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História O que eu vejo - Vita Sexualis - História escrita por Masami_Ichikawa - Spirit Fanfics e Histórias
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História O que eu vejo - Vita Sexualis


Escrita por: Masami_Ichikawa

Capítulo 21 - Vita Sexualis


Ainda que estivesse com pressa, vez ou outra Naruto precisava parar por um momento e respirar. Fazer isso também era uma oportunidade de reler o que estava escrevendo na área de respostas, e como o enunciado exigia um limite mínimo de 30 linhas por resposta, era crucial rever a sua linha de raciocínio e se certificar de que estava expressando o queria explicar estava da forma correta.

Mesmo sendo sexta-feira, e o que tivesse em mãos fosse a sua última prova por algum tempo, ele não queria estragar o desempenho relativamente bom que vinha mantendo. Apesar de ter noção de que não iria ter as melhores notas da sala, tinha confiança de que estaria pelo menos um pouco acima da média.

Pontuou o último “i” que escrevera logo depois de encher os pulmões de ar e soltar tudo de uma só vez. Quando escrevia rapidamente, tinha o hábito de esquecer de traçar os detalhes de algumas letras, então tinha que ficar voltando no texto para corrigir essas partes.

Não usou de movimentos discretos quando parou para observar ao seu redor pois só havia um outro aluno na sala de aula, e estava distante dele, então não tinha que se preocupar em parecer que estava tentando colar. Na ponta da sala, o professor olhava entediado para a tela do celular. Foi instintivo, mas quando o rapaz percebeu que seus olhares se encontraram, ele voltou a encarar a prova.

Quando se concentrava, conseguia ouvir os resmungos de Yahiko enquanto ele inquietamente movia as folhas, como se estivesse conferindo as respostas. Ele, agora usando da sua discrição, olhou por cima do ombro e sentiu um pouco de orgulho quando percebeu que havia acertado seu palpite.

Mas aquilo também foi um lembrete para a sua situação. O professor havia dado trinta minutos extras, então ele não poderia desperdiçar.

Depois de pressionar o botão da caneta várias vezes, enquanto conferia por alto o que havia escrito para as outras questões, ele retornou para a atual e também última.

Ele relaxou ao conferir o relógio de pulso fuleiro e ver que ainda tinha quinze minutos. Como tinha um raciocínio elaborado, seria fácil escrever os dois parágrafos restantes. Ao menos foi o que ele pensou naquele momento. O primeiro fluiu rapidamente, apesar de ser longo, mas ele acabou sentindo dificuldade para concluir o seu argumento, e na pressa acabou escrevendo algo que sabia que não era totalmente correto, mas sim possível de ser feito a tempo.

Quando o som dos sapatos caros ecoou pela sala quase completamente vazia, ele foi tomado pela ansiedade anterior de Yahiko e começou a passar as folhas como um louco. Nem mesmo conseguia ler muita coisa, mas fazer isso lhe dava segurança. De alguma forma, sua consciência exigia saber que todas as sete perguntas tinham sido respondidas.

O som da tampa do marcador de quadro contra a sua mesa lhe tirou do seu momento. Ergueu a cabeça, em uma tentativa de olhar que praticamente implorava para que ele recolhesse a folha de seu colega primeiro.

– Vamos logo com isso. Eu ainda tenho que almoçar. – A voz ríspida foi imediata e mostrou que não haveria misericórdia.

Ele pôs a folha de enunciado junto às outras 7 que havia arduamente escrito nas últimas três horas e meia e grampeou antes de entregar finalmente.

O som da caneta sobre a mesa ocorreu logo após os passos reiniciarem, agora em rumo ao lugar de Yahiko.

Naruto suspirou por um momento. Não da forma que imaginava, mas o sofrimento finalmente havia terminado.

Pôs no colo a bolsa que antes estava entre as suas pernas e além de guardar os materiais num dos bolsos menores da frente, também retirou o celular. Ele ouvia os protestos vagos de Yahiko, mas fingia não prestar atenção. Como sabia que o professor deveria repassar algum comunicado, ele se forçou a continuar sentado.

Yahiko observou o homem grampear o amontoado de papel e colocar junto a pilha que já estava sobre a mesa.

– Se eu tivesse um pouco mais de tempo... – O ruivo resmungou, alto o bastante para que o mais velho ouvisse. Naruto imaginava que após anos de profissão, ele já estava acostumado a esse tipo de cena.

– Vocês avisem aos seus colegas que até quarta-feira a nota já vai estar no sistema. A próxima aula eu irei revisar os tópicos que a maioria errar e apresentar o novo cronograma. Da próxima vez, terminem mais cedo.

– Pode deixar... – Yahiko tomou a iniciativa em responder, então Naruto apenas assentiu com um movimento leve de cabeça. A essa altura ele se pôs de pé e foi caminhando até a porta. Percebeu que Yahiko estava bem atrás dele.

– Bom fim de semana. – O homem, que reunia o monte de provas em uma pasta, comentou sem tirar os olhos da sua atividade.

– Para o senhor também. – Mesmo que mal-humorado a apenas alguns instantes, a voz de Yahiko não exalava nenhuma preocupação.

– Até semana que vem... – Naruto respondeu antes de cruzar a porta, que foi fechada por Yahiko instantes depois.

Assim que o som de batida foi ouvido, Naruto percebeu os passos apressados que foram suavizados assim que o ruivo conseguiu acompanhar o seu ritmo para caminharem lado a lado, para o desgosto do loiro.

– Que filho da mãe, cara! – Foi a primeira coisa que Naruto ouviu após sentir um toque veloz sobre o seu braço para chamar a sua atenção. – Como é que aquele miserável pede resposta de 30 linhas? Ele acha que eu nasci com uma máquina de escrever nos braços, é?

– A essa altura você já devia estar acostumado... – Naruto riu, sem graça. Não tinha vontade de conversar com Yahiko.

– Minha mão não dói assim desde que eu arranjei uma namorada! – O ruivo riu para si mesmo, e continuou encarando o rosto de Naruto, esperando uma resposta a sua piada. Não que Naruto tivesse achado ruim. Esse tinha sido um dos poucos comentários risíveis de Yahiko em tempos, mas ele estava tão cansado, que apenas forçou uma curva nos lábios para que o outro pudesse se dar por satisfeito.

– Eu sei que você tem prática e tudo, mas eu não. – E em menos de um segundo, Naruto se arrependeu por ter sorrido. Ele tossiu orgulhoso. – Eu namoro.

Naruto sentiu o seu olho tremer. Ele não conseguia entender como ele estava se gabando por ter uma namorada, quando passa todos os outros dias do ano dizendo que isso apenas o atrasa.

– O que achou da prova? – Enquanto jogava as embalagens de chiclete na lixeira, Naruto se permitiu fazer um xingamento silencioso em relação a existência de Yahiko e disfarçar quando voltou a olhá-lo.

– Como eu sei que ele me odeia, nem me dei ao trabalho de estudar. Ele me persegue, então ia tirar uma nota vermelha de todo jeito. Agora mesmo, quando ele foi tomar a minha prova, ele ficou me olhando com aquela cara feia. Eu sei que ele é naturalmente horrível, então porque se esforçar na careta quando fala comigo?

– Sério?

– É, mas está tudo bem. Ainda tem meio semestre. Eu vou conseguir recuperar. – Como sempre, ele parecia confiante. – E você, o que achou?

– Normal? Eu normalmente demoro muito tempo fazendo prova, mas até que dessa vez consegui responder todas a tempo.

Yahiko fez um som prolongado, indicando que havia entendido.

– Você pode avisar ao pessoal aquilo que o professor falou? Eu não gosto muito de falar no grupo da sala. – Naruto perguntou casualmente.

– Beleza. Eu já ia perguntar quem estava a fim de ir beber hoje mesmo.

– Ótimo.

– Você está afim de ir?

– Eu não posso. Tenho umas coisas para fazer e não dá para adiar.

Yahiko estalou a língua, desconfortável. Ele parecia querer se conter, mas não conseguiu.

– Cara, você tem que sair mais. Tirando o Sasuke e eu, você mal fala com o pessoal. Depois não diga que eu não avisei, mas daqui a alguns anos você vai parar na sua cadeira que gira em um escritório mediano, ocupando uma vaga medíocre, e perceber que a melhor época da sua vida já passou e você não soube aproveitar.

– As coisas não são simples assim. E eu vou arranjar um emprego foda. É melhor consertar isso na sua historinha aí.

Nesse momento, os dois haviam terminado de descer o lance de escadas que levava do terceiro ao segundo andar, e estavam na área central do andar.

Subitamente, Naruto sentiu uma mão agarrar o seu braço e parou instantaneamente. Antes que percebesse, Yahiko tinha apoiado o cotovelo sobre o seu ombro.

– Disfarça. – O ruivo sussurrou em agitação. Ele parecia não conter um sorriso. Ele pegou o celular, e assumiu uma posição que para alguém que não fosse os dois envolvidos, perceberia como dois jovens conversando sobre alguma bobagem.

Yahiko apontou sutilmente com o queixo, e o campo de visão de Naruto acompanhou a direção. Seus olhos estacionaram sobre um grande grupo de garotas bonitas que conversavam animadamente ao sair de uma sala de aula. Ele havia entendido o que Yahiko estava planejando, e não gostou quando o sorriso malicioso que o colega exibia confirmou isso.

– Agora me diz – Yahiko começou a falar em um tom convidativo, movendo os dedos como se digitasse algo no celular – Olha a quantidade de mulher bonita ali. E essas são só as de pedagogia. Você não ia gostar de ver algumas delas nuas? Ou todas? Tocar uns peitos?

– Cala a boca – Naruto desconversou, quebrando a posição, e seguindo em direção ao filtro para encher a sua garrafa de água.

Entretanto, ele continuou naquela posição armada por mais tempo do que esperava, e o movimento entre as suas calças não mentia. Mesmo depois de beber água, ele espreitou a cena pelo canto dos olhos. A maioria das meninas usavam shorts. Algumas tinham um decote mais ousado. Meio perdido, e com medo de ser percebido, ele terminou de encher a garrafa uma segunda vez e começou a andar até a escada, mas parando assim que as suas mãos alcançaram o corrimão.

Yahiko, que estava perto durante todo o momento e apenas observava, falou.

– Tem até a noite para decidir. Eu vou mandar os detalhes no grupo.

– Tá. Mas eu não vou.

– Eu aposto que vai... Ei, não vai descer? – O colega perguntou, já de pé na curva da dobra da escada.

– Não. Eu lembrei de umas coisas. E eu vou no banheiro.

– Não consegue aguentar até chegar em casa? – Um sorriso malicioso o encarava, e Naruto respondeu com o dedo do meio.

– Vai se danar.

Yahiko sorriu até o fim, enquanto acenava. Em poucos passos, ele já estava fora da sua vista.

Naruto suspirou. Ele encarou o grupo, que agora já começava a se dissipar. Algumas até mesmo passaram por ele, completamente alheias aos pensamentos que rodeavam a cabeça do rapaz.

Ele parou por um momento, próximo a uma das janelas, e observou o movimento no campus. Algumas pessoas compravam comida nas barraquinhas, enquanto outras se reuniam em grupos para conversar debaixo das árvores. Alguns alunos de teatro estavam fazendo uma performance estranha no meio da rua, o que o fez rir por não entender nada do que estava acontecendo, já que eles apenas estavam parados lá e se moviam ocasionalmente.

Quando percebeu que a sua ereção se dissipara, ele respirou fundo e começou a andar. Não sabia onde Sasuke estava, então enviou uma mensagem e manteve o celular em mãos enquanto caminhava. Ele avisou que estava indo até a área de estudos para almoçar. Até onde sabia, o moreno devia estar com Sakura, já que o ouviu resmungar sobre estar com saudades da namorada a algum tempo atrás.

Agradecido por ter se livrado de Yahiko, Naruto começou a pensar sobre as suas notas, sobre os erros em algumas delas no decorrer dos dias que haviam se passado. Sua mente maquinava uma forma de compreender como os professores iriam interpretar as suas respostas, e que fatores seriam considerados para avaliar do seu desempenho em sala de aula como forma de garantir algum possível ponto extra. Isso apenas aumentava o seu nervosismo, mas ele não conseguia desconsiderar esses pensamentos, mesmo querendo.

Ele caminhava como se estivesse programado em um modo automático, e com a percepção de tempo comprometida pelo foco em uma coisa totalmente diferente, levou alguns instantes para perceber que já havia chegado até onde pretendia. Ele, parado onde estava, precisou encarar a mesa com rostos conhecidos por alguns segundos até processar a situação, e balançou a cabeça, desorientado como se tivesse acabado de sair de uma sessão de hipnose.

A primeira reação ao seu comportamento veio dos assentos do lado esquerdo.

– Ele saiu da sala no modo zumbi... – Sasuke foi o primeiro a dizer alguma coisa, mas Naruto fingiu não se importar pois o cheiro do salgado na mão do amigo tinha atiçado a sua fome e ao mesmo tempo ele lamentou por não ter trazido algo realmente apetitoso para almoçar.

– Parece até que ele aprendeu a pensar hoje... – Sakura comentou, brincando com a tampa de garrafa que tinha em mãos.

Hinata, que estava sentada em frente para a amiga, tentou prender um sorriso, mas sem muito sucesso, já que mesmo cabisbaixa, a sua cabeça mexia um pouco. Ela tentou tapar a boca discretamente, mesmo que isso apenas tenha a denunciado ainda mais.

E então, os olhos de Naruto repousaram sobre uma figura desconhecida, ocupando o lugar que normalmente era usado por ele.

Sem saber como reagir inicialmente e sem dizer nada, ele apenas acenou com um sinal de paz com os dedos antes de se sentar ao seu lado.

O rapaz desconhecido inclinou o rosto de leve, provavelmente estranhando seu ato, e após Naruto sentar e jogar a bolsa com um certo cuidado sobre a mesa, ele balançou os dedos de forma incerta enquanto correspondia ao seu gesto.

Sasuke, que apenas observava, começava a achar a situação engraçada, principalmente porque Sai, que havia conhecido a apenas alguns minutos atrás, forçava um sorriso estranho. Pelo que tinha entendido, ele não era um ser humano muito sociável.

– Ele é o namorado da Hinata! – De repente, Sakura falou, sorrindo em agitação. Ela agia como se tivesse acabado de se livrar de um grande segredo.

– Hã? – Um trio de vozes confusas reagiu ao mesmo tempo, com expressões diversas que fizeram a garota explodir em gargalhadas.

O rosto de Hinata estava tingido em rubro, e ela estava mais agitada do que talvez jamais tenha visto desde que a conhecia. Sai, que parecia ainda não ter entendido a brincadeira, tinha um rosto plano, e mostrava apenas confusão. Já Naruto, apenas estranhou o comentário que veio do nada. Ele parou para pensar um pouco, e percebeu que estava mais surpreso do que imaginava, tanto com a notícia quanto com o fato de até aquele momento não ter parado para pensar se a menina tinha algum relacionamento.

Sasuke tossiu em seco, observando o destrinchar da cena.

– É mentira! – Hinata falou, após se recuperar do choque inicial. Ela olhou no rosto de todos, até mesmo Sai, e repetiu a mesma coisa para se certificar de que tinha sido entendida – É mentira. Sakura?

– Eu sei – Sai respondeu a menina com um tom tranquilo. Na verdade, ele não parecia se alterar em momento algum.

Ela movia a cabeça em confusão, e quando fitou Sakura, tinha um olhar de rendição.

– Relaxa, Hinata! Eu só estou brincando. Desculpa! Depois eu te pago um chocolate. Do pequeno, mas eu pago.

Vendo que a morena não tinha reagido muito bem a brincadeira, ela tratou de se desculpar. Apesar de conhece-la a pouco tempo, gostava de Hinata, e não queria estragar sua amizade com a menina.

Mesmo sendo lançado como uma brincadeira, essa foi a primeira coisa que Sakura pensou quando observou a interação de Sai e Hinata. Como não havia perguntado diretamente, ela acreditava que havia a possibilidade, já que pelo que tinha observado, eles tinham personalidades parecidas e um ritmo igualmente similar.

Antes que a situação pudesse se tornar estranha, Sasuke tomou a dianteira e manobrou o rumo da conversa perguntando a Naruto sobre como ele tinha ido nas provas.

– Hoje eu acho que fui bem. O chato foi ter que aturar o Yahiko até o final. Ele ficava fazendo uns barulhos atrás. E como ele ficou até o final, ainda ficou jogando aquelas conversas chatas de Yahiko no pé do meu ouvido. – Sem entrar em detalhes, até para não voltar a pensar em coisas que queria evitar até chegar em casa, Naruto resolveu passar a vez de fala para outro – E como foi a semana para vocês?

– Mais tranquila do que eu esperava – Hinata disse, levando um pouco de comida a boca.

– Normal. – Sasuke, como sempre, tinha um ar de tranquilidade.

– Uma amostra grátis do inferno. – Desabando sobre a cadeira, Sakura falou com um tom de cansaço. – Eu estudei feito um burro de carga e sei que me dei mal em pelo menos duas. Sorte que ainda tenho tempo para recuperar.

– Entendi. – Naruto falou, após absorver as respostas. Ele olhou para o cara ao seu lado, e tentando evitar que ele se sentisse excluído, também lhe lançou a pergunta – E você, pessoa que eu não sei o nome?

– Meu nome é Sai, pessoa que eu também não sei o nome. E sobre a semana, foi meio cansativa, mas normal. Na verdade, eu tive mais projetos do que provas escritas, o que algumas vezes chega a ser mais trabalhoso.

– Sério, o que você estuda? – Sakura perguntou, interessada.

– Eu estou no departamento de artes. – Ao ouvir isso, Naruto desviou o rosto, sorrindo.

Sasuke fez uma cara feia quando percebeu a reação do amigo, mas que passou despercebido pelos outros. O moreno costuma fazer muitos comentários maldosos, em forma de piada, sobre os outros cursos. Mas o departamento de artes compõe uma parte relativamente grande no seu repertório. Só lembrar de algumas citações clássicas de Sasuke Uchiha fizeram Naruto rir.

– Podemos ver os seus trabalhos depois? – Sakura perguntou, curiosa.

– Alguns que a minha turma fez agora a pouco vão ficar em exposição por um tempo na galeria dos estudantes, então você pode acabar vendo.

– Eu com certeza irei ver! Não é, Sasuke? – Puxando o braço do namorado, ela falou, convidativa.

– É... – O tom vago que veio em resposta fez Naruto sorrir e receber uma carranca do moreno.

Minutos depois, quando Sai fez menção em se retirar, Hinata se agitou, como se lembrasse de algo de repente.

– Eu esqueci de perguntar antes, mas como foi com a Kurenai ontem? Você disse que tinha ido. – Em um tom mais baixo, mas ainda audível, a menina perguntou. Percebendo que era um assunto que ela não queria que os envolvesse, todos procuraram alguma forma de distração no celular, mesmo que mantivesse os ouvidos atentos por instinto.

Até onde Naruto e Sakura sabiam, Kurenai era a mulher que realizava um acompanhamento psicológico com Hinata. Pelo rumo da conversa, ele devia ser outro paciente.

– Foi mais rápida do que eu esperava. Ela só fez umas perguntas.

– É a primeira vez. Soa um pouco bizarro, mas acho ela está te analisando. E tentando te entender.

– Acho que sim... – Sai falou, por fim. – Bom, eu já vou indo agora, eu acho.

– Normalmente a gente fica por aqui na hora do almoço, caso queira aparecer – Sakura comentou, em um tom amigável.

– Sim. Algum dia eu venho... – Sai respondeu de uma maneira vaga, enquanto organizava as suas coisas e se preparava para ir. – Tchau.

Quando se virou na cadeira, pronto para se levantar, deu de cara com um aceno vindo do rapaz ao seu lado.

– Meu nome é Naruto. Eu acho que não cheguei a dizer. Você é o Sai, certo?

– Sim, para as duas coisas.

– Então... Até outro dia, Sai.

– Sim...

Sai se retirou silenciosamente, e logo sua forma sumiu das suas vistas.

***

Quando chegou em casa naquele dia, Naruto percebeu que havia recebido uma mensagem do amigo de Jiraya que as vezes lhe contratava como vigilante para cobrir a folga do funcionário. Estava perguntando se ele estava disponível para trabalhar.

Ele aceitou de imediato, enviando a sua resposta padrão de que aceitaria o trabalho. Mesmo que estivesse cansado, não poderia negar que o dinheiro seria bem vindo. Recentemente ele estava tentando juntar dinheiro para consertar a sua bicicleta, mas as despesas sempre se sobrepunham e ele acabava por gastar o que tinha economizado.

Boruto, que, como em muitas sextas-feiras, passou parte da tarde na casa de Jiraya, assistia tv animadamente. Como havia iniciado um programa com desenhos no meio da noite, ele estava mais do que empolgado para chegar em casa.

Como não adiantava muito insistir para o menino ir tomar banho durante o programa, em parte por ainda lembrar o quão era uma situação chata, ele começou a fazer o jantar para os dois, e assim que terminou, se juntou ao pequeno para assistir o último desenho.

Depois de tomar banho, Boruto adormeceu mais rápido do que esperava. Aparentemente tinha acontecido uma pequena gincana entre os alunos, então ele estava bem mais cansado do que o normal. Segundo Jiraya, ele até deu um pequeno cochilo no sofá.

Quando percebeu, o menino estava encolhido, vestindo o seu pijama azul com estampa do fundo do mar. Ele o acordou com delicadeza, e o ajudou a completar o seu ritual habitual, que envolvia beber um copo de água, escovar os dentes e fazer xixi. O menino cambaleava como um zumbi, e provavelmente nem lembraria de ter feito essas coisas por causa do sono.

Quando terminaram, Naruto se apressou para acomodar o menino na cama. Desligou a tv, e endireitou o pequeno ventilador em cima de um banco. Como estava fazendo calor, regulou o aparelho para a velocidade máxima, e endireitou o lençol até a cintura do menino.

O cheiro doce de shampoo infantil invadiu suas narinas quando se aproximou para depositar um beijo de boa noite na cabeça do pequeno.

Sentado na ponta da cama, ele observou o filho por um momento. Como iria trabalhar no domingo, Jiraya estava encarregado de lidar com o outro lado da família do menino naquele final de semana. Em uma mistura de alívio e angústia, ele suspirou.

Sentou na mesa por um tempo, e conferiu o celular. Percebeu que havia algumas notificações novas.

A primeira mensagem era de Sasuke, lhe enviando o nome de um filme sobre o qual tinham conversado recentemente e que tinha despertado o interesse do loiro. Como não lembrava no momento, Sasuke tinha lhe prometido conferir o nome.

A segunda, era uma mensagem de Sakura. Ela parecia ter encontrado uma foto de uma das obras de Sai, o amigo de Hinata que tinha conhecido mais cedo. Ela tinha enviado a captura de tela de uma das imagens de divulgação que estavam na página da galeria dos estudantes nas redes sociais.

A terceira conversa com uma notificação foi com Jiraya. Ele apenas confirmou que poderia sim tomar conta de Boruto até que viessem lhe buscar.

A quarta, e que Naruto teve um pouco de receio em abrir, era de Yahiko. Ele perguntava se ele realmente não iria para a festa. Em resposta, Naruto digitou que havia ganhado a aposta, junto a um emoticon de risada, mesmo que ele não tivesse achado graça.

Também haviam algumas fotos da tal festa, a maioria consistindo de partes de garotas que provavelmente não tinham percebido que estavam sendo fotografadas.

Debaixo da água fria, as palavras de Yahiko levaram a sua mente a imaginar algumas coisas que acabaram por esticar o seu horário habitual de banho e quando finalmente saiu, sentiu um certo alívio ao ver que Boruto ainda estava dormindo tranquilamente.

Evitou se sentar depois disso, pois só alimentaria a sua vontade de descansar. A sua primeira parada foi em frente a máquina de lavar. Ele separou o que poderia ser lavado no aparelho e o que seria feito à mão, e não gosto quando percebeu o tamanho da segunda pilha de roupas.

Quando terminou, percebeu os pratos e panelas usados durante o jantar. A contragosto, também os lavou.

O barulho de metal se chocando, em algum momento, fez com que Boruto acordasse. Como já se preparava para ir dormir, Naruto esperou até que ele terminasse de usar o banheiro e lhe deu o copo de água que ele pedia em seguida.

Como Boruto parecia atordoado pelo cansaço, ele pôs o menino no braço e depois de apagar as luzes, finalmente foi para a cama.

Já devia passar das onze da noite, mas não tinha certeza.


Notas Finais


Toda vez eu esqueço de pensar em um título para os capítulos. Só lembro disso depois de logar no site e entrar na página para atualizar a fic :/
Obrigado a todos que comentaram, favoritaram, leram e etc, espero que tenham gostado do capítulo.

Eu fiquei muito na dúvida sobre como acabar o capítulo, mas acho que esse foi um bom ponto. Eu ainda estou tentando entender o Sai. Eu acabei reescrevendo uma parte do capítulo por causa dele(assim, eu sei o que eu quero dele, mas é difícil repassar isso no tom certo na escrita).
Enfim, me pergunto se a Sakura enganou alguém por algum momento rsrs
O próximo não deve demorar tanto. Até o/


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