Sasuke estava em um bom dia naquela segunda-feira nublada.
Havia terminado de acertar os últimos detalhes de uma carga de armas que chegaria vinda da Rússia para suas mãos e então seria distribuída para alguns grupos aliados. Era um bom negócio, considerando os desentendimentos que estava tendo com a Bratva.
A Taka vinha indiretamente do Japão, graças aos seus antepassados. Não era como a Yakuza mas tinha laços consanguíneos com um antigo líder, uma história de uma irmã que precisou fugir e se escondeu em Las Vegas por causa de inimigos e, assim, fundou em nome do irmão mais velho e líder da Yakuza, a Taka. Sasuke não lembrava de todos os detalhes, porém sabia bem o resumo daquela história.
Com Gaara ao seu lado e Naruto logo atrás conversando com Shikamaru – esse sendo o maior cérebro do grupo – Sasuke estava saindo pelo fundo do prédio onde o encontro havia acontecido e seus homens o guardavam.
Foi quando atravessou a porta e desceu o primeiro degrau de uma escada de concreto que ouviu o ronco forte das motos. Notou cinco motocicletas em velocidade entrando pelo beco e vindo com homens armados na garupa em direção a eles.
Aconteceu rápido demais para qualquer um reagir, porque num instante eles repararam a situação, e no outro os poucos dos homens que levaram para segurança estavam devolvendo tiros que os outros direcionaram contra eles. Sasuke empurrou Gaara para o chão, assim como sentiu Naruto gritando seu nome quando ele mesmo sentiu a dor espalhar por suas costas.
– Você levou um tiro. – Gaara sussurrou. – Porra, Sasuke, você tomou um tiro.
– Eu sei – gemeu.
A confusão e barulheira de tiros foi abafada quando o som de pneus cantando sobrepôs o resto.
–Filhos da mãe, vão fugir! Eu quero alguns atrás deles – ordenava Shikamaru. – Vão, vão!
– Eu vou junto! – Gaara se ergueu e desceu os dois últimos degraus. – Vamos logo!
Naruto ergueu o seu corpo e encostou no dele, mantendo-o sentado.
– Teme, vamos tirar você daqui.
Sasuke apenas anuiu e observou a movimentação dos outros homens se dividindo entre seguir os atiradores e alguns deles se prontificando para ajudar o chefe atingido. Dois carros que estavam alguns metros estacionados partiram, enquanto o outro chegava e parava bem à sua frente.
Fechou os olhos com força quando tentaram movê-lo e rangeu os dentes para não gritar de dor. Naruto pressionou o ferimento o caminho inteiro, manchando um lenço branco enquanto pedia para que não dormisse.
Porém, a dor ficou tão insuportável a certa altura que ele simplesmente apagou sem ao menos conseguir lutar.
XXX
Sakura soube do que tinha acontecido porque Gaara, noivo de Ino, contou para a amiga e ela repassou a informação.
Segundo o ruivo, Sasuke estava em casa descansando após um médico particular retirar a bala alojada no ombro do moreno. Também, segundo ele, estava tudo bem, mas isso não impediu Sakura de pensar no homem várias vezes.
– Por que não visita ele? – Ino perguntou certa vez.
– Porque ele está bem! – afirmou, mesmo se perguntando se ele estava mesmo. – Além do mais, eu não tenho motivos para visitá-lo.
– Ah não? – As sobrancelhas loiras se arquearam. – Poderia ser um gesto de retribuição pelo que ele fez por você alguns dias atrás.
Talvez, pensou ela.
– Você sabe que deveria ir. – Ino sorriu antes de voltar a atenção às lojas por onde passavam.
XXX
Entrou no Hotel e procurou pelo homem com quem tinha combinado de se encontrar ali, no saguão. Acabou se sentindo mais nervosa quando percebeu que ele estava bem perto, próximo ao elevador.
Gaara estava no telefone quando a avistou, e começou a andar em sua direção com um sorriso. Quando estava a menos de um metro ele encerrou a ligação e manteve o sorriso nos lábios.
– Estava com Ino, já sei – antecipou a resposta de uma pergunta que nem mesmo faria.
– Ela mandou dizer que você está fazendo a coisa certa.
Sakura revirou os olhos com o máximo de elegância possível. Gaara se colocou ao lado dela e com uma mão em suas costas a guiou até um dos elevadores.
– Você avisou? – perguntou, observando as portas fecharem.
– Espera, não era para ser surpresa? – O ruivo franziu o cenho.
Bufando, ouviu ele dar uma risadinha.
– Ele está esperando, relaxa.
Bem, ela duvidava ser capaz de tal coisa naquele momento.
Era muito confuso aquelas sensações percorrendo-a, porque ao mesmo tempo que queria ir embora e não olhar para trás, Sakura estava pronta para ir até Sasuke e ver com seus olhos como ele estava.
O elevador se abriu para um pequeno hall com paredes pretas iluminadas por arandelas e com vasos enormes com plantas verdes bem cuidadas dispostas em cantos. E no centro havia uma enorme e majestosa porta de madeira escura.
– Essa é a cobertura. – Se aproximou da porta. – Mas você já esteve aqui, lembra?
Sakura se recordava da festa que tinha deixado Sasuke sozinho após ter dado uns amassos em uma sala de jogos.
– Acho que a diferença é que a porta estava aberta, dando impressão de tudo ser a cobertura. – Gaara falava.
Entretanto, ela não se preocupou em responder a observação, porque sequer tinha pensado nisso. Apenas continuou atrás do ruivo, agora assistindo-o abrir a porta através da pequena fechadura biométrica.
– Quanta segurança – murmurou.
– Acho que pode imaginar o por quê. – Ele a olhou por cima dos ombros.
Ouviu um barulho de trava e depois um sininho tocando, significando assim a liberação da entrada da cobertura. Gaara abriu a porta e deu a passagem para ela, que assentiu agradecida pelo cavalheirismo.
Sakura passou por ele e escutou quando a porta foi batida, sendo fechada outra vez. Ele novamente tocou em seus ombros e sorriu quando começou a guiá-la com sua permissão até algum lugar daquele enorme apartamento.
O tom carmim nas paredes do corredor, junto com luzes amarelas e alguns móveis decorativos, dava – surpreendentemente – conforto, na percepção de Sakura. Ela passou por umas cinco portas antes de chegar à sala aberta.
O cômodo em si era maior que seu apartamento, com cor e cortinas neutras. Um bege claro, com apenas uma enorme e alta lareira revestida de mármore preto, e sofás brancos extensos com uma mesinha de centro por cima do tapete claro no chão.
– E eu achando que a casa da minha avó era grande – resmungou surpresa.
Ele riu.
– Oi, Gaara – disse uma voz feminina rouca e baixa.
Os dois olharam na direção, mas somente Gaara sorriu ao ver a senhora com 1,60 de altura, cabelos grisalhos presos em coque e rugas nos cantos dos olhos. Sakura apenas observou ela se aproximar, exalando vitalidade e calmaria.
– Nekobaa, olá. Essa daqui é Sakura, é uma amiga e veio visitar o Sasuke.
– Naruto me informou mais cedo – afirmou e olhou em sua direção. – Muito prazer, senhorita. Sou Nekobaa, a governanta e antiga babá do menino Sasuke.
– Menino? Estamos falando da mesma pessoa?
Gaara e a senhora sorriam ao trocar olhares.
– Muito prazer – estendeu a mão na direção dela que apertou a sua rapidamente.
– Ele está no quarto, qualquer coisa pode me chamar, senhorita Sakura.
– Por favor, apenas Sakura está bom – sorriu sem graça.
– Tudo bem, Sakura – olhou para o ruivo. – Consegue avisar os meninos que irei fazer o jantar? Vocês não me visitam já faz um bom tempo e não aceito isso, entendeu?!
Sakura observou Gaara corar após o “puxão” de orelha.
– Vou avisá-los, Neko. Foi mal.
A governanta fez um ruído e se retirou, deixando os dois sozinhos.
– Como você consegue dormir de noite? É muita crueldade sua em deixar uma mulher tão agradável sozinha.
– Culpe a Ino por isso.
– Que vadia – rosnou.
Ele riu.
– Vem, eu te levo até ao Sasuke.
Fez como ele pediu, seguindo-o e entrando em um outro corredor que diferente do primeiro, era de um tom cinza bem claro. Havia quadros pendurados nas paredes, obras de artes que embelezavam e tornava cada canto daquele lugar mais caro.
A porta no final do corredor, essa era a direção que Gaara a levava, e enquanto se aproximava, Sakura notou seu coração bater um pouco mais rápido do que o normal para apenas visita.
Gaara bateu na porta e, antes da segunda batida, a permissão foi concedida pela voz grave e alta do Uchiha. O ruivo abriu a porta e deu espaço para ela entrar antes dele, mas Sakura hesitou brevemente.
XXX
Sasuke deixou de lado qualquer assunto quando a recepção lhe avisou que a mulher de cabelos rosas tinha chegado e estava subindo com Gaara. Ele estava sentado na poltrona, com os pés erguidos e apoiados, quando ouviu as vozes destoando no corredor se aproximando dele e de seu quarto.
Uma única batida e ele deu a permissão alta para entrar. A porta abriu e um segundo depois ela apareceu no seu campo de visão, linda e nada provocante aos olhos alheios, mas para Sasuke ela sempre parecia sensual.
Mesmo com aquele short branco de alfaiataria e camisa social azul, ela estava perfeita, pensou ele.
Gaara, como um bom amigo, fechou a porta assustando-a e a fazendo olhar para trás. Ele assistiu quando os olhos verdes semicerrados se viraram em sua direção, interrogando-o antes da pergunta ser feita em voz alta.
– Pediu para ele fazer isso?
– Por que acha que eu faria isso?
Ela deu alguns passos para frente, porém ainda estava muito longe dele para seu total vanglorio.
– Eu não disse que acho, apenas perguntei se fez – respondeu.
Sasuke sorriu de canto.
– Não vai nem mesmo me dar um oi, ou perguntar como estou? – fingiu estar ofendido. – Eu levei um tiro, sabia?
A rosada cruzou os braços.
– Pobrezinho – revirou os olhos verdes.
– Que tal um beijinho para eu sarar?
Ela arqueou as sobrancelhas e voltou a se aproximar mais, deixando a bolsa no recamier próximo da cama.
– Um beijinho não, mas eu posso ver o ferimento se quiser – colocou as mãos na cintura. – Só não pode chorar ou vou chamar a sua babá para segurar você e te acalmar, menino Sasuke.
Riu levemente do comentário e da maneira como se referiu a ele.
– Conheceu Nekobaa?
Ela assentiu.
– É uma mulher interessante que insiste em jantar com todos os meninos. – Ela sorriu. – Vocês esqueceram dela, aparentemente. Confesso que foi divertido ver o Gaara tomar um puxão de orelha – franziu o cenho com a diversão carregada em sua voz.
– Ah, é mesmo? Você gostou disso? Porque posso puxar as duas orelhas dele se isso fizer você rir – tentou agarrar o pulso dela, mas a mesma se esquivou.
Sasuke gemeu porque a dor o incomodou.
– Não seja atrevido, senhor Uchiha. – Ela fez uma careta. – Eu já te disse há um tempo que não se deve agarrar uma mulher em um corredor vazio, então imagine só em um quarto, como pode ser mais errado ainda.
– Você veio aqui me provocar, não veio? Sabe que esse nosso joguinho me diverte.
– Por favor, eu vim retribuir a gentileza – sorriu. – Lembra que me ajudou alguns dias atrás?
Sakura voltou a se aproximar, porém, dessa vez ele não se moveu, apenas a observou.
– É uma história diferente, não? A Chapéuzinho cuidando do Lobo Mau?
– Vai cuidar de mim? Não é apenas uma visita, uma gentileza?
– Mas ser gentil é cuidar. – Ela sorriu discreta. – E, como médica, eu sou muito boa em cuidar de pessoas.
– Devo ir para cama? – perguntou intencionalmente.
Ela riu abaixando a cabeça.
– Você não tem jeito, né?! Tudo tem que ser tão… sexual? Sempre?
– Não, nem sempre, mas é divertido fazer você rir do meu lado pervertido.
– E agora você se preocupa em me fazer rir?
Sasuke não soube respondê-la, porque sequer tinha pensado no significado ou no peso daquela sua resposta.
– Não vai me dizer que está se apaixonando por mim, está?
– Não, não estou – negou de prontidão.
Sakura acabou com qualquer distância quando sentou em seu colo, deixando as pernas para o lado. Ela o olhava com um sorriso de lado, com as mãos em seus ombros.
– Tem certeza? Por que eu não me incomodo – murmurou. – Estou acostumada com homens se apaixonando por mim toda hora.
– E está solteira por quê?
Os lábios dela fizeram um biquinho.
– Eu ainda não encontrei um que me agradasse totalmente – deu com os ombros. – Não é qualquer um que consegue minha atenção.
– Não? – segurou a cintura dela. – E quais os requisitos para esse evento apocalíptico?
Rindo, ela lhe deu um tapa.
– Para começo de conversa, eles não podem ser mafiosos, definitivamente não me atrai. – Sasuke riu com ela. – E eles não podem se achar os donos do mundo ou serem sérios, eu simplesmente tenho pavor de homem muito sério. – Ele apertou sua cintura. – E piorou ainda se ele tiver cabelos escuros, credo.
– Então uma boa porcentagem dos homens estão fora, certo? – aproximou do pescoço dela, sentindo seu perfume.
Sentiu os braços cercando seu pescoço em um abraço leve e quente. E como era um cara muito recíproco, Sasuke abraçou a cintura dela e a puxou para mais perto, enquanto seu corpo relaxava no respaldo da poltrona.
– E a última coisa que me faria olhar para um homem, é se ele for incrivelmente bom no que faz. – Se olharam. – Deus me livre se ele me segurar assim, desse jeito que você, senhor Uchiha, está fazendo.
Sorriu malicioso e capturou seus lábios em um movimento lento e sensual, fazendo-a soltar um gemido que acordou de vez o seu corpo.
Sentir os lábios dela tão quentes, macios e saborosos, fazia qualquer dor sumir, ou melhor ainda, fazia parecer que nunca houve dor. Seu cérebro parecia apagar qualquer coisa que não fosse ela, ou senti-la prazerosamente.
Não havia Taka.
Não havia Akatsuki.
Não havia mundo ou responsabilidades se não fosse a médica de cabelos rosas em seus braços, retribuindo seu beijo e carícias com as mãos. As suas subiam pelas costas dela e as de Sakura passeavam pelo seu pescoço e peito.
Quando ela soltou um gemido ele pensou que pegaria fogo.
E que pegasse fogo, ele concluiu. Não se incomodaria em nada de queimar, contanto que ela estivesse junto, enroscada em seus braços e sentindo seu sabor.
– Isso é mais do que ser gentil. – Ela gracejou quando se afastou.
Sua boca procurou pela pele dela, descendo pelo queixo e se mantendo fiel ao pescoço alvo dela. Sentiu ela passar as mãos em seus cabelos conforme chupava-a ali, tão devagar que parecia deixá-la ansiosa.
Sakura procurou sua boca de novo, enroscando suas línguas outra vez em um beijo mais selvagem que o outro. Era como se ambos precisassem se fundir, como se buscassem algo, como uma base para se manterem dignos e vivos.
Suas mãos puxaram o tecido da camiseta para fora do short e, mais ágeis ainda, seus dedos começaram a desabotoar desesperados pelo contato com a pele dela. Arrastou a roupa dela para baixo, tirando-a do seu caminho. Ele parou e olhou para os seios dela cobertos pelo sutiã meia taça claro que usava. Seu âmago implorava para sentí-la e sua necessidade o fez abandonar a boca dela para arrastar a língua ávida para o pescoço e colo dela.
– Sasuke. – Ela gracejou. – Você deveria estar se recuperando.
– Isso é me recuperar – mordiscou a curva seio dela. – Eu me sinto novo em folha.
Sentiu a vibração da risadinha que ela soltou e sorriu involuntariamente.
Sakura subiu as mãos do pescoço e segurou seu rosto, erguendo contra o dela, alinhando seus olhares em uma linha vertical onde a altura dela se sobrepunha por estar em cima dele.
Contemplou o rosto dela, os pequenos detalhes que a faziam ser perfeita daquele jeito. Os olhos, a boca, o nariz, a pele de porcelana. Era exclusiva e estava ali, sendo parte do seu dia que estaria sendo entediante.
– Não podemos fazer isso.
– Por quê? – tentou alcançar a boca dela como um animal, mas ela era bem rápida para uma presa. – Acredite, querida, podemos fazer tudo.
Com o dedo indicador delicado, ela alisou sua boca, deslizando o dedo entre os lábios.
– Eu não vim aqui para isso, por mais que a ideia seja muito boa.
– Se é boa, por que pensar tanto? – segurou o pescoço dela. – Eu mereço depois de toda dor que eu passei. Diga, Sakura, eu não mereço?
XXX
As mãos dele em seu pescoço eram como uma arma letal de choque. Sakura sentia que poderia desfalecer bem ali, nos braços dele. Ele era um canalha esperto, concluiu enquanto acabava beijando-o de novo.
Sakura podia senti-lo embaixo dela. Ele estava lá, duro por ela, pelo sexo.
As mãos dele soltaram seu pescoço e caíram em seus seios, massageando-os por cima do tecido do sutiã. Sakura soltou um gemido de prazer, sentindo-se refém dele e do seu próprio corpo.
– Levante-se! – Ele quebrou o beijo ordenando, com uma voz rouca e firme.
Ela fez e o assistiu se erguer da poltrona. Sasuke desamarrou o roupão que usava e o tirou, ficando apenas de calça.
Sakura lambeu os lábios quando contemplou o corpo daquele homem. Não bastava ser atraente com aquele rosto perfeito e olhos intensos, ele precisava ter ombros largos, braços malhados e barriga lisa, com alguns gomos demonstrando o excelente porte físico?
Com a fita que prendia o roupão, ele enlaçou seu corpo, puxando-a de volta para perto, colado nele. Sorriu abraçando-o pela cintura, da mesma forma como ele a prendia.
– Me solta e estende as mãos.
Arqueou uma sobrancelha, mas quando percebeu que ele estava sério, excitado e sorrindo de canto, ela abriu levemente a boca.
– Quer me amarrar? – ofereceu os punhos juntos para ele.
Sasuke fez exatamente isso.
Ele amarrou seus pulsos com força, arrancando – para surpresa dela – gemidos e mais prazer ainda. Com os olhos nele, ela acompanhou cada movimento dele, desde o nó na fita, até ele a empurrando levemente para trás, fazendo-a andar de costas.
O Uchiha mantinha os olhos nos seus e sua boca grudou na sua fervorosamente quando pararam. Sakura sabia que tinha parado na cama porque sentiu o colchão bater nas pernas.
Com o braço bom, o lado não atingindo, ele agarrou sua cintura e a ergueu para deixá-la sentada sobre a confortável cama. Entre suas pernas, ele a beijou com carinho.
Sakura foi se afastando, e ele subiu na cama para segui-la, acomodando-se em cima dela.
As mãos dele eram habilidosas ao tirar a roupa. Ele fez um bom trabalho tirando seu sutiã, short e seus sapatos, jogando ambos para algum canto.
Estremeceu na hora que ele colocou suas mãos amarradas acima de sua cabeça e as prendeu em algum canto que ela sequer deu trabalho de olhar. A boca dele lentamente foi descendo distribuindo beijos por seu corpo, desde o colo até o seu baixo ventre, mordendo bem na sua cintura.
– Uchiha. – arqueou o corpo, entregando-se de bandeja.
Ele riu e voltou para cima, brincando com seus seios rígidos, desejosos por atenção dele. Cada lambida, mordida e esfregão, fazia com que Sakura engolisse os gritos clamando seu nome.
Quando Sasuke rasgou – simplesmente rasgou – com uma mão sua calcinha, ela engoliu a seco de ânsia. Ansiava por ele dentro dela com urgência. Então os dedos dele dentro dela, que estava molhada e sedenta por ele, tiraram dela um arfar.
– Por favor.
– Por favor? Não era você que dizia que isso não era uma boa ideia? – Ele tirou lentamente para estocar novamente com força. – Fala para mim, Sakura. Não está bom? Isso não está bom?
Encarou os olhos dele que brilhavam prazerosamente.
– Eu vou me vingar, saiba disso – gemeu. – Me deixa te tocar pelo menos.
Sasuke balançou a cabeça em negativa, e continuou a mover seus dedos maravilhosamente bem, até ela sentir seu corpo entrar em uma erupção de prazer com o orgasmo suculento. Tão suculento que ele chupou os próprios dedos.
Ofegante, ela observou ele puxar a calça para baixo e libertar o membro duro e tão delicioso.
– Sasuke, eu preciso… – ergueu o corpo para ele.
Sasuke se posicionou na sua entrada encharcada e alcançou sua boca para um beijo enquanto entrava dentro de si.
Ambos gemeram juntos quando sentiram o prazer da conexão.
XXX
Sasuke olhou para o lado e viu a mulher de cabelos rosados com os olhos fechados, ainda recuperando o ar perdido, com as mãos desamarradas, o rosto corado e o corpo suado.
Desenhou um sorriso nos lábios, com seu ego no alto por saber que ele tinha sido o motivo daquele estado dela. E só de se sentir assim, o desejo de dar mais a ela crescia monstruoso dentro dele.
– Você está bem? – Ela perguntou.
Os olhos se abriram e voaram em sua direção.
– Como está seu braço?
– Eu estou ótimo, não se preocupe.
Sakura virou o corpo para o seu lado, agora coberto por um fino lençol.
– Você levou um tiro e quase me matou. – Ele riu baixo. – Eu tenho o direito de me preocupar.
Com um dedo, ele alisou o rosto dela.
– E você? Está bem?
– Não sei se vou conseguir andar, mas claro – trocaram risadas.
– Cansada demais, hm? – aproximou e procurou seus lábios.
Ela abraçou seu pescoço, retribuindo o beijo. Suas línguas não estavam tão afoitas ou desesperadas para sentir o sabor um do outro, por isso, se permitiram em se enroscar com leveza, transformando tudo em um carinho sincero.
A batida forte na porta da suíte os interrompeu. Sasuke rosnou por estar sendo importunado bem naquele momento tão grandioso e bom, onde aproveitava cada segundo não só do prazer, mas por tê-la ali.
– Eu acho que tem mais gente querendo sua atenção. – Ela sussurrou.
– Que se danem – escondeu o rosto na curva do pescoço dela.
Mais batidas, e o quarto permaneceu silencioso.
– Sasuke. – Ela cutucou sua cintura. – Vai ignorar? E se for importante?
Com um grunhido e uma lufada de ar saindo dele, Sasuke ergueu a cabeça e a encarou.
– Já volto.
Ele saiu da cama, pegou o roupão jogado no chão a alguns metros e se encaminhou até a maldita porta esperando que o mundo tivesse acabando, porque senão fosse algo assim, ele mataria quem estivesse do outro lado.
Era Naruto e Gaara, os dois juntos com Suigetsu atrás. Os três o encararam de cima abaixo, notando sua cara de pós-sexo, seu cabelo bagunçado, seu roupão mal-arrumado e a pele brilhando pelo suor.
– Alguém morreu? – saiu para fora terminando de amarrar o roupão. – Perdemos mercadorias em alguma explosão? A polícia descobriu alguma coisa e está enchendo nosso saco?
– Não. – Naruto respondeu.
– Então por que estão aqui? Por que estão batendo na minha porta?
– Você não devia estar se recuperando? – Suigetsu arqueou uma sobrancelha.
– E você não devia estar na sua casa cuidando da sua vida e da sua esposa?
– Grosso – resmungou o platinado.
– A visita ainda não terminou? – Gaara sorriu de lado.
Sasuke respirou fundo.
– O que querem?
– Ele vai matar a gente. – O Hozuki deu um passo para trás, rindo.
– Viemos ver como estava. – Naruto teve a coragem que faltou nos outros. – Se precisava de algo.
– Eu preciso que sumam daqui e não voltem mais.
– Mas e o jantar que a Nekobaa disse para… – Suigetsu pressionou os lábios. – A gente remarca, né?
– Isso mesmo!
– Tem também as informações que conseguimos sobre o seu atentado. – O Uzumaki acrescentou.
– Eu cuido disso depois, Naruto – respondeu entre dentes. – Mais alguma coisa?
Os três homens se entreolharam com a urgência – que ele também percebeu – na sua voz. Até Sasuke se surpreendeu com a sua necessidade de voltar para o quarto.
– Tá bom – concordou o seu braço direito. – Quer que eu dê o resto do dia para Nekobaa?
Sasuke abriu a porta do quarto e antes de fechar assentiu para Naruto, arrancando os amigos sorrisos de orelha a orelha. Suigetsu ainda ergueu os polegares em sua direção, como se fosse um pai orgulhoso.
– Só vai devagar, tigrão. – O platinado debochou.
Bateu a porta na cara deles.
Olhou para cama e a mesma estava vazia. As roupas dela não estavam mais no chão e ele começou a ficar inquieto com a possibilidade de vê-la indo embora.
A porta do banheiro se abriu e ela saiu não com a roupa dela, mas com o sutiã e a calça dele de moletom que antes estava no chão. A olhou de cima a baixo porque de repente, ele tinha uma nova fantasia e queria muito realizá-la.
– Por que está me olhando como um animal faminto? – Ela riu cruzando os braços.
– Porque você está me transformando em um – andou apressado, encurtando toda distância.
Suas mãos agarraram ela pela cintura e seu ombro reclamou pelo movimento. O que era engraçado para Sasuke porque não sentiu nada de dor enquanto estava na cama com ela, ou se sentiu, ele estava tão louco de desejo que não percebeu.
– O que foi? Você fez uma careta. – Ela segurou seu rosto com as duas mãos. – Sentiu dor? Quer tomar algum remédio? Me fala onde est… – A beijou silenciando-a.
– Eu não preciso de remédio nenhum, Sakura – respondeu com lábios e testas coladas. – Só que me diga que vai cuidar de mim.
– O que?
– Diga que vai cuidar de mim – suspirou. – Eu preciso de você!
Se ele permitisse, talvez ela respondesse, porém quando ela entreabriu os lábios para falar, ele a beijou de novo. Sasuke foi empurrando-a até um aparador de madeira mogno, ele empurrou o vaso caro que ganhou de presente do chefe da máfia coreana, mas que diante daquela situação, diante de Sakura, não havia valor ou importância alguma.
Ela assustou e cortou o beijo, olhando para a peça quebrada e depois para ele.
– Você é louco, Sasuke – gracejou com a boca inchada.
– Eu to achando mesmo que eu sou. – Ele a cercou, encurralando-a.
A rosada sorriu e com as mãos apoiadas no aparador, ela impulsionou o corpo para cima, pulando para sentar e poupar o trabalho. Ele voltou para cima dela, ficando em alturas desiguais, mas ainda perto dela o suficiente para seu peito bater forte.
As pernas dela enlaçaram sua cintura e as mãos se apoiaram em seu rosto, acariciando-o e subindo para o cabelo, alisando-o também.
– Depois de hoje, eu quero pelo menos um jantar de presente. – O provocou.
– Escolhe o restaurante, querida – brincou com os cabelos dela. – Porque eu compro ele para você.
Sakura jogou a cabeça para trás gargalhando e Sasuke apenas a assistiu sorrindo também.
– Não ria, porque estou falando sério.
– Aham. E você vai me levar para jantar?
Assentiu.
– E depois vamos transar de novo e de novo, várias vezes, para falar a verdade.
– Nós vamos?
– Não vamos? Eu vou merecer depois do jantar.
Ela fez uma careta, como se estivesse pensando na proposta. Sasuke deu um leve beliscão em sua coxa, fazendo-a pular e rir outra vez. Sakura o puxou para um beijo e ele apenas se rendeu.
Quando sentiu falta da boca dela na sua, ela arrastou a língua até sua orelha, mordendo o lóbulo.
– Podemos começar agora. – Ela sibilou.
Puxando o cabelo dela, ele acessou o pescoço dela, chupando-o com vontade. Queria tanto marcá-la, se sentindo tão possessivo como se fosse um cachorro territorialista. Ela gemeu manhosa apertando sua cintura com as pernas torneadas e cobertas pela calça.
Sakura se afastou e tirou o sutiã, deixando cair provocativamente bem em seu rosto. Ele jogou a peça longe, antes de olhar para os seios redondos e firmes.
– Sasuke, posso fazer um pedido? – sussurrou toda derretida.
– Todos, amor – abocanhou um e o chupou com força.
– Me fode. – A voz saiu como uma súplica.
Deus, aquela mulher teria o que quisesse, isso incluiria todos os restaurantes da cidade.
Sasuke a puxou do aparador e com o único braço a levou de volta para cama, jogando-a com força no colchão bagunçado. Arrancou a calça dela antes que a mesma se acomodasse e a deixou com a boca aberta.
Antes que ela falasse algo, ele se antecipou:
– De quatro. Agora! – ordenou.
Ela encheu os pulmões e sorriu, se virando toda gatuna e pomposa, de costas para ele.
Sasuke lambeu os lábios diante daquela visão, com o seu membro latejando de tanta dor. Uma Sakura de quatro para ele, com a bunda empinada em sua direção, esperando-o e olhando por cima dos ombros.
Arrancou o roupão outra vez, e subiu na cama, acertando um tapa nela que se conteve mas queria soltar um palavrão de prazer. Acertou outro tapa.
– Não reprima – alcançou o cabelo dela, puxando os fios.
– É melhor tomar cuidado com o que vai fazer e não entrar no lugar errado.
Ele estremeceu ao pensar naquilo. Sorriu, segurando com a outra mão o membro rijo e se posicionando na entrada dela, pincelando devagar e prazerosamente até ela arfar e tentar abaixar a cabeça, mas sendo impedida por outro puxão de cabelo que apenas a deixava mais excitada.
Ele duvidava que conseguisse provocar Sakura por muito tempo nessas brincadeiras, já que era muito difícil para ele resistir.
– Deixa de ser cretino. – Ela rosnou.
Soltando os cabelos dela, ele colocou a mão em sua cintura, alisando as curvas maravilhosas dela. Se inclinou e lambeu a pele leitosa dela, enfiando-se na entrada melada. Tão quente e apertada que ele pensou estar morrendo e indo direto ao paraíso.
– Sasuke.
– Sakura.
Chamaram um pelo outro ao mesmo tempo, com tons sussurrados e consumidos pelo poder do prazer.
XXX
Sasuke tinha saído para buscar alguma coisa para beberem e mesmo sabendo que nem deveria estar mais ali, ela não conseguia se levantar e sair daquela cama que há pouco não pegou fogo.
Sorriu olhando para o teto e se lembrando de todos os suspiros, gemidos e orgamos. Ele era bom e parecia transformá-la numa espécie de ninfomaníaca.
– Eu pedi algumas coisas para comermos – escutou ele voltando.
Se sentou na cama e, com o lençol preso para cobrir seus seios, ela o observou se aproximando com taças e uma garrafa de champanhe.
– A comida chega daqui a pouco.
– Essa deve ser uma ótima vantagem de morar e ser dono de um hotel. Serviço gratuito e quando quiser.
Ele sorriu, e sentou na cama, entregando a ela uma das taças.
– Isso não acontece tanto porque Nekobaa abomina a ideia de outras pessoas preparando a comida. Por isso apenas ela toca nas minhas refeições e quando não está deixa a comida pronta.
– Ciumenta a sua babá. – Ele abriu o champanhe e a serviu primeiro.
– Na verdade, isso é mais precaução.
Sakura tomou um gole da bebida gelada e observou o homem tomando da dele. Os olhos dele fitaram os seus e ela entendeu o significado da sua resposta.
– Alguém do seu hotel poderia envenená-lo? Não seria uma traição?
Ele sorriu com amargor.
– Não seria a primeira ou a última vez que aconteceria.
Novamente, ela lembrou do que tinha por trás daquelas palavras. A ex-esposa e a dupla traição a ele. Recordar aquele fato, fez Sakura precisar conter a raiva contra a vagabunda e o homem que apunhalaram – literalmente – o homem de forma tão baixa.
– Aquela vadia – resmungou mais para si, mas ele acabou ouvindo. – Desculpa.
Sasuke riu enquanto ela bebia mais champanhe.
– Não se desculpe, ela é mesmo uma grande vadia! Mas está longe de mim agora, e espero que continue assim.
– Não tão longe já que vivem uma guerra, certo? Ela pode aparecer para querer te matar a qualquer hora. Ela e o outro homem que eu não lembro o nome e nem quero – bufou. – O que pretende fazer com eles? Como vai sair dessa bagunça?
O moreno apenas continuou olhando para seu rosto. Sakura respirou fundo e deixou a taça na mesinha de cabeceira, tomando da mão dele a taça que também segurava para deixar perto da sua.
– Foram eles que fizeram isso, não foi? Eles te machucaram, não?
– Eu não quero falar deles. Eu não me importo com eles agora. – Ele respondeu.
– Como não? – Sua voz aumentou. – Você se machucou! Sasuke, você poderia ter morrido se acertasse esse tiro em outro lugar – passou a mão pelos cabelos. – Imagina se pega do lado esquerdo, do lado do coração? Eu imagino que esse tenha sido o objetivo, mas erraram. Aqueles… – Ele a interrompeu com um selinho.
– Já estou cuidando disso, não se preocupe.
Ela desviou o olhar para as janelas soltando um barulho de irritação, algo como um ‘tsc’.
– Ei – sentiu ele acariciar seus cabelos. – Eu não quero lembrar deles agora, eu realmente quero esquecer aqueles filhos da putas enquanto… – Ele parou de falar e Sakura o olhou.
– Enquanto o quê?
Os lábios dele se esticaram para o canto e ele aproximou da sua orelha.
– Bem, enquanto você está aqui – sussurrou como se fosse um segredo.
Sakura se arrepiou diante do tom e das palavras.
Sem reação, ela disse a primeira coisa que veio a sua cabeça:
– Já quer se declarar? Você é muito fácil, Uchiha!
Sasuke riu contra seu ouvido e ela sorriu.
A campainha tocou, então ele se afastou.
– É a comida, eu já volto, tá bom?
Assentiu e observou sair vestido com o roupão que usava logo que chegou.
Sakura pegou sua taça e terminou de beber o resto do líquido cheio de bolhas refrescantes para aquele calor que crescia em seu peito.
XXX
Ela não sabia dizer quando o plano da visita gentil se transformou em passar o dia inteiro na cama do Uchiha. Talvez fosse os olhos ou o jeito que ele a beijava toda vez que pensava em ir embora.
Sakura caiu em cima dele, exausta após mais uma rodada de sexo. As mãos dele subiram por sua espinha e alisou sua pele.
– Eu realmente preciso ir embora. – Ela disse contra o peito dele.
– Ainda é cedo. – Ele estava com a respiração acelerada após a maratona.
Ergueu o rosto para encará-lo e os olhos escuros a miraram.
– Era para ser apenas uma visita gentil, mas olha para nós. – Ele sorriu com perversão. – Não dá esse sorrisinho ridículo, Sasuke.
– Não se preocupe, eu achei sua visita muito gentil – beliscou sua bunda. – A mais gentil de todas, se posso dizer.
– Idiota – saiu de cima dele, caindo na cama.
Escutou ele rir e arrumar o lençol sobre seu corpo, cobrindo-o. Sakura olhou para as mãos cuidadosas e habilidosas do homem, para erguer o olhar para o rosto e admirá-lo por alguns segundos.
– Você realmente não precisa ir embora. – Os olhos dele encontraram os seus. – Poderia ficar aqui.
– Isso é um convite?
Ele assentiu.
– Mas pode ser uma ordem se quiser – arqueou uma sobrancelha. – Você gosta de receber ordens minhas, eu percebi.
Sakura acertou um tapa nele que tentou se afastar para escapar, conseguindo por poucos centímetros.
– Eu tenho que trabalhar, foi mal. – Sentia de verdade por precisar ir, mas ele não precisava saber disso. – Nem todo mundo tem o próprio hotel, ou um cassino. Ou uma máfia – acrescentou com um tom de zombaria.
– Quer ter uma máfia? Posso conseguir isso para você – voltou a se aproximar. – Uma máfia só sua. O que acha?
– Não obrigada, sou feliz sendo uma médica e neta de outra.
– Ah, e eu posso conhecê-la? – estava provocando-a, óbvio.
– Minha avó não faz seu estilo. – Ele riu. – Mas se quiser, posso apresentar vocês.
– Vamos marcar o encontro. – Sakura esticou os lábios. – Mas, voltando ao assunto, tem certeza que quer ir trabalhar? – puxou sua cintura para mais perto. – Não quer cuidar de mim?
– Querer e precisar são coisas bem diferentes. – Se virou e apoiou o corpo no cotovelo.
– Podemos dar um jeito nisso. – A mão dele subiu por seu corpo, parando em seu pescoço, e fazendo carinho ali. – Nada que um mal estar resolva.
Sakura sorriu tanto para o carinho e para a ideia dele.
– Você pode dizer que não se sente bem. Diga que está se sentindo muito cansada e as pernas estão fracas… – trocaram risos. – Você é boa mentirosa?
– Com os meus tios não, mas para o resto do mundo, é como se eu nascesse com o talento.
– Uhum. – Ele puxou seu pescoço e a alcançou seus lábios para um beijo. – Tenho certeza que consegue inventar algo que nos dê sete dias.
Com os lábios a centímetros de distância, ela contemplou todos os possíveis detalhes que aquele rosto masculino poderia lhe entregar.
– Sete dias? Você não precisa de mim durante sete dias.
– Eu tenho certeza que preciso! E muito. – O jeito de falar arrepiou sua alma. – Me dê sete dias, Sakura.
– Sasuke.
– Por favor.
Ele suplicava com um jeito irresistível.
XXX
Por alguns minutos ela pensou e até pareceu hesitar com seu pedido tão necessitado. Sasuke não conseguia evitar, não quando seu subconsciente insistia em tê-la ali, ao seu lado.
Ele pensou naquela necessidade que sentia, no desejo que consumia suas veias e seu peito. Era irritante se ver naquela posição, mas ao mesmo tempo era empolgante, um motivo para ele se ver animado, o que era tão raro em seus dias normais. E se ele a tivesse ali durante sete dias da semana, vinte quatro horas por dia, ele dormiria – se fosse possível – em paz.
E então ele pegou-se analisando o seu pedido e a forma como suplicou por ela. Seria assustador, se não fosse excitante.
Observou os cabelos rosas caídos pelo pescoço, que paravam alguns milímetros abaixo dos ombros nus, os olhos verdes tão minuciosos quanto a mente inteligente dela, a boca vermelha e levemente inchada por todos os beijos selvagens que arrancou dela, e como eles ainda estavam entreabertos enquanto ela pensava.
Sasuke só conseguia concluir em como precisava de mais sete dias.
– Eu posso tentar, mas com uma condição.
– Todas que quiser – assentiu.
– Você vai resolver isso!
Franziu o cenho com uma certa ideia do que isso seria.
– Perdão?
Sakura o empurrou para o colchão outra vez deitando-o sobre o mesmo e subiu em cima do seu corpo, para que ficasse por cima.
– Eu não sei como, mas eu quero resolva isso – apontou para seu ombro machucado. – Ligue para Gaara, Naruto ou quem for, e resolva isso, Sasuke! Eles te machucaram e não é a primeira vez. – A voz dela ficou tensa com as últimas palavras.
– Quer que eu me vingue? – sorriu de canto.
Ela negou.
– Não, eu quero que faça a sua justiça. Eles te machucaram? Então vai machucá-los de volta!
– Quer na mesma moeda ou posso escolher a forma? – tentou se sentar, mas a mão dela o prendeu deitado.
– Eu deixo isso por sua conta – deu com os ombros. – Faça como quiser, mas faça, entendeu? Essa é a minha condição.
– Suponho que tenha que resolver isso hoje.
Sakura inspirou.
– Tem até a meia noite para fazer a minha vontade.
Com os olhos presos nela, a rosada se inclinou e alcançou sua boca, capturando o lábio inferior e o mordendo de leve, mas o suficiente para deixá-lo duro outra vez.
– Faça isso, Sasuke, e eu vou realizar sua vontade – murmurou. – Sete incríveis dias, eu prometo.
– Eu só vou precisar uma hora para reunião com meus homens. – Ela deu uma risada. – Uma hora em troca de sete dias, combinado?
Sakura assentiu mergulhando a boca na sua em um beijo.
Seus braços abraçaram a cintura dela com força, como se pudesse fixá-la em seu corpo e não soltasse mais.
Todo aquele calor era perigoso demais, Sasuke sabia, mas para um mafioso como ele, que já tinha corrido muitos riscos durante sua vida, aquele era um tipo de perigo que ele gostava e estava mais que disposto a correr.
XXX
Sasuke tinha tomado um longo banho com Sakura e agora estava no escritório da cobertura com Naruto, Suigetsu, Shikamaru, Gaara e Kiba Inuzuka. O último era um perseguidor e ótimo em se esconder para fazer certos tipos de trabalhos.
– Você disse pra gente não aparecer aqui. – Suigetsu olhava de rabo de olho. – Tomou um bolo? Fez merda, né? Precisa de conselhos?
Os outros homens riram enquanto Sasuke fuzilou o homem de cabelos platinados e sorrisinho zombeteiro.
– Mais cedo disse que tinha informações – desviou atenção para Naruto. – Quais?
– A Sakura já foi? – O loiro questionou. – Ou ela ainda está aqui? Porque você demorou para aparecer, mesmo tendo sido você quem convocou a gente há quase uma hora atrás.
– Ele deveria estar chorando no banho, cara. – Hozuki cutucou o primo da esposa.
Gaara soltou um risinho com Kiba.
– Eu vou matar você! É sério! – ameaçou.
Suigetsu ergueu as mãos em sinal de paz e, respirando fundo, Sasuke passou a mão pelos cabelos molhados.
– Vamos, Sasuke, fala de uma vez! – Shikamaru mandou com diversão. – Ela tá aí?
Estava sentado atrás de sua mesa, com os amigos espalhados ao seu redor. Shikamaru estava sentado na cadeira da frente, Suigetsu estava ao lado, Naruto em pé ao seu lado, enquanto Kiba e Gaara estavam em lados opostos mas encostados na parede.
– Sakura está lá dentro me esperando. – Houve certas vibrações, mas preferiu ignorá-las. – Ela pediu para devolver… – olhou o ombro machucado. – Ela quer que eu faça justiça.
– O que é o certo, já que estamos em guerra contra aqueles cuzões. – Kiba cruzou os braços. – A sua nova senhora é muito sensata, pelo visto.
– Ela não é mulher do Sasuke. – Gaara corrigiu.
E ele se conteve para não olhar feito para o ruivo, por mais que cada fibra do seu corpo desejasse isso naquele segundo. Ele estava certo, afinal de contas, Sakura não era sua mulher.
Assistiu Suigetsu se inclinar em sua direção.
– Não espuma, cara. Fica óbvio demais assim – piscou em sua direção.
Sasuke queria mandar todos embora naquele momento, porém, imaginou que se não fizesse aquilo, ela iria embora por quebra de condições.
– Tudo bem, voltemos ao assunto que nos trouxe aqui. – Shikamaru assumiu um tom de seriedade. – Quais as novidades que temos até o momento?
Naruto se recompôs, assim como os outros.
– Consegui alguns nomes – relatou o Uzumaki. – Um é mais conhecido e tem mais importância que os outros para Akatsuki.
– Quem é? – perguntou.
– Hidan. – Gaara revelou. – Ele quem atirou em você naquele dia.
Naruto assentiu.
– E só descobrimos isso porque alguns dos nossos contatos espalhados pela cidade ouviram ele se gabando em um ringue clandestino ontem à noite.
– Os boatos são que você está debilitado. – Suigetsu brincou com uma caneta. – Muitos acreditam que você não vai conseguir sobreviver aos ataques da Akatsuki e a ira descomunal de Pain. – O platinado deu um sorriso de escárnio.
– É mesmo?
Suigetsu consentiu.
– Esse idiota está fazendo hora extra na Terra – sibilou irritado.
Sasuke relaxou o corpo na cadeira, respirando com calma.
– Talvez isso seja bom. – Shikamaru argumentou. – Deixar todos pensar que está mal, debilitado e prestes a cair para aquele babaca. Isso nos dá vantagem!
– Qual? – Gaara e Naruto perguntaram juntos.
– Podemos pegá-los de surpresa. – Kiba respondeu pelo o outro. – Vão pensar que estaremos focados em Sasuke, protegendo-o a todo custo, e não tentando uma vingança. Se nosso chefe está mal, então nossas atenções estarão voltadas a ele, somente ele e sua recuperação.
– Estarão agindo com presunção e ficarão com guarda baixa. – Sasuke concordou. – O suficiente para nos vingar.
– Podemos pegar mais de um com essa lógica. – Gaara bateu palma. – Incluindo Kisame Hoshigaki.
Suigetsu desviou os olhos em expectativa.
– Precisamos reforçar essa ideia de Sasuke estar mal. – Naruto se apoiou na mesa. – Precisamos fazer eles acreditarem no seu péssimo estado.
– O próprio Hidan já está fazendo isso. – O Hozuki comentou. – Mas conheço algumas bocas para propagarem mais da mentira dele.
– Eu também conheço. – Kiba afirmou.
– Ótimo! Eu quero que essas bocas espalhem essa mentira até amanhã de manhã. – Se levantou. – E antes do meio-dia, eu quero alguém morto! Se possível, dois. Se não, eu já me dou por satisfeito com um.
O grupo concordou.
– Acha que a Sakura vai ficar satisfeita? – Gaara perguntou.
Sasuke esperava que sim.
– Se ela não ficar, eu tenho certeza que você chega lá, cara. – Suigetsu arrancou risos.
– Eu até poderia te mandar para o inferno, mas eu prefiro voltar para o meu quarto.
Quando ouviu os assobios, Sasuke revirou os olhos com a idade mental de seus amigos.
– Se mandem da minha casa! – apontou para a porta enquanto andava até a mesma. – Só me avisem quantos alvos conseguimos matar, entenderam?
Abriu a porta de mogno e saiu do escritório com um sorriso nos lábios.
Andou pela cobertura em direção ao corredor dos quartos, mantendo os olhos fixos na porta no fim do corredor quando enxergou a mesma. Após aquela porta, ele não queria mais saber de Akatsuki, ou da guerra travada.
A única coisa na qual ele queria saber era de Sakura Haruno.
betado por origashii
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