Eu achava que estava bem…
Até voltar a ficar sozinha.
Na segunda-feira, Tom saiu de manhã e me aconselhou a ir mais tarde até o teatro. Eu não estava com a menor vontade de encontrar Katherine lá mas suspeitei que ele tivesse me convidado justamente para estar por perto e ver o que ele fazia. Decidi negar. Além disso eu não tinha vontade nenhuma de sair dali. Eu estava segura. Depois que tomei um banho, recebi o serviço de limpeza no flat, e mesmo eu tendo dito que não precisava pois eu podia limpar, a camareira insistiu. Deixei ela entrar com a condição de que eu mesma lavaria a louça e limparia o quarto. Logo nos entrosamos conversando sobre Londres. Depois que ela foi embora eu ajeitei o quarto e andei pelo flat. Não tinha nada para fazer a não ser ver tv ou olhar pela janela assistindo ao cotidiano dos londrinos. Suspirei um pouco entediada. Liguei para meus pais e prometi ir logo vê-los. Liguei para Luna também, dando breves atualização sobre Londres e sobre Tom. Ao final da ligação, adicionei o número de Dylan em meus contatos e mandei um oi.
Lia: É a Liana. Está adicionado em meus contatos.
Ele logo visualizou.
Dylan: Legal que você me adicionou. Pensei que tinha esquecido. ;) Como estão as coisas por aí?
Suspirei antes de responder.
Lia: Eu não esqueceria. Aqui está um pouco chato na verdade. Estou com fome. E aí?
Dylan: Estou na estrada rodando por aqui.
Topa tomar um café?
Lia: Topo. Só se for por aqui. Não muito longe. Onde você está?
Dylan: Saindo do edifício. Devo demorar um pouquinho. Aviso quando chegar aí. Você está no flat né?
Lia: Ok. Estou sim :)
Resolvi arrumar minhas roupas no closet enquanto esperava. Eu precisava de mais criatividade nos looks. Depois de alguns minutos separando minhas roupas e organizando as roupas que Tom havia levado para lá, peguei minha bolsa para arrumar. Sentei no banquinho e tirei tudo de dentro dela e por fim, ao sacudir bem, senti algo cair em meu colo. Fiquei encarando o anel de noivado como se esperasse ele sair andando dali. Engoli em seco.
Damen…
Lembrar dele me deixava abalada. Ele estava por aí e eu não sabia como e nem onde. Algumas vezes, na semana passada, pensei em ir até a casa dele e dar uma sondada, mas nunca teria coragem. Eu precisava descobrir onde ele estava. Com as mãos trêmulas, peguei o anel e o guardei no bolso de um casaco. Peguei meu celular, troquei o chip e esperei o aparelho ligar.
Passei pelas curtas mensagens de desculpas e onde Damen questionava onde eu estava. Eram daquela última quarta feira. Foquei em uma mensagem da semana passada.
“Eu sei que você nunca mais vai querer olhar na minha cara.
Eu sei que você deve estar com raiva, magoada e decepcionada comigo.
Eu sei, Liana.
Mas também sei que eu tentei te dar tudo e nunca foi o suficiente.
Você deveria ser minha, mas veio para Londres para ser de outro cara.
Eu nunca tive chance não é?
Espero que você um dia me perdoe pela forma que te tratei. Eu não sou daquele jeito e você sabe disso.
Se eu tiver que pagar por isso, eu pagarei… eu pagarei por tudo. Mas me perdoe, por favor”
Meu coração se agitou e apertou.
Eu não sabia o que pensar, mas sentia o medo rastejar por meu peito e esfriar minha espinha. Pensei no que acabei de ler e tentei captar se ele estava sendo sincero. Eu realmente estava com raiva e magoada com o que ele fez, mas não queria que ele pagasse.
“...eu pagarei por tudo”
Franzi o cenho.
O que ele queria dizer com isso?
Engoli em seco e comecei a temer por Damen. Sem pensar peguei o celular e disquei seu número. Chamou duas vezes e alguém atendeu. Fiquei em silêncio com medo e receio de falar alguma coisa. Ouvi a outra pessoa respirar do outro lado da linha.
- Liana? É você? - ouvi a voz dele. Estava sem vida, sem a entonação alegre de sempre e sem dúvida, sem o tom agressivo da última vez que o vi.
- Sim - sussurrei baixinho. No fundo eu já tinha me arrependido de ter ligado. Isabel me mataria se soubesse daquilo. - Onde você está?
- Eu é quem pergunto. Você sumiu. Eu fiquei desesperado te procurando. Até te ver com ele… vi as fotos de vocês juntos.
Droga! Perdi a fala. Eu não queria ter Tom envolvido em escândalo e principalmente com meu nome. Esse era o tipo de trabalho que eu sempre quis evitar. Minhas mãos suavam de tão nervosa que eu estava. Eu precisava resolver aquilo. Resolver minha bagunça.
- A gente precisa conversar - minha voz tremia e ele podia ouvir aquilo.
- Não. - ele respondeu secamente - não é uma boa idéia você me ver agora. Eu não quero ver seus olhos com medo… de mim. Não quero ver você me olhando dessa forma.
- Eu não vou…onde você está? - nem eu mesma acreditava nas minhas palavras.
- Foi bom ter ouvido sua voz. - ele disse. Pude notar que Damen se continha. Falava abafado e baixo. - Eu… - Ele desistiu de falar e suspirou. - Vou desligar.
- Damen… - chamei mas ele desligou e eu fiquei com o celular na orelha por um tempo.
Meus nervos estavam em alerta e aproveitei para entrar na internet.
Buscar o nome de Tom Hiddleston no site de pesquisa não foi uma boa idéia. Haviam recentes postagens e milhares de fotos dele e minha no teatro, na frente do edifício comercial enquanto Dylan apertava a mão de Tom.
Fui passando as fotos e sentindo minha respiração acelerar. Será que Tom sabia da circulação daquilo? O que ele pensava sobre?
Meus olhos bateram em outras fotos e eu congelei ali, também tinha imagens de nós dois nos beijando no Primrose Hill.
Droga! - Xinguei baixinho, recolhendo minhas coisas e trocando novamente o chip do aparelho. Voltei para a sala, andando de um lado para o outro. Pensando no que eu faria.
Sim, porque eu sentia que precisava fazer.
Depois do ocorrido com o Damen eu havia passado a conviver com o Tom e de alguma forma nosso relacionamento se firmou baseado naquilo. Eu não sabia se era a forma certa de começar mas sabia que as coisas com o Damen deveriam ter sido acertadas antes.
Eu precisava falar com ele.
Minha cabeça começou a doer e minha barriga também protestou de fome. Me assustei com a notificação do telefone. Era Dylan dizendo que havia chegado. Deixei uma mensagem para tom dizendo que estaria fora e fui trocar de roupa. Uns 10 minutos depois eu desci.
- Olá, querida - ele abriu um sorriso ao me ver. Seus cabelos estavam presos e ele vestia uma jaqueta de couro e calça jeans.
- Oi. - sorri tímida para ele que me esperava no térreo. - Vamos lá.
- Não sei onde você gosta de comer.
- Qualquer lugar - comentei. - eu não costumo andar muito por aqui.
Dylan me olhou fazendo uma careta enquanto me acompanhava pela calçada.
- Por onde você anda então? - ele perguntou.
- Eu não tenho saído muito desde que fiquei hospedada aqui - encolhi os ombros. Não era um assunto para se entrar em detalhes.
- Hm - ele assentiu e pensou um pouco. - Tem um lugarzinho ali muito bom.
- Topo qualquer coisa - sorri.
Ele parou na calçada ao lado de uma moto.
- Suba no possante - ele comentou sorrindo. Dylan subiu na moto e me esperou.
Agradeci por ter colocado calça jeans e botas. A primeira opção era um vestido. Coloquei o capacete que ele me ofereceu e segurei no apoio. Assim que me acomodei ele deu partida.
.X.
Pedimos nosso café e esperamos a garçonete sair com as anotações de panquecas, um café e um suco de laranja.
A luz que entrava pelas janelas iluminava a sofisticada e aconchegante cafeteria. Sentei-me de frente para Dylan.
- E então… está preparada para começar o trabalho? - ele perguntou me olhando.
- Sim. Mas estou nervosa. Nunca fiz um trabalho grande assim. E com tanta importância.
- Ah, você vai se dar bem sim. Seus cliques são muito bons. - ele comentou - e mesmo que tenha dúvidas, pode usar o meu estúdio no edifício.
- Eu estava treinando bastante quando cheguei aqui - resolvi conversar descontraidamente - fotografei bastante.
Dylan se animou em saber mais sobre minha formação e sobre vida pessoal de “antes do Tom” como ele citou. Mostrei alguns de meus trabalhos em San Diego.
- Lily, você é uma ótima fotógrafa. Por que não procura algo fixo aqui em Londres? Tem alguns lugares que eu poderia indicar você. Pagam muito bem.
- Não. - balancei a cabeça - Não precisa facilitar nada para mim. - sorri para ele não achar que eu estava sendo rude.
- Só estou tentando ajudar - ele riu erguendo as mãos.
- Relaxa. Eu nem posso procurar nada. Não vou ficar aqui por muito tempo. - falei tentando não soar triste. Não era a primeira vez que eu pensava nisso mas era a primeira em que eu dizia em voz alta. Eu não queria falar pois acreditava que se não pensasse nisso, demoraria mais para passar. Ainda tinham quatro semanas…
Meu coração apertou.
- O que quer dizer com isso? - Dylan franziu a testa.
- Eu… bem… - olhei para o canto da mesa, tentando falar sobre aquilo sem expor coisas desagradáveis. - minha passagem de volta é para o fim deste mês.
- Ah… - ele ponderou. - eu achei que você tinha vindo por mais tempo, sabe? Para ficar com o Tom.
- Não. Eu vou voltar para Cancún.
- Aconteceu alguma coisa entre vocês e eu não estou sabendo?
A garçonete voltou com nossa refeição e esperei ela sair para começar a comer e pensar no que falar.
- Não sei até onde Tom contou a você sobre nós - dei de ombros.
- Ele falou que você estava aqui e que veio assistir a peça… - Dylan buscava na memória, deixando claro em sua expressão engraçada - … e achava que as coisas iam dar certo entre vocês.
- Antes disso ele havia falado de mim?
- Sim - ele abriu um sorriso, mostrando as covinhas nas bochechas. - falou que conheceu uma pessoa especial em uma de suas viagens de trabalho. Eu perguntei detalhes mas ele só me disse seu nome e o quanto você era bonita e cativante.
Ouvir aquilo fez meu peito se agitar. Sorri, tímida.
Abaixei a cabeça para comer a panqueca.
- Você ficou vermelha - Dylan riu. - Isso é engraçado e fofo.
Revirei os olhos comicamente.
- Mas me diz que está tudo bem entre vocês. Eu preciso continuar acreditando no amor. Por que você veio por tão pouco tempo?
- Eu não vim para ver o Tom... inicialmente.- me senti falando. Não fazia sentido ficar escondendo aquele fato. Logo as pessoas que publicavam fofoca saberiam e soltariam aquilo. Era só buscar nos lugares certos. Seria fácil descobrir. - Vim com outra pessoa.
- Eita… - Dylan abriu mais seus olhos claros. - outro cara?
- Sim. - olhei para ele tentando ver como ele julgava. Mas ele apenas bebeu seu suco e esperou pelo resto. - ele era meu noivo.
- E não é mais… né? - ele perguntou firmemente.
- Não - suspirei. - Nós brigamos. Ele descobriu sobre meus sentimentos por Tom.
- Vai ser uma boa história se você quiser contar. Se não quiser, não precisa continuar.
- Eu acho que preciso falar com alguém. Estou começando a me sentir mal… - respirei fundo. Eu realmente não precisava me abrir com uma pessoa que mal conhecia. Mas estava curiosa para saber como alguém que não fazia ou ainda não, parte do meu círculo de amigos ou família se comportaria ao saber.
- Você deve saber, pelas conversas com o Tom, que nos conhecemos há algum tempo. - ele assentiu - Então. Eu me apaixonei por ele mas não quis que tivéssemos qualquer coisa mais a sério. Ele veio embora e eu continuei nutrindo sentimentos por ele. Mas eu sempre achei que nunca ia dar certo. - Bebi meu café e continuei - Eu conheci meu ex noivo, Damen. E tentei me relacionar com ele mas…
- Não tirou o Hiddleston da cabeça - Dylan terminou a frase por mim. Assenti.
Eu não dei muitos detalhes mas contei como vim até Londres e como reencontrei Tom e também como o noivado foi desfeito. E não tive como não falar da pior parte. Dylan ficou chocado por eu ter tido coragem de falar e pelo que aconteceu.
- Eu nem sei o que te dizer agora - sua panqueca estava esquecida no prato e ele olhava para mim com espanto. - Mas sei o que está sentindo. O que sentiu.
Olhei para ele mais atenta.
- Também já tive relacionamentos abusivos e violentos… sei bem como é isso.
- Sinto muito - comentei com sinceridade. - É bem desgastante. Passei a ter medo de sair na rua sozinha e encontrar com ele por aí. Eu não sei se ele pode fazer novamente o que tentou mas...
- Mas tem que ficar o mais longe possível dele - Dylan falou. - se ele fez isso é porque estava enraizado nele. Não importa se nunca agiu assim. Depois da primeira vez eles fazem de novo e de novo.
Suspirei e alisei minha testa. A dor de cabeça aumentava.
- Eu falei com ele hoje. - Contei. Estava louca de preocupação com aquilo e me sentindo uma idiota por ter feito aquilo. Peguei meu celular e mostrei a mensagem de Damen. Dylan leu.
- Vocês conversaram?
- Eu liguei pra ver se ele não tinha feito nenhuma coisa contra ele mesmo. Por culpa, medo de ser denunciado, não sei.
- E o que ele falou na ligação?
Contei a ele palavra por palavra.
Esperava que ele pudesse saber o que fazer.
- Certamente ele deve estar fazendo drama para você se sentir culpada.
- É esse o problema. Eu estou me sentindo culpada. - abaixei os olhos para a mesa. - Nada disso teria acontecido se eu fosse sincera com ele desde o início. Se eu não tivesse aceitado me casar com ele… Então parte disso é culpa minha sim.
- Liana - Dylan chamou tentando me fazer prestar atenção nele. O olhei - Você pode ter errado aí, mas nada justifica a forma com que ele reagiu. Ele quase estuprou você…
Comecei a me sentir tensa demais ouvindo e falando sobre aquelas coisas. Ele reparou em minhas mãos tremendo.
- Não fique assim. - Dylan suspirou e amenizou a voz - Só saiba que você não tem culpa pela merda que ele fez. Vamos falar sobre outra coisa.
Assenti ainda nervosa.
- Já que você falou tanta coisa sua, pode me perguntar qualquer coisa que eu vou revelar os detalhes mais sórdidos - Dylan riu enquanto falava. Ele voltou a comer sua panqueca e eu fiz o mesmo, mesmo sem vontade de comer.
- Eu não sou tão curiosa assim - comentei.
- Hey, vou me sentir mal aqui - ele reclamou ainda bem humorado - Eu não perguntei quase nada.
- Eu sei. - afastei o cabelo do rosto. - me desculpa por ter tagarelado tanto. Você nem precisava ser envolvido nesse caos.
- Não se desculpe. - ele tocou minha mão sobre a mesa, mostrando o lado solidário. - eu entendo que você precise falar sobre. Só não saia falando para qualquer um. Nem todos são tão confiáveis como eu. - ele piscou um olho - seu segredo está a salvo comigo. E pode contar comigo para conversas longas. Adoro isso. Se eu puder ajudar, melhor ainda.
Sorri para ele depois que ele afastou a mão para voltar a comer.
- Obrigada, então.
Ele sorriu.
- Era a sua vez de perguntar, esqueceu?
Pensei em algo.
- Você soube que o Tom ficou com ciúmes de você comigo? - perguntei tentando descontrair a tensão.
- Como? - ele olhou para mim.
- Pois é. Ele achou estranho nosso entrosamento.
Ouvi Dylan dar uma gargalhada. Ele tapou a boca e continuou rindo e balançando a cabeça em negação.
- Puta que pariu, ele é muito careta - ele zombou ainda rindo.
- Ele não sabia que você era gay… - falei. - você é gay, não?
- Com G maiúsculo. - Dylan confirmou.
- Como ele não sabia?
- Não falamos muito sobre isso. Eu não falo muito sobre meus relacionamentos com ele, e então ele nunca deve ter desconfiado. Sei lá.
Dei de ombros e ele imitou o gesto.
- Eu já tentei namorar meninas. Mas não gosto mesmo da fruta, sabe? - ele fungou com um ar cômico e eu ri.
- Entendo. - afirmei levantando as sobrancelhas.
Terminamos de comer e pagamos a conta, indo para fora da lanchonete.
- Acabaram as perguntas? - ele questionou - Com o tanto de informação importante que você me passou, estou em dívida.
- Vou pensar em algumas… além do mais, temos tempo. Vamos trabalhar juntos.
- Verdade. - ele sorriu indo para a moto. Sentei no banco traseiro e voltamos para o flat.
- Obrigada - agradeci pela carona.
- Vai assistir a peça hoje? - ele perguntou quando paramos de frente para o Harold Pinter e descemos da moto.
- Não - franzi o rosto lhe devolvendo o capacete. Ele tirou o dele mas permaneceu montado, pronto para voltar para a estrada.
- Ah...me lembrei de uma pergunta que eu gostaria de fazer.
Dylan me olhou atento.
- É sobre a Katherine… - deixei a pergunta no ar. Ele assentiu entendendo.
- Sei… Katherine Smith. - ele riu um pouco sem graça. - sobre ela eu sei bastante.
O olhei confusa.
Smith…
Quando eu assinei os papéis do projeto eu vi esse sobrenome.
Dylan Smith.
Espera…
- Ela é sua…
- Irmã - ele respondeu como se aquilo não o agradasse.
- Ah. Nesse caso eu retiro a pergunta. - senti meu rosto corar.
- Nah… eu sei bem sobre o que você vai perguntar. Ela não tem um caso com o Tom apesar de tentar ter toda vez que está com ele.
Meu estômago afundou ali e o senti revirar. Engoli em seco.
- Eu não me preocuparia tanto com isso, Lily… - ele pareceu perceber minha inquietude. - Tom sempre deixou claro que não iam ter nada além de amizade profissional.
- Tudo bem, eu só queria saber mesmo.
- Ele está apaixonado por você. - Dylan falou com seriedade. - dá pra ver no olhar dele, no jeito que ele fala sobre você… eu já o vi com outras namoradas. Ele nunca pareceu tão… apaixonado e feliz.
- É uma coisa difícil de se imaginar - comentei. Eu nunca teria total confiança no meu potencial. Não depois das outras pretendentes dele. E das que ainda queriam roubar meu lugar. - É uma tarefa difícil.
- Eu imagino que seja. Nunca nem tentei dar em cima dele por isso.
Foi minha vez de rir.
- Que bom que eu te divirto - ele riu também.
- Você é engraçado - dei de ombros ainda sorrindo pra ele.
- Obrigado.
- Eu agradeço pela conversa. - ajeitei meu casaco me preparando para subir e ficar sozinha.
- Foi legal. Aparece no edifício para a gente fotografar.
- Amanhã está bom?
- Sim. Acho que o Tom estará por lá também.
- Ótimo. Nos vemos amanhã então.
Ofereci a mão para ele apertar. Dylan a segurou e me deu um beijo de cada lado do rosto.
- Se cuida hein. - ele falou se ajeitando na moto para dar a partida. - E nada de entrar em contato com seu ex noivo idiota.
- Pode deixar - sorri e me virei para entrar no flat.
Até que não tinha sido ruim sair com Dylan. Ele era muito legal e totalmente diferente de sua irmã. Conversar com ele tinha me aliviado um pouco. Mas eu ainda me sentia confusa sobre tudo.
Procurei o que fazer no tempo que me restou ali sozinha.
Vi tv até tarde, fui até a cozinha e preparei uma janta para quando Tom chegasse. Tomei um banho e coloquei um babydoll não tão curto quanto os outros. Ele era um presente de Isabel. Ela sabia meus gostos como ninguém. A peça era de cetim com alças finas e rendas ao redor do decote e na barra embaixo, tocando até o meio das coxas. A cor dele era vinho e tinha um robe de mesma cor e rendas pretas. O coloquei e amarrei as tiras na cintura. Soltei os cabelos e fui até a sala. Liguei o som em uma rádio de músicas lentas e gostosas de ouvir.
Falei com Isabel pelo celular sem nem pensar em mencionar a conversa que tive com Damen. Ela estava chocada com as notícias de fofoca que ela lia sobre Tom. Algumas delas já citavam até meu nome, profissão e onde eu morava.
Curiosa fui pesquisar melhor.
Abri um site um tanto famoso. Era um blog de celebridades.
Na capa da publicação estava a foto do beijo em Primrose Hill. Senti em meu peito o coração bater mais forte. A foto era linda e não havia só aquela. Tinha fotos de nós conversando, brincando com o Bobby, rindo, olhando um para o outro. Eu podia dizer que era outra pessoa ali. Nunca que eu imaginaria viver um romance com ele. Tom fazia parte de um mundo completamente diferente do meu e parecia, na minha cabeça, que juntar esses mundos só iria bagunçar mais nossas vidas e nossos sentimentos. Suspirei. Eu deveria ter me mantido longe dele. Agora não conseguia pensar em me afastar. Seria doloroso demais e causaria danos permanentes em mim.
Li a matéria.
Tom Hiddleston finalmente encontrou o amor?
Em meio ao gramado, entre as mais diversas flores e aromas e com a vista de tirar o fôlego do topo de Primrose Hill, Hiddles foi fotografado passeando com seu fiel escudeiro, Bobby. Mas ele não estava sozinho dessa vez.
Eu sei que vocês viram a foto do beijo, não finjam que não viram.
É, meninas… parece que o sonho de fisgar o galã britânico está mais longe do que antes.
Segundo nossas fontes ele está namorando com a fotógrafa Liana Blanco. E sabemos também que ela tem sangue quente. Isso mesmo, ela é latina. Será esse o segredo para conquistá-lo?
Não sabemos muito mais sobre o relacionamento deles, mas pelas fotos da pra ver como estão íntimos e apaixonados.
E que beijo!!
Desejamos tudo de bom para nosso eterno Loki e que dessa vez ele não seja abandonado no bar do hotel. Cuide dele para nós, Liana.
Eu precisava ingerir álcool!!
Era o meu pensamento após ler aquilo. Minha cabeça girava enquanto eu largava o celular no sofá e ia até a cozinha. Peguei o primeiro vinho da geladeira e o despejei sobre a taça grande. Bebi alguns goles antes de voltar para a sala. Passei direto pelo sofá e parei na janela.
Eu nunca pensei que iria ver minhas fotos em site de notícias. Ainda mais com eles falando diretamente comigo. Era muita coisa para processar, mas o que ficou entranhado em mim foi o finalzinho. “Largado no bar do hotel”
Grunhi e apertei os dedos na base da taça, levando-a aos lábios. Fiquei ali um tempo relativamente longo, olhando para o céu londrino repleto de nuvens branquinhas. Fiquei ali até o céu e as nuvens escurecerem. Até as ruas se acenderem em luzes e o fluxo de carros aumentar pelas ruas. Vi o movimento diminuir ao redor do teatro. Um tempo depois ouvi a porta. A maçaneta girou e Tom entrou. Olhei por sobre o ombro. Ele estava com os cabelos molhados e roupas normais, como eu adorava ver. Disfarçava um pouco a diferença entre nós. Sua blusa preta de algodão contrastava com o short e olhar para ele me fez rir. Era o mesmo short vermelho que ele usou na pousada, no nosso encontro.
Ele olhou para mim e sorriu enquanto largava a bolsa no canto da porta e a fechava. Seus olhos desceram por meu corpo fazendo o sangue já aceso pelo vinho esquentar. Vi seu olhar brilhar enquanto ele ainda sorrindo vinha até a mim. Tom parou em minha frente, logo colocando as mãos em mim. Suspirei aliviada. Era tão bom estar com ele. Coloquei a taça de vinho no parapeito da janela e o abracei, sentindo meu coração se manifestar entre nós.
- Senti sua falta o dia todo - ele comentou, arrastando o rosto em meus cabelos, fungando.
- Eu também senti a sua - apertei os braços em seu corpo. Seu tronco era tão forte e rígido. Senti seu aroma gostoso e beijei seu peito por sobre a blusa.
- Agora estou aqui com você - ele falou - passei em casa para ver como Bobby estava e aproveitei para tomar banho.
- Está cheiroso - comentei sorrindo. Ele se virou para mim.
Logo que nossos olhos se encontraram eu esqueci de tudo. Esqueci da angústia e do medo, da insegurança e do ciúme. Esqueci de qualquer coisa. Só tinha ele, olhando de volta para mim com tanta intensidade que quase me fazia ofegar. Puxei seu rosto para mim. Eu precisava sentir seu gosto.
O beijei com vontade, passando meus dedos por seus cabelos e o segurando ali. Meu corpo implorava por ele, por deixar seu cheiro em mim, por me transbordar dele…
- Você estava mesmo com saudades - ele comentou sorrindo quando nos afastamos para recobrar o ar.
- Eu falei que estava - assenti também sorrindo.
Ele me olhou com carinho e beijou minha testa, meu rosto e meu pescoço. Sua delicadeza me deixava derretida. Contei para ele sobre as notícias nos sites, sobre nossas fotos. Eu contaria sobre tudo, sobre o Damen e sobre minha conversa com Dylan, mas resolvi não estragar o clima.
- Eu sabia que logo iam aparecer fotos nossas por aí. E quer saber? - ele me olhou nos olhos - eu até gosto.
Levantei uma sobrancelha.
- Pela primeira vez eles podem retratar o que realmente eu estou vivendo. Eu não ligo. A não ser que você não goste.
- Só me preocupo com você. Com confusões envolvendo seu nome por minha causa. Logo eles vão saber sobre Damen também e…
- Shhh - Tom sibilou - Não pense nisso.
- Já estão mencionando a gente como namorados. - o olhei.
- E isso é ruim? - ele afastou um pouco o rosto para me olhar melhor.
- Eu nem sei o tipo de relação que a gente tem.
- Achei que era namoro. - ele falou
- Ficantes? - questionei.
- Já passamos dessa fase a muito tempo. - Tom sorriu.
- Então somos namorados? - as borboletas fizeram a festa no meu estômago.
- Sim. - ele afirmou, sorrindo lindamente.
- Mas você não me pediu nem nada… - ergui uma sobrancelha, instigando.
- Você quer que eu peça?
- Eu não sei. Não estou forçando nada.- dei de ombros.
- Não seja por isso… - ele diminuiu a voz e a distância de seus lábios com os meus - você aceita ser minha namorada?
Pensei por um tempo.
- Como vamos fazer isso funcionar? Logo eu vou embora e…
- Não vamos pensar nisso, por favor - ele pediu, arrastando de leve a boca em minha pele.
Engoli em seco, preocupada.
- Já planejamos demais. Você planejou se afastar de mim… eu planejei não interferir em suas escolhas e olha no que deu… e olha onde estamos agora.
Envolvi seu pescoço com meus braços, fechando os olhos ao sentir ele lamber o caminho de descida até meu pescoço e voltar, beijando até parar no canto de minha boca. Seus olhos nos meus.
- Não sei como faremos, mas eu quero. Você não quer?
Ele esperou minha resposta. Mas logo me apertou na cintura, juntando o corpo ao meu. Senti como estava excitado e afastei as pernas, inclinando uma perna para fora. Ele roçou em mim de leve, massageando o meio de minhas pernas. Arfei, me sentindo mole. Joguei a cabeça para trás ao sentir ele beijar minha garganta. Soltei um gemido involuntário e totalmente luxurioso.
- Ah… amo quando você se entrega pra mim assim. - Senti seu sussurrar e minha espinha gelou. - Não vê como somos perfeitos um para o outro? O quanto nosso corpo anseia pelo outro… - Meu corpo em resposta, queimou de vontade. Tom puxou o laço do meu robe, levantou a barra do babydoll e afastou minha calcinha, sentindo como eu já estava úmida. Com a outra mão ele abaixou o short e a cueca. Ergui o rosto para olhar em seus olhos. Ele me olhou e segurou seu membro antes de me penetrar, escorregando até o fundo. Prendi minha respiração e fui soltando aos gemidos, com os lábios separados. Eu já estava ofegante e ele também. Mas o controle da ação o prendia em uma face sedutora e dominante. Eu faria qualquer coisa que ele quisesse. Pois naquele momento ele tinha total controle sobre mim. Eu o dava esse direito. Meu corpo desejava servir ao dele. Ser dele.
- Você quer? - ele perguntou, deslizando até o fundo.
- Quero ser sua - sussurrei.
- Diga. - ele forçou mais o pênis dentro de mim. - diga que aceita.
- Quero que você seja meu - falei. Esse era o desejo supremo da minha vida no momento. Que ele fosse inteiramente meu.
- Isso eu já sou… ele arremeteu e foi se movendo lentamente. Saindo e entrando. Gemi.
- Isso envolve muita coisa - tentei argumentar com a voz abafada pelo desejo. Minha mente entrava em parafuso. - comprometimento e vontade… e fidelidade…
- Eu serei fiel a você. Sempre disse isso. Nunca pensei o contrário. Quero que você seja minha, definitivamente. Que faça parte da minha vida e eu da sua. - ele segurou meu queixo, fazendo eu prestar atenção. - Sou seu e você é minha. Mais ninguém vai estar entre nós dois.
- Eu não quero mais ninguém.
- Eu também não.
- Tom… - ele havia tocado em um ponto sensível dentro de mim. Revirei os olhos e apertei seus ombros. Ele gemeu e forçou seu corpo até o meu com força. O movimento brusco fez seu pênis entrar alargando os tecidos sensíveis.
- Diga… - ele respirava fundo.
- Aceito ser sua namorada.
- Isso. Diga sim - ele começou a se mover no ritmo, segurando uma de minhas coxas em sua cintura.
- Sim… sim... - eu gemia baixinho, e repetia a palavra enquanto sentia meu sexo apertar seu pênis. - Sim… si…oh...
- Sim… - ele ofegou, mordendo meu pescoço e tremendo ao gozar bem fundo em mim. Seus movimentos não cessaram e o líquido escorregadio descia por minhas pernas.
Gozei ao sentir tudo aquilo, mas meu incentivo principal foi seu gemido rouco, abafado em meu pescoço. Tremi em seus braços e ele me segurou com força, impedindo minhas pernas bambas me derrubarem.
Logo estávamos nos beijando loucamente.
Aquilo não havia acabado. Tom me levantou em seu colo e fechou as cortinas, me levando para o sofá.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.