- E acha que isso vai dar certo? - Já era a terceira vez que Vanessa me perguntava a mesma coisa, eu já estava começando a acreditar que aquilo seria uma péssima ideia - Digo, bem, você não é lá o tipo de cara que alguém como Peter gostaria de ter como companhia, e você sabe muito bem o porquê, o clube de basquete não é lá muito amistoso com os nerds.
- É, eu sei, mas não custa tentar né? - Era uma pergunta retórica, estava mais era tentando me convencer de que daria tudo certo - Tipo, ele parece ser legal... 'Tá, talvez nem tanto, mas não é como se ele fosse me matar, é?
- Tem certeza? - Disse apontando para o garoto que entrava na sala, parecia furioso com alguma coisa - Porque pra mim, parece que ele vai matar o primeiro que se atrever a perturba - lo.
- Ah, que nada, pra mim ele 'tá normal - ri sem graça, na verdade Vanessa tinha razão, a cara de Peter não estava nem um pouco boa - Ei Petey, e ai - O cumprimentei me aproximando.
- O que você quer Wade? Nossa aula começa só depois das 12:00, não há motivos para me atormentar uma hora dessa. - Ele parecia mesmo irritado.
- Nossa cara, que bicho te mordeu? Foi mal, já vi que não sou bem - vindo.
- Isso - Me encarou antipático - Já que entendeu, vaza.
- Ah, qual é Petey, você mesmo disse que precisávamos trabalhar junto né, tô tentando ser legal, mas você não quer colaborar, então, vou ficar aqui até que me conte o que está acontecendo ou até desfazer essa cara de cu.
Busquei minha mochila e me sentei ao lado de Peter "cara azeda" Parker esperando que ele cedesse, vi que Weasel me encarava como quem diz " O que tu tá fazendo irmão" mas preferi ignorar, foquei somente no joinha que Ness fez pra mim e voltei a encarar o Pequeno Parker, bem, até então não havia reparado muito nele, mas agora, olhando de perto, até que Peter Parker não é nada mal pra um NERD. Sua pele é alva, as maças do rosto são rosácea e o nariz bem afinado. O cabelo castanho se destacava em meio a tanto branco, sem contar o físico, não era nenhum atleta, mas também não era magro demais, tinha a proporção certa para Peter Parker. Tentei afastar aqueles pensamentos da minha cabeça, seria problemático se Petey me pegasse o encarando descaradamente, iria acabar pensando bobagem. Percebi seu olhar um pouco aflito em direção ao chão, ele parecia pensativo por alguma coisa.
- Escuta Wade - Se virou para minha mesa e apoiou os cotovelos na mesma - Posso te perguntar uma coisa?
- Hmm - Fingi estar pensando - Pode tentar.
- 'Tá - coçou o queixo se preparando para dizer alguma coisa - Numa situação hipotética, digamos que você tem um amigo, e esse amigo gosta de um cara, aí, você descobre que esse cara também gosta do seu amigo, mas o seu amigo é cabeça dura demais e nunca admitiria que gosta do cara... O que você faria?
- Tem certeza que é hipotético isso aí - sorrio sapeca, então quer dizer que Peter Parker estava apaixonadinho - Ownt! 'Tá tudo bem Pety, não precisa ficar preocupado, estamos no século 21, as pessoas já aceitam melhor os homos-
- Calado Wade - Ele bufou irritado - Por isso disse que não era da sua conta.
- Tá, tá, se é segredo, foi mal, eu prometo não contar a ninguém que você é gay, aliás, eu também gosto de caras de vez em quando, sou panssexual - sussurrei a última parte.
- O que!? Primeiro, isso não tem nada a ver comigo.
- Não? - Estava um pouco envergonhado agora.
- NÃO! - Exclamou afoito - E outra... como assim você gosta de caras? Não, quer saber, esquece, eu não estou apaixonado, esse "amigo" na verdade é meu pai, e eu acho que ele gosta do nosso vizinho, Steve Rogers, ele é viúvo, mas já o vi encarando meu pai várias Vezes pela varanda de casa, e ele sempre sorri, principalemnte quando papai está de costas.
- Iiiih, com todo respeito Petey, qual é o tamanho da bagagem do seu pai?
- O que? Do que você tá falando Wilson?
- Tô falando que talvez você esteja certo, digo, um cara não fica encarando outro cara, principalmente a bunda do outro atoa, né? Ele deve estar afim do seu pai, só não tem coragem suficiente- Parei subitamente, ele falou Rogers - Petey, por acaso esse Rogers aí, tinha uma mulher chamada Peggy?
- Sim!? Como descobriu?
- Minha nossa Petey, e ele falou que era viúvo pra vocês?
- Sim, por quê?
- Ah - Merda, será que eu conto, mas se eu contar talvez estrague tudo, mas se eu não contar deve ser pior - Escuta Petey, só vou dizer uma coisa, esse cara é furada.
- Do que 'cê 'tá falando Wilson?
- Estou falando que Steve Rogers nunca teve uma esposa chamada Peggy, Peggy na verdade era o nome da cadelinha dele, ela morreu faz alguns anos, ele era tão obcecado com o animal, que quando ela morreu, ele disse para os parentes que tinha se casado e que sua esposa havia sido atropelada um dia antes da lua de mel, o que de certa forma era verdade, só que a cadela que chamava peggy, e eles estavam prestes a saírem de férias quando ela foi atropelada.
- Isso só pode ser uma piada não é - seu riso era nervoso, estava me sentindo mal por ele - Não pode ser real, você quer tirar uma com a minha cara. Meu pai não pode estar apaixonado por um lunático. Ele parecia tão simpático.
- Ei, escuta Petey, talvez em outra ocasião eu até estaria gozando da sua cara, mas não me entenda mal, eu disse que ele era obcecado com a cadela, mas não quer dizer que ele seja um psicopata sabe, talvez ele só estivesse fantasiando para si mesmo, ele era um cara solitário, viver anos sozinho as vezes mexe com a nossa mente.
- E como você sabe de tudo isso? - Rangiu os dentes num sussurro quase inaudível - Hein?
- Porque ele era meu vizinho.
- O que? - Estava começando a me preocupar com o garoto, a qualquer momento ele poderia infartar - E agora Wade? O que eu faço? Não posso deixar que meu pai saia com esse cara.
- E por que não? Eu já disse, apesar disso, ele sempre pareceu um cara bacana, só que era muito solitário, por que você não dá uma chance e descobre se ele é ou não o cara certo pro seu velho?
- E como vou fazer isso?
- Sei lá, a gente pode seguir ele por aí e ver se ele faz alguma coisa suspeita, se não, então você poderá dormir com a consciência tranquila.
- A gente? - Ele me olhou como se eu fosse alguma entidade paranormal - Fala, o que você quer?
- Ei - Fingi indignação - Acha que eu sou o tipo de cara que faz essas coisas só pra ganhar alguma coisa em troca? - Suas sobrancelhas arqueadas não negavam sua desconfiança - Beleza, você me pegou, em troca quero que você me dê uma ajudinha com a Natasha.
- Ah não Wade, isso é sério? - Ele não parecia nem um pouco contente com meu pedido - Primeiro que a Nat te odeia, e você sabe disse, segundo que se ela descobrir que eu tô ajudando você a dar em cima dela, vou ter que dizer adeus a nossa amizade.
- Qual é Petey, ela nem precisa saber, e se a casa cair eu minto que estava te chantageando ou algo assim, vai cara, só dessa vez, prometo que depois disso você pode fingir que eu não existo.
- Hmm - Ele ponderou, mas por fim, aceitou - Tá bom, mas promessa é dívida. - Apertou minha mão firmando nosso acordo.
- Ei, já estamos no segundo tempo? - Fiquei desesperado, como podia passar tão rápido assim - Merda não copiei a matéria de Matemática.
- Relaxa - Parker parecia mais tranquilo do que eu - Eu anotei tudo enquanto conversávamos, você pode copiar durante a aula de reforço, assim eu já te ajudo a resolver os problemas, e o resto do tempo, a gente usa pra bolar um plano pra descobrir se Steve é o cara certo.
- Beleza, toca aqui - fechei a mão esquerda em punhos esperando seu toque - Vamos, não vai me deixar no vácuo né - Por fim, a minha proposta estava firmada com seu toque sutil.
- Espero estar fazendo a coisa certa Wade.
- Relaxa Parker, se tem uma coisa que eu manjo, essa coisa se chama amor.
- Aham, sei, tão bem que é por isso que está solteiro e pediu minha ajuda.
- Ei - Falei indignado - Também não é tão simples assim - Ah, o semestre será longo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.