História O outro - Bônus

Bônus

 -O Outro-

Hyuk deixou o copo na arquibancada da cozinha e assistiu seu irmão sair pela porta da entrada com a mochila nas costas, sem tempo de questionar nada ao mesmo. O Jeon cinco minutos mais velho correu até seu quarto com o coração na mão, desamparado, pois se caso Jimin estivesse no quarto o ômega iria surtar de vez. Então logo avistou-o sentado na cama, com os cotovelos em cima dos joelhos e as mãos apoiando o rosto, fitando a frente; amarguradamente calado. O loiro então sentiu o cheiro inconfundível do Jeon, logo notou a sombra do mesmo ao seu lado, fitando a si. Junghyuk o encarava impassível e ficou se perguntando se seu alfa sabia de algo. 

— O que o Jungkook disse, é verdade?

A voz angustiada era palpável. E com a resposta do moreno, Jimin se viu na beira do precipício. 

— Precisamos conversar.

Jimin lembrara o quão entusiasmo ficou assim que viu as notificações em seu Instagram, as curtidas e os comentários em algumas de suas fotos. Seu único e primeiro amor havia o achado no momento em que ele estava pra baixo e bastou apenas olhar o icon e o user do seu stalker para pular no chão de uma maneira nada máscula. 

A sensação de nostalgia e alegria o atingiu num baque inacessível na hora para que um sorriso de orelha a orelha brotasse em seus lábios cheinhos no momento.

Admirou tanto, todas, as fotos que o mais novo tinha postado em sua conta. Não foi a toa que também saiu clicando nos corações até seus dedos doerem e não ter mais o que curtir. Até sentiu seu peito palpitar mais forte ao ver que aquele menininho de nove anos havia crescido e provavelmente estava maior que si. O rosto do mesmo não havia tido mudança alguma, apenas a maneira de se vestir. Até porque o Jeon não iria mais usar aqueles macacões jeans azuis com estampas de coelhos pelo resto da vida. Na época, o pequeno alfa sabia que o garotinho tinha mais de cinco desses marcações fofos. O cabelo do ômega ainda tinha o mesmo alisar para o lado esquerdo e sua franja havia deixado crescer mais. Os olhos ainda eram os mesmos, medonhos e peculiares, e a boca de labios finos então...

Mas naquele momento, ao ver o irmão gêmeo do seu almejado amor, não sentiu raiva, por mais que tentou, portanto, sentiu-se decepcionado por ter sido enganado a quase um ano. Só de pensar que viveu ao lado do outro Jeon e não do pequeno ômega que viu no parque, que fizera várias declarações e o presenteou com tanto afeto e carinho aos se encontrarem quando adultos, que o Park não pôde deixar de passar em sua cabeça que fora enganado esse tempo todo. Jungkook tinha razão no final das contas. Mas o alfa queria uma boa explicação para tudo isso, queria ouvir, queria saber de ponta a ponta dessa história. 

— Por quê? — Jimin quebrou o silêncio de mais ou menos um minuto perdido em pensamentos. Hyuk soltou um suspiro longo até demais.

— Eu... Jimin, deixa eu pensar direito no que dizer algo que faça com que você não, não me odeie, porque tudo o que eu não quero no momento é que você me odeie e...

— Falando assim até parece que tem mais coisas para me contar. — o loiro estava demasiadamente magoado e seu tom de voz o entregava, o que fez o ômega se sentir um lixo pela maneira do outro lhe dirigir a palavra, sendo tão avesso do seu normal. 

E tem, pensou JungHyuk. 

— Eu errei. — o ômega disse tenso, e Jimin riu soprado, sem graça; era claro que ele havia errado. — Vai me ouvi até o final sem dizer nada?

— Hm. — resmungou o Park, ajustando seu corpo no colchão da cama e o moreno mal se mexeu , em pé, para cruzar os braços.

Naquele momento foi difícil não notar que estava sendo difícil olhar para o moreno ali e não lembrar do Jungkook. Jimin sorriu por dentro mesmo com uma guerra interna apossada em si. 

— Eu sabia quem era você desde o começo. Sabia que você era o amiguinho que meu irmão havia falado quando chegou em casa já que ele ficava falando até para as paredes que fez um amigo novo. Eu senti tanta inveja dele por ter feito um amigo primeiro que do eu. Você já falou comigo algumas vezes achando que era meu irmão e você era, e é, tão lindo que foi impossível de não querer ter você quando éramos adolescentes. — Jimin revirou os olhos, não acreditando que o outro só o quis por aparência, deixando de encarar o moreno para qualquer ponto do cômodo. — Lembro que Jungkook chorou muito por você ter ido embora, vindo para cá. Após anos eu vim cursar web designer, acabei te vendo num mercado por coincidência, e como eu sabia o seu nome, busquei seu perfil nas redes sociais e te achei no Instagram. 

Jimin até tentou o interromper, e Hyuk até pausou para que ele dissesse algo, mas o loiro calou-se sem vontade de dizer algo. 

— Depois disso você sabe o que aconteceu. Você sempre me tratou bem, com carinho, isso me deixa tão confortável. Mas...

— Mas? — Jimim virou o rosto e o fitou. — Como assim mais, Hyuk?

— Eu não vou à academia. 

Se Jimin estava magoado antes, após saber tal revelação do ômega, o alfa se sentiu traído duas vezes pior. 

— Droga, isso tá sendo difícil de di...

— Difícil!? E pra mim está sendo fácil, não é? — o alfa o cortou, se segurando com todas suas forças para não se levantar e sair dali o mais rápido possível. Contudo, ele tinha que ouvir até o final. — Continua, vai, termine o que começou, JungHyuk. 

— O Yuri não é meu amigo do trabalho.

Jimin arregalou bem mais o seus olhos puxados, ele não podia acreditar...

— Ele é meu amigo da academia. 

— Só isso? Hm, diga-me. — óbvio que não era só isso, pensou Jimin, e era óbvio que Hyuk não citou o rapaz por citar. 

— Eu tenho acadêmia só nas terças, nas quintas eu, eu vou... Ah, quer saber? Foda-se. Eu vou pra casa dele, a gente está juntos há mais de dois meses. Sei que isso é horrível, eu me sinto um idiota agora, mas ao mesmo tempo aliviado em estar te contando logo de uma vez. 

Pobre coração do alfa. 

Se questionava se tinha algo a mais para saber...

— Você foi viajar a trabalho, Hyuk?

Tudo o que Jimin estava esperando, não viera. Uma confirmação era o que o loiro queria ver, entretanto, JungHyuk apenas abaixou cabeça e negou. 

— Eu sinto muito, Jimin. Eu...

— Eu também sinto, eu fiz coisa pior.

— O que? — ergueu o olhar curioso, será que ele também o traía? Sem ser com o seu irmão, já que ele achava que era a si mesmo.

— Eu confiei em você. 

•••

Cinco dias.

Foram exatamente cinco dias para que o alfa loiro arrumasse suas coisas e pusesse tudo em ordem para deixar Seul. Jimin saiu do apartamento de JungHyuk assim que terminaram a conversa.

Seu lobo interior uivava melancólico e clamava pela pessoa certa da qual sempre amou. 

Teve que fazer uma pequena mudança do apê do ômega usurpador para o seu que antes morava sozinho. Mas não saiu sem o endereço de onde Jeon Jungkook morava. 

Hyuk nem protestou; não iria adiantar.

Não iria abandonar sua casa na capital, era até bom que de vez em quando, ou assim que precisasse ir para Seul, teria um lar sem pagar hospedagens em hotéis. Na sexta-feira algumas caixas frágeis foram enviadas pelo correio para o destinatário: Busan, Coréia do Sul. No sábado, já com o trabalho transferido para o interior, documentos certinhos, ido ao posto de saúde por precaução à viajem, Jimin tivera só as duas malas medianas que levaria no ônibus consigo.

Quando chegou domingo, nem esperou dar nove horas da manhã para pegar o veículo que o levaria até seu o ômega. Seu coração palpitava tão forte, esperançoso e imaginava como que Jungkook estava naquele dia em sua casa. Se estava de pijamas, se estava feliz ou triste, ou se estava já com alguém ou sem. 

Olhou para o endereço anotado em seu celular e confiscou se era o lugar certo. Logo em seguida guardou o celular no bolso de sua calça preta, alisou a blusa branca com as duas mãos e então, um tanto ansioso e já sentindo o cheiro doce do ômega na casa, tocou na campainha. 

A casa era moderna, muito bonita num tom amarelado, de porta branca e plantas na beirada da parede frontal. A porta fora aberta e Jimin sentiu o coração falhar minimamente assim que viu o ômega lhe olhar pasmo, mas no bom sentido. 

— Seu irmão me contou o lado dele nessa história. 

— E-e o que... — Jungkook não estava crendo no que via, Jimin até riu de lado o achando fofo demais lhe encarando sem piscar.

Jimin deu alguns passos e ficou frente a frente com o ômega atordoado no meio da porta, em seguida selou cautelosamente os lábios finos que tanto sentira falta. A feição de Jungkook lhe fizera sorrir e logo pegou nas mãos do moreno após o pote drasticamente cair no chão. 

— É aqui que vamos morar juntinhos?

Jungkook, finalmente, soltou seu melhor sorriso de orelha a orelha, aliviado, e com os olhos brilhando de felicidade.

Seu lobo interior também. 

— Eu não acredito que é você aqui! — disse contente, abraçando o alfa com tudo e apertando mais o abraço, parecendo um adolescente apaixonado reencontrando sua antiga paixonite . — Eu achei que nunca mais ia ver você de novo, que nem da última vez...

— Ah, que abraço gostoso. — Jimin apertou mais a cintura fina do moreno e encaixou o queixo no ombro do mesm. — Eu não podia te deixar novamente, Kook. Eu espero que me perdoe por ter demorado, eu estava organizando minhas coisas por lá e vim o mais rápido que pude. 

— Claro que te perdoo! — tirou seus braços dos ombros do alfa e com as duas mãos pegou carinhosamente o rosto deste. — Eu... Eu amo tanto você, Jimin. 

Jungkook não podia deixar de falar tal frase, seu lobo praticamente o obrigou a dizer que o amava e não ficaria em paz caso não dissesse. Estava tão feliz em ver o Park ali consigo, parecia um sonho e que acordaria a qualquer momento. 

O alfa sentiu o estômago borbulhar por ouvir Jungkook. A surpresa fora momentânea e o sorriso alargou mais, beijando Jungkook num ósculo doce pelo gosto do sorvete. As duas língua tocava uma a outra singelamente, lentamente, e Jungkook guiou o loiro e antes disso fechou a porta com o pé.

Caminharam ainda se beijando até o sofá, trobrando nas almofadas que estavam no chão e caíram no móvel macio, Jimin por cima do ômega. 

— Eu também te amo. — o loiro disse enquanto fitava cada íris do ômega, este que sentiu o coração quase sair de órbita que seus olhos brilharam. — Amo você desde moleque e eu sempre amei você, somente você, Jeon Jungkook. 

O ômega sorriu agraciado. 

Embora sentindo o coração querer sair pela boca, Jungkook puxou o pescoço do alfa para colarem os lábios novamente, quebrando o contato de olhar amoroso. O beijo era afoito e ao mesmo tempo afetuoso, além das mãos do Park tocar o tronco inteiro e roçava as intimidades de um jeito moderado no ômega sedento e cheio de amor por si.

Jimin desceu os lábios fartos para o pescoço do moreno, este que tinha os braços nos ombros do alfa e as mãos puxava os fios clarinhos da nuca de um jeito sensual ao que seu corpo reagia aos toques e chupadas que recebia na garganta pelo namorado. 

— Droga, eu senti muita falta disso. — o alfa disse entre os beijos e fora descendo a boca para baixo enquanto subia a blusa de Jungkook. 

O ômega apenas arfou e logo recebeu a língua úmida e quente do Park que ousou em lamber a região de seu umbigo. A ponta da língua de Jimin circulava o buraco e vez ou outra enfiava dentro, judiando do pobre alvo. Jungkook torceu o tronco quando o loiro abaixou sua peça de baixo junto com a cueca, para então deixar um beijo sugestivamente demorado na glande aos poucos enrijecida. 

— Jimi... Hm... — gemeu o mais novo.

— Calma, bebê. — Jimin disse risonho. 

Jimin passou a língua inteira na base até a glande avermelhada do ômega, Jeon não conteve os gemidos ásperos e gemeu agudo, pedindo por mais; mesmo sem completar a curta frase. O alfa estava adorando seu lindo amor de não ter mudado em nada, pois era assim, tão entregue, que esteve naqueles três dias retóricos. Jungkook teve mais liberdade e sentia alívio, e tesão, é claro, no momento íntimo com aquele que nunca achou que viria mais, no entanto, o destino fizeram se cruzar. 

A farsa do outro Jeon estava fadada ao descobrimento, não iria ter como esconder o seu pseudo namorado para sempre da sua família.

Jimin tirou sua blusa após usufruir do falo do moreno, o dando um segundo para o mesmo retomar a respiração, e depois voltou com sua boca para o membro do ômega. Uma sugada forte na cabecinha para finalizar e ergueu o olhar para ver e ouvir melhor Jeon em deleite no sofá. Em seguida levantou o tronco e abriu o ziper da calça, seu membro desejava atenção, então masturbou-se e tinha os olhares fixos nos de Jungkook. 

— Eu tam-também q-quero. — pediu o ômega num fio de voz. Vendo Jimin tocando o próprio pau e o olhando, era instigante. 

— Quer o que, bebê? — o alfa quis saber.

— Te chupar. — respondeu rápido. 

Jimin umedecido os lábios.

— Então vem me chupar pra eu meter bem gostosinho em você e te fazer gemer meu nome bem manhosinho. 

Com as pernas bambas, Jungkook ficou de quatro e mesmo cambaleando para os lados, de um jeito engraçado, ficou de joelhos e sentou nos calcanhares. Jimin levou seu falo até a boca já aberta do moreno e este colocou a língua para fora e abocanhou o pau ereto do loiro.  Sua destra passou a bombardear a base, porém só um pouco, já que Jungkook fazia muita questão de ter o sexo alheio todo dentro de sua boca. O oral era lento e Jimin segurou com as mãos a cabeça do ômega, logo fazendo movimentos de vai e vem na cavidade bucal de Jungkook num ritmado mais apressado. Jeon não parou de se mexer e a cabecinha do falo de Jimin se afundava no céu de sua boca. 

— Isso, Jungkook... Hm... — o alfa gemia avassalador enquanto investia seu quadril. 

Jungkook soltou o membro melado de Jimin, fazendo-os escutarem o som obsceno no ato repentino. O ômega queria que Jimin estivesse logo dente de si de uma vez. 

O moreno jogou o corpo para trás e abriu as pernas, Jimin já sabendo o que o outro queria, sorriu ladino. O alfa abaixou sua calça até os joelhos e posicionou os mesmos no sofá, logo mirando seu membro na entrada de Jungkook, pincelando na região que piscava. Olhou para o moreno, sustentaram os olhares e assim então o loiro foi enfiando seu falo aos poucos e via o ômega mordendo o lábio inferior. Quando a entrada cobriu até a metade do falo, Jimin enfiou o restante do mesmo bem fundo em Jungkook, numa estocada abrupta, mas prazerosa, no mais novo que soltava bastante lubrificante natural. 

As estocadas eram igualitárias até o certo momento em que o Park passou a meter mais rápido e sem paradeiro. Jungkook gemia mais alto e estava foda-se o quão sensível estava naquele momento. O que era bom era para ser sentido, e gemido. 

O ato prolongado e mais algumas posições adquiridas, Jungkook gozou no estofado do sofá e seu falo ficara pingando em sua barriga. Jimin jorrou todo seu sêmen dentro de Jungkook, sem ao menos querer parar de foder seu almejado ômega. 

Jimin inclinou, meio afobado pelo, útil, esforço que teve em usar todas suas forças, e após um selinho nos lábios úmidos do mais novo e duas chupadas no pescoço, por final atou Jungkook numa mordida com mínima força na clavícula do mesmo, que enlaçou as pernas no tronco do alfa e os braços o puxara pela cabeça em amenizar a leve dor em sua região óssea.

Já se amavam, suas almas agora só foram unidas para sempre. 

••||||||||||||||||||||||||••

— Jimin hyung, sua filha tá querendo sair com uma alfa muito trambiqueira. Por mim essa criança vai ficar assistindo desenho até a hora de dormir. 

— Amor, pelo amor de Deus, nossa filha mais velha tem quinze anos e a Soony é só uma amiga de classe. 

Jimin suspirou baixinho para o marido não ouví-lo fazer isso, ele iria o repreender e então apenas ficou esperando o líquido do café preto cair rapidamente do coador. 

Jungkook estava sentado na cadeira com o bebê caçula no colo dando mamadeira de leite morno para o alfazinho de fios bem escuros e olhos em riscos iguais o do papai Park, mas os lábios finos eram iguais aos seus e até mesmo a pequena pinta próximo a boquinha que sugava o bico do plástico, e o bebê estava com as mãozinhas agarradas as semelhantes do mais velho.

— Sei... — o ômega pressionou os olhos em direção ao loiro que estava na pia de costas para si. — Cinema? Isso não parece um encontro, Jimin?

— Não. — disse o alfa. 

— Pois para mim parece. E muito. — desdenhou desconfiado e olhou para o filho, este que mantia os olhinhos vidrados em si. 

— Kook, são três da tarde. Elas ainda nem saíram do quarto desde que chegaram da escola, estão se arrumando. Eu irei buscar elas, para com isso. — o loiro tirou o coador da garrafa verde de café, pôs no fundo da pia e logo fechou a garrafa. 

— Nem para o banheiro? 

— Não sei, não vi. — virou-se de frente para o moreno e deixou a garrafa na mesa. — Elas não são mais bebês pra eu ficar vinte e quatro horas de olhos nelas. — piscou.

— Mas o que tanto elas fazem, hein? — franziu o cenho confuso. Jungkook levantou da cadeira, deu a volta na mesa e entregou o bebê para o alfa junto com a mamadeira. — Eu vou dar um espiada!

— Cuidado com esse barrigão,  homem! — Jimin alertou ao ver o ômega saindo a passos descompensados para o corredor.

Ah, é mesmo! Jungkook estava grávido do seu quarto filho. Mais um alfa de nove meses que estava prestes a nascer.