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História O jardim secreto - Capítulo Único - História escrita por Anaharae - Spirit Fanfics e Histórias
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História O jardim secreto - Capítulo Único


Escrita por: Anaharae
e Fly-High

Notas do Autor


Muito obrigada a @akihayakawa pela betagem, a @Evebrea pela capa e a @Druh19 pela avaliação! Vocês três são incríveis! <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


A semana havia sido estressante, minha mente estava um caos e minhas emoções uma bagunça ainda maior. Tudo era diferente, complexo e um misto de sentimentos angustiantes que faziam um turbilhão de hormônios circularem pelo meu corpo. 

Quando o ponteiro maior do relógio da empresa finalmente atingiu às seis horas da noite, um suspiro escapou da minha boca. Recolhi meus pertences rapidamente; sem dar nenhuma oportunidade para os meus superiores pedirem por documentação de última hora que implicariam em longas horas extras e solitárias naquele, maldito, escritório de contabilidade. 

Caminhei rapidamente em direção ao elevador, apertando o botão do subsolo onde ficava o estacionamento dos funcionários. Enquanto o elevador descia, procurei a chave do Jeep na bolsa e assim que as portas metálicas se abriram, apertei o botão para destrancar o veículo e, tão rápido quanto a luz, corri para dentro do carro, me jogando com tudo no banco do motorista. 

— Finalmente… — murmurei, cobrindo os olhos com o antebraço e me permitindo escorar no volante. — Não acredito que sobrevivi a esse caos. 

Após alguns minutos na mesma posição, voltei a me sentar normalmente e, antes de colocar a chave na ignição, conferi o motivo de tantas notificações no meu celular. Revirei os olhos ao notar serem mensagens do pessoal da empresa me chamando para um noite no bar. Sinceramente, tudo o que eu queria era ficar o mais longe possível deles, e era exatamente isso que eu iria fazer. 

 

[...]

 

Demorou cerca de meia hora para sairmos da zona urbana, mas alguns minutos para que o GPS finalmente indicasse a chegada ao meu destino. Há alguns anos, eu comprei um pequeno lote afastado de tudo e construí uma casa simples com uma estufa e um jardim, aquele lugar se tornou meu refúgio e o meu maior segredo. 

— Estou de volta — comentei, por mais que não houvesse ninguém para retribuir o cumprimento, e logo em seguida abri a porta do carro. 

Desci do veículo, tocando o solo de terra batida, respirei fundo sentindo o aroma das diversas flores que se misturavam no ar de uma forma extremamente agradável. Graças aos refletores com sensores de movimento, o local se iluminou por completo. 

Caminhei pelo jardim, observando as plantas que estavam em ótimas condições e algumas que precisariam da minha atenção nesse final de semana. Completamente envolto no meu mundo, demorei a perceber que havia uma figura masculina um pouco mais alta do que eu a alguns metros de distância me observando. 

Um arrepio percorreu o meu corpo, gelando a espinha e me fazendo engolir em seco. Lembrei-me de todos os filmes de terror que Tanaka me obrigava a assistir e consequentemente das falas de Nishinoya sobre documentários de casos policiais — um apreço estranho que seria bastante útil nesse momento. 

— Quem está aí? — perguntei, tentando ao máximo disfarçar meu nervosismo. Próximo a mim havia apenas uma pequena pá de jardinagem, sendo essa a primeira coisa que peguei para me proteger. — Você não deveria invadir a propriedade dos outros! 

O homem pareceu espantado, inicialmente, olhando-me em várias direções para me procurar.  Quando seus olhos encontraram com os meus, pude ouvir um suspiro aliviado escapar dos seus lábios e ver a pessoa colocar a mão sobre o peito. 

— Você não vai responder? Eu vou ligar para polícia, tá ouvindo! — ameacei, vendo-o erguer a mão apreensivamente e, por consequência, acabou ativando o sensor de movimento próximo a ele. 

Eu não acreditei no que estava vendo, a pá caiu no chão ecoando seu som metálico e o meu grito de espanto foi completamente abafado com as minhas próprias mãos.

— Sou eu, Daichi Sawamura — ele respondeu apreensivo dando alguns passos em minha direção. — Eu não queria invadir sua casa e nem mesmo o seu jardim, mas você saiu tão apressado da empresa e não parecia muito bem já tem algumas semanas… Eu não quis ser alguma espécie de stalker esquisito, mas não pude deixar a preocupação de lado.

Daichi Sawamura era o supervisor do meu setor, uma pessoa tão incrível e radiante que após poucos meses na empresa não pude evitar me apaixonar platonicamente por ele. 

— Ei, Sugawara! Você está bem? — ele perguntou, correndo em minha direção e suavemente encostando em meus ombros. — Vamos, fale algo…

— Você notou tudo isso? — As palavras saíram da minha boca, me deixando extremamente envergonhado, já que pela primeira vez revelei exatamente o que estava em minha mente. 

— Como não notar? — ele respondeu, passando a mão na nuca. Ato que com o tempo descobri ser algum tique nervoso. 

— Ah, claro. Você deve prezar pelo bem-estar dos seus funcionários… — murmurei. A frase soou amarga, mas era uma forma de me distanciar de qualquer pensamento romântico. 

— Sim, eu devo prezar, mas não foi esse o caso… — Daichi havia esquecido completamente das formalidades do trabalho, me puxando para um abraço apertado. — Quando se trata de você, vai além do trabalho, Koshi. 

Aquelas palavras me pegaram desprevenido e, ao mesmo tempo, foram suficientes para desarmar qualquer limite unilateral que um dia impus entre a gente. Não nego que o choque de receber esse tipo de confissão era grande, já que eu não imaginava que o meu supervisor pudesse ter algum tipo de interesse em mim. 

— Você veio até aqui por mim, então? E não por conta do trabalho? — questionei, vendo-o concordar e pela primeira vez observei as maçãs do seu rosto ganharem um tom avermelhado. 

— Fiquei preocupado, é tão difícil acreditar em mim? — ele indagou. Foi então que percebi o medo e ansiedade em seu tom de voz.  

— Desculpa por fazer tantas perguntas — murmurei, secando algumas lágrimas. — E que eu não acreditei que isso pudesse acontecer algum dia, sabe? Na verdade, você estar aqui no meu jardim secreto e preocupado comigo, ainda me parece um sonho. 

Sawamura sorriu tristemente, sua mão segurou a minha e levou em direção ao seu coração. 

— Seu coração parece que vai explodir — comentei, não contendo a expressão de espanto ao sentir batimentos acelerados e descompassados do maior. — Isso é por minha causa? 

— Sim, isso é culpa sua, porque você me deixa assim e nunca assume a responsabilidade, sabia? — ele disse, fazendo questão de manter o contato visual. — Pensa que eu não vejo o jeito que me olha lá no trabalho? A forma que você mexe as mãos quando está nervoso? Ou quando mordes os lábios no momento em que precisa de conter? Ou quando seus amigos te falam algo que te faz sorrir mostrando essa covinha linda?  

Eu sempre achei que o admirava de longe, bem discretamente, e que essa admiração não era mútua. Entretanto, agora percebi que falhei miseravelmente na minha missão de paquerar meu chefe discretamente. 

— E você? Sabe o quão difícil é acordar todos os dias pela manhã e ter que passar o dia vendo seu chefe maravilhoso? Ouvir sua risada e não saber o motivo dela? Ver você mordendo a ponta da caneta por conta da ansiedade? O jeito que você afrouxa o nó da gravata porque nunca está acostumado. — Se fosse para trocar responsabilidades, Daichi Sawamura também tinha bastante coisas para se responsabilizar. — Você foi gentil demais comigo e olha só? Agora ‘tô aqui, me declarando para meu chefe. 

Ele riu e entrelaçou seus dedos aos meus. 

— Isso é jeito de se declarar, Koshi? — ele questionou, fazendo-me bufar e virar o rosto completamente envergonhado. — Tudo bem, eu te peguei desprevenido e em um dia ruim. 

— É a minha resposta? — murmurei, afinal, já não dava para retroceder, era melhor ouvir um não agora do que receber uma carta de demissão na segunda-feira. 

— Vou assumir a responsabilidade dos seus sentimentos — Daichi respondeu após um período em silêncio. 

— Você vai se responsabilizar pela invasão do meu jardim? — perguntei, ouvindo-o rir. Sawamura me puxou para mais perto do seu corpo. 

— Como conserto o meu erro? — ele sussurrou em meu ouvido. Naquele momento, a curta distância entre a gente tornou o momento ideal para selarmos nossos lábios até que o ar fizesse falta. — Isso é o suficiente? 

— Por enquanto, sim… — murmurei, tomando uma leve distância dele, sentindo o meu rosto esquentar, provavelmente por conta do rubor. 

— Você está melhor agora? — ele perguntou, não pude deixar de sorrir timidamente com a sua preocupação.

— Eu já nem lembro mais o motivo do meu estresse, sabe? — respondi, afinal, toda aquela declaração e sentimentos correspondidos me deixaram anestesiados para os problemas do mundo.

 



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