior é que eu me sinto tão estranho com a aproximação do meu casamento que eu não gostaria de ter que reencontrar a Yongsun, pois sempre que eu a vejo, eu penso em Jeonghwa. — O príncipe respira fundo, pensando em tomar uma atitude impulsiva: Falar com o seu pai sobre os seus verdadeiros sentimentos, mesmo sabendo que não adiantaria. Sim. Ele estava desesperado.
— Vocês nunca poderão ficar juntos. Essa é a ordem das coisas…
— Então eu pretendo desordenar essas tais coisas… Bem, vamos logo até o castelo. Preciso urgentemente ver o meu pai — diz Hoseok, decidindo questionar o seu pai pela primeira vez. Bastaria usar o argumento certo e seu pai aceitaria que ele decidisse o próprio destino, não?
Apesar de seu pai, o rei Kim Naemul, ser justo. Infelizmente para Hoseok, ele acreditava piamente nas antigas tradições. Logo, acreditava que os casamentos de príncipes, principalmente de um primogênito, não deveriam ser realizados por amor, mas unicamente pela necessidade política de unificar reinos.
Mas ele estava tão apaixonado. Por pouco, Hoseok não estava perdendo a cabeça com todos esses sentimentos guardados dentro de si e com todas essas pressões por ser o herdeiro do trono de Silla. Ele sabia que só seria totalmente feliz se pudesse se casar com aquela garota do campo que parecia ser a única para ele.
Ainda assim, ele não havia trocado uma palavra sequer com ela até hoje, já que sabia da impossibilidade de cortejar uma plebeia do jeito correto, com planos de casamento. Se fosse só para desonrá-la, ou para trazer-lhe alguma infelicidade no futuro, era preferível fingir para si mesmo que não sentia nada pela mesma. E era exatamente isso que ele fazia. Mas todos os seus subordinados soldados já haviam percebido que ele não conseguia ignorar completamente o seu sentimento por ela. Talvez achassem que era apenas atração física. Mas, na verdade, era muito mais do que isso.
Ele falaria com o seu pai hoje mesmo sobre o seu desejo. Casamento arranjado não era para ele. O trono não faria nenhum sentido sem a mulher que ele realmente ama ao seu lado.
Os cavaleiros do rei já seguiam pela estrada real. As florestas verdejantes ficavam para trás. Jung Hoseok e seus soldados já haviam chegado no pátio do castelo. Era agora ou nunca, Hoseok.
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Min Yoongi era um rapper muito bem-conceituado na Coreia do Sul. Suas músicas estavam no topo das paradas coreanas. Suas letras ácidas eram sempre aclamadas pela crítica e público. Polêmicas nos jornais. Pouca privacidade. Centenas de “amigos” para farrear e groupies em seu encalço. Dinheiro e sucesso. Min Yoongi vivia o seu sonho aos vinte e seis anos.
Às 10 horas da noite de um sábado em Daegu, a última música do show de AGUST D pegava fogo:
Dê, dê para mim
Dinheiro, honra, qualquer coisa que isso possa ser, me traga
Fama, holofotes
Dê, dê para mim (dê, dê para mim)
Eu não me importo com o que é, apenas me traga
Eu não posso viver como um cachorro quando nasci para ser um tigre
Derrame qualquer coisa que você tem, licor, dinheiro ou honra
Eu nunca imploro por isso
O que quer seja que você possui, eu não tenho desejo
Eu apenas faço o que tenho que fazer, Lei da selva?
Um mundo de escolhas dentro da palavra sucesso
Com uma toalha branca, Yoongi limpa o suor do seu rosto após aquela agitada apresentação de sua música. Ele sempre dava tudo de si ao seu público em busca de alguma sensação de satisfação ou adrenalina.
Chegando ao camarim, ele bebe alguma água e se larga em uma poltrona confortável, enquanto tenta recuperar o fôlego. A porta se abre e ele escuta uma voz masculina anunciando uma visitante.
— Tem uma moça aqui que diz ser uma grande fã e que seu sonho é conhecer o rapper AGUST D e pegar seu autógrafo. Ela pode entrar?
— Claro… — confirma ele. Mas, assim que ela entra, ele quase se engasga ao ver que a mesma era absolutamente gata e despojada bem do jeito que ele gosta.
— MIN YOONGI!!! — Ela berra assim que seus olhos pousam nele. Ela encaminha-se até ficar de frente a ele, que ainda estava sentado na poltrona. — Ahh… Desculpe... Eu posso te chamar de Yoongi?
— Sim… — Ele sorri, muito receptivo.
— Aigoo!! Eu estou no camarim de Min Yoongi. Eu só posso estar sonhando!
— Onde você quer o seu autógrafo? — Ele vai direto ao ponto.
— Eu queria em um sobre o meu seio direito para fazer uma tatuagem por cima depois, que tal?
Yoongi começa a rir e coloca a sua água na mesinha ao lado.
— Você está mesmo falando sério?
— Eu tô sim, pode ser?
— É um pouco inesperado, mas pode sim. Você tem uma caneta?
— Tenho sim. — Ela entrega a caneta para o seu ídolo e desabotoa uns dois botões de sua camisa para liberar uma parte do colo dos seus seios e, também, a mesma logo se agacha na frente dele para que a altura fique mais confortável para a assinatura do seu autógrafo.
Para tentar disfarçar que estava um pouco constrangido, decide desvia o olhar da mulher, como se houvesse algum motivo para apreciar a cor branca do teto.
— Hum… Qual o seu nome, noona?
— Meu nome é Sohye… E eu não acredito que você está realmente corado! — Ela ri, verdadeiramente surpresa com a reação do rapper. — Não depois daquela apresentação em que você pegava fogo, desinibido em cima de um palco com dezenas de milhares de pessoas te assistindo.
— Isso é totalmente diferente de uma fã linda entrar no meu camarim e me mostrar uma parte de sua pele para eu autografar. Mas não se preocupe, se é o que você quer, eu farei…
— E se eu quisesse, na verdade, mais do que isso? E se eu pensasse que ir para o seu hotel para passar a noite contigo como algo muito melhor do que uma tatuagem?
Yoongi volta sua atenção para Sohye, com uma expressão de quem está considerando a possibilidade.
— Só essa noite?
— Só essa noite — confirma, esperançosa.
— Por mim tudo bem. Mas eu não pretendo me envolver emocionalmente… Para ser totalmente sincero, não é bem o que eu pretendo agora… Eu só quero estar focado no trabalho.
— Tudo bem, o seu novo álbum já está sendo muito aguardado pela nação. — Sohye não parecia se importar. Talvez tudo o que ela queria fosse uma noite com o seu ídolo. Ela se levanta e se acomoda no colo dele, de modo a diminuir a distância entre os dois. Os olhos de ambos acabam se encontrando. — Não nos faça esperar!
— Você se parece um pouco comigo. Vamos nos dar bem! — Yoongi sorri e se aproxima, selando os seus lábios nos dela por alguns segundos, enquanto ela envolve os braços ao redor do pescoço dele.
— Você já pode me tocar, se quiser… — comenta, divertida.
O sorriso de Yoongi aumenta ao escutar isso, a destra dele acaricia uma das coxas da mesma e seus dedos a apertam de leve.
— Vou tentar fazer dessa noite uma boa lembrança para ambos. — Ele precisava dizer algumas palavras doces para a bela mulher. Afinal, ele não queria ser um cafajeste. Estava tudo às claras. Eles iriam ter um momento bom hoje, com uma boa transa. Não havia realmente como eles saberem do futuro. Era viver o agora, enquanto o agora ainda existia.
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O emissário do rei de Baekje está com a princesa Yongsun, em seu quarto. Ele havia chegado há menos de uma hora e já estava em reunião com a mesma para saber como andam os preparativos para o casamento:
— Seu pai, o rei, quer saber para quando está marcado o casamento.
— Ainda não está marcado — confessa ela, com honestidade.
— Como está sua relação com o príncipe Hoseok?
— Nós nunca discutimos ou tivemos qualquer tipo de desentendimento…
— Isso é muito bom, princesa! — O emissário a interrompe com o comentário.
— Nós nunca discutimos ou tivemos qualquer tipo de desentendimento… — repete ela, olhando tristemente para o chão. — pois nós nunca nem nos falamos.
— Mas a princesa já está há um mês aqui no palácio. Como isso é possível?
A verdade era que, durante esse mês, Hoseok nunca havia se aproximado muito dela ou nem ao menos havia lhe dado alguma atenção. Ele parecia fingir que ela não existia. Hoseok havia apenas a cumprimentado respeitosamente no dia que a mesma chegou, como uma obrigação, e desde então passava a maior parte do tempo fora do castelo como se estivesse evitando-a.
— Ele não deve ter gostado muito de mim. Deve ser isso…
Ela se sente como um peixe fora d'água desde que chegou ao palácio onde morava o príncipe escolhido por seu pai como o seu futuro marido.
— Essa é a sua única responsabilidade como princesa do reino de seu pai! — O emissário se altera ao cobrá-la. — Se casar com Hoseok e ter filhos para fortalecer o nosso reino. E você não pode nem fazer isso?
— Não precisa gritar! Só me diga o que eu preciso fazer. — Yongsun sentia-se ainda pior ao escutar isso.
— Você precisa se casar rápido, pois parte do nosso reino está sob ataque de inimigos.
— E como eu faço isso? Eu ameaço Hoseok com uma espada? Eu nem sei lutar… — ironiza ela ao se lembrar que Hoseok tinha a fama de ser um grande guerreiro.
Na verdade, o que ela precisava era de uma solução prática...
— Yongsun, você deve seduzi-lo o mais rápido possível.
— Eu não faço ideia de como seduzir um homem. Eu não sei nem como beijar…
— Você não precisa saber como fazer essas coisas… Vá até o quarto dele essa noite, mostre seu corpo e dê a sua virgindade a ele. Vai ser mais fácil do que você pensa.
— Ho…hoje? — gagueja ela.
— Exato. Não podemos mais perder tempo. Hoseok provavelmente se sentirá na obrigação de desposá-la o mais rápido possível depois dessa noite por tê-la desonrado, pois todos sabem que a família real daqui é muito conservadora e que essa foi a educação que ele recebeu do rei Naemul.
O emissário já havia ido embora. Yongsun se acomoda no banquinho de sua penteadeira e começa a escovar os seus cabelos castanhos, enquanto pensa sobre o que deveria fazer.
Era mesmo verdade que Hoseok não era daqueles príncipes que colecionava aventuras sexuais. Na verdade, sua fama era a de buscar sua honra protegendo o seu povo a partir das ordens de seu pai. Ele lutava em guerras e se colocava em risco para proteger o reino. E, nesse sentido, seria um ótimo marido.
Yongsun decide que quer ser igual ao Hoseok e fazer tudo pelo seu povo. E tudo o que ela precisaria fazer era se casar o quanto antes.
Ela iria no quarto dele esta noite. Ele seria o seu marido de qualquer maneira.
Ele era tão bonito e educado. Talvez fosse um momento romântico. Talvez não fosse apenas sexo a sua primeira vez.
Ela larga a escova sobre a penteadeira. Decidida. Sua mão tateia uma maçã em uma cesta de frutas e ela a aproxima de sua boca como se fosse mordê-la. Mas ela começa a tentar beijar a maçã.
— Como eu devo fazer isso? — Ela olha para o espelho para tentar se ver beijando a maçã.
Nada mal. Até que não está tão ridículo.
Então ela tenta projetar que está beijando a boca de Hoseok ao invés da maçã. Seu rosto queima de vergonha e seu coração palpita. A maçã cai de sua mão e rola pelo chão até abaixo da cama.
— Aigoo… Como eu vou poder perder a minha virgindade com ele hoje?
*************************
Yoongi retira o seu casaco no quarto do hotel, seguido de Sohye.
— Fique à vontade! Você está com fome? Aceita um pouco de soju?
— Um soju cairia bem. — responde Sohye, já pendurando sua bolsa.
— Sente-se ali. — Ele aponta para uma bancada próxima deles no quarto de luxo, enquanto abre um armário para pegar a garrafa de soju.
A decoração do quarto era impecável. Possuía alguns móveis antigos da realeza, absolutamente bem restaurados, quase dando a impressão de que eles estavam nos tempos antigos da Coreia feudal.
— Me sinto em outro século aqui com você! Deve ser porque você está prestes a realizar o meu sonho de princesa! — brinca ela, parecendo superanimada.
— Que seria…? — pergunta Yoongi ao sentar-se no balcão ao lado dela, esperando entendê-la melhor.
— Ter a melhor noite da minha vida com você.
Yoongi ri soprado, enquanto serve soju para ela, e depois para ele.
— Talvez eu não faça jus a uma noite com uma princesa — reconhece ele.
— Sem dúvidas você faz. Você é surpreendentemente gentil — afirma, erguendo um copo de cristal para fazer um brinde. — A essa noite!
— A essa noite! — Ele repete, erguendo o copo dele. As horas passam num picar de olhos enquanto conversam e bebem, rindo de tudo. O motivo pelo qual ele havia concordado que ela fosse ali sendo praticamente esquecido durante um tempo.
Assim que ele se recorda do motivo, uma parte dele sentia vontade de se abrir com ela e contar o que realmente sentia e torná-la próxima de quem ele realmente era, de sua sombra (shadow). Outra parte dele, preferia que ela só conhecesse a parte que ele sempre mostra para todos, a sua máscara (persona).
A segunda opção é sempre a mais fácil.
— A noite está acabando e amanhã cedo eu tenho que estar no aeroporto — informa Yoongi, olhando o horário em seu Rolex. — Você ainda quer fazer aquilo?
— E você ainda pergunta? Pode tirar toda essa sua roupinha… — brinca ela. — Mas antes, me beija!
Ela molda o sorriso de Yoongi. E ele se levanta e a segura pela mão, trazendo-a mais próxima de si. Enchendo-a de beijos e inalando o seu perfume amadeirado, cada suspiro de ambos é aproveitado para aumentar o envolvimento naquele ósculo.
Quando percebem, já estão na cama. Ele está entre as suas coxas e, mesmo que ainda vestidos, ela move o seu corpo para senti-lo melhor. Ele a segura pela cintura e dita os movimentos de seus quadris.
A cada momento a excitação que envolvia os dois era maior e ele não via a hora de se enterrar nela. Desfrutar o máximo daquele momento com aquela bela mulher e ter todos aqueles momentos eróticos que ela poderia lhe proporcionar.
Ambos enlouquecidos se desejando fisicamente. A cama não foi o suficiente.
Tudo terminou com ele a fodendo em cima do balcão e ela chamando o nome dele em seu orgasmo.
— E então foi isso… — diz Yoongi, ofegante. Com um sorriso bem safado estampado na cara.
— Isso foi incrível! Mas já são duas da manhã e você disse que precisa acordar cedo. Eu realmente não quero te atrapalhar.
— Você é uma fofa! — diz, apertando a bochecha dela. — Vou te ajudar a procurar suas roupas, mas, por favor, durma aqui e acorde a hora que quiser. Deixarei avisado na recepção para debitarem as horas a mais na minha conta.
— Obrigada! Eu vou aceitar sim, já que você é rico… — Ela dá uma risada alta, acompanhada por Yoongi.
Após se ajeitarem para dormir, eles deitam na cama. Yoongi não sabia o que deveria dizer a ela depois de tudo, então ele é apenas sincero:
— Obrigado pela boa companhia e pelo bom sexo, Sohye.
— Uau… Você ainda lembra meu nome? — pergunta surpresa, como se precisasse dessa confirmação saindo do dos lábios dele.
— Claro que eu lembro! E ainda lembro que você é uma deusa na cama. Mas, mesmo assim, estou exausto e preciso dormir agora por causa da minha agenda. Enfim, tenha uma boa noite, noona.
— Então tenha um bom sono, Yoongi!
Assim que ele vira para o lado, rapidamente o mesmo adormece.
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