Catra ajudou Adora a se movimentar para que o blazer saísse. Mesmo hesitante, separou os lábios dos dela cessando o beijo. Por uma boa causa, claro. Depois de dar mais uma olhada de cima a baixo em Adora e, em segundos, pensar o quanto tinha certeza de que queria aquilo, terminou de despir-se. Tirou o crop top preto que era a única coisa na parte de cima. Depois, desabotoou a calça, tirou as luvas e deixou apenas a calcinha.
Na sua frente, Adora fazia o mesmo e elas se encaravam incessantemente durante o ato. Primeiro tirou a calça, depois a blusa e quando estava prestes a tirar o sutiã, Catra segurou os pulsos dela firmemente e sussurrou:
– o resto eu quero tirar...
A morena empurrou o corpo da mais alta até que ela encostasse de novo na mesa, fazendo-a sentar. Com o pescoço e o colo do peito dela bem na altura de seu rosto, Catra voltou a se posicionar entre as pernas da ex para colar seus lábios no pescoço. Enquanto isso, suas mãos passeavam para cima e para baixo nas costas despidas da mulher à sua frente.
Adora inclinou mais ainda o corpo para frente, deixando cada parte bem exposta. As mãos oscilavam entre puxar os cabelos curtos de Catra e acariciar a cabeça com a ponta dos dedos.
Propositalmente a mais baixa deixou sua respiração descompassada e quente no pescoço da outra e traçou rastros de beijos chupões e lambidas que iam descendo e descendo até bem perto do tecido do sutiã que ainda cobria os seios dela. Na mesma hora que parou com a boca ali, suas mãos já estavam habilidosas no fecho da peça, na parte de trás.
Teve o impulso de direcionar os olhos para encará-la, o que talvez tenha sido a coisa mais anticlímax que fez. Isso porque o que sentiu ao vê-la com os olhos fechados e a boca semiaberta entre suspiros pesados de desejo a causou mais do que excitação.
Seu coração bateu forte além do calor do momento.
Foi tomada por uma vontade de parar o tempo, ou melhor, voltar… Para quando essa visão era mais frequente na sua vida.
Ela sabia exatamente o que iria se seguir, os tipos de gemidos que Adora daria, os movimentos, o que diria... Nada nunca saiu da cabeça dela e essa recaída de hoje à noite poderia ser um erro terrível.
– Ei, tá esperando o que? – a loira reabriu os olhos cheios de luxúria só para intimidá-la – Por acaso é fraca demais para uma noite só comigo?
– Nos seus sonhos, princesa – Catra desabotoou o sutiã e concentrou-se em devorar os seios de Adora.
– Pois eu acho que voc- ah! – a mais alta não segurou o gemido e muito menos a linha de raciocínio.
Ela agora pressionava a cabeça de Catra entre seus seios enquanto esta dançava a ponta da língua alternando, eventualmente, entre um bico e o outro.
Iria deixar o arrependimento para depois.
Primeiro porque não deixaria, jamais, Adora vencer essa competição randômica que as duas entraram sem nem saber que estava acontecendo.
Segundo porque ela mesma queria terminar o que havia começado.
Por seu puro prazer.
Suas mãos apertavam firmemente as coxas de Adora e, depois de mais alguns segundos dedicados aos seios enrijecidos, começou a descer os lábios pelo abdome e ficou mais tempo que o necessário com a língua em movimentos descoordenados um pouco abaixo do umbigo. As mãos voltando a se mexer. Das coxas para o quadril. Depois do quadril para a barra da única peça que restava naquele corpo. Antes de tirá-la, resolveu provocar um pouco mais.
– Talvez eu deva fazer você implorar...
– Ou talvez você deva parar de ficar enrolando – a voz de Adora estava levemente rouca.
Ela já tinha desistido de segurar a cabeça de Catra e agora apoiava o peso do corpo com as duas mãos na mesa.
– Hmm, não sei... – forçou uma cara de dúvida antes de voltar a sorrir maleficamente.
Tinha um plano. E iria fazê-la, sim, implorar.
Novamente abaixou, e dessa vez numa altura em que conseguia apoiar as pernas da outra mulher nos seus ombros, ficando com o rosto bem no meio das pernas dela. Se aproximou numa velocidade dolorosamente lenta até que seus lábios encostassem, por cima do tecido da calcinha, no espaço entre a vulva e o clitóris. O contato era bem leve e a mais baixa sentia o pano praticamente encharcado contra sua boca. Usou a ponta da língua e traçou toda a região de cima para baixo, ainda bem devagar.
– Catra... – o que as cordas vocais da loira produziram foi mais um gemido ofegante do que uma fala – para de ser covarde e tira logo essa merda...
– Covarde, é? – respondeu deixando sua boca encostar por cima do tecido enquanto falava.
Sua própria voz já estava diferente, mais arrastada, mais grave, mais provocativa.
Começou a alternar beijos e chupões pelas partes internas das coxas da loira.
– É. Covarde. Está com medo d-hmmm… – Adora até tentava falar, mas a outra teimava em provocá-la por cima da calcinha de novo – De terminar o que começou...
– Falta você pedir com educação...
– Para... Para com isso, vai... – Adora inclinava seu quadril para frente a cada vez que Catra tocava os lábios nela, na tentativa de aumentar o contato.
– Pede bonitinho...
– Por favor, Catra – as mãos seguraram o rosto da morena para que pudesse encará-la com aqueles olhos que deixavam claro o quanto implorava por atenção naquele momento – por favor, por favor...
Mais uma decisão errada. Catra não deveria ter pedido por isso se não estava preparada para ter Adora assim, na palma das suas mãos, tão vulnerável. Porque não foi exatamente essa sensação que esperava sentir. Não era essa necessidade de mostrar que ela estava ali para satisfazer todos os desejos daquela mulher, não importa quais fossem.
Ela só queria se sentir poderosa. E agora estava só se sentindo mais envolvida.
Não falou nada. Acatou o pedido em silêncio. Tirou a última peça de roupa e deu o que a mulher tanto queria. Usou os lábios, a língua, alguns dedos, e, na medida certa, os dentes para arrancar os longos gemidos, os fortes espasmos, as respirações entredentes e os puxões que recebia em seu cabelo.
– Isso. Isso. Isso. Continua – cada palavra sussurrada era sincronizada com as vezes em que os dedos de Catra entravam e saíam, ao mesmo tempo que a língua circulava gradativamente o clitóris.
Com a mão livre, a morena apoiava as costas dela e a ajudava no movimento que seu quadril fazia. Não parou com a língua e os dedos até achar o movimento ideal, até que sentisse as pernas de Adora tremerem nos seus ombros por um período mais longo, até que ela desse um último gemido mais longo e seus membros finalmente relaxassem.
Ainda assim, não parou repentinamente, foi diminuindo aos poucos, até tirar por completo seus dedos e passar a língua por toda a região uma última vez. Sentiu seu punho e dedos pulsarem com uma leve dor muscular pela repetição de movimentos, assim como sua mandíbula. Nada que não tenha valido a pena, principalmente depois que ficou completamente de pé e pôde encarar mais de perto o rosto corado e pupilas ainda dilatadas de Adora.
– Merda. Você me domina, me conhece tão bem e eu odeio amar isso... – a loira confessou aos cochichos, segurando firme seu rosto.
– Prefiro você quando está calada, ou só gemendo – as mãos de Catra estavam igualmente firmes na cintura de Adora.
Catra precisava fingir que essa frase não tinha a impactado, afinal. Pelo menos fingir que isso não iria ficar na cabeça dela, corroendo cada tijolo das paredes que construíra para se isolar dessa mulher.
Adora iria beijá-la, mas Catra se afastou.
O beijo não ajudava na distância afetiva que queria manter. Então, puxou a mais alta para que ficasse de pé agora, enquanto ela mesma sentava na mesa.
– Vem, sua vez. E vai logo porque Lonnie e Scorpia vão acabar ficando preocupadas.
– Nossa... Que romântica – a loira parecia forçar a descontração da sua fala irônica e ficou aliviada que Catra fingiu acreditar.
– Meu objetivo aqui é justamente não ser romântica – a mais baixa usou as pernas para enlaçar o quadril da outra e puxá-la para colar o corpo no seu enquanto as mãos apoiavam na mesa – quero só te usar
– Nem você acredita no que tá falando, gata… – Adora levantou uma das sobrancelhas a encarando – Pois eu vou arrancar um pouco de romantismo de você, sim.
Ela levou um dos polegares à própria boca e o chupou descaradamente na sua frente. Depois, usou essa mesma mão para agarrar um de seus seios e circular o dedo úmido no bico. A outra mão acariciava o abdome da morena até chegar na calcinha, onde pressionou o polegar no clitóris ainda não exposto.
– Sua p-
Catra perdeu a fala.
Inconscientemente revirou os olhos heterocromáticos enquanto dizia entre dentes: – você não vai me forçar a dizer nada.
– Não vou. E nem quero que diga – sussurrava no ouvido da mais baixa, prendendo em seguida o lóbulo entre os lábios e puxando devagar – eu só quero uma coisa...
Não segurou o gemido quase sussurrado, ainda acanhado.
O lóbulo da orelha era um ponto fraco que só Adora conhecia. E ter revivido essa sensação foi exageradamente prazeroso. Uma mão de Catra segurava delicadamente o rosto da loira, e a outra apoiava as costas dela, discretamente a pressionando mais contra si.
– E o que é? – era difícil falar com os movimentos de Adora no seu seio e por cima da sua calcinha. Tentou mesmo com a respiração descompassada.
– Seu beijo. Só que sem pressa, sem raiva – ainda era tudo sussurrado ao pé do ouvido – só mais uma vez, vai…
– Preço alto – a morena soltou uma risada breve e rouca, provavelmente de nervoso.
– Não é nada, para.
Adora posicionou o rosto para que ficasse bem perto do de Catra. Os movimentos das duas mãos continuando, seus olhos azuis firmes e incessantes contra os heterocromáticos.
Não queria admitir, já admitindo, Catra queria muito esse beijo também.
O beijo e o que se sucederia.
Pela milésima vez naquela noite, não iria pensar muito para não entrar em pânico.
Fechou a distância e beijou Adora. Do jeito que ela queria. Do jeito que as duas queriam. E pôde ouvir um breve som de satisfação, abafado pelos lábios colados, vindo da loira.
Não demorou muito para que a mão que antes estava em seu seio, fosse para as costas e a outra, para dentro de sua peça íntima, finalmente dando o contato pele a pele que precisava. E agora quem gemia entre o beijo era ela, fazendo com que Adora gradativamente aumentasse a velocidade do movimento.
Quando a mais alta se deu por satisfeita com o beijo em sua boca, desceu para o abdome, onde continuou. As mãos pausaram os movimentos por um tempo para que fossem usadas para arranhar as costas de Catra.
Diferente dela, Adora não insistiu na provocação, logo tirou a calcinha e a abocanhou. E a diversão de sua ex, Catra tem certeza, foi ouvir o gemido quase gritado que deu quando ela introduziu a língua e deixou o dedo para estimular o clitóris.
– Puta merda, Adora! – seu tom de voz ainda era mais alto e agudo que o normal – continua…
Para dar mais espaço para a língua, Catra apoiou ambos os pés nos ombros da mais alta, expandindo, ainda mais, a parede vaginal para que ela alcançasse o ponto G. E quando Adora chegou lá, mantendo a frequência e a intensidade dos movimentos, Catra teve que morder os lábios para que seu gemido não saísse tão escandaloso novamente.
– Ado-ah… Adora, eu… isso, vai – não fazia ideia do porquê achava que precisava informar que estava quase tendo um orgasmo, mas mal conseguiu dizer qualquer coisa depois que o teve.
Sentiu pequenos choques percorrendo por todo seu corpo para depois se concentrarem na região em que a loira ainda movimentava a língua e a ponta do dedo. Seus olhos estavam fechados, firmes para não expor o quanto eles não paravam de revirar de prazer.
Só os reabriu quando não mais sentia os toques da outra mulher, e assim notou que ela nem estava mais perto também. Adora já estava colocando as roupas de volta, o que a induziu a querer fazer o mesmo. Só estava esperando até que sua alma voltasse ao corpo primeiro.
De todas as pessoas que ficou na vida, Adora era a que mexia com ela em todos os sentidos, sempre foi assim. Qualquer toque, por mínimo que fosse, já a tirava do sério, como se fisicamente tivesse um ímã que insistia em puxá-la para o corpo de Adora, e vice versa.
Mas isso acabou hoje. E pode ser para sempre. Era o que tentaria de agora em diante.
Foi só uma noite. Só uma.
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