História O Muro Entre Nós - Lugar Secreto

Pov Toni

Depois da faculdade estava dirigindo a minha moto para meu lugar favorito em Riverdale, que era uma cidade pequena e não haviam muito lugares bonitos. Mas eu gostava mesmo de lá, porque era no alto, frio e me concedia a sensação de liberdade, pois nesses últimos dias foi o que eu menos senti. É muito complicado manter o equilibro entre trabalhar e estudar, ainda mais quando aconteciam eventos no White Wyrm e no outro dia prova, porém entramos finalmente de férias e eu também não posso reclamar, FP foi muito compreensivo comigo quando eu pedi para faltar nos últimos eventos que ocorreram e o mesmo permitiu sem tirar do meu salário O que eu agradeci muito. 

 Estacionei minha moto em uma árvore que ficava um pouco escondida, peguei minha mochila e comecei a subir a trilha. Quando cheguei, me permiti sentar e sentir a brisa fria bater contra meu rosto, eu amava aquela sensação, me trazia paz interior e eu poderia relaxar sem ser perturbada. O muro era muito alto e eu acredito que apenas eu sabia desse lugar, nunca vi ninguém aqui, mas conseguia ver um pouco do outro lado da cidade, as casas coloridas, jardins bem cuidados, movimentação de pessoas muito bem vestidas. Esse era o lado “feliz” de Riverdale, por mais que a prefeita Lodge não assumisse tal fato, nós do lado sul sempre fomos e seremos descriminados, porém não poderia ficar reclamando constantemente, ela fez coisas boas como reformar creches e escolas, uma faculdade (provavelmente para nos afastar da incrível faculdade do norte), entre outras pequenas ações. Mas depois de tudo isso, ela nunca mais deu as caras aqui no Sul, só a vemos pela televisão.  

 Um barulho tirou-me de meus pensamentos e me chamou a atenção, parecia alguém cantando?!   Mas o som não era do meu lado do muro e sim do outro, sempre imaginei que não houvesse um pequeno gramado assim ali, mas aparentemente havia. Aproximei meus ouvidos na grande parede e pude escutar alguém cantando uma música a qual eu não conseguia decifrar, parecia uma mulher, sua voz era suave e tranquilizante, poderia ficar ali um bom tempo escutando a música com a brisa gelada. Não sabia o que ela estava fazendo, mas decidi ver se a mesma me escutava. 

 - Tem alguém aí? Consegue me ouvir? – fiz as duas perguntas e um silêncio se instalou por um breve tempo 

 - Oi, consigo, estava me ouvindo cantar? – ela pergunta tímida 

 - Sim, aliás bela voz, poderia ficar aqui escutando ela por horas – escutei uma risada e logo em seguida um agradecimento – Me chamo Toni e você? 

 - Toni...Você é do lado sul – confirmou e parecia estar pensando – E faz parte de alguma gangue? Na verdade, a única que conheço são os famosos serpentes – ela disse 

 - Pois é, eu sou dos serpentes, mas somos gente do bem 

 - Bom Toni, foi ótimo te conhecer um pouco, preciso ir agora. Tchau – falou 

 - Ei, espera!!! Como você se chama? – perguntei, pois, fiquei curiosa, já que ela não havia me respondido 

 Não recebi mais nenhum sinal da menina misteriosa depois de perguntar seu nome, suponho que no Norte eles não fazem comentários muito agradáveis sobre nós serpentes e outra gangues, após essa reação, jamais desconfiaria dessa hipótese. Resolvi ficar mais uns minutinhos e logo ir para casa, recolhi minha mochila e desci a trilha para pegar minha moto. O caminho até em casa foi tranquilo, sem qualquer tipo de trânsito, isso mesmo “trânsito, Riverdale é pequena, mas até aqui a fila não dá trégua.  

 Abri a porta e meu avô estava dormindo no sofá, típico, subi as escadas devagar para tomar um banho e logo após dormir. Já deitada na cama, minha curiosidade martelava minha cabeça louca para saber quem era a menina misteriosa, coisa que eu nunca iria saber graças ao lindo e enorme muro entre nós. Não enrolei muito e dormi pensando nela. 

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 No dia seguinte tomei apenas um café rápido e prontamente fui para o White Wyrm com minha moto, sem muita demora apareci no bar encontrando com meus melhores amigos Fangs e Sweet Pea. Conversávamos sobre diversos assuntos, inclusive eles me perguntaram aonde eu me encontrava no final da tarde passada, pensei em responder falando da garota misteriosa, mas decidi ficar quieta. 

  - Para de encher o saco Fangs, eu estava em casa – menti 

  - Chega de mentir Topaz, sabemos que você estava em outro lugar. Fomos até sua casa te convidar para uma festa de “abertura das férias” - falou fazendo sinal de aspas com as mãos e rindo...Quando ia rebater sua resposta, FP me chamou até sua sala, fiquei apreensiva enquanto os meninos soltavam risadas altíssimas. Jughead e Tall Boy já nos esperavam dentro da sala, e apenas em ocasiões importantes nos reuníamos assim. Sentei-me em uma das cadeiras ao lado de Jug e FP começou. 

  - Sabem que se estamos juntos, é algo importante – FP falou me deixando com um certo pavor – O motivo da reunião é o seguinte, vocês conhecem nossa ambição de ampliar os negócios para o lado norte, correto? - assentimos - Então, certo Serpente achou uma rachadura, segundo ele, e que facilitaria nossa passagem pro lado norte, se abríssemos um buraco, escondido da prefeitura, poderíamos começar a passar os produtos e receber dinheiro por ali. 

  FP falou tudo de uma vez, ele sabia que eu odiava o fato dos serpentes se envolverem com drogas, mas de acordo com o mesmo, era o único jeito de pagar nossos salários e nos manter unidos. O que eu discordo totalmente, poderíamos procurar algo mais limpo para fazer, mas era eu contra o líder dos serpentes. E já sabemos quem ganha. 

  - Por mim está tudo bem, só precisamos ir lá verificar o local, arrumar as ferramentas, já que o muro é muito resistente, juntar os mais fortes serpentes e conseguimos transportar para os riquinhos do lado norte – Tall Boy se pronunciou pela primeira vez, enquanto eu e Jughead ficávamos apenas observando. FP nos olhou e apenas concordamos até me surgir uma pequena ideia na cabeça 

  - FP já que você concordou com isso que o Tall Boy falou, eu e Jughead podemos dar uma olhada no local, bater umas fotos e depois te mostrar, eu sei o caminho de lá - falei 

  - Também acho uma ótima ideia – Jug se pronuncia e FP depois de um tempo concorda e então me levanto para ir até nossas motos com meu amigo. 

      Será que aquela doce voz estará lá novamente?