O pequeno Killua
Capítulo único - Mamãe, me responda.
By: Marcy_Abadeers2
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–Mamãe? Mamãe!–O pequeno não desistia, ele sacodia o braço da mãe no intuito de obter sua atenção.
Kykyō, a mulher sentada numa confortável poltrona e com um livro em mãos a qual a criança chamava de mãe, então, olhou para ele, desviando a atenção do seu livro.
–O que foi, Killu?–Perguntou de forma doce, acariciando os cabelos da criança que estava penturada em seu colo.
–Mamãe, quero te perguntar uma coisa.–Ele dizia inocentemente, enquanto a mãe apenas o ouvia, paciente.
A mãe coruja então sorriu, tentando imaginar o que se passava na cabecinha infantil do seu filho de 6 aninhos. Ela sorria, o acomodando emdeu colo confortavelmente.
–O que quer saber, Killu?–Perguntou a mãe, mantendo um tom calmo e continuando a dar carinho aquela criança.
–Mamãe, quero que me responda uma coisa... –Começou a falar baixinho. Suas bochechas foram ficando vermelhas.
A moça acabou por rir com o estado do seu filho. Ela apertou suas bochechinhas e depois tocou a ponta de seu nariz, também vermelho, com a ponta do seu dedo.
–Não me diga que meu Bebezinho arrumou uma namoradinha?–A mãe brincou, o que fez o menor cobrir o rosto com suas mãozinhas rechonchudas graças a vergonha.
–M-mamãe, fale baixo!–Ele pedia em sussurro, envergonho.–A-ainda não estamos namorando...–Ele disse, brincando com um fio solto de sua camisa.
Ela ria daquela fofa cena.
–Tudo bem, tudo bem. Em que posso ajudar?–Perguntou a mãe cuidadosa.
–É que... Uma vez, ouvi o papai dizer que quando se ama muito uma pessoa, a gente cuida dela e... Fica junto...–Ele falava baixinho, envergonhado e de bochechas coradas.–Ele esta certo, né?
–Sim, amor, o papai esta certo. O amor funciona nesse caminho mesmo.–A mãe sorriu para ele, ainda mais por ver o quanto sua criança entendia sobre aquilo.
–Então... E se... Essa pessoa sentir o mesmo, é bom né?–Perguntou, receoso.
–Sim, é ótimo.–A mãe sorria largamente, olhando atenta para o sorriso que se formava no rosto do menor.
–Então... Não importa se eu gosto de um menino certo? Não importa porque a gente se gosta muito, né?–Ele perguntava com inocência e esperançoso que a mãe ficasse feliz como ele, mas foi bem pelo contrário.
Kykyō tentou engolir o que escutava da criança, mas não foi possível. Ela ficou sem reação, estática, encarando aquela criança tão pequena em seu colo com total horror.
–Killua, nunca mais repita uma idiotice dessas!–Ela alterou o tom da sua voz, segurando a criança pelos ombros e os apertando.
–P-por que? A-ai, esta doendo mamãe...–Reclamou com uma carinha de choro o pequeno.
–Não repita! Prometa para mim que não vai falar essa monstruosidade outra vez!–Ela apertava os ombros da criança, falando alto.
–M-mamãe, esta me machucando...–Os olhos da criança marejaram, ele estava assustado com aquela reação. Não entendia.
–Prometa, Killua!–Ela apertou com ainda mais força os braços da criança, o que o fez começar a chorar.
–P-prometo... M-me largue mamãe, esta doendo... –A criança pedia, chorando devido ao susto e ao medo misturados.
E ela o largou, o 'jogando' para o chão. A criança chorava, no chão e sem compreender, chorava com medo, chorava confuso e chorava por ser agredido daquela forma por amar.
–Espero que não repita! Onde já se viu, eu, ter um filho gay. Nunca!–Ela falou alto, fazendo o pequeno soluçar em meio ao choro.
...
Atrás da escola, sentado em um balanço e a balançar-se bem devagar e com ambos os pés ao alcance do chão, Killua encontrava-se de cabeça baixa, ainda mais choroso.
Desde a última conversa com a mãe a alguns dias ele não via Gon. O pequeno garoto confuso buscava entender entre sua inocência a razão para tudo aquilo acabar acontecendo.
–Te encontrei.–Disse Gon ao surgir derrepente, sentado no balanço bem ao lado do albino, o olhando e sorrindo de imediato.
–Gon...–Ele sussurrou, olhando o amigo brevemente, mas logo desviando o olhar.
O moreno, que não entendeu pois de nada sabia, inclinou um pouco a cabeça, ainda a olhar o albino. Ele não entendeu aquela repentina reação, ele só sabia que era algo ruim.
–Ei, o que houve?–Perguntou o moreno, preocupado com o bem estar do amigo.
–Eu contei para a minha mãe que eu gostava de você e... Ela brigou comigo.–O pequeno falava baixinho e tentava não chorar.
–Brigou? Por que?–Perguntou o moreno, ainda mais confuso.
–Meu pai me disse depois que... Dois garotos não podem se gostar. Ele disse que era errado... –Continuou o albino, ainda com o baixo tom, e ao fim suspirou.
–Hm... Então... Você não me ama mais?–Perguntou o moreno, raceoso.
–...Claro que eu amo!–O albino disse, meio corado, encarando o moreno ao seu lado.
–Então qual o problema?–Insistiu em perguntar ao amigo indeciso.
–Os adultos disseram que é errado, então nós não podemos... –Começou o albino.
Em segundos o moreno levantou-se do balanço onde estava e se aproximou do outro, aproximou o rosto e encostou seus lábios, lhe dando um selinho breve antes de se afastar.
–G-gon...–O albino que era tão branco, agora estava vermelho de vergonha.
–O que você sentiu?–Perguntou o moreno, sério, ainda que levemente corado.
–Senti... Amor...–Ele susurrou baixinho em resposta, envergonhado e ao olhá-lo.
–É o que sinto por você. Achou errado?–O moreno perguntou e o outro negou.–Então não fica assim... Vamos ficar juntos, e quando crescermos vamos nos casar e ser muito felizes.–Explicou Gon.
–Gon... –O albino, corado o olhava, tão feliz por tudo que ouvira.–Promessa de dedinho?–Lhe mostroudseu dedo.
–Promessa de dedinho.–Respondeu Gon, enlaçando seu dedo mindinho ao do outro.
E eles prometeram.
–Eu te amo, Killua.–Disse o moreno e abraçou o outro com força, o apertando com carinho e o aconchegando em sí.
O coração da criança batia forte, ele sorria bobamente e correspondia feliz ao abraço de Gon. Por mais que ele tivesse ouvido aquilo, ele ainda sabia que amava o amigo.
–Também te amo.–Sussurrou.
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