Viktor Krum apareceu diante deles em menos de alguns segundos e encarou Gina e Harry com o mesmo sorriso amigável de antes.
"O que te fez me tirar da minha diversão, Potter?" perguntou ele para Harry e, sem esperar uma resposta, se virou para Gina "Sempre um prazer revê-la, ruiva"
"Krum" ela disse com um aceno da cabeça duro que fez o jogador gargalhar, ainda mais relaxado. Harry grunhiu e disse de uma vez:
"Quero que você nos leve até Gregorovitch" Krum parou de rir e sorriu estranhamente, olhando em volta com desconforto, mas as pessoas pareciam não ouvi-los. Realização pairou sobre a expressão de Krum antes que ele perguntasse:
"Por que?"
Harry nem piscou ao responder:
"Porque Gina precisa de uma varinha" Viktor a avaliou por um tempo e então sorriu com simpatia.
"Muito bem, levarei-a até Gregorovitch" ele disse, mas adicionou "apenas ela, você sabe muito bem, Potter, que não pode ir até ele"
Harry apertou os lábios em uma linha fina antes que ele olhasse para Gina e visse as perguntas no olhar dela. Apesar da inquietude evidente dele, o garoto respondeu calmamente:
"Gregorovitch é um fabricante de varinhas que fez a varinha de Krum. Ele está em um lugar guardado e o Fiel do Segredo é o próprio Krum. Ele não pode receber muitas visitas, porque Voldemort está atrás dele e eu não posso ir lá, porque o idiota acha que eu vou entregá-lo para Voldemort."
Ela juntou as sobrancelhas e ele deu de ombros. Avaliando aquilo tudo, Gina olhou para Harry.
"Você tem certeza que os dois são confiáveis?" perguntou a menina por fim. Harry assentiu firmemente enquanto Viktor fazia um barulho ofendido com a garganta. Ela se virou para o apanhador búlgaro e assentiu.
"Ficarei esperando os dois aqui" disse Harry com um olhar perigoso para o amigo.
"Muito bem!" ele disse, reconstituindo sua expressão de alegria e ofereceu o braço para Gina, brincando. Ela revirou os olhos reprimindo um sorriso e andou pela direção que Krum apontava como a certa.
"Então, como você melhorou tanto seu sotaque?" perguntou Gina, curiosa enquanto caminhavam pelo Beco Diagonal "Ele era bem forte no Torneio Tribruxo"
Fora a última vez que ela vira Hogwarts, na verdade. Dumbledore havia permitido que ela comparecesse para ver o noivo jogar. Tudo por Hayden Potter.
"Harry me ajudou a superá-lo" disse Krum lentamente "depois de me ajudar a trazer Gregorovitch para o Reino Unido"
Gina se surpreendeu e olhou para ele, alarmada.
"Mas se Voldemort está atrás dele, não seria melhor se ele saísse?"
"Seria" o jogador admitiu com um sorriso "mas também seria mais óbvio. A melhor forma de esconder algo é deixá-lo nos lugares mais óbvios. Nenhum Comensal procuraria pelo país, porque eles não esperam que ele venha correndo para o país onde o querem morto, não é?"
"Faz sentido, na verdade" disse Gina, pensativa.
"Você voa, senhorita Weasley?" perguntou Krum depois de um silêncio pensativo, mas Gina abanou a cabeça, negando "que pena, a senhorita tem a personalidade e o corpo perfeito para ser uma ótima apanhadora ou artilheira"
"Sério?" ela perguntou, assombrada e maravilhada. Gina amava quadribol, apesar de sua mãe sempre gritar que aquilo era coisa de menino. Que diabos era coisa de menino, se qualquer modo?
Krum assentiu com um sorriso.
"Muito sério" ele disse e então franziu a testa "Harry disse que te treinaria?"
"Sim" ela respondeu com um aceno de cabeça.
"Então ele também pode te ensinar a voar" disse Krum "aquele garoto é o melhor apanhador que eu já vi na minha vida, incluindo a mim mesmo. Peça para ele, tenho certeza de que Harry não vai negar, além disso, assim que nos encontrarmos com ele, vou comprar uma vassoura para vocês dois"
"Não precisa se preocupar, eu tenho certeza de que podemos nos virar com as velhas Cleanswep 7" respondeu a Weasley, corando, mas Krum olhou para ela, horrorizado.
"Harry Potter voa em Cleanswep 7 quando está em casa?" Ele perguntou "eu sabia que aquele garoto tinha um segredo sujo"
"Por que você está falando isso?" Gina perguntou com o cenho franzido e o apanhador fica um pouco mais sério.
"Senhorita, não há casas em Durmstrang da mesma forma que há em Hogwarts. Nossos dormitórios são separados entre meninos e meninas, nada mais. Por isso, formar times de qudribol é quase sempre um problema. Os campeonatos são meninos contra meninas, sendo que temos dois times cada: um titular e um reserva. No primeiro ano de Harry, um dos nossos professores o viu voando por lazer e ficou tão impressionado que pediu para que ele demonstrasse as manobras que fazia na frente dos alunos. No final, ate as meninas estavam pedindo para o diretor colocá-lo no time delas."
Gina estava impressionada, mas forçou-se a reagir como um pessoa racional e comentou:
"Parece ter sido um ano agitado para o Harry"
O semblante de Krum se fechou e ficou sombrio.
"Foi muito mais que agitado" ele respondeu com um tom de mistério e Gina estava pronta para golpeá-lo com tantas perguntas quanto pudesse fazer quando ele parou e olhou para uma loja abandonada "aqui estamos"
Gina examinou a loja abandonada caindo aos pedaços com um olhar incrédulo.
"Como uma pessoa conseguiria morar nisso aí?" Perguntou a ruiva e Krum sorriu, misterioso, antes de se inclinar e sussurrar no ouvido dela:
"Isso aí é o Recanto da Fênix"
E sob o olhar assombrado de Gina, a loja se reconstruiu sozinha até ter a mesma aparência de uma casa italiana do século treze (procurar Palazzo Tolomei no Google Imagens).
"Vamos?" Krum estendeu o braço para ela mais uma vez, mas Gina estava tão surpresa que apenas caminhou até a porta, apressada. No último segundo, ela se lembrou da boa educação e, corando, gesticulou para que Krum abrisse a porta.
Rindo, ele o fez e gesticulou para que ela entrasse primeiro.
"Greg!" Ele disse em voz alta "onde você está?"
"Cozinha!" Veio a resposta com um sotaque carregado.
"Siga-me" disse Krum, caminhando pelo corredor, passando do lado da escada e chegando até o fim do corredor, virou. Não havia paredes para dividir a cozinha do corredor, ele apenas acabava no comodo.
E lá estavam sentados três homens e duas mulheres. Os cinco já eram muito velhos, Gina podia dizer, ainda que os da extrema direita fosse muito mais novo que os outros três.
"Ah, todos vocês estão aqui" Krum disse parecendo feliz em ver todas aquelas pessoas, que sorriram para ela gentilmente "senhorita deixe-me apresentá-la aos demais"
Gina caminhou para perto da mesa, observando os idosos e adultos.
Havia um homem na extrema esquerda da mesa redonda que tinha uma barba parateada que descia até seu cinto, olhos azuis com um brilho estranho por baixo oclinhos de meia lua e o nariz levemente torto, como se tivesse sido quebrado. O bruxo tinha um sorriso gentil e usava vestes azuis e prateadas. Krum apontou para ele primeiro.
"Esse é Albus Dumbledore, agora diretor do Instituto de Magia de Durmstrang, mas ele foi diretor de Hogwarts nos anos em que seus pais e os de Harry estudavam lá."
Ela não sabia o motivo, mas sentia que poderia confiar sua vida a Dumbledore. Gina sorriu e disse:
"É um prazer conhecê-lo, professor"
"Ah, é um prazer também, senhorita Weasley" disse o diretor com um sorriso afável. Krum apontou para a mulher ao lado de Dumbledore e disse:
"Essa é Perenelle Flamel"
Ela usava um vestido de veludo vinho e detalhes pretos que parecia aristocrático, na opinião de Gina. Os olhos dela eram castanhos como os dela. Perenelle tinha o rosto fino e as maçãs do rosto altas como a de uma atriz trouxa que Gina tinha visto uma vez e cabelos prateados tão longos quanto a barba de Dumbledore. E sorriu amigavelmente para ela.
"Senhorita Weasley" disse a mulher com um aceno da cabeça que Gina retribuiu.
"Sra. Flamel" murmurou.
"Doutora" corrigiu a mulher com educação "doutora Flamel"
"Ela adora mostrar o título que tem a mais de cento e cinquenta anos" disse o homem ao lado dela com um sorriso de brincadeira, mas Perenelle olhou para ele, revoltada.
"Eu lutei muito para conseguir esse título, Nico!" disse com um olhar mortal para o homem, que a encarou com orgulho e carinho.
"Sei disso, querida e eu não poderia estar mais orgulhoso"
Krum revirou os olhos para ela, divertido e disse:
"Esse é Nicolau Flamel. Ele e Perenelle descobriram a Pedra Filosofal, por isso têm mais de seiscentos anos"
Gina assentiu, entendendo, enquanto avaliava o marido de Perenelle com atenção. Nicolau tinha o rosto rechonchudo e enrugado, nenhuma barba evidente e seu cabelo branco como algodão era curto, mas parecia macio como um nuvem, tinha olhos azuis escuros como o fundo de uma garrafa. Ele usava vestes como as de Dumbledore, mas com a cor amarela bebê ao invés de azul e prata.
"Senhorita Weasley" disse com um sorriso, que ela retribuiu. A bruxa ao lado dele não sorriu, mas Gina sabia quem ela era.
Minerva McGonagall a encarou com os olhos surpreendentemente gentis. Ela fora a professora de Transfiguração dela em Hogwarts antes que fosse expulsa. Era também a diretora desde que Gina conseguia se lembrar. Ao que parecia, ela suscedera Dumbledore.
"Senhorita Weasley" a bruxa disse. Ela usava seus cabelos no coque habitual e usava o mesmo verde esmeralda de sempre, o que acalmou Gina de alguma forma.
McGonagall fora uma dos únicos professores que testemunharam para que ela continuasse em Hogwarts e fitara a aluna com tristeza ao saber da decisão do Ministério de manter a expulsão dela.
"Vejo que já conhece a tia Minnie" disse Krum com um sorriso e, ignorando o olhar que a professora deu a ele ao ouvir o apelido, apontou para o último dos homens "esse é Gregorovitch, fabricante de varinhas desde antes de Ollivaras sequer nascer"
"Não precisa de tanto, eu não sou tão velho assim" disse o homem.
Ele usava roupa de gala preta, o cabelo impecavelmente branco estava penteado para trás e fixado com gel e ele tinha a barba e o bigode impossivelmente bem feitas.
"Greg, nós precisamos de uma varinha para a senhorita Weasley" disse Krum sem se incomodar em responder o fabricante, que olhou para Gina com atenção e assentiu lentamente com um ar de quem sabe de tudo.
"Eu tenho uma perfeita para a senhorita" disse ele se levantando e saindo "com licença"
"Ele vai voltar com a sua varinha daqui a pouco" disse Perenelle com gentileza "quer um chá?"
"Não, obrigada" Gina recusou com um sorriso educado. Se tivesse que beber chá mais uma vez naquela semana ela iria enlouquecer.
"Alguma cerveja amanteigada, talvez" disse Krum pensativo "ou café"
Gina olhou para ele, esperançosa.
"Café?" Perguntou com cobiça, o que fez todos ali rirem e ela corar. Krum balançou a cabeça, mas antes que pudesse falar, Dumbledore disse:
"Acredito que não temos café, Sr. Krum"
Ele fez um biquinho adorável e disse com um suspiro:
"Parece que vou ter de convencer Harry a comprar um café para a senhorita"
"Não precisa" disse Gina rapidamente.
"É claro que precisa" disse Perenelle com um sorriso um pouco menos gentil "não se prive só por causa da educação, senhorita Weasley."
"Educação é importante, mas ser feliz é uma prioridade" disse Dumbledore com sabedoria.
"Falando em educação, o senhor deveria visitar Harry" disse Krum com a voz um pouco mais seca para o diretor, que sorriu e respondeu:
"Eu iria, meu caro rapaz, mas James me impediu de atravessar as barreiras da Mansão dos Potter depois que eu insisti que Harry era o verdadeiro Menino que Sobreviveu há vinte anos atrás." o diretor disse calmamente, fazendo com que Gina olhasse para ele, chocada. Harry era o verdadeiro Menino que Sobreviveu? Mas como poderia ser? Como...
Harry e Hayden eram gêmeos, sua tola. A voz ecoou na cabeça de Gina como um sino. É claro que estariam juntos no ataque à Godrics Hollow, eles eram irmãos, pelo amor de Merlin. E isso significava que Harry fora alvo de Voldemort também. E ele... era aquele que deveria derrotar o Lord das Trevas.
Gina se sentiu repentinamente tonta e se apoiou na cadeira a sua frente. Krum a observou com discreta preocupação, mas não teve tempo de falar nada, porque Gregorovith entrou de volta na cozinha naquele momento segurando uma caixa própria para varinhas.
"Aqui está a varinha perfeita para você senhorita Weasley" disse o fabricante, abrindo a caixa e estendendo-a para Gina, que olhou cautelosamente dentro. Entre sedas, havia uma varinha de vinte e oito centímetros feita de uma madeira escura como ébano e vários arabescos no cabo, assim como uma ponta arredondada ligeiramente mais fina que o resto da varinha.
Gina não conseguiu evitar o sorriso que nasceu naturalmente em seu rosto depois que ela viu a varinha. Antes mesmo de tomá-la em mãos, sabia que seria a certa.
"Obrigada" ela sussurrou, emocionada enquanto pegava a varinha. Gregorovith, ao ver o encanto da moça sorriu com bondade. Quando a mão dela se fechou ao redor da varinha, uma sensação quento passou pelo corpo dela e a varinha soltou faíscas douradas antes de se acalmar "É maravilhosa"
"Não é?" perguntou Gregorovith com um olhar suave em direção a sua criação "Pena de fênix e madeira de dalbergia, sempre é uma ótima combinação. Ambos são muito raros."
Krum e os outros pareciam espantados ao ouvir o fabricante falar e Gina, observando aquilo, estranhou e perguntou:
"Qual é o problema?"
"Bem, senhorita" disse Nicolau Flamel com gentileza "veja, essa varinha tem a mesma composição que a varinha do Harry e em muitas culturas bruxas fora da Grã-Bretanha os bruxos acham que quando a composição das varinhas são iguais entre dois bruxos eles estariam destinados a lutar lado a lado, como parceiros. Isso se provou verdadeiro em todos os casos dos quais se ouviram falar."
Gina franziu a testa e olhou para a própria varinha. Ela esperou o medo, a apreensão, a negação... mas não conseguiu nada. Não havia nada nela se não determinação silenciosa e aço sendo forjado para se tornar uma arma. Uma arma para aquela guerra.
"Independente disso" Krum disse com um olhar de aviso para os mais velhos "é melhor voltarmos, Harry vai ficar preocupado se demorarmos muito."
"Ok" Gina guardou a varinha no bolso da calça jeans trouxa que vestia "foi um prazer conhecer vocês e revê-la, professora."
"Srta. Weasley" todos eles disseram em unissono como despedida. Os dois jovens saíram e antes que Gina pudesse comentar algo, Krum disse:
"Você conta para ele"
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