Capitulo 4
Um guarda Real
As copeiras levaram o café da manhã. Entretanto junto com elas entrou a prima de Jensen que havia libertado Jared na masmorra Kven dois dias antes. Jared a observava ainda acorrentado a cama. Ela riu.
- Meu primo tem um gosto maravilhoso para homens não é?- disse ela sentindo raiva.
Ele se sentou.
- Lembro de você... me perdoe pelo tapa mas eu precisa...- ela socou-lhe o rosto e ele estava começando a sentir ódio de tanto apanhar desde que fora socorrido pela realeza.
- Alona, prazer... não, prazer eu teria mesmo se você estivesse desse jeitinho acorrentado na minha cama... Mas você escolheu o meu primo!
- Não, alteza, eu escolhi a liberdade. – disse seriamente – Mas eu estou preso aqui.
Jensen entrava no quarto naquele momento.
- O que você quer aqui, Alona?
Ela virou-se para Jensen.
- Queria me vingar pelo tapa que ele me deu ao libertá-lo mas parece que eu já fiz isso.
- Então, fora do meu quarto! – ordenou ele
Ela riu e saiu andando a passos lentos. Jensen trancou a porta e levou a bandeja até Jared. Os dois se encararam e Jensen sentiu seu coração acelerar com aquela proximidade. Sentia-se sexualmente dominado por aquele homem agora, até pelo seu olhar, até pela sua respiração.
- Pode fazer seu desjejum... – O príncipe sentou-se em sua cama observando o outro com um olhar diferente.
Os homens que tivera na vida haviam sido somente por brincadeira no começo, exatamente como ele. O caso é que se apaixonava com facilidade. Desta vez era diferente porque viu um tipo de sofrimento que nunca havia experimentado. Jensen não sabia se adotava uma postura protetora ou tornava-se um homem brutal e sem sentimentos e como transitar de um comportamento para o outro mantendo o equilíbrio.
- Não vai consumar seu desejo, meu príncipe? – jared parecia subserviente demais e na verdade estava entregando seu corpo em troca de proteção e comida para a família. Odiava isso mas era dessa forma ou a morte na arena de execução.
Jensen sorriu tristemente.
- Apenas coma...
Jared já tinha comido algumas frutas e bebido leite de cabra. Então decidiu puxar o príncipe pelo braço e imobilizá-lo sob ele na cama.
- O que é isso?! Vai me matar?! – falava a meio palmo da boca do moreno.
- Por que é que não me quer mais? – Jensen fez uma expressão confusa – O que eu fiz para não me querer mais?
- Quem lhe disse que não lhe quero? Foi minha prima?
- Eu estou vendo em seus olhos.
- Você enlouqueceu... Eu só penso em você desde que te vi...- respondeu lascivamente
- Então porque ta me evitando? – Chegou a boca bem perto da boca do príncipe como se fosse beijá-lo e quando Jensen fechou os olhos, Jared afastou-se e ficou observando como era bonito aquele príncipe.
Jensen abriu os olhos com raiva e tentou empurrá-lo.
- Saia de cima de mim!
Jared se levantou e se afastou com expressão de preocupação. Jensen olhava-o tentando resistir e não parecer tão entregue pois isso seria um perigo mas não conseguiu. Afastou a bandeja da cama e empurrou Jared se colocando sobre ele na cama. Então o beijo foi tórrido. A língua de Jensen vasculhava a boca do moreno, com paixão. Então sentiram suas ereções. Jensen beijava o pescoço do moreno que fechou os olhos com o toque daqueles lábios.
- Delicioso... – Jensen o olhou nos olhos – Você é um sonho, eu jamais vi homem tão bonito... como não vi você antes?
- O príncipe nunca andou pela aldeia? – falava sem fôlego e Jensen achou seu jeito sexy muito apaixonante. Estava enrascado, pensou.
- Não costumo muito ir a aldeia, os mais velhos proíbem...Queria tanto você sem algemas e correntes...
O príncipe passou a beijar o corpo do polonês moreno e atlético. Então quando chegou a calça, viu a ereção imensa de Jared e puxou sua calça.
- Quero você nú...
Jared atendeu e ajudou-o a tirar sua calça. Jensen passou a lhe masturbar o membro ereto ouvindo os gemidos abafados do moreno. Com uma mão ele o masturbava e com a outra acariciava-lhe o abdome e peito. Em seguida abocanhou sua ereção, o que fez Jared soltar um gemido alto. Jensen sorriu. Era uma delícia finalmente ouvir aquilo. Normalmente nunca havia esperado dois dias míseros dias para ter o que queria de homem nenhum mas com ele foi diferente. O polonês não era um príncipe muito bem cuidado vindo de outro reino a visita. Ele fora achado na masmorra, com fome, desesperado, com medo. Esse poder excitava mais Jensen. Queria tê-lo, compra-lo, possuí-lo. Poderia oferecer quinhentas moedas de ouro a sua família por ele, mas para que comprar se já estava tendo-o quase de graça? Não fazia mais sentido. Ele fora apanhado roubando, não era mais um homem livre, que pudesse ser comprado de sua família como as mulheres eram. Era raro em Kvenland um homem ser comprado, a menos que fosse para ser escravo. Entretanto em sua grande família era comum que se visse vez por outra alguém comprar escravos sob a desculpa dos trabalhos pesados porém a noite tudo era diferente e os escravos eram mesmo usados sexualmente por homens e mulheres da família Kven.
Não demorou a Jared atingir o orgasmo na boca do príncipe. Jensen continuava chupando-o, gemendo.
- Delicioso...
Recompôs-se. Sorriu.
- De fato – comentou Jared – Você é realmente bom nisso...
Eles se encaravam e Jensen permanecia excitado observando-o.
- Espero um dia poder tirar essas suas correntes e que você seja realmente meu...
- Isso é mais difícil, Alteza...eu sou de coração a quem demonstra ser um homem digno, de compaixão pelos outros...
Jensen se mostrou triste.
- Eu sou assim.
- Ainda não vi isso. – Jared esticou a mão na bandeja e pegou um pão – Talvez algum dia mas a realeza nunca muda.
Jensen o observava com tristeza. O homem o achava um ditador como seu pai, um déspota sem coração pelo seu povo e o que poderia fazê-lo mudar de idéia? Tentaria isso com todas as suas forças.
~x~
Era final de semana e Jared já estava na companhia do príncipe por três dias quando Jensen o levou para assistir um treino de luta. Ele estava apenas com algemas a frente do corpo e caminhavam com um guarda real do lado. Assistiram todas as demonstrações quando Jared pediu para lutar.
- Alteza, eu poderia demonstrar que sei lutar?
- O que? Não!
- Por que não?
- Por que ...porque você pode se machucar, pode se quebrar... não!
- Eu não vou me quebrar, alteza e eu gostaria de entrar para a guarda Real um dia... por favor...- Ele olhava Jensen com um olhar carinhoso
- Ta, vai lá mas se quebrar algo, eu não vou cuidar de você!
Jared sorriu e olhou para o guarda que detinha suas chaves. O guarda o libertou das algemas e lá foi o moreno para a arena de luta sem saber quem enfrentaria. Jensen teve vontade de mandar o homem mais forte da guarda para dissuadi-lo da idéia mas achava que ele se mataria tentando provar que era melhor.
Entraram na arena ele e um homem de mesmo porte, tão alto quanto ele, tão forte quanto ele aparentava. Jensen ficou apreensivo porém não tentou intervir.
A luta começava e via-se a extrema vantagem de Jared sobre seu oponente. Ele era mais rápido, mais habilidoso e mais forte. Em cinco minutos a arena lotou de guardas para ver o espetáculo que o polonês demonstrava. Em mais dez minutos, ele tinha o adversário totalmente imobilizado. Jensen estava surpreso e contente, chegou a esboçar um sorriso. Nesse momento o Rei apareceu. Roger viu o escravo de seu filho imobilizar um homem forte. Ganhar a luta e ainda sorrir para o príncipe.
- Esta na guarda Real! – gritou o Rei.
Jensen arregalou os olhos.
- O que meu pai?! – levantou-se e o silêncio se fez.
- Já disse, esse homem está na guarda Real e vai treinar diariamente, dormir no alojamento da guarda e comer com os guardas! Não haverá discussão!
Jensen saiu correndo em direção ao pai enquanto Jared sorria de felicidade por não ser mais escravo sexual do príncipe e poder sustentar sua família com dignidade. Sabia a dimensão da sua sorte naquele momento, fora realmente uma coincidência incrível o Rei aparecer na arena justo naquela hora, na hora em que ele vencia. Ajoelhou-se e agradeceu ao seu Deus Sudz, o Deus polonês do destino e da glória. Achou que sua mãe rezava para ele.
- Pai! Pai! – Jensen gritava e quando chegou perto do Rei, deteve-se abaixando o tom de voz – Eu o salvei da morte, ele era um ladrão no mercado...
- Eu sei...- o Rei baixou o tom de voz- E eu sei o que anda querendo com ele, você não toma jeito... Eu vou aprontar logo seu casamento com uma princesa para me dar netos e você pode se esfregar em homens o quanto quiser, eu não me importo com você, contanto que não faça todos saberem, seu estúpido...
- Pai, eu sei o que o senhor aprova e não aprova em mim e em todos nós mas eu só peço que me deixe leva-lo para meus aposentos, onde já está sob prisão...por favor
- Jensen! Sob prisão?- o Rei gargalhou- Você está se aproveitando do escravo e diz que ele está sob prisão? Tenha a decência real de admitir seus atos!
- Eu tenho, pai, só peço que me deixe ficar com ele mais tempo, pode colocá-lo na guarda mas mantenha ele perto de mim, pai...o senhor sabe que nos alojamentos da guarda eu posso ficar sem ele...
- Vai, Jensen, vai, leva o homem pra ti, mas não deixe jamais esses guardas saberem que você só gosta de homens e muito menos outros reinos e...- fez uma pausa- Na hora certa, você vai me recompensar por esse ato, entendeu?
- Tudo bem, pai, eu o recompensarei.
Roger foi embora subindo em seu cavalo. O cochicho era ruidoso. Jared estava parado na arena com ódio de Jensen por achar que ele tinha o impedido de entrar para a guarda. O príncipe resolveu sair antes do local sem o seu escravo, agora guarda real, fez sinal para que seus guardas o levassem para seus aposentos assim que saísse.
Estava sentado a uma mesa com pergaminhos e penas quando os guardas chegavam com o prisioneiro. Empurraram-no com as algemas para dentro do aposento.
- Você me fez perder a guarda? – perguntou Jared.
- Onde está o alteza, seu atrevido? – disse Jensen se levantando.
- Não chamo de alteza um homem com o qual faço sexo...
Jensen pegou um chicote pendurado na parede e partiu pra cima de Jared, que recuou até a parede.
- Faça!
Jensen deteve-se e não conseguiu usar o chicote.
- Você ainda esta na guarda, seu idiota! Eu não pedi que ele retirasse a ordem, eu apenas pedi que você continuasse comigo! Estúpido!
Jared baixou o olhar. Pensou por muitos minutos.
- O que eu ganho estando aqui com você se posso ser livre?
O príncipe deixou rolar uma lágrima.
- Não ganha nada...realmente, você não ganha nada... pode ir – O príncipe se atirou em sua cama, chorando copiosamente. Pela sua vergonha. Pela sua derrota no amor. Por estar apaixonado por aquele homem.
Jared foi até ele.
- Quero que saiba que sou grato por tudo que fez por mim e vou demonstrar minha gratidão... não sou um moleque, sou um homem de valor e você saberá.
Jared saiu pela porta dos aposentos e Jensen chorou mais ainda. A derrota maior era não ter conseguido conquistar nenhum sentimento daquele homem...
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