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História O Internato - Estranha - História escrita por seinomrohf - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Internato - Estranha


Escrita por: seinomrohf

Capítulo 44 - Estranha


Camila POV.

Incrível.

Em apenas dois dias, minha vida conseguira ir de um extremo a outro.

Num momento, eu estava completamente desiludida, decidida a me esquecer de Lauren, ainda que isso soasse quase impossível até então. No outro, eu estava desesperada para encontrar uma maneira de convencer meus pais a me deixarem viajar pelo fim de semana, na companhia da própria, sentindo-me o completo oposto de antes.

Não que eu estivesse reclamando, até porque a reviravolta havia sido absolutamente perfeita. A princípio, eu me culpei por ser tão egoísta, afinal de contas, eu não fizera nada para impedir que Lauren tomasse a decisão que ela acabou por tomar. Sair de casa, ao invés de mudar-se conforme sua própria mãe havia ordenado, era algo, no mínimo, arriscado. Tudo o que poderia consequentemente acontecer dali para frente era incerto e perigoso. Os contras de sua decisão eram muitos e pesavam mais do que os prós, com toda certeza. Mas, apesar de saber disso, tudo o que fiz foi simplesmente sorrir e encorajar a garota a seguir com tal plano no mesmo momento em que ela o teve. Fora egoísmo, e parte de mim sabia, mas a outra estava feliz e satisfeita demais para importar-se com isso. Logo, sem me arrepender, eu aceitei acompanhá-la na viagem.

Querendo ou não, meu coração palpitava ridiculamente com a ideia. Diferentemente de como fora quando passamos aquele fim de semana com Nicolas e Normani, dessa vez eu sabia que tudo se resumiria a nós duas – com exceção, é claro, do tempo que passaríamos com seu avô.

Ual. Eu conheceria o avô de Lauren.

Quão inesperado era isso? Eu havia conhecido seus pais e seus irmãos somente por pura sacanagem do destino. Ela não havia me levado aquele dia para a casa dela com esse propósito – aliás, fora totalmente o contrário. Mas, dessa vez, a garota tinha me chamado para ir até lá, dito com todas as palavras que gostaria que eu a acompanhasse até a casa de um avô que ela não vê há anos. Eu devia me sentir especial por isso, certo?

- Venha aqui. – Alejandro me chamou com a voz grave, porém com os olhos ternos sobre mim, enquanto nos despedíamos naquela tarde de sexta-feira.

- Ai, papai. – resmunguei baixinho, sentindo-o me apertar contra seu corpo.

- Estou me despedindo da minha filha, posso? – rebateu de volta, finalmente me soltando sem antes deixar de me beijar a testa de forma carinhosa.

- Eu só vou ficar fora por um fim de semana. – não é como se eu já não tivesse feito isso, mesmo que vocês não saibam, completei mentalmente.

- Não vá dar trabalho pra família de Allyson naquele rancho, escutou, Camila? – minha mãe questionou, puxando-me ela agora para um abraço apertado.

- Eu não vou dar trabalho pra ninguém... – murmurei contrariada, afastando-me algum tempo depois e respirando fundo antes de me despedir de vez. – Eu preciso ir agora, antes que o motorista do táxi comece a buzinar por mim.

- Tudo bem. – meu pai suspirou, escondendo as mãos nos bolsos da calça e erguendo o rosto sem tirar os olhos de mim. – Tenha juízo, Camila.

- Pode deixar. – respondi sorrindo e me voltando para Sinu. – Até mais, mamãe.

- Até mais, minha filha. Diga a Allyson para irem com cuidado.

- Direi. E vocês, avisem Sofia quando chegar que eu vou sentir saudades, tudo bem? – pisquei para os dois, que assentiram, e, assim, com um último aceno de mãos, saí pela porta da casa e segui à calçada, onde o taxista, com Ally, me esperava.

A baixinha abriu os vidros do automóvel para cumprimentar os dois de longe, enquanto eu colocava minha pequena mala de mão no banco traseiro e em seguida me ajeitava ao seu lado. Assim que tínhamos tudo certo, o motorista finalmente deu a partida e, dali, ao contrário do que pensavam meus pais, nós seguimos diretamente para o aeroporto da cidade, onde Lauren me esperava.

 

- Camila! – a mais velha gritou alguns metros a minha frente, enquanto corríamos feito retardadas em direção ao portão de embarque a menos de um minuto de seu encerramento.

- Eu estou... Tentando! – ofeguei, sem conseguir acompanhar seu ritmo.

- Deus... – ela resmungou, diminuindo sua velocidade até ficar ao meu lado. – Dê isso pra mim... – mandou, rapidamente tirando a mala de meus ombros e colocando sobre os seus.

- Eu... Não tenho culpa se... Eles mudaram o número do portão... Absolutamente do nada...! – disse ainda correndo, sentindo meus pulmões queimarem.

- É. Eu sei. – ela concordou, xingando em seguida. – Mas nós estamos quase lá... – tentou me encorajar, enquanto a impressão que eu tinha era a de que iria desmaiar a qualquer momento.

Ao finalmente alcançarmos o lugar certo, Lauren rapidamente apresentou nossas passagens ao par de funcionários à porta, que as validou e nos pediu para que entrássemos rapidamente. Ainda ofegantes, fizemos nosso caminho pelo estreito corredor de acesso ao avião e, assim que o atravessamos, pudemos sentir o clima pesado de impaciência no ambiente.

- Vocês são as últimas. Boa tarde. – a aeromoça à porta nos cumprimentou com um sorriso no rosto, nos dando espaço para passar.

Nós duas lhe sorrimos sem graça com o que ela disse e eu ouvi Lauren lhe agradecer num sussurro. A morena ficou estranhamente parada no lugar depois disso e eu a fitei sem entender, esperando que ela se mexesse.

- Vai você. – ela moveu os lábios, sem emitir som algum, e eu neguei com a cabeça no instante seguinte.

- Eu não vou na frente. Anda. – a respondi da mesma forma, vendo-a revirar os olhos antes de simplesmente me empurrar para o meio do corredor.

Eu teria a xingado em seguida se não tivesse dado de cara com os rostos nada satisfeitos dos passageiros já sentados, à nossa espera por sabe-se lá quanto tempo. Por isso, apenas engoli em seco, procurando não encontrar seus olhares assassinos, e resolvi andar. Lauren veio logo atrás de mim, como se estivesse literalmente se escondendo às minhas costas, e eu tive novamente vontade de xingá-la ou, então, de estapea-la na cabeça.

Assim que achamos nossos lugares, eu me escorei à janela, dando graças a deus por isso, e Lauren sentou ao meu lado. No segundo em que suas costas encontraram o encosto do acento, eu lhe deferi um belo de um tapa no braço, levando-a a pular em surpresa.

- Ei! Tá louca?! – perguntou com os olhos furiosos sobre mim, colocando uma das mãos sobre o local e procurando manter sua voz baixa.

- Você mereceu! – respondi irritada, rapidamente me virando para a janela e fitando o pátio do aeroporto através dela.

- Nós atrasamos por sua causa! – ela respondeu no mesmo tom e eu voltei a lhe fitar com uma das sobrancelhas erguida. – Nada mais justo do que você ir na frente encarando todo mundo!

- Por favor, você só fez isso porque é uma covarde. – rolei os olhos, vendo-a levantar o dedo indicador a altura do meu rosto.

- Olhe bem como fala comigo...

- Falo como eu quiser. – disse, aproximando-me de seu rosto, sorrindo cinicamente em seguida e vendo-a estreitar os olhos para mim.

- Não acha que tá muito folgada, Cabello? – questionou entre dentes.

- Diz a garota que me empurrou pra eu ir na frente, enquanto se escondia atrás de mim. – respondi com o mesmo sorriso nos lábios, inclinando-me para frente e chegando a roçar a boca à sua.

- A-ham! – um pigarreio ao nosso lado nos assustou e eu me afastei de Lauren para ver uma senhora do outro lado do corredor nos fitando com o semblante incomodado.

Lauren virou sua cabeça somente o suficiente para fitá-la de rabo de olho e então voltou a se ajeitar no banco. Eu a ignorei, ainda irritada pelo que ela havia me feito passar, e pude ouvir o comandante avisar sobre a decolagem.

Em menos de alguns minutos, o avião já sobrevoava a cidade e o comandante tornava a falar, anunciando a expectativa de que a viagem durasse em torno de quatro horas. Sendo assim, calculei que chegaríamos à casa do avô de Lauren durante a noite.

- Ei, você viu essas...

- Quieta. – a calei, mantendo meus olhos na janela. A garota demorou alguns segundos para emitir reação.

- Que?

- Disse pra ficar quieta. Ainda não estou de papo com você. – esclareci, virando-me de lado e sorrindo sem dentes, antes de voltar minha atenção ao lado de fora.

- Não posso mais falar até o fim da viagem, agora? – perguntou num tom irritado.

- Não.

- Você ouviu que são horas até lá, não é? – perguntou outra vez, agora indignada.

- Melhor ainda. – dei de ombros, descansando meu cotovelo no apoio da janela.

- Camila?! – ela tornou a chamar incrédula e eu permaneci impassível. Foi possível escutá-la bufar audivelmente antes de movimentar-se sobre o assento e murmurar irritada. – Que seja...

Eu contive a vontade de sorrir com sua reação e virei meu rosto em sua direção. Ela havia, praticamente, deitado-se de lado sobre o banco, de costas para mim. Eu podia ver apenas parte de seu perfil naquela posição, mas fora o suficiente para perceber que ela estava de olhos fechados.

Eu imaginei que, apesar de tudo, a garota devia estar cansada. Eu mesma estava. Os últimos três dias de aula no internato não haviam sido exatamente fáceis. Otto, o novo professor de Matemática, inclusive, era o que mais vinha pegando no pé dos alunos. A cada aula, ele parecia cada vez mais estressado e impaciente, nos cobrando exercícios impossíveis num espaço mínimo de tempo. Estes já não eram mais em dupla e, por isso, eu não contava mais com a ajuda de Ellen – não que a garota fosse se disponibilizar a ajudar também, já que ela sequer olha mais na minha cara. De todo jeito, o meu resultado vinha sendo o pior dos piores ultimamente.

Por tudo isso, e sabendo da quantidade de horas que ainda me restava naquele avião, eu me ajeitei igualmente sobre o banco e tentei pegar no sono. Não demorou muito e minhas pálpebras mesmo fechadas já pesavam; logo eu estava dormindo.

 

Lauren POV.

Uma movimentação ao meu lado me despertou. Eu demorei alguns instantes para lembrar-me de onde eu estava e para me situar. Abri os olhos lentamente e descobri que a movimentação se referia às aeromoças, transitando pelo corredor ao meu lado enquanto serviam comida aos passageiros. Aquilo me fez pensar que eu havia dormido ali por, no mínimo, uma hora.

Eu me dei conta do peso em meu ombro direito e vi Camila com a cabeça deitada sobre ele. A mais nova estava totalmente torta sobre o acento, mas com a expressão tão serena que, apesar da última troca de farpas, dava pena de acordá-la.

Uma das aeromoças percebeu que eu havia acordado e veio até mim para perguntar se eu aceitaria comer agora. Eu rapidamente neguei, para que ela fosse embora, mas sua aproximação fora o suficiente para despertar a mais nova.

Camila remexeu-se sobre meu ombro algumas vezes, assim que a aeromoça partiu, e de repente adotou um tom ofegante, escancarando os olhos de uma só vez e encontrando dificuldade de mantê-los abertos. Eu estranhei a atitude, mas, antes mesmo de poder questioná-la, a garota ergueu os olhos ligeiramente assustados em minha direção.  

- Oh. Ei. – disse ainda um pouco perdida, assim que despertou totalmente.

- Agora está falando comigo? – questionei com ironia, vendo-a afastar-se rapidamente e sentar-se ereta contra o próprio acento.

- O necessário. – respondeu ainda alterada, voltando a deitar sua cabeça sobre o encosto do banco. – Ahm. Por quanto tempo eu dormi?

- Eu também não sei... Acabei de acordar com você... – disse um tanto quanto desconfiada. – Você quer comer algo?

- Não. – ela negou rapidamente, engolindo em seco e voltando a fechar os olhos. – Estou meio... Enjoada...

- Tem um banheiro lá atrás. – disse, indicando o corredor.

- É, eu sei. – respondeu, voltando a abrir os olhos e virando o rosto de frente para o meu. Sua expressão então distorceu-se em agonia e eu vi a insegurança em seus olhos antes de continuar. – É que... Eu tive um sonho esquisito... – disse por fim, me fazendo franzir o cenho.

- Que sonho?

- A gente... – ela pausou, grudando os olhos nos meus e movendo os lábios sem conseguir continuar. – Nós... – tentou novamente, deixando-me apenas mais ansiosa. – O avião meio que caía. – completou então incerta, fazendo uma careta.

- Tem medo de avião? – perguntei cautelosa, abaixando meu tom de voz.

- Não. Eu só... – ela levou uma das mãos ao rosto e negou com a cabeça. – Quer saber? Esqueça. Eu devo estar nervosa com outras coisas... – respondeu vagamente, me deixando ainda mais curiosa.

- Que coisas?

- Ah... – deu de ombros. – Coisas do internato... – disse como se eu realmente fosse acreditar nela.

- Que coisas do internato? – insisti, vendo até onde ela iria com sua desculpa.

- Notas. – respondeu simplesmente e ali eu senti que não devia mais continuar. Seja lá o que fosse que vinha atormentando sua cabeça, ela não me diria naquele momento. – Eu vou ao banheiro. – avisou de repente, retirando seu cinto e se levantando. Eu logo cedi a ela a passagem e me larguei novamente sobre o banco para esperá-la, sentindo-me ainda um pouco sonolenta.

Assim eu fiz por cerca de vinte minutos, até achar que Camila estava demorando demais. Por um momento, eu cheguei a considerar que sua demora tivesse relação com o fato dela estar enjoada, e até lhe dei seu tempo. Mas, quase quarenta minutos de espera depois, eu comecei a ficar realmente preocupada.

A todo instante, eu me virava sobre o acento para fitar o fim do corredor, de onde eu podia ver a porta do banheiro ainda ocupado, de longe. Eu fiquei sem saber ao certo que atitude ter. Seria estranho ir até lá e, pelo menos, perguntar se estava tudo bem?

Mais dez minutos depois, eu já não me concentrava e mais nada e sentia minhas mãos suadas de nervoso. Retirei meu cinto com pressa e andei rapidamente ao fim do corredor. Pelo caminho, recebi alguns olhares atravessados, mas não podia me importar menos.

Chegando frente ao banheiro, parei próxima a porta e bati nela duas vezes. Nenhuma resposta veio e eu encostei a testa contra a superfície para sussurrar.

- Camila? Sou eu. – novamente nenhuma resposta. – Eu só quero saber se está tudo bem. – insisti, ouvindo-a bufar fortemente do lado de dentro. Ótimo. Desacordada ou morta a garota não estava. – Você pode pelo menos me responder isso?

Antes mesmo que eu terminasse a frase direito, a porta escancarou-se e Camila me puxou para dentro do banheiro com tanta rapidez que eu mal vi como acontecera. Logo estávamos as duas trancadas no pequeno cubículo e a mais nova me fitava com os olhos castanhos enormes.

- O que aconteceu? – perguntei analisando-a, sem conseguir conter a preocupação em meu tom de voz.

- Eu só... Só queria tomar um pouco de ar fresco. – disse, desviando o olhar do meu e encostando o corpo contra a pia.

- Você... – segurei uma risada, mordendo o lábio inferior antes de continuar. – Você queria tomar ar fresco, dentro de um avião?

- É. – respondeu parecendo agoniada, brincando com os dedos da própria mão.

- E pra isso, veio ao banheiro? – continuei, vendo-a assentir. – Um metro quadrado apertado sem saída alguma a não ser a descarga...?

- Lauren! – ela exclamou me interrompendo e eu me calei no mesmo instante, ainda lutando para não rir.

- Tudo bem... – concordei assim que me acalmei, descendo meus olhos por seu corpo e me atentando a sua postura tensa. – Você não tá nada normal, sabia...? – sussurrei quase que para mim mesma, encontrando por fim os olhos aflitos da garota. Ela parecia tão nervosa... – O que você tem, hein? – questionei, instintivamente dando um passo em sua direção e vendo-a afastar-se de mim num pulo. – Camila! – estranhei. – Você tem certeza que não tem medo de avião?

- Eu não sonhei com avião nenhum! – soltou meio irritada, meio frustrada. – Droga... Eu sonhei com outra coisa, ok...? – disse em tom de confissão e eu ergui as sobrancelhas surpresa.

- Com... Com o que você sonhou, então...? – perguntei com cuidado, olhando-a atentamente, e o que saiu em resposta de sua boca não foi nada mais do que um sussurro quase inaudível.

- Com você...

- O quê...?

- Com você, Lauren. – ela frisou a frase dessa vez, com os olhos intensos nos meus. – Com você.  

 Eu demorei alguns instantes, observando-a em total silêncio, até entender no que aquilo realmente implicava.

A respiração alterada assim que ela despertou, os olhos escancarados em minha direção, a pressa em se afastar do meu corpo, a agonia estampada em sua cara e todo o nervoso. 

- Oh. – foi o que eu disse assim que me dei conta por completo do que ela queria dizer com aquilo.

- Merda... – ela bufou, levando uma das mãos aos cabelos e desviando seu olhar novamente. Eu tive vontade de questioná-la em detalhes sobre o que havíamos feito em seu sonho e só de imaginar o que ela responderia eu de repente me vi excitada. – E então, eu acordei com tanto tesão que eu...

Oh, porra.

Após as últimas palavras, minha mente automaticamente parou de prestar atenção no que a garota aflitamente dizia e as reações em meu ventre somente se intensificaram.

- ...E quando eu cheguei aqui, eu tive de praticamente tomar um banho de água gelada dentro dessa pia pra me acalmar e nem assim adiantou. – eu voltei minha atenção a ela e agora a mais nova estava com uma das mãos sobre a testa, desembestando a falar. – Então, eu pensei que... Sei lá, que eu... Que eu talvez pudesse me aliviar de alguma outra forma, você sabe... Daquela forma... – meu Deus. – Mas eu simplesmente não tive coragem. Não dentro do banheiro de um avião lotado, a sei lá eu quantos metros de altura do chão...!

- Você... – comecei roucamente; um sorriso em meus lábios se formando. – Você pensou em se masturbar aqui, por minha causa? – sussurrei, vendo-a esconder o rosto sob as duas mãos.

- Oh, meu Deus, eu só posso estar ficando louca... – resmungou de forma abafada e eu finalmente lhe sorri; sim, era exatamente o que ela pensara.

- Ei, ei... – me aproximei, retirando com delicadeza as mãos de seu rosto. Seu corpo ainda estava apoiado à pia e eu me permiti juntar meu quadril ao seu, prendendo-a ali. Ela ergueu os olhos em direção aos meus, agora tão próximos, e inspirou pesadamente. Eu esperei até que ela se acalmasse e então soltei minhas mãos das suas, espalmando-as a cada lado de seu corpo sobre a pia.

- Você tem noção de que não está me ajudando nem um pouco assim, não é? – ela perguntou baixinho, parecendo se esforçar ao máximo para fixar seu olhar em meus olhos e não descê-lo à minha boca.

 - Justamente o contrário. – sorri, abaixando ainda mais meu tom de voz. – Eu só vim até aqui pra te ajudar. – a mais nova continuou apenas me fitando em silêncio por intermináveis segundos, até que eu decidi finalmente dizer o que me surgira à cabeça. – Faça pra mim.

- O... O quê? – ela questionou meio assustada, como se não tivesse me ouvido.

- Se masturbe pra mim, aqui. – disse com firmeza, sentindo-a estremecer contra meu corpo.

- Lauren, nós estamos num...

- Banheiro, trancadas e completamente sozinhas. – a cortei, vendo seu olhar fraquejar.

- Lauren, eu não tenho coragem... – neguei com a cabeça, mas ela continuou. – Eu não consigo, Deus! Olha só a situação em que...

- Camila. – a cortei novamente, colando minha boca na sua e vendo-a arregalar os olhos. – Eu estou aqui com você... – sussurrei, afastando-me alguns centímetros e descendo meus olhos por seu corpo mais uma vez. – Confia em mim...

A garota hesitou por intermináveis segundos. Por dentro, eu me perguntava qual era a chance de qualquer um dos passageiros não ter sentido a necessidade de vir ao banheiro até agora. Ou se isso havia realmente ocorrido e, agora, alguém nos aguardava do lado de fora.

Sem querer pressiona-la, eu considerei me afastar de vez, quando ela de repente assentiu e sentou-se, num movimento rápido, sobre a pia às suas costas.

Eu engoli em seco com a cena e novamente o pulsar em meu centro se fez presente. Dei mais um passo para frente, ficando assim entre as pernas da mais nova, e deixei que minhas mãos deslizassem por suas coxas.

Ela me fitou apreensiva, provavelmente esperando que eu desse o primeiro passo, e assim eu o fiz.

Inclinei-me sobre ela, levando-a a encostar as próprias costas contra o espelho atrás de si, e rocei minha boca sobre sua bochecha, deslizando-a lentamente à sua orelha.

- Abra o zíper da sua calça. – ordenei, afastando-me em seguida para encontrá-la com o lábio inferior preso entre os dentes.

Obediente, suas mãos vieram de encontro à barra de sua calça jeans e desabotoaram o botão único, antes de deslizarem seu zíper lentamente para baixo.

Eu observava a cena completamente hipnotizada, maravilhada com a força de persuasão que eu vinha tendo sobre a mais nova.

Eu decidi que nos pouparia mais tempo caso ela continuasse com as peças e decidi apressar um pouco as coisas.

- Abra mais. – comandei novamente, apertando meus dedos contra suas coxas. Ela imediatamente me atendeu e afastou as pernas uma da outra. Seus olhos nunca saíam do meu rosto e eu cheguei a estremecer ao perceber quão escuros e tomados pelo desejo eles estavam naquele momento. – Sua mão... – deixei sair num fio de voz, e ela aguardou ansiosa por uma continuação. – Coloque por dentro da sua calcinha...

Lentamente, sua mão direita desceu sob o tecido da peça de renda e Camila estremeceu ao encontrar seu próprio sexo. Seus lábios se entreabriram e eu me segurei para não gemer com a simples imagem.

- E agora...? – ela questionou pela primeira vez com a voz rouca, grave.

- Agora você vai me contar como foi o sonho. – mandei, aproximando meu rosto novamente do seu e roçando a ponta do meu nariz no dela. Camila cerrou os olhos e então assentiu.

- Ok... – eu pude ouvi-la engolir a saliva de tão perto que estava. – Nós estávamos no internato... – começou num sussurro e eu fechei os olhos igualmente para apreciar seu tom de voz excitado. – Dentro da biblioteca...

- Hmm... – a encorajei a continuar.

- Você estava só de calcinha... – ela de repente arfou e eu sorri involuntariamente. – Dizendo que sentia muita... – inspirou fundo. – Muita vontade de me chu-par... – sua voz quebrou no fim e eu rapidamente abri meus olhos, descendo-os a sua mão e percebendo os dedos da mais nova começarem a se movimentar sob a calcinha.

- Certo... – comentei, sem tirar meus olhos daquela imagem. – O que você me respondeu quando eu disse isso...?

- Disse que... Precisava voltar pra sala de aula...

- E eu...?

- Disse que ia me chupar tão gostoso... – um espasmo a atingiu e eu pude ver seu dedo médio deslizar à sua entrada. – Que eu não ia me arrepender de ter ficado...

- O que eu fiz depois disso...? – continuei a estimulando, sem nunca tirar meus olhos de sua mão e sentindo sua respiração se alterar gradativamente contra meu rosto.

- Você me empurrou contra a estante... – sua voz diminuiu. – Tirou minha calcinha... E subiu minha saia... – deixei que meus olhos se fechassem por um momento, imaginando aquela cena, e os abri novamente para me atentar à que ocorria em minha frente.

- E...?

- E... – o corpo da mais nova estremeceu e eu pude ver seu peito subir e descer conforme sua respiração pesada batia contra meu rosto, ao mesmo tempo em que um de um de seus dedos invadiu sua entrada apertada, levando-a a gemer languidamente. – Oh... – ela soltou de forma manhosa e eu prendi meu próprio lábio com força entre os dentes, rezando mentalmente por autocontrole.

- Eu te fodi com a minha língua, não foi...? – perguntei totalmente dominada pelo desejo, apertando meus dedos contra a pele de suas coxas e vendo-a cerrar os próprios olhos com ainda mais vontade. – Eu comecei devagar... – sussurrei contra sua boca, vendo-a mover o dedo dentro de si lentamente. – Bem devagarzinho... Explorando cada pedacinho da sua boceta molhada...

- Puta merda... – Camila soltou extasiada ao me ouvir, apoiando-se na pia com sua mão livre e inclinando sua cabeça para trás.

- Depois... Eu aumentei meu ritmo, certo...? – ela assentiu quase que em desespero e automaticamente acelerou os movimentos de seu dedo. – Minha língua entrava e saía... Entrava e saía... Bem gostoso... – Camila então soltou um ruído gutural e eu me segurei como nunca para não fazer o mesmo. Neste ponto, eu já sentia minha própria calcinha molhada e o prazer pulsante formando-se em meu centro. – Você gemia bem baixinho pra mim, não gemia...? – mantive minha voz firme, roçando os lábios contra os seus entreabertos.

- Uhum... – ela respondeu de imediato e, então, eu virei meu rosto de lado para deixar que minha orelha ficasse contra a sua boca.

- Mostra como você fazia, então, vai...

Instantaneamente, Camila gemeu arrastado em meu ouvido, levando cada centímetro do meu corpo a se arrepiar. Ela não parou por aí e à medida que seu dedo estocava com cada vez maior velocidade dentro dela, mais intensos seus gemidos ao pé do meu ouvido eram.

Eu desci o olhar novamente para o meio de suas pernas e vi que agora a garota estimulava o próprio clitóris, circulando-o com o polegar. Seus gemidos eram cada vez mais altos e eu me perguntei se as paredes daquele banheiro eram o suficiente para isolarem o seu som. O atrito do dedo de Camila, entrando e saindo de dentro dela com rapidez, chegava a ser sonoro, e eu salivei por somente imaginar quão molhada a garota podia estar.

Por longos minutos, tudo o que podia ser ouvido dentro daquele cubículo era isso, em conjunto com os gemidos da garota contra minha orelha – até que num solavanco, onde Camila inclinou o tronco todo para frente e fechou as próprias pernas ao redor do meu corpo, eu a ouvi gemer pela última vez, longa e intensamente. Seu corpo, então, tremeu contra o meu e ela finalmente caiu cansada com as costas de volta contra o espelho.

Eu sorri, afastando-me minimamente somente para fitá-la por completo. As bochechas rosadas, a respiração entrecortada, a boca totalmente aberta e a mão direita ainda no meio das pernas.

Eu esperei com paciência até que ela estivesse completamente recuperada, observando-a atentamente sem sequer piscar os olhos. Quando isso finalmente aconteceu, ela retirou o dedo de dentro de si, gemendo fracamente com a sensibilidade que sentia, e então encontrou o meu olhar.

Após segundos de um contato visual intenso, a mais nova negou com a cabeça e sorriu, como se não acreditasse no que havia acabado de acontecer. O gesto fora tão espontâneo e inocente que, quando vi, já tinha meus lábios delicadamente pressionados contra os dela.

Assim que me afastei, Camila suspirou pesadamente. Eu dei um passo para trás, concedendo espaço para que ela saísse de cima da pia e assim ela o fez, fechando o zíper de sua calça e se ajeitando.

Antes de sair dali, a mais nova virou-se de frente para o espelho e me encontrou no reflexo a observando; um sorriso sacana crescendo em meus lábios.

- Então, quer dizer que...

- Quieta. – ela me cortou e eu me segurei para não gargalhar da expressão envergonhada que ela acabou por fazer. Eu poderia ter debochado da sua cara, mas preferi ficar de boca fechada.

Sendo assim, sem dizermos mais palavra alguma, eu abri a porta do banheiro e esperei que Camila saísse primeiro. Dessa vez, ela espertamente me empurrou e eu acabei caindo ao meio do corredor, atraindo olhares curiosos para mim. Eu rapidamente me endireitei, sorrindo amarelo, e passei por algumas aeromoças, que pareciam ter certeza do que eu e Camila havíamos acabado de fazer ali dentro pelo modo sugestivo como elas nos olhavam.

- Senhoritas. – as cumprimentei categoricamente, com toda cara de pau que eu ainda tinha, puxando Camila atrás de mim e seguindo direto de volta aos nossos acentos.

 

 De alguma forma, tanto eu quanto Camila ainda nos sentíamos exaustas. A impressão que tínhamos era a de que quanto mais nós viajávamos, mais sono nos dava e, justamente por isso, durante as duas horas restantes de voo, nós cochilamos prazerosamente. Dessa forma, o trajeto não se tornou cansativo e logo pisávamos novamente em terra firme.

Quando chegamos ao aeroporto, a fome nos atingiu em cheio. Camila praticamente implorou por um sanduíche e eu me rendi à vontade, sentando com ela por mais vinte minutos numa cafeteria do lugar e comendo de tudo o que pude encontrar pela frente.

Devidamente alimentadas, nós finalmente fomos à busca de um táxi. Sair de dentro do aeroporto foi um tanto quanto surpreendente. O tempo lá fora era extremamente abafado, muito diferente dos climas que o ar condicionado do aeroporto e do avião nos oferecia, ainda que já fosse tarde da noite. Eu imaginava o que seria, então, de manhã, quando o sol estaria provavelmente a pino e queimando pra valer.

Sem dificuldades, entramos em um dos muitos táxis que aguardavam na área de desembarque e eu informei ao motorista o endereço da casa do meu avô. Para nossa sorte – ou talvez só para a minha, já que Camila parecia a cada segundo cada vez mais nervosa – a casa dele não era muito distante dali. Em cerca de vinte minutos, o carro já estacionava frente a uma enorme casa, com portões brancos que a ladeavam e um belo jardim frente à sacada.

- Aqui. – disse ao motorista, entregando-lhe o dinheiro da corrida e sorrindo educadamente. Ele se dispôs a nos ajudar com as malas, mas nós o dispensamos, já que trazíamos pouca coisa.

Assim, deixamos o carro e seguimos até o portão. Havia uma espécie de campainha ao lado direito dele e eu não hesitei antes de simplesmente apertá-la. Ao contrário do que eu pensei, não escutamos som algum, mas impressionantemente o grande portão se abriu, revelando melhor a grande aérea que todo aquele jardim ocupava.

 Camila praticamente grudou em mim no momento em que eu me pus a andar em direção à entrada e eu sorri com seu nervosismo. Querendo ou não, algo dentro de mim também palpitava, já que eu não via meu avô há anos.

Assim que nos aproximamos da entrada, vi mais uma campainha ali e fiz menção de apertá-la. Porém, antes mesmo que eu conseguisse, a grande porta à nossa frente se abriu e quem inesperadamente nos recebeu ali foi nada menos que uma jovem. Uma bela jovem.

Eu franzi o cenho, sem entender de quem se tratava, e a garota por sua vez abriu um largo sorriso para mim. Ela possuía longos cabelos castanhos lisos, presos num coque ao topo da cabeça, e os traços de seu rosto eram finos. Os olhos eram da mesma cor que os cabelos, talvez mais escuros, e especialmente cativantes. Seu sorriso era realmente lindo e, me atentando mais ainda a ele, pude notar algo ali que me pareceu ser... Malícia. Seus olhos nunca saíram de mim, tal como se Camila sequer estivesse ao meu lado, e por um momento eu me senti verdadeiramente incomodada... Quase despida. Muito em seu jeito me recordou de Joanna e eu estremeci com o que isso poderia significar...

- E então... – ela finalmente falou, com a voz arranhada e bem mais grossa do que imaginei que seria; o tom sugestivo confirmando as suspeitas que eu já tinha. – Você é que a famosa Lauren Jauregui... – ela deu uma pausa, dando um passo à frente e estendendo a mão para mim antes de dizer com o que pareciam ser as piores intenções do mundo. – Muito prazer...

Oh, não.

Isso não me parecia nada bom.



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