Não era algo digno de ser comentado, mas Naruto adorava estacionamentos de lojas grandes. Os largos pilares de concreto e o aspecto escuro lhe davam a impressão de que estava em um cenário subterrâneo dos filmes que costumava assistir, e isso era o bastante para colocar um sorrisinho em seu rosto. Prestava atenção até nas poças formadas por infiltrações refletindo a luz das lâmpadas e faróis dos carros em um padrão distorcido quando atingidas por mais uma gota a cair. E provavelmente foi por isso que demorou a perceber o vigia, que já devia estar perto de se aposentar, oriundo em uma posição transversal à deles, forçando uma pequena corrida para alcançá-los.
Apesar de falar rápido demais, ele foi muito atencioso para indicar o local do elevador a Hinata e informar que um deles estava fora de operações. Ela agradeceu e ele retornou para o seu posto na guarita.
Todos voltaram a conversar normalmente, mas quando esse tipo de interação acontecia, algumas coisas sempre brotavam no fundo da sua mente.
Mesmo acompanhando uma pessoa em uma cadeira de rodas, o rapaz se deu conta que nunca pensou em muitas das coisas que talvez facilitassem a experiência de Hinata, como os pontos de acesso. Claro, ele sabia que ela teria que usar o elevador ou as rampas, mas nunca pensou na possibilidade de coletar essas informações de antemão.
Era algo pequeno, mas isso exibia a sua desatenção e levantavam algumas questões que o faziam pensar. Claro que tudo isso voou para longe após ser sugado pela conversa novamente, mas isso era algo que ocasionalmente se faria presente em sua vida futuramente.
Quando deixaram o piso escuro do estacionamento para trás e encontraram o chão branco e lustroso com detalhes que pareciam simular o mármore, no final daquele ponto de acesso, o grupo se dividiu momentaneamente. O elevador era um tanto pequeno, então apenas ela e Hinata foram nele. A garota de cabelos cor de rosa chegou a convidar Boruto, mas ele se recusou ao perceber que o pai não iria junto e decidiu ficar com os “homens”, como ele mesmo disse.
Ele não queria parecer pouco acostumado com aquele tipo de ambiente na frente dos outros, mas o seu corpo lhe traia todas as vezes em que ficava boquiaberto depois de ver um preço que considerava absurdo.
– Trezentos numa carteira? – Ele comentava para Sasuke, que só ria diante dos olhos arregalados na mais sincera reação de espanto que tinha presenciado em sua vida. – Para guardar o quê, se nem dinheiro eu tenho? Na moral, gente rica é muito otária.
– Tem quem possa comprar, ué. – Sasuke comentava, tentando manter o mesmo ritmo, mas sempre com as mãos nos bolsos.
– Por quê? Na feira eu pago 10 e saio com um negócio que faz a mesma coisa. – O loiro tentava se justificar, em tom de brincadeira. Ele não era burro e sabia como o mercado funcionava, até porque era aluno de Administração, mas ainda assim momentos como aquele aconteciam.
Enquanto isso, Boruto também contemplava as vitrines, mas os seus olhos largos estavam alheios a essas questões. Ele só conseguia pensar em como tudo era bonito e cheirava bem.
Alcançar as linhas finais das escadas rolantes se tornou em um momento de brincadeira. O pai o segurava pelos braços e o menino dava alguns pulinhos. Sasuke se divertia ao ver o amigo se atrapalhar em sair da máquina e ficar de olho no menino. Depois disso se repetir três vezes, eles chegaram no meio da praça de alimentação e só depois de cruzar o caminho estabelecido entre o mar de mesas ocupadas pelos mais variados grupos de pessoas e rodeados por mais lojas de redes de fast-food do que poderia contar nos dedos, alcançaram o seu destino.
Naquele pavimento, além da praça de alimentação, só havia um Arcade, uma agência bancária e o cinema. Encontraram Sakura e Hinata no meio do caminho trilhado até o seu objetivo.
O som de música eletrônica, a gritaria das crianças, o cheiro de batata frita e hambúrguer velho. Tudo parecia ocupar o seu devido lugar, e restauravam os resquícios de uma memória mais vívida e que carregavam uma doce sensação de nostalgia. E para aqueles que nunca tinham tido aquela experiência, restava apenas receber todas aquelas informações em primeira mão.
– Que demora! – Sakura reclamou, assim que percebeu a chegada do grupo. Sasuke foi logo para o seu lado e seus dedos se entrelaçaram.
– Olha quem fala... – O loiro resmungou, referenciando o seu atraso mais uma vez.
– E agora? – Sasuke desconversou. – Daqui a pouco o filme começa. Eu nunca comprei ingresso antecipado. É só ir na bilheteria?
– É. – Hinata assentiu, e explicou o que deveria ser feito. – É só mostrar o número da compra ou o QR Code a mulher e...
– Saquei. – O moreno assentiu. – E a comida? Vamos otimizar o tempo, né. Daqui a pouco as filas para entrar vão começar.
– A gente vai comprar aqui? – Naruto se manifestou? – Onde um saquinho de pipoca é 12 conto? Eu prefiro ir naquela loja do segundo andar e comprar salgadinho e chocolate.
– Então vamos logo. – Sakura disse, pouco antes de entregar o celular ao namorado. – Vai na bilheteria com ela, Amor. Eu vou com ele lá embaixo. O código está aí.
– A gente vai descer de novo? – Boruto perguntou.
– Aham.
– Se quiser, deixa ele com a gente. – Sasuke falou, ao perceber o tom do menino.
Naruto, não por maldade, mas lhe lançou um olhar desconfiado.
– É. A gente pode ficar olhando os cartazes, não é? – Dessa vez foi Hinata quem se pronunciou.
Ele parecia indeciso por um segundo, mas no meio do fogo cruzado que era Sakura lhe apressando, ele acabou cedendo já que Hinata parecia mil vezes mais responsável do que Sasuke.
– Fica com eles um pouquinho tá. Eu já venho.
– Tá.
– E não solte a mão deles. Por nada. Você ouviu, não é? – Naruto falou, mais como uma bronca do que um aviso.
Era um pouco estranho para os outros, que conviviam com ele, o ver agir daquela forma. Peculiar seria uma palavra melhor.
– Vamos logo! – Sakura insistiu uma ultima vez, e andou apressada.
– A loja não vai sair do canto não, porra. Calma.
A risadinha de Boruto após ouvir a palavra feia não passou despercebida por Hinata.
Ela olhou para cima por um momento e viu o rosto de Sasuke. Apesar de agir normalmente, ela se sentiu um pouco ansiosa, já que aquela dupla não era uma combinação muito familiar. Para falar a verdade, eles raramente conversavam entre si, então havia um certo ar de estranhamento. Passou pela sua cabeça se Sasuke estaria pensando o mesmo, mas se esse era o caso, ele não deixava transparecer.
– Vamos indo, então? – Ele mencionou, indicando a bilheteria com o queixo.
– Ah, sim. – Ela concordou, segurando na mão esquerda do menino, enquanto Sasuke, sem perceber que ela tinha tomado a iniciativa, tomou a outra mão do garoto.
O primeiro metro teve um ritmo estranho, mas eles acabaram rindo da situação e seguiram daquele jeito até encontrar a forma perfeita.
***
Eles desceram a escada contabilizando a quantidade de dinheiro que tinham disponível e estavam dispostos a gastar. Evitaram correr para não levarem alguma reclamação, mas andavam o mais rápido. Naruto mal teve tempo para sentir o frescor do ar-condicionado mais forte no rosto porque foram direto para o corredor dos lanches. A primeira parada foi na sessão de chocolates e confeitos. Pegaram algumas balas e cinco barras de sabores diferentes, dois tubos de pastilha e alguns pirulitos. Em seguida, pegaram 3 pacotes grandes de salgadinhos.
– Vai dar para comer tudo isso? – Naruto perguntou. Ele estranhou, claro, já que todas as vezes que foi ao cinema, nunca comprou tantas coisas assim.
– Se você não aguentar, eu como. – Ela disse, risonha. – E qualquer coisa a gente leva para casa.
– Simples assim.
– Simples assim. – Ela concordou. – Vai querer biscoito?
– A gente já pegou chocolate.
– Mas e se o Boruto quiser?
Naruto parou um pouco, pensativo.
– Deixa de ser besta. Eu pago.
O problema não era o dinheiro, mas nem isso ele teve tempo de dizer, já que ela já tinha jogado dois pacotes na cesta.
– Agora só falta o que beber.
– Ainda vai comprar mais coisa?
– Claro. A gente vai comer no seco, é?
– É. – Ele balançou a cabeça.
– Tá. Qualquer coisa a gente não compra pra você e pronto.
– Não. Se todo mundo for querer, eu quero. Eu só achei que... – Visto que ela mal prestava atenção, ele só desistiu no meio da frase. – Eu quero o de laranja.
Metódica, ela conferiu tudo uma segunda vez antes de ir para o caixa. Naruto até pensou em dividir o valor ali mesmo, mas a garota o deteve.
– Depois a gente vê quanto fica para cada um. – Ela disse, mexendo na carteira de Sasuke. – Obrigada. E você carrega.
– Eu sei. – Ele disse, fazendo uma careta quando ela virou as costas. O cara do caixa, que não era muito mais velho que ele, começou a rir disfarçadamente – Ela jura que manda em mim. – Ele se justificou em um sussurro.
Ao sair da loja, Sakura e Naruto tiveram que parar em uma das mesas da praça de alimentação para se organizar. Eles colocaram as poucas sacolas sobre a mesa e colocaram os lanches na mochila do rapaz, já que a garota tinha ido com uma bolsa lateral pequena e que não cabia quase nada.
– Que besteira. – Naruto comentou. – Eles vão fazer o quê? Barrar a gente só porque compramos chocolate em outro lugar?
– Sei lá. O pessoal fica olhando. Dá vergonha. – A garota disse, concentrada. – Mas cá entre nós... 11 conto? Não, meu filho. Isso já é um roubo.
– Né? E isso o pequeno. Você termina de comer aquilo na fila mesmo. – Ele disse, elevando a voz sem perceber e chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.
– Fala baixo. – Ela repreendeu, terminado de empacotar tudo na mochila. – A gente divide quando estiver lá dentro. Vamos logo. Eles devem estar esperando.
– Eu sei. – Ele disse, dando de ombros e começando a andar. – Eu odeio o barulho que essas coisas fazem dentro da mochila.
Ele balançava os ombros de um jeito estranho, tentando encontrar uma posição que diminuísse o movimento das coisas dentro da mochila, mas eles retornaram para o cinema e ele ainda não tinha conseguido.
Sakura balançou a cabeça, incrédula.
– Burro.
***
– O código da reserva ou o QR Code, por favor. – Disse a moça da bilheteria, com um sorriso simpático para Sasuke.
– Aqui. – O rapaz respondeu, passando o celular pela brecha no vidro. A mulher fez o procedimento e devolveu o aparelho em menos de quinze segundos.
– Só um instante... – As teclas foram pressionadas com força e velocidade, como esperado de alguém insatisfeito, porém experiente naquela função, e então teve início o som da máquina rodando os bilhetes.
– Parece aquela coisa de mercadinho. – Boruto riu, brincando com os dedos pela faixa que organizava as filas e separava os guichês.
– É a primeira vez aqui? – A moça perguntou a Hinata.
– É.
– Espero que gostem do ambiente. Bom filme! – Ela riu, e a pessoa atrás deles, uma senhora idosa com cara de poucos amigos, tomou a dianteira e quase atropelou o rapaz, que estava distraído guardando o troco dos ingressos no bolso.
Ele a lançou um olhar com cara de poucos amigos, mas não fez daquilo uma situação e pegou na mão de Boruto para saírem dali.
– Eu acho que daqui a pouco as filas para entrar começam. – Hinata comentou. – É melhor ligar para eles?
– Não, daqui a pouco eles estão aí.
– Tio! Tio!
– Oi. – O moreno respondeu aos chamados do menino. Ele não estava muito acostumado a ser chamada de tio, mas não era uma sensação ruim.
– A gente vai ver qual? – Ele perguntou, com olhos esbugalhados e um tom até meio estridente de empolgação.
– O teu pai não te disse?
– Não. Ele disse que era segredo.
Ele lançou um olhar confuso para Hinata, que também não tinha entendido o porquê de esconder o filme da criança, e apenas deu de ombros, igualmente confusa.
– A gente vai ver aquele ali. – Ele apontou, mesmo estando um ponto um pouco distantes da exposição de cartazes naquele momento. – O azul, está vendo?
– Aham!
– E o que é que tem escrito ali?
– Boruto encolheu os ombros.
– É... – O menino estreitou os olhinhos. – O... R... E... U... U não. I?
– Ah, tu não sabe ler ainda, né?
– Eu sei sim! Um pouquinho só, mas sei. – Ele replicou – Só que eu leio devagar...
Para Hinata, parecia que ele só estava recitando as letras, então abafou uma risadinha.
Foi enquanto o menino continuava a se esforçar para identificar as letras que Sakura e Naruto acabaram por aparecer.
Os outros dois, por sinal, não tiveram dificuldade em localizá-los, já que estavam em um ponto facilmente visível a partir da entrada. Como sempre, Sakura foi rápida em agarrar as mãos do namorado, e ninguém deixou de perceber que ela só queria mesmo marcar território.
– Tudo certo, Amor? – Ela falou, mais alto do que o necessário.
Sutil. E desnecessário, considerando que só duas garotinhas, que deviam ter no máximo 12 anos, encaravam o rapaz.
– Tudo. – Ele respondeu. – E vocês? Deu para comprar tudo?
– Deu.
– E cadê? Eu estou com uma fome do cacete.
– Na mochila do Naruto, mas lá dentro a gente pega.
Sasuke a encarou, erguendo a sobrancelha, mas achou melhor não insistir, até porque não demorou para as filas começarem a se organizar.
Primeiro, um pequeno grupo de pessoas se acumulou para entrar na sala do filme de terror. O processo todo durou uns 10 minutos. E só depois que a fila do seu filme começou.
Como era um filme que já estava quase saindo do cinema, haviam poucas pessoas, se comparado ao período de lançamento. Era uma animação 3d, remake de um filme clássico dos anos 90 e que chamou muita atenção logo após ser lançado. Por ser algo amigável à idade de Boruto e que todos os outros ainda não tinham assistido, então pode-se dizer que era o filme perfeito para a situação.
O menino, por sinal, mal se aguentava na fila. Ele, assim como a maioria dos outros pequenos, olhava incansavelmente para a fita que bloqueava a passagem até a sala de exibição.
Depois de pelo menos três minutos para todos se organizarem, a dupla de funcionários começou a recolher as entradas.
Eles estavam em um ponto médio da fila, que andava rápido. Quando tinha cerca de 10 pessoas entre eles e a entrada, o rapaz deixou a sua posição e se aproximou deles para chamar a atenção de Hinata.
– Moça. – Ele disse, educado, ao recolher o papel em suas mãos e a conduziu, juntamente com Sakura, que era considerada a sua acompanhante, até a rampa de acesso.
Para Naruto, pareceu muito estranho ter uma rampa e uma escada tão próximas, considerando que apenas uma rampa cumprida talvez fosse muito mais eficiente. Se bem que aquilo era a observação de um leigo. De qualquer forma, outra coisa acabou tomando a sua atenção. O quanto as pessoas encaravam.
Claro, ele não deixou de notar os olhares espantados toda as vezes que Boruto lhe chamava de pai. Era incômodo? Depois de tanto tempo, não muito, mas ninguém em são consciência gosta de saber que está sendo julgado. E justamente por isso, ele aprendeu a, na medida do possível, ignorar.
Ele olhou para trás por um instante, e também espiou aqueles que estavam na frente. Alguns eram mais discretos do que outros, mas praticamente todos paravam para olhar. Mas olhar, simplesmente por olhar, não era o problema. Os olhares prolongados de pena que eram o problema. Doía nele, justamente por se encontrar várias vezes em situações semelhantes.
As crianças ele conseguia entender. Algumas até faziam perguntas aos pais. Uma senhora em particular, que estava posicionada a apenas três ou quatro lugares atrás deles, realmente pôs a sua paciência a prova ao comentar coisas de extremo mal gosto com a família.
Naruto estalou a língua. Encarou feio. Olhou para trás umas duas vezes, com a língua coçando para soltar um ou dois comentários, mas no fim, acabou não fazendo. Por vários motivos, como a situação em que se encontravam e a idade da pessoa em questão.
Respirou fundo e tentou não dar ouvidos, mas a mulher continuou a descrever, de maneira bem ácida, como era a vida inteira de Hinata, considerando que ela era uma especialista no assunto por conhecer uma mulher que também tinha um marido cadeirante.
Para a sua sorte, a fila continuou a andar. Sakura e Hinata realmente tinham ido na frente.
Boruto fez questão de entregar a própria entrada. A risadinha do menino foi o raio de sol que precisava naquele momento. Encarou Sasuke de relance, sem saber se ele estava alheio a situação, ou apenas tinha resolvido ignorar. Conhecendo o amigo, era difícil dizer.
Continuaram a caminhar pelo chão lustroso até parar em frente às grandes portas abertas, estampadas com o número “03” em um dos lados.
A entrada dava acesso à parte traseira da sala. As luzes continuavam acesas, e as pessoas começavam a procurar os seus lugares.
Buscando a memória do mapa de assentos que Sakura tinha lhe enviado, eles sabiam que estavam alocados do lado esquerdo da sala, e numa das últimas fileiras, ou seja, relativamente próximo à porta por onde tinham entrado.
Aquele cinema em especial era muito elogiado por sua estrutura acessível. A cada duas fileiras, nos extremos dos blocos de assentos havia espaços adequados para acoplar uma cadeira de rodas, bem como na frente da sala.
Desceram pela rampa e pararam na terceira fila. Hinata já tinha guardado a sua cadeira no local indicado, e tinha até saltado para o assento ao lado. Considerando o quão confortáveis eles pareciam ser, ele não julgou a sua atitude.
Sakura estava de pé, sinalizando para eles.
– Eu deixei a cadeira do meio para o Boruto. – Ela falou, encarando o menino.
– Como se eu fosse deixar o menino perto de vocês dois num lugar escuro. – Naruto falou. – Só se eu fosse doido.
– Eita. Como se a gente fosse...
– Nem continue. Nem quero saber. – Naruto estendeu a mão, antes de ocupar o acento do meio. – Senta aqui, filho.
Enquanto o rapaz abaixava o assento, Boruto seguiu as suas direções e então acomodou-se entre ele e Hinata.
– Oi. – Ele disse, acenando para a morena.
– Oi! – Ela correspondeu, com um riso fraco.
– Deixa ele aí. – Sasuke falou, sentando dois lugares depois de Naruto e deixando um espaço para a namorada entre eles. – Vem cá.
– Tá, né. – Ela disse. – Mas depois eu vou passear com ele, viu?
– Só se me devolver depois dos 18. – Ele disse baixinho.
– Quando vai começar? – Boruto, que até aquele momento explorava cada canto da sala, finalmente perguntou.
– Daqui a pouco. – Os 4, que acabaram olhando para ele no mesmo momento, responderam.
Eles riram, e mesmo sem entender, o pequeno se juntou ao grupo no coro.
***
Foi só depois das luzes se aparem que uma ideia finalmente lhe ocorreu. O loiro cutucou Sakura e cochichou.
– Tem Mentos aí?
– Tenho. Por quê?
– Eu quero para jogar na cabeça do povo.
Sakura riu, lhe entregando o que tinha.
– Parece criança.
Ele não comentou com ninguém, mas a verdade era que tinha encontrado, sem querer, o assento da tal idosa da fila. E agora ele tinha mentos, cuspe, e uma mira muito boa.
Naruto sorriu. Talvez carma realmente existisse.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.