[ Pov Tony ]
A festa acabou e todos voltaram para suas casas e agora desfrutam do seguinte para descansar. O que não está acontecendo comigo…
Agora em minha casa, sentado desajeitadamente numa poltrona enquanto na TV passa uma série qualquer que na verdade nem estou dando bola.
Steve está fora, ele saiu há alguns minutos e disse que voltaria logo. Eu tento a todo custo negar para mim mesmo que ele seria capaz de me trair.
E eu realmente não acredito que ele seria capaz… Mas… Há tantas pessoas tão mais interessantes e bonitas… Que eu simplesmente, sinto-me descartável.
Ele já demonstrou tantas vezes que me ama e que me quer bem que nem passou pela minha cabeça se ele trai, ou se sei lá, está comigo por dó.
Eu não sei…
Eu espero intensamente que seja só besteira minha. Espero mesmo.
Porque eu não consigo mais ver a minha vida sem ele. Porque ele tornou-se meu tudo.
E o pensamento de não tê-lo mais, de ter que viver sem ele, me destrói de uma maneira que lágrimas nascem sem meu consentimento e correm desesperadas por meu rosto.
Eu não quero mais me sentir descartável. A sensação de que qualquer um pode ser melhor para a pessoa que você ama é horrível. Não quero sentir isso. Não mesmo.
Mas por mais que eu tente esquecê-la ou superá-la, a sensação volta, ela sempre volta para lembrar-me que eu não o mereço. O tenho, mas não mereço tanta perfeição.
Minha mente traíra insiste no pensamento de que ele está neste exato momento beijando outro, tocando outro, amando outro.
Suspiro frustrado e tento focar minha mente no seriado, seria uma longa tarde…
Ele não seria capaz de me trair… Ele me ama… Certo?
Saio de meus devaneios quando ouço batidas na porta de entrada, me levanto preguiçosamente do estofado aconchegante e ando calmamente até a porta onde abro-a e me deparo apenas com um pacote revestido por papel marrom. Saio para fora de casa apenas para olhar ao redor e ver se tem alguém no local, mas sem sinal de alguém eu apenas pego o objeto e entro em casa após fechar a porta.
Percebo que o destinatário está para mim e eu de imediato estranho isso porque não estou esperando carta alguma. A pequena ansiedade do que pode haver na carta floresceu em meu peito, então começo a rasgar o papel fino e marrom até ver que o contém.
Sinto meu coração parar por breves segundos e depois voltar a bater com intensidade em minha caixa torácica.
Não era possível… Não podia ser possível…
Lágrimas desesperadas correm por minhas bochechas enquanto meus olhos vêem fotos de meu Amado, Steve, seminu na cama de outro. Meu cérebro, apesar de martelar fortemente que aquilo era provas de uma traição, ainda tentava achar explicações plausíveis para aquilo.
Porém, meu coração já se despedaça só em ver as fotografias de Steve na cama de outro.
Solto as fotos no chão como se fossem queimar minha carne e me encolhi no sofá, onde sentei-me, até meus joelhos estarem na frente do meu tórax, ficando numa espécie de bolinha enquanto tento me acalmar do imenso choque de realidade.
A realidade era cruel, parecia ser uma segunda pessoa jogando na minha cara o quão substituível e insuficiente sou. Tamanha dor excruciante encheu meu peito e pude sentir avidamente meu coração se partir em milhares de pedaços. Tristeza e dor é somente o que eu sinto, e ambas são tão grandes que só chorando para amenizar mesmo que minimamente.
[ POV Steve ]
Finalmente após falar com meus amigos sobre o meu tal problema, voltei para casa.
Tony não podia saber dele, eu sei que ele ficaria destruído… Mas espero ter resolvido.
Adentrando o local pude sentir apenas pela atmosfera extremamente silenciosa e escura que havia algo errado. Com doces que comprei no caminho de volta em mãos, sigo até a sala onde vejo uma espécie de bolinha no meio do sofá.
A princípio, achei fofo e quis abraçá-lo por trás e fazer-lhe carícias. Mas quando vi os olhos vermelhos e molhados de Tony me encarando com sofrencia cravada nas órbitas, percebi que estava pisando em solo muitíssimo frágil. E quando olhei o chão, o sangue do meu rosto sumiu enquanto batia minhas pálpebras na tentativa inútil daquilo ser só um terrível pesadelo que acabaria quando eu acordasse.
Mas era real, Tony tinha fotografias minha seminu e provavelmente entendeu que o traí.
-Tony, eu posso explicar…
-Explicar o quê?! Ahn?! Então explica Steve! Explica porque alguém tem essas fotos de você! Explica porque você tem outro! Explica então porque você não me ama mais… -Anthony começou a gritar enraivecido as primeiras falas, mas quando chegou na última frase sua voz falhou enquanto começava a soluçar entre lágrimas.
Um cena realmente de partir o coração de qualquer um. Meu coração se quebra ao vê-lo sofrer, e sangra horrores ao perceber que eu sou o motivo de tal sofrimento.
Me aproximo para abraçá-lo, embora ele se afaste, eu o forço a ficar abraçado em mim enquanto chora alto completamente chateado em meus braços que tentam o acolher.
Quando percebo que está mais calmo, começo a falar da forma mais convicta e sincera ao possível;
-Tony, eu sei o que está pensando e sei que está muito magoado, mas você precisa me ouvir com calma… Eu não traí você, essas fotos são de antes de estarmos juntos, para ser exato são de quanto eu estava no exército.
Anthony encolheu em meus braços ainda tenso.
-Eu sei que você não está querendo acreditar, mas é verdade, pode perguntar a qualquer um de meus amigos, eles vão confirmar.
-Aposto que mentiriam por você. -O jovem Stark comentou baixinho enquanto se afastava de mim.
-A Natasha não, ela com certeza falaria a verdade. -Respondo imediatamente, vendo-o sentar no sofá e limpar os rastros de lágrimas do rosto.
E era verdade, a Romanoff não mentia sob qualquer circunstância, a não ser que mentir a ajudasse em algo muito importante, caso o contrário ela contaria sem pestanejar.
Sentei-me ao lado do menor e o olhei com carinho.
Tony mexeu-se no sofá e suspirou pegando o próprio celular para realmente confirmar com a ruiva. Depois de alguns segundos de espera, Natasha confirmou minha história e vi o moreno começar a chorar novamente.
-Tony o que houve? Ela confirmou que eu estava certo… -Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, o menor se agarrou em mim, me abraçando com força enquanto soluçava.
-Me desculpa… Eu devia ter… Acreditado… Não devia ter desconfiado… Por favor não me deixe… -Cada pausa era um soluço e mais lágrimas incansáveis saindo dos olhos inundados pela culpa e desespero.
-Ei, não chore meu amor, eu jamais deixaria você, eu te amo demais. -Disse beijando a testa do acastanhado enquanto faço carícias em suas costas para acalmá-lo.
Ele vai se acalmando aos poucos com o meu carinho e beijos em seu rosto.
-Eu não mereço você. -O menor fala enquanto se agarra mais em mim.
-Eu que não mereço você. Tony você é perfeito, eu te amo mais do que minha própria vida e nunca estive tão feliz em estar com alguém. Você me faz sentir-me bem, feliz. -O abracei com mais força e deixo um beijo casto em seus lábios macios.
-Eu te amo tanto! -Tony abraçou meu pescoço enquanto seus lábios atacavam deliciosamente os meus, retribuo na mesma forma, abraçando-o carinhosamente.
Depois disso dediquei meu tempo apenas para mimá-lo, fazê-lo sentir-se bem e seguro. Comemos doces, pizza e outras porcarias que eu sabia que ele amava, enquanto vimos filmes de comédia romântica na TV. Fiquei acariciando-o e o deixando relaxado até que caísse no sono em meus braços.
Deu outro aperto no meu coração, eu realmente me sinto mal por ser o motivo dele ter sofrido…
Levei-o delicadamente para o andar de cima e o pus na cama, o embrulhei devidamente com cobertas quentinhas e depois sai do quarto, logo voltaria para dormir consigo. Ainda não tínhamos feito nada além de boquete, mas Anthony sentia-se seguro e protegido em dormir comigo do lado, abraçado nele e dando-lhe carícias doces.
Fui para o quarto de hóspedes, tranquei-me lá, peguei meu celular e disquei um número na qual eu odiava ligar.
-Oh, veja só quem está ligando para mim. Sentiu tanta saudades assim meu amor? -Uma voz áspera e carregada de deboche e perversidade perguntou.
Nunca fui de odiar pessoas, mas essa, eu odeio com todas as fibras do meu ser e minha única vontade quando escuto sua voz é vomitar… Oh, nojo dele.
-Escute aqui, presta bem atenção, se continuar me perturbando e ao meu namorado, eu juro por Deus, é melhor você se esconder muito bem, porque se eu achar você, eu quebro todos os ossos do seu corpo seu miserável. Então pare agora, ou se não eu usarei da violência. -Praticamente rosnei irritado todas as palavras, exalando um ódio visível e palpável.
Uma risada maléfica e irônica fora ouvida do outro lado da linha, parece que ele achou minha ameaça uma grande piada.
-Você nunca perde a graça Rogers.
-Fique longe de mim e do Tony. -Digo simplesmente já querendo desligar e voltar aos braços do meu amado.
-Eu nunca vou parar até que estejamos juntos de novo meu amor!
-Vai parar sim, eu não sou seu amor, me esquece, eu já falei, eu amo o Tony e o que tivemos no tempo do exército foi um erro terrível. -Falo imediatamente, só queria que tudo aquilo acabasse, quando ouvi que ele iria falar mais alguma coisa idiota sobre sermos um do outro eu apenas desliguei e guardei meu celular.
Suspirei saindo do quarto de hóspedes e voltei para o quarto que compartilho com meu amado, tirei minha camisa e deitei-me ao lado de Tony, abraço-o calorosamente após me cobrir com as cobertas e sorrio ao vê-lo se aconchegar em mim feito um gatinho.
Naquele momento eu prometi para mim mesmo que eu faria de tudo para não vê-lo mais sofrer, ele era a coisa mais preciosa da minha vida, e eu iria fazê-lo feliz custe o que custar..
Continua...
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