[ POV Tony ]
Depois de voltar pra casa e ter uma conversa por WhatsApp com Steve, tentei de verdade, mas não consegui conter meus risinhos de garota apaixonada em cima do sofá.
É estranho isso. Saber que está se apaixonando aos poucos e mesmo assim se deixar levar.
Bem que o Bruce disse "Esse ano pode ser diferente, Tony, é só fazer acontecer!"... Bem não estou fazendo nada... Só farei amanhã o meu trabalho como professor de reforço e pronto. O loiro lindo de olhos da cor azul, como céu, jamais iria querer estar comigo se não por obrigação. Eu não vou me apaixonar... Eu não vou me apaixonar... Eu não vou me apaixonar... Eu vou pensar isso toda vez que eu estiver me apaixonando mais. Só quem já sofreu por amor sabe como é terrível... E ninguém quer sentir essa dor de novo... Principalmente por alguém que é hetero...
-Ai, a minha vida é tão triste! -Murmuro indignado em voz alta.
Mas talvez Bruce tenha razão. Eu tô sentindo que esse ano vai ser diferente. Mal posso esperar pra fazer dezesseis anos logo! Quando eu estiver de maior, eu vou fugir de casa e pedir um mandato de restrição de aproximação do meu pai, ou seja, se ele chegar a vinte metros de mim ele será preso.
Eu ainda reflito no que pode tê-lo levado a se tornar um homem sem uma gotícula de amor no coração e sem uma grama de felicidade na vida. Ele nem sempre foi assim... Lembro-me de dias felizes que ocorreram anos atrás... Quando a mamãe estava viva. Nesses dia lembro-me dele brincando comigo, me segurando nos seus braços me abraçando com amor e dizendo "Você é a joia mais preciosa que Deus pôs na minha vida", entres outras coisas do gênero. Ele e a minha mãe nunca brigavam, e quando brigavam logo faziam as pazes porque eles não aguentavam ficar brigados. Eles eram a definição de casal feliz, eu era feliz... Até que a mamãe ficou doente, ela 'teve tumores nos dois rins. O tipo sanguínea dela era o mais difícil de se encontrar, o "A" negativo. Nem gosto de lembrar dela passando um mês agonizando de dor numa cama de hospital enquanto esperava prostrada um doador aparecer. Meu pai procurou em todos os hospitais do país. Mas infelizmente não acharam nem fora do país. Quando os médicos já estavam sem esperanças e quase certos da morte da minha mãe, meu pai 'teve a ideia de me fazer ser doador da minha mãe. Mas eu muito novo e os riscos eram imensos de eu morrer na sala de cirurgia. Minha mãe não deixou de jeito nenhum o meu pai me fazer de doador, ela não queria nem correr o risco de me perder. Eu lembro dela ter gritado para o meu pai: "Eu prefiro morrer, do que viver sem o meu filho!", enquanto eu estava do lado de fora do quarto do hospital. E dois dias depois desse ocorrido a minha mãe faleceu. Imagine a mulher mais perfeita do mundo... Pois é, não existe, porque ela já morreu... Desde aquele dia em que a minha mãe morreu, o meu pai morreu também... Aquele homem que me fazia tão feliz e que me inspirava tanto, morreu sem deixar vestígios sequer da sua existência. Hoje eu vivo com um completo estranho como pai, que me menospreza e me maltrata sem motivo algum aparente. Eu acho que ele me culpa por não ter doado o meu rim à minha mãe. Ele não diz, mas deixa a transparecer isso. Ele parou de se importar comigo, de cuidar de mim e principalmente de me amar.
E assim eu cresci sem mãe e sem pai...
Eu não cometi suicídio ainda porque eu ainda tenho muitos motivos para sorrir, apesar dos de chorar serem bem fortes e constantes. Eu tenho sonhos que quero realizar! Amizades que quero levar para frente e novas que quero fazer! Amores que quero ter! Sorrisos que quero sorrir! Sensações que quero sentir!
Além de tudo ainda tenho as cartas a minha mãe deixou pra mim antes de morrer... Que eu leio sempre quando penso em desistir! Essas cartas me dão-me forças sobrenaturais para continuar lutando.
É impressionante e ao mesmo tempo engraçado como a minha mãe cuida de mim mesmo não estando viva... Eu sorrio imaginando que se ela estivesse viva provavelmente diria: "Edward! Porque você não tira buzanfa do sofá e vem ajudar a sua mãe a fazer um bolo!". Ela dizia que era para mim ajudar ela mais na verdade eu nem fazia nada, ela me chamava só para sujar-me de farinha e comer o resto da cobertura do bolo. A gente se divertia tanto... Que saudade desses tempos onde não sabia o que era tristeza...
Percebo que estou começando a ficar triste lembrando de minha mãe, então decidi assistir um filme de comédia, para ser mais exato, Jumanji: Bem-vindo à Selva.
Eu particularmente amo esse filme! Ainda mais com o Dwayne Johnson! Ah, que homão...
Penso suspirando enquanto devoro deliciosos cookies de chocolate com leite.
Depois que terminei de comer e assistir o filme, percebi que já estava dando meia noite, então decidi ir pro meu quarto ler um livro qualquer antes de dormir, e assim o fiz.
Eu acordei com o barulho de alguma coisa caindo lá pelas três da manhã. Resolvi nem checar porque provavelmente deve ser o meu pai chegando em casa depois de beber até ser expulso do bar. Felizmente a essa altura não deve nem lembrar o seu nome, então não vai me incomodar agora.
Dormi inconscientemente pensando no sorriso lindo e maravilhoso do Steve.
»»——⍟——««
Acordo com o com a claridade solar que encontrou uma brecha entre as curtinhas e a luz sucessivamente bate delicadamente em meu rosto. Resmungo zangado algo inaudível e me viro para o outro lado. Não passou nem dois segundos e o alarme soou pelo quarto. Eu desligo o alarme, segurando a vontade de jogá-lo pela janela. Me levanto a contragosto da cama e, após me espreguiçar, vou fazer minhas higienes pessoais. Depois de terminadas, eu desço as escadas e vou direto para cozinha fazer o café da manhã. Decido fazer ovos com queijo e bacon, e claro! Café! E e comi assistindo Um Maluco no Pedaço. É um clássico, por isso é bom!
Meu pai só não desceu e me espancou ainda como de costume porque ele vai dormir até as duas tarde, e até lá eu já estarei bem longe!
Como não sei o que fazer pra passar o tempo eu vou falar com os meninos no nosso grupo do WhatsApp.
»»——⍟——««
"Tony mudou o nome do grupo de Os Mais Fodas da Galáxia para Tony é rei e o resto gay"
"Baguera no Cio está digitando... "
"PhDs em CÚração está digitando..."
"Flecha no Cú está digitando..."
"Doutorado na TPM está digitando..."
"Baguera no Cio: kkkkkkkkkkkkkkkkkkk A MELHOR PIADA QUE VC JÁ DISSE! "
"PhDs em CÚração: Tony, vc é de longe e todos os ângulos o mais gay de nós!!! "
"Flecha no Cú: Ataaaaaaa! "
"Doutorado na TPM: Bem, vamos ver, vc não é rei e nem hétero... Então há algo de errado não está certo... "
"Eu: Eu sou rei sim recalcada! E quem disse que eu não sou hetero? "
"Baguera no Cio: Hummm... Sei... -_-"
"Eu: Vcs tudo são gay não assumido ¬_¬ "
"PhDs em CÚração: NAH, VC QUE É MESMO"
"Flecha no Cú: NÓS SABEMOS DISSO"
"Doutorado na TPM: O MUNDO SABE DISSO"
"Baguera no Cio: ATÉ O PAPA SABE"
"Eu: Talvez eu seja... Mas não posso falar agora, tenho que ir pra um compromisso... Com o Steve então, byeee."
"Flecha no Cú: Hummm..."
"PhDs em CÚração: HUMMM..."
"Doutorado na TPM: HUMMMMMM...."
"Baguera no Cio: HUMMMMMMMMMMMMMMMMMMM...."
"Eu: Ah, vão tomar no cú kkkkkk"
"Todos: HUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM..."
" Eu: Tchau idiotas!"
»»——⍟——««
Depois de eu dar tchau para os meus amigos eu deixo o celular de lado e assisto qualquer coisa até a hora de eu me arrumar para o meu encontro chegar... Quero dizer compromisso! Quando o horário de me arrumar para sair chega escolho vestir um short jeans rasgadinho; uma camiseta cinza com as mangas vermelhas e um coração grande do corpo humano desenhado no centro e um tênis Nike todo preto.
Após terminar de me arrumar, me direciono para fora de casa e espero ansiosamente pela chegada do anjo.
Quando o avisto chegando de moto eu paraliso. Simplesmente seguro até o meu respirar.
Já com a moto parada, tira o capacete e me lança um sorriso perfeito beirando o pecaminoso de tão belo. Uma onda de calor subiu por todo meu corpo quando o vi sorrindo assim.
Ai que lindo meu Cristo amado... Eu não vou me apaixonar, eu não vou me apaixonar...
-Oi Tony. -Ele fala ajeitando o cabelo que foi lindamente bagunçado pelo seu capacete.
-Oi Steve. -Eu digo tentando conter o meu sorriso por ele ser um fofo sem nem perceber.
Ele faz gestos para que eu vá me sentar na moto.
Eu me aproximo, mas logo percebo que a moto é alta demais para que eu consiga subir...
[ POV Steve ]
Eu olho fixamente para o rosto alheio porque não quero que ele me pegue olhando para suas pernas grossinhas expostas pelo short que é uma palma acima do joelho.
Ah, esse moreno, como ele é lindo...
Quando percebo que estou me imaginando deixando marcas nessas pernas, eu coro instantaneamente e tento controlar meus pensamentos.
Percebo que ele hesita em subir na moto com um tanto de vergonha.
-Tudo bem? -Pergunto descendo da moto e me aproximando dele.
-Ah? Sim, está tudo bem, eu só não consigo subir na moto. Ela é muito alta pra mim... -Ele prefere todo envergonhado.
-Então, posso? -Indago sorrindo, pedindo permissão para tocá-lo a fim de poder o pôr na moto.
-Sim. -Ele fala tão baixinho que se não estivesse pertinho dele eu provavelmente não escutaria.
Delicadamente pego-o pela cintura, ergo-o facilmente e o ponho na minha moto.
Sorrio percebendo a coloração rubra que tingiu imediatamente seu rosto devido aos meus respectivos toques em si.
Subo em seguida após verificar que ele havia colocado capacete de segurança e viro a chave da moto, suspiro ouvindo o sonoro roncar dos motores.
-Se segure firme, Tony. -Aconselho sentindo-o abraçar-me com receio.
Mas quando dei partida, achei simplesmente adorável quando ele se agarrou como se a vida dependesse desse ato.
Segurou-me firme até chegarmos na biblioteca pública. Não tinha quase ninguém no local, até porque os jovens não vêm a biblioteca nos finais de semana, e sim um dia antes da prova. Nós entramos e andamos até nos sentarmos de frente a uma mesa com cadeiras ao redor localizada no fundo da biblioteca.
Ele me repassou a tabela periódica. Ele me explicou calmamente até os mínimos detalhes e respondia muito bem as minhas perguntas.
Nem vi o tempo passar rápido. Mas não vou mentir, só prestei atenção nos primeiros dez minutos, depois disso só fiquei apreciando o meu professor. O básico de Química eu já sei. Eu olho discretamente para as suas pernas torneadas e grossinhas. Subo mais um pouco o olhar e o mantenho por uns segundos no seu "montinho" da calça, que é até bem volumoso.
-Steve? Steve, tudo bem? -Indagou erguendo uma sobrancelha enquanto me encara.
-Ah? Sim, sim estou bem. Eu só viajei na linguiça... Não! Na maionese! Quer dizer... Eu só viajei. Por favor continue logo. -Respondo nervoso sentindo meu coração martelar com minha caixa torácica e o meu rosto queimar de vergonha.
-Okay. -Disse franzindo a testa, rapidamente releva minha frase duvidosa e continua a explicação.
Ótimo! Ele deve achar que eu sou um idiota! Ah! Eu tenho sérios problemas, só queria não parecer um retardado na frente dele…
Não demorou muito tempo e ele disse que já tinha acabado sua detalhada explicação.
Como o Sam diria "tudo que é bom dura pouco". Está corretíssimo.
-Bem, acho que já terminei o meu trabalho por hoje. -Anthony comenta se levantando com um sorriso orgulhoso nos lábios. -Mais algumas aulas comigo e só vai tirar dez!
-Você é bastante convencido, professor. -Retruco me levantando sorrindo e passando a mão entre meus fios loiros por puro hábito.
-Fazer o quê? É a minha marca registrada. -O moreno rebate pegando vários livros nas prateleiras pelo caminho que passávamos para chegar na saída. -Olha, você não é um caso perdido, mas é sempre bom reforçar! Esse livros vão te ajudar muito. -Declara entrando na fila a fim de alugar os livros para mim.
-Ah! Obrigado, mal posso esperar para agradecê-lo... -Profiro baixinho vendo-o olhar levemente para o lado e dar um sorriso malicioso e depois disfarçar.
-Isso foi nada, você não viu todo a minha experiência ainda... -Responde colocando os livros que ele pegou no balcão do bibliotecário.
-Então o jovem casal só irá querer isso? -Pergunta um doce idoso de óculos escuros. Tony não consegue dizer nada, seu rosto enche-se novamente pela coloração vermelha, então decido dizer algo.
-Ah... Senhor... Senhor Lee, nós não somos um casal, somos apenas amigos. -Explico lendo nem seu crachá o seu nome.
-Por favor crianças, me chamem de Stan Lee! Mas se fossem um fossem um casal, iriam combinar muito. -Confessa divertido nos entregando os livros com o prazo e dando uma piscadela que pode ser vista através de seus óculos.
Rimos de seu jeito espontâneo e adorável de falar.
-Obrigado Stan Lee! -Agradeço-o sorrindo e ele sorri também.
-Tchau crianças! E juízo, viu? -Stan Lee se despede de maneira que parece que nos conhece.
Nos despedimos do bibliotecário gentil, saímos do local e subimos na moto.
Levo Anthony de volta para sua casa. E mais uma sorrio achando fofo o seu medo de cair da moto.
Assim que chegamos, desço de minha moto e imediatamente o pego-o cautelosamente pela cintura e o tiro de cima da moto. Coloco-o chão, entretanto continuo segurando sua cintura magra. Olho-o no fundo dos olhos, pude jurar que vi uma estrela cadente atravessar o belo castanho de suas íris.
Tudo ocorrera numa fração de segundos terminara quando minhas mãos o soltam a contragosto.
Ambos não queríamos quebrar o silêncio confortável que se instalou entre nós.
-Então, nos vemos segunda-feira, professor. -Pronuncio-me primeiro, subindo em minha moto com um sorriso afetuoso no rosto.
-Até segunda então. -Stark responde com um sorriso de canto, dou-lhe um sorriso antes de pôr o capacete.
Rapidamente ligo a moto e dirigo de volta para minha moradia.
Quando entro em casa após estacionar a moto em minha garagem, me assusto e fico surpreso, pois me deparo com alguém na minha sala… Erik Killmonger...
Continua…
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.