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História O Pai da Arte - Cores - História escrita por AdamBolls - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Pai da Arte - Cores


Escrita por: AdamBolls

Notas do Autor


Eu não tenho nem palavras para me desculpar com vocês. Foram mais de três meses sem atualizar esta história, depois de ter tido certeza de que ela seria abandonada. Mas a fanfic está de volta agora e eu vou continuar com ela.

Me perdoem de verdade pela demora, espero que não tenham me abandonado depois de todo esse tempo e que gostem dessa atualização. Boa leitura! ❤︎

Capítulo 3 - Cores


Higashikata Josuke, o funcionário mais novo da Joestar Day Care, estava olhando fixamente para ele com um olhar inseguro. Ele piscou, mordendo o lábio inferior em torno de Rohan assim que Heaven entrou junto com as outras crianças guiadas pelos seus instrutores e o sinal tocou.

 

“Eu gostaria de te pedir um favor.”

 

Kishibe quase zombou do nervosismo transparente do rapaz mais jovem, cruzando os braços numa tentativa de se distrair e não deixar um sorriso escapar de seus lábios no processo. “Jura? O que eu poderia fazer por você?”

 

“Na verdade, é um pedido em nome de todo o instituto.” Josuke desdobrou. “Ou, pelo menos, uma parte dele que realmente se importa com as crianças.”

 

O artista ergueu uma sobrancelha, vendo o outro engasgar com o ar por um segundo.

 

“Quer dizer, não que existam pessoas que não ligam, é que se trata de um assunto bem específico e–”

 

“Eu compreendi, Higashikata. Apenas me diga.”

 

Ele assistiu Josuke respirar fundo uma última vez, apertando mais seu avental com os punhos. “Eu gostaria de solicitar sua presença para uma aula de artes. Mais explicitamente, para ensinar às crianças conceitos básicos como uma referência artística de sucesso.”

 

Os olhos de Rohan se arregalaram instantaneamente.

 

Então, Josuke tinha conhecimento de seu trabalho. Poucas coisas aconteceram desde a primeira vez que Heaven teve seu primeiro dia na pré-escola. Eles estavam na segunda semana agora, com nenhum tipo de problema até então. Muito pelo contrário: a garota andava exibindo uma energia muito mais avassaladora nos últimos tempos após, de fato, entrar para a creche. Talvez fosse algum tipo de efeito causado pela socialização recorrente, foi o que seu pai pensou. Sempre que Heaven fazia um novo amigo, ela ia até o artista e o dizia detalhadamente. Foi bom ouvir isso, ele admitiu.

 

Agora, sobre Higashikata Josuke... ele não sabia o que dizer. Eles apenas trocaram seus e-mails. Rohan pôde enviá-lo a receita e, depois disso, não obteve respostas maiores do rapaz. Essa havia sido sua interação mais recente, se não fosse pelo que estava acontecendo agora.

 

“Uma aula?” Rohan questionou, pendendo em uma expressão confusa.

 

O mais novo pareceu ainda mais nervoso. “Sim. Os sócios que fazem parte do nosso conselho prometeram te ofertar uma remuneração também.”

 

Ele ponderou, cada vez mais incerto de como devia se sentir perante as palavras de Josuke. Ele coçou a nuca, rindo baixinho. “E mandaram você para me propor isso?”

 

“Para ser honesto, ninguém me mandou até aqui.” Higashikata disse, indiferente. “Eu decidi te contatar por conta própria. Eles planejavam te convidar por meio de uma mensagem ou uma convocação do gênero, acho que você já deve saber ou estar acostumado com esse tipo de coisa.”

 

Algo parecia estranho na maneira como os assuntos fluíam entre ele e o jovem. Rohan sentia um nível de intimidade mascarada por uma atmosfera desconfortável que ele não estava consciente. A verdade era que Kishibe Rohan não era mais convidado para nenhum evento ou local minimamente importante: ele já havia pensado antes, no auge de seus sentimentos mais áridos pelo seu bloqueio, que sua alternativa final seria ir à busca de contratação diretamente por alguma escola de artes privada como um assalariado ou professor de artes universitário. Mesmo que suas habilidades estivessem no mais fundo poço em sua visão, ele poderia ter vantagem pelos seus anos de experiência.

 

“Por quê?"

 

O outro suspirou, encostando-se ao portão ao encarar Rohan pelo canto dos olhos.

 

“Fui eu que sugeriu você. Eles buscavam por alguém que estivesse apto para fornecer aulas artísticas esse ano, e como não existia nenhum contrato de longa duração ativo, sua única opção foi avaliar os melhores candidatos ou lidar com palestras.” Josuke explicou, cruzando os braços ao mesmo tempo que encarava a parede revestida em mármore ao seu lado. “E, bem, eu me lembrei de que Heaven estava empolgada quando eu interagi com as crianças e disse a elas que teriam aulas diferentes em breve. Ela disse algo sobre você ser um grande artista.”

 

Os músculos de Rohan se tensionaram: ele não sabia como se sentir sobre isso. "Assim sendo, você pensou em me indicar?”

 

“É, mas eu não poderia simplesmente fazer isso e correr o risco de ter o pedido rejeitado. Então antes que eles te chamassem diretamente, eu quis falar com você a sós para saber se você estaria de acordo.”

 

Rohan podia ser sincero e dizer que foi uma manobra inteligente. Porém, algo nele coçou com a informação de que Josuke sabia desde início quem ele era. O artista respirou fundo, dando alguns passos e rodeando a entrada, ainda sem enfrentar seus grandes olhos azuis.

 

“Ensinar arte para crianças que sequer saíram de suas fraldas ainda. Por que soa tão engraçado me imaginar dentro disso?”

 

“Não me parece tão complexo.”

 

Crianças já haviam sido permitidas em certas exposições de arte que o artista fez no passado. Algumas escolas levavam multidões para ver as peças das galerias que Kishibe exibia – junto a outros artistas – seu trabalho. Ele passava determinado período explicando a elas o que cada obra significava, mas não poderia se equiparar com o que Josuke estava dizendo agora.

 

“Eu não estou cogitando um serviço malfeito. Minha filha está lá também, acima de tudo.”

 

“A escolha é sua, de toda forma. Eu só achei que Heaven poderia gostar de ver você.”

 

Quão manipulador, Rohan pensou de imediato. Higashikata era mais esperto do que ele estava estimando. Ele não estava fazendo tudo isso somente porque queria parecer bonzinho, é óbvio.

 

“E assim você ganharia um crédito adicional por sua indicação bem-sucedida?”

 

“Indelicado, mas correto!” O cuidador deixou uma risada cobrir seus ouvidos, o que quase fez com que Rohan acreditasse que ele não era um charlatão. “Você sabe, está tudo bem se recusar isso.”

 

“Eu aceito.” Rohan disse sem realmente refletir muito, dando de ombros. Por mais que Josuke estivesse sendo bajulador ao integrar sua filha em um dos motivos pelos quais ele deveria fazer isso, de certo modo havia conseguido se infiltrar o suficiente na mente do artista para que o fizesse defini-lo como um conceito coerente e lógico. Heaven ficaria feliz, e isso era tudo que Rohan queria.

 

Ele pôde pegar uma expressão surpresa do outro. As sobrancelhas levantadas costuraram rapidamente um sorriso divertido no rosto do rapaz mais novo e, em uma fração de segundo, ele fez um aceno de despedida a Rohan. “Então finja que essa conversa nunca aconteceu até o seu convite oficial.” E sumiu entre os corredores da fundação.

 

De longe, Rohan ainda não sabia a verdadeira pretensão de Josuke por trás de tudo. Ele partiu em direção até sua casa enquanto debatia internamente questões que se resumiam a não saber se deveria ficar satisfeito por ser reconhecido ou decepcionado por achar que Josuke foi gentil com ele apenas por causa de sua reputação.

 

 

 

 

Ele estava simplesmente explodindo dentro de sua própria cabeça num tipo exclusivo de combustão interna. Seis longos dias se passaram desde que ele teve aquela brilhante conversa com Higashikata Josuke e pôde, com todas as palavras, afirmar que estaria de acordo com sua ideia de ensinar crianças pequenas sobre os conceitos primitivos da arte.

 

Nessa circunstância, não é preciso muito para concluir que:

 

 1. Rohan se arrependeu profundamente.

2. Ele não pôde fazer nada sobre isso, porque em menos de poucas horas, ele obteve um e-mail com a mesma proposta: portanto — e a essa altura do campeonato — ele não era mais capaz de desistir.

3. O artista estava tão ansioso que as chances de tudo funcionar beiravam um número nulo e inconsistente.

 

Quando ele se deu conta disso era tarde demais. Agora, Kishibe estava de frente para um espelho côncavo, ajustando pela trigésima sexta vez seu suéter de crochê cinza. "Isso me faz parecer ainda mais velho?", questionou-se. Em algum semestre da faculdade, ele pôde tomar conhecimento de que as crianças eram inconscientemente atraídas pelas cores mais vivas e, de modo consequente, acabavam gerando mais afeição por aquilo que as adornava. Ou talvez ele estivesse apenas paranoico demais? Rohan não sabia.

 

Ele desistiu de tentar se sentir contente com algum visual que poderia ser construído pelas peças que encontrou em seu guarda-roupa fazia uma porção de horas. O artista tinha pouco tempo agora, de qualquer jeito. O homem terminou de pentear seu cabelo para trás e ajustar sua faixa característica, checando seu semblante uma última vez. Ele respirou fundo, tentando se lembrar de sua filha e de sua reação quando Rohan disse que a encontraria na escola mais tarde. A euforia de seu bebê jamais seria menos importante do que o medo de encarar suas dificuldades, e era nisso que ele iria se agarrar (ou pelo menos tentar).

 

Assim que o horário delimitado foi apontado em seu relógio de pulso, Rohan já estava dentro da sala de aula. Ele conseguiu ver Josuke no fundo do cubículo, ajustando as mangas do casaco de algum garoto que vestia algo grande demais. Ele ainda não tinha notado sua presença, e o artista agradeceu por isso em silêncio. Apenas quando Rohan deu seu primeiro passo a fim de iniciar sua aula, incentivando as crianças a formar um círculo sobre o tapete no centro do cômodo, seus olhares se encontraram. O jovem deixou um pequeno sorriso ser direcionado a Rohan antes de sair e deixá-lo a sós com os pequenos, indicando por fim o horário que ele possuía para acabar. Ele suspirou quando escutou a porta bater, voltando automaticamente seu foco para as crianças ao seu redor.

 

“O que seu nome significa?” Perguntou uma das crianças mais velhas, elevando suas pequenas mãozinhas no ar como um pedido de permissão para falar.

 

“O ideograma Ro significa temporário e Han significa viver juntos.” Ele deu um pequeno afago na cabeça de Heaven, que estava ao lado dele com os olhos verdes radiantes como nunca, tornando sua posição relaxada. “É verdade que sou pai de Heaven, mas agora eu serei o professor de vocês e vou ensinar o que vocês precisam entender sobre cores hoje.”

 

“Cores?” Inquiriu uma garota de cabelos negros e feição curiosa. Seus olhos grandes e bem abertos contagiaram todas as outras figuras em volta dela.

 

“Sim! Vocês sabiam que as cores podem influenciar no humor de vocês a qualquer momento?”

 

Rohan não podia explicar a meninos de três anos como as cores eram detalhadamente classificadas com base em sua temperatura, matiz e saturação, então ele se esforçou para encontrar uma nova maneira de fazer isso quando estava em seu tempo livre, a fim de descobrir o que diria. Ele pegou em sua bolsa dois papéis pequenos e coloridos em laranja e rosa, exibindo-os para toda a classe e gesticulando para um deles. “Por exemplo, o que você sente quando vê essas duas cores juntas?”

 

“Me sinto animado, e um pouco feliz.” Ele disse, um tanto constrangido de interagir com Rohan.

 

O artista trocou as folhas, alternando para a combinação de roxo e azul. “E agora? Como você se sente?”

 

Heaven se aproximou do objeto segurado por seu pai, colocando as mãos em seu queixo. “Parece que está frio."

 

“Então, alguém já ensinou vocês a associar cores à temperatura?”

 

Todos negaram em uníssono. O homem mais velho guardou seu material de volta em sua mochila. “Exatamente. Nós fazemos isso sem sequer perceber.” Ele continuou: “A creche que vocês estão agora é completamente pintada com cores vermelhas e amarelas. Ou seja, cores quentes e brilhantes. Provavelmente, eles chamaram alguém que entende de cores assim como eu para pintar a escola de vocês.”

 

“Por que essas duas cores, Rohan-sensei?”

 

“Porque cores brilhantes estimulam a inteligência, enquanto cores quentes atraem sentimentos fortes como o amor.” Resumidamente, o olho humano pode detectar essas diferenciações e envia um sinal para o cérebro no local onde as cores são decifradas. Esses sinais são impulsos cerebrais, que também caem sobre as glândulas reguladoras do hormônio que evocam respostas emocionais. “Isso foi difícil de entender? Que tal irmos para um estudo prático agora?”

 

Um burburinho se formou na sala e o artista aproveitou-o para se levantar e preparar a atividade que havia criado para esse momento. Ele pegou um caderno de esboços e se posicionou na mesa, chamando a atenção das crianças novamente. “Quero que vocês escolham qual desenho vocês desejam que eu faça. Eu irei fazer um diferente para cada um de vocês e, depois disso, vocês irão pintá-los com a cor que vocês acharem que expressa o sentimento que estão sentindo ao fazer isso, ok?”

 

Em suma, a maioria das crianças pediu para que ele desenhasse animais e, uma pequena parcela delas, figuras geométricas. Não foi uma tarefa tão árdua – visto que não havia tantos pequenos assim na turma que Rohan pegou – mas ele se sentiu recheado com uma sensação de realização em ser capaz de fazer isso, por mais simples que fosse. A coloração que ele mais encontrou no fim da tarefa foi verde. A cor da esperança e da liberdade: a cor da calma.

 

 Ironicamente, era a favorita de Kishibe. Ele poderia se arriscar a dizer que, felizmente, a aula tinha sido agradável e um sucesso.

 

Ele virou no corredor assim que a aula terminou e ele precisou sair, ajustando a alça de sua bolsa nos ombros e forçando uma parada abrupta de seus calcanhares ao notar uma mão impedindo sua passagem.

 

“Foi por pouco dessa vez.” O rapaz tinha um largo sorriso no rosto ao dizer isso. Sim, Rohan teve a plena capacidade de responder à dúvida que havia surgido em sua mente antes: Josuke era um idiota que sorria o tempo todo.

 

“Eu estou começando a achar que você tem algum tipo de problema de visão, Higashikata.”

 

Rohan suspirou, se encolhendo pelo frio enquanto esperava alguma resposta de Josuke depois de sua provocação. Como não havia um aquecedor lá? Ele estava quase pensando em ir embora quando o silêncio se tornou peculiarmente longo com o mais novo encarando-o.

 

“O quê? Você se afetou demais com o que eu disse?” O artista perguntou, alfinetando o jovem um pouco mais.

 

“Foi incrível.”

 

Rohan piscou.

 

Josuke continuou fitando o rosto dele, com uma feição calma e suave. “Eu estou falando da sua aula. Eu pude pegar um pouco dela quando passei por perto de novo e também escutei das crianças quando voltei. Tudo que eles conseguem dizer é como você é legal e como gostariam de ter mais aulas.”

 

Os lábios de Kishibe se curvaram em uma desconstrução gradativa de sua forma irônica. Alguma ansiedade brotou em sua garganta quando ele pensou em responder de imediato, mas nada saiu. Ele franziu o cenho quando se desviou do maxilar marcado de Higashikata, sentindo-se preenchido até a borda por um sentimento que ele não reconhecia fazia muito tempo: inspiração.

 

“Eu queria poder falar mais com você, mas ainda estou no meu turno. Você poderia esperar um pouco quando vir buscar Heaven?”

 

O artista escutou um bocejo cansado escapar do cuidador. Bem, faltava pouco tempo para que ela fosse liberada, então ele não via problemas em aguardá-lo. “Creio que sim.”

 

“Ótimo!” E deu um singelo aperto em seu ombro direito, o que fez Rohan apertar os punhos e encarar suas costas largas se afastando outra vez.

 

Rohan queria produzir.

 

 

 

 

Heaven coçou o nariz ao colocar sua pequena mochila nas costas com a ajuda de seu próprio pai em um canto mais afastado dos portões onde o fluxo de crianças passava com seus responsáveis no instante da saída. Rohan, que estava de costas para Josuke naquele segundo, teve uma breve recordação. “Você teve tempo de tentar fazer aquela receita?”

 

Higashikata mexeu em seus cabelos quando escutou a pergunta, ainda guiando o restante dos pequenos para o lado de fora da creche. Havia começado a chover de repente fazia alguns minutos. Rohan pensou que, eventualmente, a chuva aumentaria ainda mais se sua memória não falhasse em se lembrar dos avisos noticiados na televisão.

 

“Na verdade, não. Mas eu estive pensando nisso, em como eu queria poder tentar alguma vez.”

 

O artista pensou no assunto. Era somente algo irrelevante e que ele tinha comentado apenas para segurar alguma espécie de fuga para todos aqueles silêncios desconfortáveis que existiam em conversas casuais e que ele odiava.

 

Talvez ele pudesse ensinar a Josuke... ou não. Parecia presunçoso demais.

 

“Eu sei que isso vai parecer meio petulante da minha parte, mas, sabe, você me ajudou de verdade hoje.”

 

Então Rohan estava certo sobre Josuke ganhar benefícios por sua indicação. Por algum motivo, ele não se sentiu irritado com esse detalhe. Ele não sabia muito bem o que esperar, no entanto, e naquelas circunstâncias, ele chutou meio alto ao achar que Josuke poderia cobrá-lo pelo que fez. Não seria um impasse assim tão grande, porque ele acharia justo — de alguma forma. Contudo, ele esperava mais do rapaz maior. Uma pequena parte dele desejava uma reação genuína: algo diferente de Otoishi Akira.

 

“Eu gostaria de convidá-lo para jantar na minha casa nesse final de semana.” Sua linha de raciocínio foi inteiramente interrompida ao escutá-lo. Até mesmo Heaven, que estava quieta e concentrada em brincar com as mãos de Rohan, parou para prestar atenção nele. “Seria interessante se você analisasse minha maneira de fazer essa receita por si próprio, como um pagamento por tudo isso.”

 

Um novo tipo de remanso havia atingido a atmosfera. O olhar expectante de Josuke parecia pressioná-lo ao passo que ele se manteve completamente encabulado. Inclusive o som das crianças, que estavam saindo naquele horário, foi abafado para dar palco à resposta do mais velho.

 

Ele estava pronto para abrir a boca e entregar sua melhor resposta cortês quando sua filha deu alguns puxões sutis na barra de sua camiseta. Seus olhos verdes e infantis cintilavam.

 

“Eu poderia aceitar, mas tenho um compromisso com Heaven. Eu não gosto da ideia de deixá-la com outras pessoas quando preciso sair.”

 

“Não é um problema. Você pode levá-la também se achar melhor, eu e minha mãe ficaríamos felizes em receber vocês.” Josuke se apressou em esclarecer, esfregando as orelhas inquietantemente.

 

Rohan gostou disso.

 

Heaven abriu seus braços para que ele a pegasse. “Nós já vamos, querida.” Rohan sussurrou enquanto fazia um leve esforço para pegar sua filha no colo. Ela devia estar cansada e com fome agora, então seria melhor se ele apenas não prolongasse as coisas. “Ok, tudo bem. Eu não posso prometer que não aparecerá nenhum imprevisto no caminho, mas, caso contrário, eu não vejo nada que nos impeça de irmos.”

 

Rugas se formaram nos extremos exteriores e na pálpebra de Josuke novamente em uma micro expressão de felicidade. O mais baixo estava começando a se adaptar ao seu modo bem-humorado.

 

 “Você pode levar sua esposa também, caso se sinta confortável. Eu me esqueci disso.”

 

Rohan colocou uma das mãos livres na cintura, não sabendo como se expressar perante a maneira como precisava revelar a Josuke que ele estava errado. “Eu não sou casado.”

 

“Oh.” Os olhos de Higashikata se abriram ainda mais em surpresa, fazendo o outro soltar uma risada longa e colocar as mãos na frente da boca e se conter para não deixá-lo ainda mais constrangido. “E-Eu não sabia disso, me desculpe!”

 

“Está tudo bem, a maioria das pessoas comete esse equívoco. Eu e Heaven estamos acostumados com isso.” O que não era uma mentira. Em realidade, Rohan pensava que sua filha lidava com essa situação melhor do que ele às vezes.

 

Josuke assoprou antes de balançar a cabeça, parecendo mesmo envergonhado. O artista apenas manteve seu sorriso entredentes, passando pelo mais novo com sua filha nos braços.

 

“Cuidado com a chuva, Rohan-sensei.”

 

Ele o olhou de soslaio, vendo-o acenar com as mãos em uma despedida para a menor, que também repetiu a mesma ação animadamente.

 

“Você também, Higashikata.”

 

Pela primeira vez, Kishibe não se sentiu mal ao se lembrar ou falar de Nanase.

 


Notas Finais


Eu não sei se já mencionei antes, mas Rohan tem 28 anos e Josuke 24 aqui. Enfim, fica aqui a informação.

Não posso falar ao certo quando o próximo capítulo vai sair, mas como ando tendo muito tempo livre e inspiração, creio que não vai demorar. Obrigado por quem leu até o final (e esperou também)! Me perdoem novamente.


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