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História O lobo e a andorinha - Uma nova revolução - História escrita por robertinha73 - Spirit Fanfics e Histórias
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História O lobo e a andorinha - Uma nova revolução


Escrita por: robertinha73

Capítulo 33 - Uma nova revolução


Fanfic / Fanfiction O lobo e a andorinha - Uma nova revolução

Nas ruínas da ocupação de Nilfgaard em Cintra, erguia-se o palácio onde Ciri  tinha nascido e vivido seus primeiros anos , onde achara por muito tempo ser o único mundo que conheceria. Olhando da sacada do antigo quarto de sua avó, via Cintra se reconstruindo lentamente enquanto sua vida estava em pedaços. Sua coroação tinha sido a mais de um mês e agora a burocracia tomava conta de seus dias, conselheiros da aliança contra Nilfgaard permaneciam na corte, "Para a educação política da rainha" , eles diziam, mas todos queriam provar o poder do comando.

Suspirando tocou o medalhão da escola do lobo em seu peito, escondido entre as dobras da roupa. Como sempre seus pensamentos retornaram para Geralt, para quando ele a olhara nos olhos e lhe dera as costas sem lembranças, sem amor.

 

 Depois de algumas horas do feitiço Geralt acordou, Ciri estava ao seu lado fazendo compressas em seu rosto inchado. Ele abriu os olhos e a fitou sem nenhuma expressão .

--Olá guerreiro--disse soluçando baixinho--bem vindo de volta à vida!

Geralt tentou se levantar mas a dor forte o impediu, com a voz fraca e rouca pediu baixo.

--Água.

Ciri pegou um copo com água fresca e suavemente derramou em seus lábios, ele tomou goles pequenos e novamente encostou a cabeça no travesseiro.

--Onde estou? O que ouve?

--Não se lembra de nada Geralt --Ciri perguntou ansiosa.

--Lembro de lutar... com ... Cahir?

Nesse momento Vazemir e Yannefer entram na tenda. Geralt olha em direção dos dois e tenta sorrir.

--Yan, Vazemir.

-- Meu velho , que bom que está entre nós novamente --Vazemir se aproximou e deu um leve aperto na mão de Geralt.

Yannefer também se aproximou e ficou o olhando.

--Você também veio Yan.

--Nos  deu um belo susto bruxo, desta vez achei que você não conseguiria!

--Ainda estou aqui.

Yannefer olhou para Ciri que silenciosa estava no fundo da tenda.

--Você teve muita sorte, a princesa Cirilla não saiu do seu lado em nenhum momento.

--Princesa?

--Sim, sua enfermeira é uma princesa.

Yannefer estendeu a mão chamando Ciri para perto novamente.

Geralt a olhou sem entender .

--Desculpe-me, --disse lentamente -- não sabia quem era majestade.

Ciri sentiu que o ar da tenda era muito pouco para ela, a dor que atravessou seu peito e sua alma foi muito maior do que podia imaginar. Só o que conseguiu foi balançar a cabeça para Geralt e saiu o mas rápido que pode de lá. Começou a correr em direção do campo aberto, queria gritar, amaldiçoar o mundo, mas o máximo que conseguiu foi cair de joelhos e continuar chorando. Depois deste dia não foi mais até ele, não suportaria o olhar indiferente e sem calor. Sabia que ele estava sendo bem cuidado, nada mais restava para ela agora a não ser Cintra, o reino que nunca quiz . Os soldados a aclamavam como a nova rainha de Cintra, só não sabiam o preço que fora pago por isso.

No último dia do acampamento de guerra, quando todos estavam quase prontos para partir, Yannefer e Tissaia vieram até Ciri.

--Estamos partindo princesa, voltamos para Aratuza --disse Tissaia--estarei na sua coroação, mas se precisar de mim, por favor me chame, será uma honra estar com você novamente.

--Por favor a mim não chame, esses meses já foram o suficiente por uma vida-- Yannefer como sempre ácida e sarcástica -- você sabia que seria assim Cirilla e aceitou.

--Eu faria tudo novamente por ele. Ele está partindo com Vazemir?

--Sim , estão indo para Kaer Morhen, você deveria falar Geralt!

--Falar o que, ele nem sabe quem eu sou! Seria uma situação triste e confusa, eu tenho que deixá-lo voltar a sua vida normal, se curar completamente...

Tissaia a abraçou carinhosamente.

--Pessoas destinadas sempre se encontram, não se esqueça disso.

Yannefer suspirou com impaciência.

--Ontem fui visitar nosso doente, realmente ele não lembra de nada que se relacione a você, só sabe que estava lutando com a aliança por Cintra, não lembra que você era sua criança surpresa, do tempo em que ficaram com os ciganos, do seu treinamento em Kaer Morhen, nada , você é a grande lacuna na história dele.Mas mesmo assim me pediu para que eu te desse um a mensagem, ele quer agradecer pelos cuidados, antes que você parta. Não seja covarde, vá até Geralt, cave fundo por uma pequena lembrança , quem sabe o que pode conseguir.

--Fringilla foi bem categórica quando disse que nada o faria lembrar de mim.

--É antes de morrer também me disse isso, mas ela era uma vaca mentirosa, podia estar só te torturando,não digo que não gostei, sabe achei que se Geralt te esquecesse eu ainda teria uma chance, mas nada , ele ainda não me quer, tem um olhar vazio. Você ainda pode ter uma oportunidade , não custa tentar. 

--Vou pensar, obrigado por tudo senhora de Aratuza, as espero em Cintra.

Tissaia, Yannefer e o restante dos magos de Aratuza se foram.

Ciri passou o dia todo se ensaiando par ir até Geralt, só quando viu as tendas de Kaer Morhen serem desmontadas tomou coragem.

Se dirigiu com passos vacilantes , entrou devagar, Vazemir empacotava espadas e Geralt estava sentado com os olhos fechados, sem camisa tinha hematomas por todo corpo ,os ossos tinam se curado, mas a carne ainda mostrava vivamente os sinais de combate. Ciri permaneceu um tempo quieta sem anunciar sua presença, queria poder o olhar mais um pouco , queria tanto se jogar nos seus braços, lembrá-lo que era sua esposa, que se amavam... Nesse momento ele abriu os olhos e olhou diretamente para ela, com dificuldade ele se levantou.

--Princesa!

Vazemir se virou e foi em direção a Ciri.

--Veio se despedir garota?

--Yannefer me disse que Geralt queria falar comigo.

Vazemir viu o olhar de Cirilla e saiu da tenda.

--Vou pedir mais uma carroça, você não poderá viajar em um cavalo ainda Geralt.

Com a saída de Vazemir um silêncio constrangedor tomou conta.

-- Obrigado por ter vindo majestade.

--Cirilla, meu nome é  Cirilla.

-- Sei como se chama, mas não é adequado tratá-la assim. Quero lhe agradecer por cuidar da minha recuperação, não poderei retribuir agora, mas meu serviços estão ao seu dispor!

--Você não me deve nada Geralt, Cintra e que deve a você, quase perdeu sua vida enfrentando Cahir...

--Se eu estava nessa batalha foi por escolha minha , mais uma vez obrigado majestade.

--Vai voltar para Kaer Morhen?

--Sim , ate me recuperar totalmente, depois volto a caçar meus monstros.

--Você poderia ir para Cintra, os curandeiros estarão todos lá, e depois de curado pode me ajudar a organizar o exército, pode ser um comandante.

Geralt deu um sorriso terno que aqueceu seu coração.

--Agradeço pela gentileza, mas uma corte não é meu lugar.

--Não é meu também, não mais.

Geralt se aproximou um pouco mais .

--Vai se sair bem, tem o sangue de Calanthe nas veias, e pelo que Vazemir me contou, é tão poderosa quanto suas ancestrais. Logo a corte vai estar a seus pés .

Geralt pegou a mão pequena nas suas e uma sensação estranha passou por seu corpo, ele olhou novamente nos olhos da pequena princesa, tão desamparada, solitária, levantou a mão pálida até os lábios e olhou para o anel com um pássaro.

--Uma andorinha? 

Ciri com a respiração rápida só conseguiu concordar com a cabeça.

--Mais uma vez obrigado Cirilla.

Geralt soltou sua mão e novamente se sentou na cadeira, com um sorriso entristecido se despediu dela.

-- Lhe desejo tudo de bom , e que seu reinado seja próspero e de paz.

Ciri se sentiu morrer naquele momento. Ele nunca se lembraria dela.

Ciri saiu da tenda sem olhar para traz, e quando ouviu Vazemir a chamar não parou, seguiu  em frente, para o mundo solitário que há esperava.

 

Os meses passavam, as coisas mudavam, só sua saudade e solidão não a deixavam. Os meses de trabalho exaustivo a ajudavam , tantas coisas a aprender, tantos dependiam dela agora, mas suas noites eram angustiantes, que muitas vezes achava que enlouqueceria, tinha emagrecido muito, não dormia o suficiente, sonhos não a deixavam descansar. Neles Geralt voltava mas morria em seus braços ,em outros sentia o gosto de seus beijos o cheiro de sua pele, eram noites torturantes. E agora seus conselheiros queriam que ela se casasse para firmar uma aliança. Tinha gritado com eles que isso jamais aconteceria, ela reinaria sozinha até sua morte e eles que decidissem quem ficaria com a coroa. Precisava sair de Cintra ou morreria sufocada, queria um lugar sossegado onde pudesse curar suas feridas , um lugar como tinha sonhado com Geralt, onde ela viveriam longe de tudo.

Decidida largou os documentos que lia , foi até a janela novamente, seria tão fácil pular dali e acabar com a dor, sua avó tinha morrido assim, quem sabe esse não era o destino de todas as mulheres de sua linhagem. Olhou para o céu que estava cheio de estrelas brilhantes, limpou a lágrima solitária que correu por sua bochecha e fechou a janela. Amanhã resolveria isso, agora não tinha animo nem para morrer.

 

Geralt acordou e rapidamente levantou, alerta olhou para lados, o bosque estava com os sons da noite de primavera. Mas uma vez sentiu aquela angústia no peito, olhou para o céu estrelado, como se ele tivesse a resposta para seus anseios dos últimos tempos, a meses tinha deixado Kaer Morhen, estava totalmente recuperado, seu braço da espada ainda o incomodava, assim como sua perna, mas como todo ferimento de batalha suas dores seriam sua companheiras. O que tirava sua paz era sempre esse sentimento de perca , de algo que tinha deixado para trás, às vezes sentia no ar um perfume que o deixava excitado e melancólico ao mesmo tempo! Um dia tinha avistado um acampamento cigano, não sabe porque se dirigiu para lá, caminhou por todo o lugar como se fosse encontrar o que não sabia o que era. Tinha pego muitos trabalhos, mas quando estava ocioso como agora , não conseguia encontrar paz. Um pedaço dele estava faltando , só não sabia qual era. Às vezes nos seus sonhos imagens sem sentido se apresentavam, sonhava com Sebastian , eles lutando na bruma , alguém chamando seu nome com uma voz doce e suave. Ele deixava Sebastian e entrava na bruma a procura da voz mas nunca a encontrava . Tinha que dar um fim nisso ou acabaria enlouquecendo.

Olhando para o horizonte onde os primeiros raios de sol despontavam, suspirou, precisava de respostas ou não teria mas paz.

 

Cintra tinha amanhecido agitada, caravanas de convidados de outros reinos chegariam a semana toda, jogos estavam sendo promovidos para atrair o povo para a nova cidade que se levantava, no palácio chegariam pretendentes a serem avaliados para a possível aliança entre os reinos, Ciri furiosa se dirigiu à câmara do conselho, não se curvaria a vontade daqueles homens que mal conhecia, políticos que não se preocupavam com nada mas além de política e vantagens. Seu temperamento já era conhecido entre os cortesãos, diziam que a cada dia se parecia mais com Calanthe, mas ninguém sabia que era só a crosta que ela tinha criado para se proteger da dor.

Abriu a porta da grande câmara sem se deixar ser anunciada, não deixaria ninguém definir seu destino, não mais.

Os dez senhores que constituíam o conselho a olharam surpresos com a interrupção,não aqueciam ali, não a queriam reinando.

--Porque não fui informada que estavam decidindo meu destino?

--Majestade, essa é uma reunião do conselho!

--Não Laios essa é uma reunião da liderança de Cintra, a qual não fui informada, seria de bom tom que me disse-me ao menos a quem estão me vendendo, ou estão esperando a proposta mais vantajosa?

--Senhora, temos notado sua melancolia e não quisemos incomoda-la sem necessidade. Sim algumas propostas foram feitas, não podemos negar. E também nem fechar os olhos as necessidades de Cintra, um casamento vantajosos nos traria a segurança de um exército, não estamos fortes ainda para combatermos os futuros inimigos sozinhos

--Ainda não há inimigos...

--Correto, ainda, a aliança com os reinos foi desfeita, alguns remanescentes de Nilfgaard ainda estão por aí, recrutando, se aliando. Cintra e um reino de grandes riquezas, nunca estará fora da ambição de outros.

--E eu faço parte da barganha?

--Como rainha é seu dever para com seu povo, você não é mais uma pessoa , é uma instituição, e como tal  ,sua vontade é a do estado.

--Toda essa guerra, sofrimento que passamos, para quê? Para que no final eu só tenha que casar com um desconhecido e tudo simplesmente se resolve! Vocês são uns desgraçados patéticos, não vou aceitar isso, eu posso conduzir Cintra , se vocês me ajudarem como um verdadeiro conselho, podemos conseguir sem interferências externas, sem entregar nosso reino à ninguém!

--Senhora, seu papel é a união de Cintra, nada mais que isso.

--Vou reinar como minha avó!

O conselheiro bate com violência a mão na mesa e fala com a voz alterada.

--Você não é Calanthe, e só uma garota que nada sabe além dos campos de soldados com aqueles mutantes e magos! Vai se sujeitar a este conselho e cumprir seu papel, ou então sua presença não será mais necessária aqui!

Finalmente as intenções foram expostas. Ciri balança a cabeça, não poderia combatê-los sozinha. Era o momento de se retirar, de pensar ou simplesmente desistir.

--Daqui a três dias teremos um banquete para os convidados, vamos comemorar sua coroação e avaliar os futuros pretendentes, então seja a rainha que precisamos. Faça sua parte.

A muito Ciri não sentia as ondas de energia em suas mãos , mas naquele momento podia simplicidade queimar todos naquela sala.

Saiu e os deixou com suas conspirações e planos,eles não a ouviriam.

Indo para seu quarto começou escrever mensagens para Aratuza e Kaer Morhen, tinha que sair de Cintra, não tinha nenhum poder ali, não era seu lugar,mas antes algumas coisas teriam que mudar.

 

Geralt recebera uma mensagem estranha de Vazemir , devia ir para Cintra, encontrá-lo, algo estava acontecendo a jovem rainha, era o momento de pagar sua dívida!

 

Ciri permaneceu em seu quarto pelos dois dias seguintes, tinha planejado uma fuga, não permaneceria em Cintra, ela não era nada mais que uma figura , não tinha nenhum poder de decisão. Nenhuma autonomia. Tinha lutado tanto, dado seu sangue e perdido o amor de sua vida , tudo por Cintra e agora nada disso fazia diferença. Seria o marionete perfeito até o momento  que lhe conviesse e então que os digníssimos conselheiros de Cintra tomassem o poder, ela procuraria um lugar que só fosse dela e esqueceria tudo quanto pudesse desse pesadelo. 

Na manhã do terceiro dia, o dia do banquete de apresentação da rainha, Ciri resolveu que seria a doçura e meiguice em pessoa, como planejara deixaria que pensassem que ela fora vencida. Passou o dia se preparando para a noite tempestuosa. Se olhou no espelho e não acreditou na figura que via. Em um vestido azul celeste , as cores de Cintra, que realçava todas as curvas de seu corpo, apesar de ter perdido um peso considerável, agora isso a favorecia, destacava a cintura fina e os seios redondos e empinados, seu quadril suave fazia com que a saia leve e de tecido fino balançasse e revelasse as nuances de suas curvas. Seus cabelos foram presos em tranças que se cruzavam deixando a mostra as costas, sua pele pálida estava translúcida , macia, ela era o pacote perfeito e sensual para ser trocado por quem oferecesse  o preço mais alto.

--Senhora--uma de suas aias entrou no quarto --como me pediu, Vazemir de Kaer Morhen já chegou e pede uma audiência com a sua senhoria.

--Tissaia também está aqui?

--Sim minha senhora, a estão esperando em seu studio , como me instruiu.

--Mais alguém sabe da chegada deles?

--Não minha senhora.

Ciri olha mais uma vez no espelho, a figura  que está em sua frente , elegante e sofisticada não lembrava nada da andorinha que guardava em seu peito.

Saiu do quarto apressada, tinha que falar com seus antigos aliados , precisava da ajuda deles para levar seu plano em frente.

 

Vazemir conversava com Tissaia quando Ciri entrou , todos a olharam admirados, a garota vestida de soldado não existia mais. Ciri os encontrou com um largo sorriso que congelou quando viu Geralt entre eles.

 

Geralt estava no canto da sala , próximo a um janela, observava o pátio interno que se enchia de pessoas, cortesões disputando um lugar no banquete da jovem rainha, eram como hienas farejando carne fresca. Quando a conversa parou na sala ele se virou e contemplou a criatura mais bela que já tinha visto. Lembrava-se dela quando estava ferido , mas a pessoa que estava a sua frente não era a mesma de sua lembrança. Os olhos verdes o encararam fazendo com que respirasse mais rápido e ofegante, sentiu seu peito se abrir e apertou firme o cabo de sua espada. Vazemir e Tissaia foram ao seu encontro, ele permaneceu parado a observando.

 

Ciri não estava preparada para Geralt, o que ele estava fazendo ali? Todas as lembranças e sensações a varreram deixando-a muda e sem ação , sua salvação foi Vazemir e Tissaia se aproximarem.

--Rainha Cirilla, o nome combina com você!--Disse Vazemir enquanto beijava sua testa.

--Em que podemos ajudar Ciri?

Ciri deu um sorriso nervoso, estava confiante para aquela reunião até ver Geralt, toda sua concentração sumiu , não conseguia tirar os olhos dele.

Vazemir percebendo a situação se explicou.

-- Pedi para Geralt vir comigo, não sabia qualquer urgência do problema, e você sabe que se precisarmos de mais um braço para espada Geralt , é a melhor resposta.

Geralt se aproximou devagar e parou na frente de Ciri, se inclinou para uma pequena reverencia.

--Majestade.--disse inclinando a cabeça.

--Geralt--Ciri falou baixo-- bem vindo a Cintra, vejo que se recuperou de seus ferimentos.

-- Sim, estou bem agora.

Enquanto trocavam essas palavras banais era observados pelos dois bruxos mais velhos.

--Se eu puder lhe ajudar em algo, farei com prazer, ainda lhe devo pelos cuidados.

--Você não me deve nada, Cintra é que tem uma dívida eterna com você!

Vazemir os interrompeu .

--O que está acontecendo Ciri, porque nos chamou aqui? Acredito que não foi só para o banquete real.

Desviando os olhos de Geralt o respondeu:

--Não, não foi. Quero que me ajudem a transformar Cintra em uma república!

--Como --Tissaia falou abismada-- acabar com uma monarquia de mais de mil anos?

--Isso mesmo, fazer o povo responsável pelo reino, dar direitos iguais a todos, sem mais privilégios.

--Você está louca, ela está louca Tissaia! 

--Vazemir, deixe-a falar!

--Isso e alta traição, não é só porque você é rainha que não pode ser enforcada, espero que não tenha tido essa conversa com mais ninguém!

--Porque loucura Vazemir? Eu não quero ser rainha, não quero ser um pacote de barganha para o lord mais rico, ou com exército maior, ou com ligações mais vantajosas. Não serei moeda de troca do conselho!

-- Então esse é o motivo, querem-na obrigar a se casar?

-- Um dos motivos , eu não sou a rainha que eles querem, não sou minha avó, os cidadãos de Cintra merecem algo melhor, e não um rei estrangeiro para governar, essa é a oportunidade de tomarem seus destinos em suas mãos.

Vazemir só balançava a cabeça enquanto Tissaia batia com os dedos nos lábios.

-- E qual seria nosso papel em tudo isso?

-- Vou entregar  o reino para um regente, e em um ano, o povo deve decidir que os governará. Preciso de vocês para me aconselhar e me ajudar nessa decisão e também preciso de proteção, de quem eu confio a minha vida, porque sei que quando eu fizer o proclame serei um alvo imediato de meus próprios cortesãos.

-- Vai anunciar isso no banquete?

--Sim, e a melhor hora para isso.

Vazemir olhou para jovem a sua frente, ela continuava a cabeça dura de sempre, tinha acertado em trazer Geralt, ele percebia que a conexão entre eles ainda estava ali, Geralt a seguia com o olhar atento, ele estava perturbado com a proximidade de Ciri, mesmo que ele não lembrasse, ele ainda orbitava ao redor dela, quem sabe agora era a hora da segunda chance.

--Bem , pode contar com Kaer Morhen, estarei a seu lado, mas falo só por mim?

Tissaia se aproximou e pegou as mãos de Ciri.

--Aratuza estará com você !

--Minha espada é sua majestade-- Geralt falou sério -- a protegerei com minha vida .

Ciri sentiu seu coração se aquecer, nunca ia deixar de amá-lo.

--Então temos uma aliança novamente meus amigos. Agora vão se preparar o banquete já vai começar , temos que anunciar tudo o mais rápido possível.

Geralt e Vazemir se curvaram e se retiraram, Tissaia ficou para trás , sorrindo se aproximou de Ciri.

--Você está estonteante minha querida, terá muito mais pretendentes essa noite do que imagina.

--Tissaia, como Geralt está? Se curou completamente?

--Você mesma viu, está forte como um touro!

--Ele e Yannefer...

--Não, nunca mais se viram, pelo que Vazemir me disse ele ficou mais de um mês em Kaer Morhen, depois voltou a ativa.

Ciri suspirou profundamente.

--Jamais imaginei que o veria outra vez, ah Tissaia dói tanto não poder toca-lo, não falar o quanto eu ainda o amo.

-- Cirilla, não é porque ele não lembra de vocês que não pode amá-la, conquiste-o novamente, faça-o se apaixonar por você outra vez! Não viu como a olhou, a conexão entre vocês ainda existe, construa uma nova história , a vida está dando a vocês uma nova chance. Pense, ele não viria até aqui só pra sanar uma dívida de gratidão! 

-- Será que isso é possível?

--Tudo é possível, pelos deuses você se transformou em uma ave fogo! Não deve ser tão difícil reconquistar um homem que enfrentou o mundo por você!

Ciri sentiu o calor da esperança aquecer seu coração , será que Geralt viria para ela novamente?

--Vou trazê-lo de volta Tissaia!

Sorrindo a grã sacerdotisa de Aratuza recitou um feitiço baixinho, Geralt seria atraído por Ciri, e depois estava nas mãos dela.

As duas saíram-me direção do grande salão, a nova revolução começava essa noite!

 



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