Yoongi está confuso, ele sai do quarto. Estranhamente aquele não era o corredor do seu hotel.
Ele anda pelos corredores, perdido. Até que decide ir até a rua para tentar entender onde estava.
Seguindo por aquele corredor, ele começa a reparar que as coisas dispostas nele eram todas antiquadas. Desde a iluminação até toda a decoração. Abismado por tudo aquilo, paralisa-se por um instante em seu caminho, notando que o mesmo quase parecia estar em um museu de objetos antigos. Aquele lugar onde estava só não parecia totalmente um museu histórico por um único detalhe: os objetos pareciam ser todos novos, sem nenhum desgaste aparente, mesmo depois de supostamente séculos de exposição.
Sua mente estava a mil. Distraído, ele surpreende-se quando sente o tranco de um corpo pequeno esbarrando em si e empurrando-o com força para trás. Ele havia pensado em gritar um “Ei, vê se olha por onde anda!” com grosseria, mas…
Esse “corpo” era, na verdade, uma jovem que parecia muito assustada ao notá-lo. Ela tinha o rosto vermelho e salpicado de lágrimas, como se já tivesse chorado muito há pouquíssimo tempo.
Ela parecia estar vestida de princesa, com um lindíssimo vestido de seda, como se tivesse acabado de sair de uma festa a fantasia. Uma festa que devia ter sido horrível por sinal.
— Ei, você está bem?
Ela não responde nada. Visivelmente constrangida, fecha as mãos com força como se talvez estivesse com medo de alguma coisa. Mas seu olhar vai se transformando de temeroso para confuso, pois ela nunca havia visto alguém com uma calça cheia de bolsos ou qualquer tipo de jaqueta, ou mesmo um simples tênis em toda a sua vida.
— É claro que você não está bem… Que pergunta idiota. Você quer que eu te chame um táxi?
Ela era tão linda, mas ele não ia dar em cima dela. A última coisa que uma mulher precisa é de um babaca dando em cima dela quando ela está chorando, provavelmente, por outro babaca.
— Táxi? O que é isso? — O sotaque dela era estranho, totalmente diferente de todos os que ele já ouviu. E olha que ele já havia viajado bastante por toda a Coreia. Talvez ela fosse estrangeira.
Outra coisa que o deixava intrigado é o fato de que ela parecia sinceramente desnorteada com o que ele havia acabado de dizer. Até porque não era possível que ela não soubesse o que era um táxi, mas, ainda assim, ele resolve explicar da forma mais simples possível.
— É tipo um carro que leva pessoas para lugares.
— O que exatamente é um carro?
— Você tá zoando com a minha cara, garota? Esse é algum tipo de pleno ódio aos homens? Tudo bem, talvez eu mereça… Mas vamos… Eu vou até a rua com você, eu estava indo para lá mesmo. Só me diz onde fica o elevador. Eu não achei nenhum, enquanto andava pelos corredores…
— Elevador?
— Aaaahhh… Isso já perdeu a graça, princesa… — Yoongi reclama dessa forma, afinal ela realmente estava vestida de princesa.
— Eu não te entendo… Você parece estar perdido. Eu… Eu nunca te vi aqui antes… Você é parente do rei ou algo assim?
— O QUÊ?
— Quem afinal é você? Você não é um espião, um bruxo ou algo assim, não é? — Toda aquela confusão a fez esquecer completamente de seus problemas por um instante. Por mais estranho que fosse aquele rapaz, ele era tão bonito.
— É claro que não… Não sou nenhuma dessas coisas, eu prometo — ri ele. — Me chamo Min Yoongi e você?
— Me chamo Park Yongsun. — De repente, ela faz um bico, enchendo suas bochechas de ar. Também cruza os braços, ficando absurdamente fofa só para reclamar de seu grande problema atual. — Eu bem queria que você fosse um príncipe importante para se casar comigo… para eu não ter que ficar esperando aquele idiota do Hoseok resolver me dar alguma atenção.
— Príncipe? Eu adoraria ser seu príncipe… Sei lá… — Essas palavras fogem da boca de Yoongi sem o mesmo perceber. Ele acaba ficando vermelho. Aquela garota era tão linda e tão estranhamente legal e doidinha. Uma parte de seu cérebro já via essa garota como namorada, indo a seus shows e lhe dando um novo motivo para viver. Ele queria ignorar essa parte do seu cérebro, mas, no fundo, sabia que estava doido para passar mais um tempo com ela para conhecê-la melhor.
— Isso é mesmo sério? — Yongsun sorri pela primeira vez em muito tempo.
— Por incrível que pareça, eu acho que é… — confessa ele. — Onde você mora? Você poderia me dar seu endereço ou ao menos o número do seu telefone? Eu queria te ver de novo.
A garota aparenta ter ficado confusa novamente, mas parece ter superado sua confusão mais rapidamente dessa vez. Logo, ela estava pronta para respondê-lo. Então ela logo o faz.
— No momento eu moro aqui nesse castelo, mas eu sou do reino de Baekje, entende? Mas me diga… o que é um telefone? E para que você precisa do número dele para me encontrar de novo?
Yoongi sente uma sensação ruim, pois ele já não acha mais que ela está mentindo só para tirar uma com a cara dele. Ele passa a ter certeza de que está num tipo de sonho realista.
Um espelho portal e uma princesa linda? É sério isso, Yoongi?
O pior de tudo é que ele não queria acordar. Ele sentia como se estivesse apaixonado e, pelo visto, ele nunca mais a veria novamente, já que ela era apenas a imaginação dele criando uma garota ideal.
— Isso realmente não importa agora. Você mora aqui, não é?
Ela confirma com a cabeça.
— Se você quiser, pode me levar até o seu quarto para me contar sobre os seus problemas e sobre o motivo pelo qual estava chorando… Eu prometo que tentarei te ajudar enquanto eu estiver aqui.
Yoongi fez a sua proposta, quando um sorriso doce se formou em seu rosto. A sensação que ele sentiu a pouco era mesmo horrível, mas ele rapidamente decidiu que iria aproveitar seus breves momentos com a Yongsun, a garota inventada por sua mente.
— Hummm… Não esperava por isso – admite a mesma, pensando na proposta com seriedade.
Ela sabia o quanto podia ser perigoso ficar sozinha com um homem em seu quarto, mas era tudo o que ela havia pedido durante todo o seu mês solitário neste castelo: um amigo para desabafar. Talvez o destino houvesse preparado para ela uma boa surpresa ou mesmo uma armadilha. Mas o estranho rapaz Min Yoongi a deixava desconcertada, e aquele sorriso fazia seu coração acelerar a todo instante.
Então só por uma vez ela teria uma atitude impulsiva e pensaria primeiro nela e em ter alguma felicidade. Ela tomaria o risco ao concordar com aquilo:
— Tudo bem, só não podemos ser pegos, tá? Me segue!
Ao adentrarem o quarto de Yongsun, a mesma fecha a porta. Ela aponta para a sua cama para que ele se sentasse.
— Então, me diga o que está acontecendo contigo. Por que chorou hoje? — pergunta Yoongi, acomodando-se na borda da cama. Fixando a jovem, com o semblante preocupado.
— Sabe? Eu não sei por onde começar… Bem... Você já notou que eu sou a princesa Yongsun, não é? A minha situação... O meu casamento... ele... ele foi arranjado desde que eu era uma criança e eu preciso me casar com o príncipe de Silla o mais rápido possível para salvar o meu reino…
Ela lhe conta tudo, desde as pressões que tem sofrido até tudo o que aconteceu consigo no dia e na noite de hoje. Yoongi parece estar tão interessado em tudo o que ela tinha a dizer que ela não poupa detalhes sobre como se sentia a respeito de cada situação que contava.
Ele a deixava tão confortável.
Sem perceber, ela já está na cama, sentada ao lado dele, contando a sua história. E algumas lágrimas de raiva e tristeza ainda escorriam por sua face, por mais que ela tentasse secar.
Enquanto isso, Yoongi parecia transtornado com o tal do príncipe Hoseok.
Como o mesmo foi capaz de fazer tudo isso com ela? Desde ignorá-la completamente até beijá-la e agarrá-la só para mandá-la sair de sua vida logo em seguida? O que esse príncipe tem na cabeça para fazer tudo isso com a própria noiva em menos de um mês? Ele definitivamente não a merecia.
— Pelo que você me contou, você é incrível e ele é um tremendo idiota por não saber dar valor no que tem. Mas não se preocupe muito com isso. Eu sei que parece sua responsabilidade, mas não é. Você fez o que tinha que fazer, mesmo sem realmente querer fazê-lo. Você é uma ótima princesa só por se arriscar dessa forma. Para mim, você é absolutamente incrível, Yongsun!
— No lugar de me julgar, você está me dando apoio. Você simplesmente não pode ser real.
— Eu também estou duvidando que você seja real. Você é perfeita demais para…
Ele perde a fala ao notar como ambos estão muito próximos e que os olhos dela brilhavam, fixos nos lábios dele, como se estivesse hipnotizada. Ele morde o lábio inferior de forma sedutora quando percebe que todo o seu ser passava a arder de desejo por ela. Nota a respiração dela ficando pesada. Era como se todo o tempo tivesse parado.
Ele acaba não resistindo. Seus lábios já haviam encontrado os dela, assim como um sorriso insistente ao notar que ela o correspondia. Mesmo que fosse um sonho, cada sensação era tão real para ele.
Ele a deita na cama e enlaça seus dedos. Espalha diversos beijos pelo pescoço dela, arrepiando toda aquela região, arrancando-lhe suspiros. Quando o mesmo a encara novamente, os dois sorriem carinhosamente um para o outro, sem realmente entender o que estava acontecendo ou o que estavam sentindo.
Yoongi dá um selinho na ponta do nariz dela, a fazendo rir. Depois ele contrai seu rosto, ficando com aquela aparência fofa dele. Era como se o coração da princesa tivesse sido aquecido instantaneamente. Como aquele rapaz podia ser tão fofo, amigo e sedutor ao mesmo tempo? Que sentimento é esse?
O dedo indicador dele acaricia os lábios rosados da mesma e ia descendo pelo seu queixo, pescoço e até entre seus seios. Logo, recaia com leveza sobre seu abdômen, seguindo por sua coxa, indo até seu íntimo. Tocando exatamente no seu ponto de prazer, pressionando bem devagar. Yoongi notava rapidamente que ela não tinha ideia do que era aquela sensação em específico. Que os choques de prazer a surpreendiam a cada movimento de seu dedo. Ela fechava seus olhos com força tentando lidar com a timidez de ser tocada dessa forma por um homem. E não um qualquer, era um pelo qual ela tão rapidamente já nutria sentimentos.
— Yoongi… Eu… Eu…
Ele grunhe em excitação ao ouvir a voz dela embargada de prazer. Ele retorna a dar selares no pescoço da mesma, envolvido no calor daquele corpo.
— Yoongi, você precisa parar… Por favor…
Yongsun lembra de suas responsabilidades e percebe que eles deviam parar. Já haviam ido longe demais.
Com dificuldade, o mesmo cessa os beijos e os movimentos, deixando seu rosto novamente em frente ao dela, parecendo um pouco confuso.
— O que aconteceu? Não estava bom? — Ele a espera recuperar o fôlego antes que ela volte a falar.
— Não é isso. Eu não posso, Yoongi… Eu estou noiva… Meu reino depende disso.
— Eu entendo… — Um pouco triste por ter que se afastar do corpo dela, ele se ergue novamente, até voltar a ficar sentado na cama como antes. Ele fita o chão, tentando entender o motivo de se sentir tão abatido. É só por que ela estava noiva de outro? Enquanto a beijava, ele havia se esquecido completamente desse detalhe. E também de que estaria em um sonho realista e certamente absurdo.
Ela também se senta ao lado dele, um pouco mais afastada e olhando para uma parede só para não ter que olhá-lo depois do que tinha acontecido.
— Eu sinto muito… Eu realmente gosto de você. Eu só… Eu só não posso.
— Tudo bem. Para mim é como se fosse um sonho mesmo, mas para você é como se fosse a vida real. Eu nunca te faria algum mal e eu definitivamente também tenho sentimentos por você.
— É uma pena que teremos que ser apenas amigos. Um beijo desses não pode acontecer de novo. É muito perigoso…
— Você é quem decide. Meus lábios sempre serão desesperados pelos seus. Mas se para salvar o seu reino, você não poderá mais beijá-los, eu totalmente te compreendo e te apoio.
— Então você vai me ajudar a me casar logo com Hoseok?
— Claro, eu vou encontrá-lo e vou convencê-lo. Primeiro preciso descobrir o porquê ele não quer se casar com você. Você realmente esteve no quarto dele essa noite e ele te expulsou, não foi?
— Foi sim.
— Muito estranho… A última coisa que eu faria se você entrasse no meu quarto era te expulsar, pelo contrário, eu imploraria para você ficar — ri Yoongi, apesar de ter sido completamente sincero.
— Bobo… Não diga essas coisas… — alerta Yongsun, que fica corada. Mas também acaba por rir do que ele falou.
— Mas é bom que você saiba que eu não resistiria a você… Ai… Tá bom, tá bom… Parei… — Ele diz quando ela lhe dá um tapa nas costas para que ele parasse de dar em cima dela. — Mas então… Amigos pelo menos?
Ele lhe estende a mão para que a princesa possa apertá-la. E ela o faz sem nem pensar duas vezes. Era como se selassem um pacto.
— Claro! Amigos.
*************************
Hoseok está deitado em sua cama, pensando no que deveria fazer.
Ele pensa em escrever uma carta para confessar seu sentimento para Jeonghwa. Se ela respondesse negativamente aos seus sentimentos, ele desistiria e se casaria com Yongsun, como o pai dele queria. Mas se ela quisesse conhecê-lo melhor, ele se encontraria com ela por uma semana e tentariam, juntos, pensar em algum bom plano para que os dois pudessem se casar e ficar juntos para sempre.
A verdade é que nem Yongsun merecia um marido que não a ama. Ela está sendo pressionada, assim como ele, a aceitar esse casamento como o único caminho possível. Os dois seriam indivíduos infelizes unicamente para o bem dos reinos.
Mas, talvez os dois reinos poderiam ser parceiros com a assinatura de um simples tratado, não? Mesmo não sendo um vínculo tão forte quanto um casamento, já é alguma coisa.
Hoseok logo se levanta e encaminha-se até a própria escrivaninha. Ele iria escrever a carta para a sua amada:
Cara Park Jeonghwa,
Finalmente decidi que preciso lhe contar o meu único segredo. Não se preocupe, pois não estou exigindo nada da senhorita. Mas com a aproximação do meu casamento, sinto que preciso tirar a verdade do meu peito.
Eu, o príncipe de Silla, estou aqui na sua frente para confessar-te meus sentimentos. Deve parecer estranho, pois nunca nos falamos antes, mas eu já sei muito sobre você, sobre os seus gostos e seu bom coração. Sobre como você cuida das outras pessoas com seus conhecimentos sobre ervas e elixires medicinais. Eu sempre busquei saber notícias suas nos lugares que descobri que você frequenta. Mas meu coração não me obedece quando te vejo, mesmo que eu só tenha me permitido fazê-lo de longe.
Mas por que eu tive que esconder isso de você? Por que eu tive que me contentar com tão pouco de você durante o último ano em que te amei?
A resposta é que eu estava tentando te esquecer, enquanto eu falhava miseravelmente todas as vezes. Afinal, eu pensava em você cada vez mais. E me martirizava o fato de que jamais poderíamos nos casar, mesmo se por sorte você também gostasse de mim. E você deve imaginar bem o porquê.
Como eu já revelei, a nossa relação não tem nenhum futuro e o meu futuro foi decidido por meu pai, com outra mulher, só porque ela é filha de um outro rei importante. As coisas não deveriam ser assim, mas elas são…
Eu te escrevi essa carta para confessar tudo isso a você e para que você possa desprezar os meus sentimentos como o desconhecido que eu ainda sou para você, como o covarde que não pode enfrentar o próprio pai, como o simples assassino que eu me tornei em todas as guerras que participei… Comparado a você, quem eu sou, Jeonghwa?
Por favor, me odeie…
Eu te imploro, parta o meu coração de vez, da pior forma que puder, neste momento logo após de terminar de ler essa carta, antes que eu considere uma boa ideia te beijar. Antes que eu te ofereça o meu amor, que não possui nenhum valor sem uma possível promessa de casamento.
Não há nada que eu possa te oferecer além da minha própria ilusão de ficarmos juntos para sempre.
Meu coração é unicamente seu.
Assinado: Hoseok.
Por pior que seja, é essa a verdade. Eu provavelmente trocarei algumas palavras com ela pela primeira vez. E eu só posso estar perdendo o juízo em pensar que devo entregar essa carta para ela. MAS EU IREI. Alguma mudança e decisão haverá no dia de amanhã.
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