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História O que corre em nossas veias... - Capítulo Oito, Madalena Vanya - Contato imediato de outra - História escrita por DeathSmile - Spirit Fanfics e Histórias
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História O que corre em nossas veias... - Capítulo Oito, Madalena Vanya - Contato imediato de outra


Escrita por: DeathSmile

Notas do Autor



Capítulo 9 - Capítulo Oito, Madalena Vanya - Contato imediato de outra


Fanfic / Fanfiction O que corre em nossas veias... - Capítulo Oito, Madalena Vanya - Contato imediato de outra

Capítulo Oito

Madalena & Vanya

Contato imediato de outra realidade

Madalena passou a semana tendo pensamentos conflitantes sobre como prosseguir com sua presente situação.

Por um lado, estava muito tentada a se aproximar da moça de olhos vermelhos e tatuagens que malhava na academia. Por outro lado, estava realmente apavorada com a possibilidade de desenvolver qualquer tipo de sentimento por aquela moça além de sua atração sexual.

Não era como se Madalena tivesse se mantido casta como uma freira puritana após seu término de noivado, na verdade, teve sua modesta fase libertina onde redescobriu sua sexualidade, na maioria das vezes, eram pessoas dentro do seu antigo círculo de amigos surdos e/ou mudos e colegas da faculdade igualmente surdos e/ou mudos. Pois, novamente, Madalena não estava a fim de se aproximar de pessoas ouvintes tão cedo, apesar de que estava bem-disposta a abrir uma exceção para aquela moça de olhos vermelhos.

O problema era: durante esse seu período pós-término, Madalena teve atração por muitas pessoas, a maioria mulheres, o que inclusive a levou a acreditar que era lésbica, até que chegou à conclusão que de fato sentia atração por homens, a diferença era que agora achava eles extremamente estúpidos. No entanto, nessa presente situação, Madalena nunca se viu tão encantada e com expectativas sobre uma pessoa assim, algo que obviamente poderia facilmente ultrapassar a barreira limitante da atração física que era onde Madalena queria que as coisas parassem.

Sua atitude até agora foi voltar a focar em sua rotina da academia para reestabelecer seu corpo após a cirurgia do coração e, após se sentir disposta o suficiente, pensaria no que fazer a respeito da moça.

Podia ser uma atitude covarde? Podia, mas a inércia dessa situação era muito mais confortável do que decidir qualquer coisa.

A semana passou tranquila e sem nenhuma outra aproximação com a moça de olhos vermelhos, não que ela não parecesse simpática ou receptiva, mas Madalena agora estava fazendo um intencional esforço para evitar a outra.

Até que, durante uma quinta-feira, o celular de Madalena vibra na saída da academia.

E.C. Gomes Rosa

digitando

 

Lena, tivemos um pequeno problema com a editora que iria publicar o seu estudo. 19:36

Houve uma fatalidade na vida de um dos editores e ele teve que se mudar em emergência para o outro lado do país e não estará mais disponível para trabalhar no seu livro. 19:38

Por causa disso, a editora reorganizou os times que tinha e um novo time de editores foi escalado para nos atender. 19:38

19:39 Vou ter que fazer a apresentação do projeto de novo?

Sim. 19:39

Eu já até marquei um horário amanhã para você comparecer na editora. 19:39

19:40 Que horas?

10 da manhã. 19:40

Madalena grunhiu de desgosto nessa parte. Detestava acordar cedo, ainda mais ir à compromissos cedo.

19:41 A Ana Clara vai estar lá para traduzir?

Não. Eu esperava que você pudesse fazer a apresentação sem um tradutor de libras. 19:41

Mas a editora ainda assim disse vai providenciar um tradutor para você que estará a disposição quando chegar lá. 19:42

Madalena bufou e fechou o celular, não querendo ver mais mensagem nenhuma de seu editor chefe naquele momento.

Lena guardou seu celular no bolso, entrou em seu carro e foi para casa.

+++§§§+++

Acordar cedo para Madalena, além de doloroso era extremamente incomodo e difícil. Afinal, como surda, ela não conseguir escutar nenhum alarme além dos programados para vibrar e mesmo isso era difícil, pois Madalena tinha um sono bem pesado.

Com um esforço hercúleo, Lena consegue acordar cedo e a tempo para comparecer à reunião, algo que seu corpo pareceu não gostar nem um pouco. A sensação era de que tinha sido atropelada por um caminhão cegonha cheio de carros blindados, para piorar, a sensação fantasma de ter brotos e flores espinhosas dentro de seu corpo continuava, mesmo após a cirurgia com o Dr. Tadashi. Ele havia lhe dito que levaria alguns meses para o seu corpo compreender que não estava mais com a maldição ativa, enquanto isso, os sintomas não eram reais, mas a sensação era bem real.

Lena foi para sua grande cozinha e tomou o seu “café-da-manhã” que estava mais para almoço e já se constituía de arroz branco, bife, ovos cozidos, salada e muffins de chocolate. Para ela, era algo normal, já que raramente acordava de manhã para ter aquela típica refeição leve no desjejum, geralmente acordava na hora do almoço e almoçava como tal.

Tomou banho e se vestiu com uma blusa de cetim cor de creme bem leve e solta, seu blazer azul marinho e sua calça social cor de chumbo, precisava parecer respeitável naquela ocasião, então nada do despojo que comumente ostentava.

Madalena se olhou no espelho e ajeitou seus cabelos cor de rosa. Já era melhor comprar mais tinta e separar um dia para retocar a tinta, suas raízes douradas já estavam ficando bem aparentes.

Lena vai para o estacionamento do edifício, entra em seu carro e segue o mapa no celular em direção a tal editora que também ficava no centro da cidade, um edifício a poucos quilômetros de distância de sua casa, embora bem longe da sede do jornal onde trabalhava, apesar de ser na mesma cidade.

Madalena chega no prédio ligeiramente nervosa e com sua bolsa de couro que sempre usava para trabalho. O prédio era comercial e cheio de pequenas e grandes empresas dentro. A editora se chamava Astrolábio e ficava no vigésimo quarto andar, alto o suficiente para Madalena não gostar de ficar muito perto das janelas e vidraças.

O andar inteiro era ocupado pela editora e seus funcionários e Madalena foi prontamente atendida por uma recepcionista que falou seu nome e pediu que aguardasse na poltrona da antessala enquanto aguardava a chegada de seu novo agente designado.

Madalena achava muito estranho como em todo aquele andar as portas e paredes eram de vidro e havia muita pouca privacidade entre os trabalhadores. Os únicos escritórios onde parecia haver alguma privacidade e paredes reais eram aquelas em que times trabalhavam ou faziam reuniões e a dos funcionários e chefes de cargos mais altos.

Madalena definitivamente não conseguiria trabalhar aqui. Parecia uma sobrecarga de informação visual muito grande e propensa a dar estresse.

Uma mulher caminha pelo corredor de vidro e abre a porta da antessala, se aproximando de Lena.

- Sr.ª Sanchez, bom-dia. Eu sou Catarina Pavel e serei a nova encarregada pelo seu projeto.

Madalena assentiu e apertou a mão da moça cordialmente, ela era bonita, baixa e magra como um palito, de pele castanha e cabelos negros lisos e bem longos.

- Desculpe pela demora, tivemos um imprevisto com o tradutor de libras que contratamos, mas já achamos uma substituta.

Madalena assente mais uma vez, já começando a achar incomodo ficar lendo os lábios daquela moça pois ela tinha algum tique ou sotaque diferente que fazia Lena demorar um pouco para processar o que ela estava falando.

Por fim, as duas seguem até o local designado, uma sala de reuniões fechada e sem vidros para incomodar Madalena.

A mulher de rosa sente o estomago dar cinco piruetas quando na sua frente vê que estava sentada a mulher de olhos vermelhos.

+++§§§+++

Vanya acorda no raiar do dia como sempre, mas hoje era um dia diferente.

Na última semana, o seu antigo editor chefe, Dimas Johnson, teve que se demitir e se mudar as pressas para ficar perto de sua família do outro lado do país, devido a um drama familiar imprevisto. Aquilo pegou a todos na editora de surpresa e um tanto desnorteados. Houve uma grande reorganização em sua ala do departamento e uma outra editora de outra ala acabou sendo promovida como sua editora chefe, uma mulher chamada Catarina Pavel.

Catarina não era uma mulher tão incomoda de se trabalhar como era Dimas, na verdade, ela era até bem agradável, tirando o fato de que as vezes ela falava muito rápido e no sotaque de sua cidade natal, uma grande metrópole no litoral do país e repleta de celebridades.

Por causa dessa mudança na chefia, invés de trabalhar durante a semana e ter reuniões presenciais apenas aos sábados para ter reuniões às manhãs de sexta, o que foi ótimo porque finalmente deu fim a jornada 6x1 que Vanya e seus colegas tinham que travar por causa da agenda grosseira e desnecessária de seu antigo chefe. Apenas isso já fez Catarina ser muito mais apreciada no time de Vanya do que o antigo senhor Dimas.

A rotina de Vanya rapidamente se adaptou aquela mudança e estabeleceu que sextas-feiras iria para a academia ainda de dia, assim que saísse do trabalho e depois do almoço, já que essas reuniões só duravam por volta de três horas.

Nya acorda, toma café e se arruma para o trabalho, colocando seus vários brincos, pequenos alargadores e inúmeros anéis, sua saia cor de mostarda estampada com pequenas flores em preto, uma blusa de cetim vermelha e sem sutiã por baixo e por fim seu blazer preto curto por cima. Ela geralmente preferiria andar sem casaco ou cobertura alguma, mas o ar-condicionado da sede da editora fazia disso necessário.

Vanya anda calmamente até a entrada mais próxima do metrô e vai para o trabalho, chegando com certa antecedência.

Quando finalmente chega na sala do seu time, Lipe, Masha, Cassandra e Tim já estavam lá tomando café e descontraindo.

Vanya e Cassandra eram a parte de revisão textual do livro, Masha geralmente cuidava do design por se a mais criativa entre eles e Lipe e Tim eram os diagramadores, apesar de que, na hora que os prazos apertavam, todas as atribuições podiam acabar se misturando e uns tentavam ajudar os outros.

Vanya se aproxima e enche uma xícara de chá na mesinha próxima.

- Catarina ainda não chegou? – Nya pergunta a Tim, um homem alto e parrudo demais para parecer que lidava com programas de computador, os colegas adoravam brincar com ele dizendo que era a cara do Tony Soprano com a personalidade do Ursinho Pooh.

- Já chegou faz uma hora e está correndo de um lado para o outro nos corredores. – ele respondeu tomando mais um gole de café.

- Ora, mas nosso horário é só daqui a quinze minutos.

- É, mas deu um problema a respeito da reunião com o cliente de hoje. – Cassandra respondeu.

- Gente, mas vai ter cliente hoje? – Vanya perguntou de boca cheia com um biscoito.

- Vai, não leu o itinerário dessa semana?

- Li, mas não coisa nenhuma de reunião com cliente. Que cliente é esse?

- Uma jornalista pica grossa que trabalha pro New Horizon. – Lipe responde, vestido de maneira um tanto despojada demais para o trabalho.

- Aquele jornal progressista? – Vanya pergunta.

- Esse mesmo. Ela vai publicar um estudo sobre educação queer ou algo parecido.

- E qual foi o contratempo que a Catarina arranjou com uma cliente dessa? Se estamos todos aqui, não deveria ter problema nenhum, não é?

- O tradutor que a editora contratou para atendermos a cliente teve um acidente de trânsito vindo para cá e está no hospital. Está bem, mas incapacitado pelo resto do dia. – Masha respondeu enquanto ainda sentada à mesa e com feição sonolenta.

- Tradutor? A cliente é estrangeira? Tim sabe outras 4 línguas, não sabe? – Vanya questiona.

- Sei sei, mas não essa que a Catarina tá pedindo para a cliente. – ele responde.

- E qual língua essa mulher fala, gente?

- Era libanês, não era? – Cassandra pergunta olhando para Masha.

- Não não, a mulher fala a nossa língua, ela só não gosta, por isso a Catarina pediu um tradutor de libras.

Um pequeno sinal de alerta apitou na mente de Vanya e Lipe a encara, só agora sabendo dessa informação e o único do grupo ciente de que fazia alguns meses que Vanya havia começado a aprender libras.

Lipe solta um sorriso cumplice e Vanya responde com um olhar de que era para ele ficar quieto.

Catarina finalmente entra na sala com os outros.

- Pelo amor de Deus, algum de vocês por favor me diga que conhecem alguém que sabe libras. – ela diz, um tanto descabelada e esbaforida, o que era bem inusual para a nova chefe que vivia elegante em suas roupas finas da moda.

- Eu conheço a Vanya. – Lipe aponta para ela com um largo sorriso no rosto.

Subitamente, toda a sala estava olhando para Vanya.

- Nya, você sabe libras? – Catarina a pergunta.

Vanya engoliu seco ao olhar para sua chefe com aquela expressão séria.

- Ahm... eu comecei a aprender a alguns meses, mas ainda estou longe de ser qualificada para traduzir o que quer que seja.

- Serve! Todo mundo, para a sala de reunião 7, agora. A cliente já chegou e é hora do show.

- Mas, chefe... – Vanya tentou argumentar.

- Dê o seu melhor, Vanya! – Catarina sai andando com seus saltos agulha ecoando pelo corredor.

- É, bem, deu merda. – Tim comentou. – Acho melhor a gente ir logo.

O grupo começou a caminhar em direção à sala de reuniões enquanto Vanya ia tendo um pequeno ataque de pânico em como sairia dessa ilesa e ainda com seu emprego.

Todos entraram na sala fechada cuja a parede não era transparente, equipada com um quadro, um projetor e uma longa mesa branca de doze lugares.

O time se senta contra a janela, como era de orientação da empresa e Vanya dá o seu melhor para se sentar o mais distante o possível do quadro e da cabeceira, não que isso fosse ajudar caso Catarina a convocasse para traduzir a cliente de qualquer forma.

A porta se abre e Catarina entra animada com uma mulher muito alta e de blazer azul seguindo atrás dela.

Vanya sente seu coração acelerar em níveis quase clinicamente alarmantes e seu estomago dar algumas cambalhotas quando entra pela porta nada mais nada menos do que a moça de cabelos rosa da academia.

Madalena e Vanya se encaram em mútua surpresa e inegável fato de que se reconheciam. Pareceu durar minutos, mas não se passaram de alguns segundos.

Catarina chama Madalena pelo nome, tentando chamar sua atenção, mas sendo surda e não olhando para a mulher, Lena não entendeu que estava pedindo sua atenção.

Vanya, ainda sem quebrar contato visual com Madalena, diz em sinais.

“Minha chefe está chamando você.” – e aponta para Catarina.

Lena finalmente volta para a realidade e dá atenção para Catarina.

- Novamente, seja bem-vinda, Srª Sanchez. Como representante da editora eu peço perdão pelo contratempo devido a questão antigo editor chefe responsável. Prometo que correremos atrás do tempo perdido sem sequelas no projeto ou em seu prazo.

Madalena se vira para Vanya.

“Diga a ela que está tudo bem e que eu alterei a dava prevista para inverno do ano que vem”.

Vanya assente.

- Ela diz que está tudo bem e que a respeito da data, ela agora planeja o lançamento para o inverno do ano que vem.

- Bom, isso nos dá uma janela de trabalho bem generosa, então vamos às informações necessárias para o planejamento e execução do projeto dentro da...

Catariana continua falando, mas Vanya deixa de prestar atenção quando Madalena batuca na mesa para chamar sua atenção.

“Qual o seu nome?” – Madalena pergunta.

Vanya engole seco e responde, ainda bem nervosa e sem muita confiança na nova linguagem.

“Vanya, meus amigos me chamam de Nya, mas também pode me chamar de...”

Vanya fez então um sinal que era o apelido que seus colegas deram para ela durante as aulas de libras, já que nomes soletrados não eram práticos para os usuários de libras e geralmente usavam sinais curtos relacionados a características da pessoa para formar apelidos. O apelido de Nya era duas batidinhas com o indicador no lóbulo direito da orelha, se referindo ao alargador que usava, mas não era realmente uma palavra me libras.

Madalena assentiu com a cabeça.

“Meu nome é Madalena.” – ela então faz o gesto que seria seu apelido em libras, que na verdade era a palavra em sinais para “rosa”.

“É um prazer te conhecer, Madalena.”

Lena nunca antes se sentiu tão eufórica com apenas uma frase.

CONTINUA.


Notas Finais


Instagram: @TheBloodyWriter
Twitter: @TheBloodyWriter ou @TitoDSComics (Pessoal).

Paz e bençãos e nos vemos em breve.


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