História O professor de Literatura - Esperanças

 Era manhã de segunda feira, Taehyung acordou com um pouco de dor de cabeça, estava com uma leve ressaca da noite passada. Se levantou e foi direto para o chuveiro.

Na cozinha Namjoon e Jin tomavam café da manhã.

- Ah, Namjoon, não acho legal a gente ficar escondendo nossa relação do Taehyung.

- Não estamos escondendo, a gente nem namora.

- Mas a gente se pega todo dia, a gente se gosta, isso não é um namoro, Namjoon? 

- Eu não sei, a menos que você queira... - Namjoon segurou a mão do mais velho que estava sobre a mesa, fazendo o mesmo corar.

- E-eu quero... 

- Sério? - Namjoon sorriu.

- Sim, eu quero muito.

Namjoon sorriu ainda mais largo, fazendo seus olhos quase fecharem, Jin retribuiu o sorriso, de forma tímida, enquanto observava seu então namorado se levantar e ir até o mesmo para lhe dar um beijo.

...

- O que que foi isso? - Disse Taehyung, chocado.

- Nós estamos... namorando- Disse Namjoon.

- Que? Do nada?  - Disse Taehyung que ainda estava surpreso e um tanto chocado.

- Não foi do nada, faz tempo que a gente se gosta... - Disse Jin

- E transa - Completou Namjoon.

- NAMJOON! - Jin deu um leve tapa na mão do namorado.

- O que?  Meu Deus, é muita informação. - Disse Taehyung, rindo soprado.

- Pois é, agora estamos namorando, você chegou na hora em que decidimos isso. - Disse Namjoon, sorrindo de uma forma apaixonada para Jin.

- Bom, é muito estranho saber que meus amigos estão namorando, até porque vocês eram amigos e estou um pouco chateado de nenhum de vocês me contarem antes o que sentiam um pelo outro para mim, mas tudo bem, eu estou feliz por vocês, de verdade. - Taehyung realmente se sentiu feliz pelos amigos.

- Obrigado Taehyung. - Disse Jin.

- É, obrigado Tae, é importante pra gente o seu apoio. 

 (...)

Todos tomavam o café da manhã juntos, enquanto recordavam sobre a noite passada no Pub. Taehyung havia se animado tanto naquela noite (após beber vários drinks) que cantou no karaokê, depois dançou na pista de dança e beijou três garotos e uma garota.

- Mas você se lembra não é, Tae? - Perguntou Jin.

- Claro, dessa vez não bebi tanto, não estava afim de ter uma ressaca de novo.

- Uau, quer dizer que não se arrepende? - Jin perguntou novamente, enquanto mordia sua torrada.

- Não, não me arrependo, e por que me arrependeria? Estou solteiro. - Respondeu de forma séria, enquanto tomava seu café preto.

- Ah... é, tem razão,  você tem que aproveitar... - Disse Jin, se sentindo meio constrangido pela resposta de Taehyung, pois sabia que aquele assunto o deixava mal por dentro, mas Taehyung não iria demonstrar que estava mal, na verdade estava fazendo o possível para não falar sobre Jungkook e o que estava sentindo.

- Aliás, hoje à noite vou sair de novo e... - Taehyung foi interrompido pelo telefone que tocava na sala.

- Eu atendo. - Completou.

...
  * Ligação On *

- Alô

-Sim, sou eu mesmo.

- Ah, sim, claro, atuei como professor por um ano, como diz o currículo, também dei aulas particulares numa residência e...

- Claro, ser professor substituto? tenho interesse sim.

- Ótimo, poderemos conversar pessoalmente sim, senhor.

-Sim, conheço o Colégio, aliás, é um excelente Colégio.

...

- Ah, entendo...

- Claro, amanhã às 07h da manhã?  claro que poderei ir.

- Ok, obrigado, um bom dia para o senhor também.

* Ligação Off *

- Era do Colégio Sogang... - Disse Taehyung, aos amigos.

- E ? - Perguntou Jin.

- O diretor do Colégio quer que eu vá amanhã para me entrevistar melhor. Está interessado em mim, quer um  professor substituto para dar aula para a turma do último ano, o diretor disse também que não sabe por quanto tempo e que talvez possa ser um cargo permanente, ele vai falar com o professor para confirmar, mas amanhã isso será discutido melhor, e bom... amanhã ficarei sabendo se vão me contratar. - Taehyung dizia tudo aquilo com muita empolgação.

- Uau, isso é demais, Tae - Disse Jin, se sentindo animado pelo amigo.

- Você vai conseguir. - Disse Namjoon, também animado.

- Eu espero que sim. - Taehyung mordeu seu lábio com força e em seguida abriu um grande sorriso.

- Pelo menos uma coisa boa... - Completou, mas lembrou se de Jungkook, do quanto era bom trabalhar na sua casa e poder ver a empolgação do garoto enquanto lia um poema. malditas lembranças... foi o que o garoto pensou logo em seguida. Quando se deu conta, seu semblante ja estava entristecido.

- Tae, não vai terminar seu café? - Perguntou Jin.

- Ah... é,  vou sim. - Taehyung forçou um sorriso e se sentou a mesa novamente.

(...)

- Mãe, que bom que acordou, o médico disse que você vai ficar bem se tomar seus remédios e não se estressar tanto. - Disse Jungkook, enquanto segurava a mão da sua mãe, que se encontrava na cama do hospital.

- Não existe uma forma de não se estressar com vocês dois se matando na minha casa, Jungkook. - Respondeu a senhora, enquanto olhava para a parede, com os olhos tristes.

- Me desculpa mãe. - Jungkook sentiu um aperto no coração.

- Ah... Meu filho,  mas também a culpa nem é sua, você tem o direito de se sentir injustiçado, porque seu pai realmente foi injusto.

- Ele foi um merda, um babaca, um...

- Deixa eu terminar, Jungkook.

- Ta... - Jungkook  comecou a se sentir estressado por falar do pai.

- Eu não concordo com nada daquilo, Jungkook, você sabe que eu apoiava e ainda apoiaria o seu relacionamento com o Taehyung. Mas... infelizmente eu não posso decidir as coisas, ele quem manda, se eu falar algo... ah, esquece.

- Não,  agora eu quero saber. Fala mãe,  se a senhora falar algo o que vai acontecer? - Perguntou seu filho, curioso e desconfiado.

- É complicado, Jugkook, você não entenderia. - A mesma fechou os olhos, para não chorar, mas tentou indicar que era apenas cansaço, para não preocupar o filho. 

- Mas o que você tem que entender é que eu não tenho voz, sou a dona de casa e apenas isso, não ''a chefe'', como diz seu pai, ele é o ''chefe'' o ''rei'' como ele sempre se auto dominou... seu pai é muito machista, mas nosso país inteiro é assim também, mas isso ainda vai mudar, tenho certeza, as coisas estão mudando... - Completou.

- Porém, as coisas pra você ainda poderão dar certo.- Sua mãe ainda estava com seus olhos fechados, tentando fazer sua lágrimas "secarem".

- Como mãe?  

- Eu estou guardando um dinheiro para comprar uma casa nova.

- E...?

- E daí que seu pai não sabe, eu quero ter uma casa só pra mim, vou pedir o divórcio, estava querendo isso a um bom tempo... mas você pode morar comigo quando dar certo e eu juntar o dinheiro que eu preciso... mas vai ser daqui seis meses eu acho. Então você vai ter que terminar seus estudos e seguir as regras dele... 

- Sério mãe? Mas se ele souber que você vai...

- Ele não vai saber. Será nosso segredo. Aliás, onde está seu pai? Aquele idiota não vai me ver? tudo bem que nosso relacionamento é um lixo mas não vir me visitar... não esperava que ele fosse tão indiferente assim. Ah, não importa, eu vou ter alta amanhã mesmo... 

- Ele veio mãe.. mas não queria ficar no mesmo ambiente comigo, estamos brigados, esqueceu? 

- É, seu pai é uma criança de 50 anos. 

- Enfim, eu vou ir comer aluma coisa, mãe, aí aquele homem que se diz meu pai virá falar com você.

- Ok, meu filho, vai. Eu te amo.

- Também te amo, mãe. Depois eu volto. - Disse Jungkook. O garoto beijou a mão da mãe e se retirou do quarto.

Ao sair da sala, ouviu gritos na recepção, vindos do seu pai.

- Pra que que ela tem que ficar mais um dia? Ela pode descansar em casa.

- Mas senhor, ainda precisamos monitora-la e... - A recepcionista do hospital tentava explicar, mas foi interrompida pelo senhor, que estava nervoso.

- Vocês querem é dinheiro, ela poderia ir embora sim. 

O pai de Jungkook parou seus xingamentos assim que viu o filho parado observando tudo.

- Ah, foda se, eu vou visitar ela agora, mas isso não acabou. - Finalizou o senhor, indo até o quarto e evitando olhar para o filho.