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História O que te faria ficar? - De Repente 30 Motivos Para Matar Adora - História escrita por chan_sango - Spirit Fanfics e Histórias
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História O que te faria ficar? - De Repente 30 Motivos Para Matar Adora


Escrita por: chan_sango

Notas do Autor


Oi pessoaaaaaar!
Hoje temos POV de Catra e mais da treta da feiraaa <3

Capítulo 5 - De Repente 30 Motivos Para Matar Adora


“Vai. Se. Foder. Universo.”

Uma semana. 

A paz só durou uma semana. 

Quer dizer, foi só correria ter que se adaptar à rotina das primeiras aulas, preparar matéria, fazer chamada com muito nome estranho de gringo. Depois arrumar o apartamento, montar a grade das aulas que poderia fazer nas horas livres. Só caos. Mas foi para esse caos que Catra veio, para início de conversa. Era dele que gostava, era só nele que queria pensar. Era o que afastava sua mente daquela noite com Adora. 

Estava amando ter que reclamar só da vida acadêmica e profissional, só que o mundo deve achar que ela é uma grande palhaça mesmo. 

Por que veio junto com a Scorpia? Por que não ficou em casa fazendo vários nadas e descansando a mente assistindo ou lendo algo inútil que nem a Lonnie?

– Oi, meninas, prazer – o rapaz da blusa tie-dye cumprimentou com um aperto de mão – sou Bow.

Catra correspondeu, forçando um sorriso, depois que Scorpia tão animadamente respondeu. Seria escroto se ela não o fizesse, certo? Em seguida, todo mundo se apresentou:

– Eu sou Glimmer.

– Mermista.

– Sea Hawk.

“Adora conseguiu achar um grupo com nomes piores que o dela. Hehe”

Aliás, todo mundo falou menos a bonita. 

Catra aproveitou as lentes furtivas de seus óculos escuros para observar em detalhes a linguagem corporal da loira. Ela estava balançando uma das pernas freneticamente, desviando o olhar para todos os lados, braços cruzados com uma das mãos apertando o antebraço tão forte que chegava a ficar vermelho.

– Ei! Tá dormindo, mulher? – Mermista cutucou o ombro de Adora, que fingiu voltar a atenção ao grupo.

– Foi mal – a loira deu um sorriso amarelo – estava distraída com as barracas. Adora. Meu nome.

Scorpia arregalou os olhos na mesma hora e ficou alternando a direção de sua expressão boquiaberta entre Catra e Adora umas três vezes. A morena não sabia como a amiga não tinha ficado tonta ainda.

– É, Scorpia, é ela – Catra fez sua melhor pose de desinteressada e levou uma das mãos a cintura, virando o rosto para olhar para o lado.

Ela conheceu Scorpia logo depois que Adora saiu do Brasil. Estava no auge do fundo do poço e, se não fosse pela insistência da mulher mais alta em ajudá-la a superar, jamais teria conseguido. Nunca mostrou uma foto de Adora, ou sequer descreveu como era. Scorpia apenas sabia o nome. 

Bem... Agora não mais.

Ah! Não contou que ela era a loira do baile de máscaras também. 

Para ninguém.

 – Eu o que? – sua ex se fez de desentendida.

– Sério, Adora? Vai fingir que não me conhece? – Catra finalmente levantou os óculos para cima da cabeça e deixou que seus olhos azul e âmbar fuzilassem os azuis da outra.

– Gente, o que tá acontecendo aqui? – Sea Hawk colocou a mão no peito expressando surpresa e sussurrou para Mermista. 

Foi um sussurro bem alto. Todos inevitavelmente escutaram, principalmente pelo silêncio que se formou depois da fala de Catra.

Adora suspirou alto e apontou para ela:

– Catra é minha... – estava evidentemente tentando achar um jeito menos drástico de confessar, porém foi infeliz na tentativa e só suspirou antes de terminar – minha ex...

Ex? – Glimmer perguntou.

– Você namorava antes de vir? – agora foi Mermista.

– Foi meio insignificante, um surto coletivo. Vai ver foi por isso que ela não contou, né? – a morena de cabelos curtos cruzou os braços e levantou uma das sobrancelhas com um sorriso sarcástico – Éramos jovens idiotas e inocentes. Adora era mais. Idiota, no caso.

Scorpia ficou imóvel, parecia se esforçar para entrar na mentira dela e não deixar escapar o quanto precisou sacudir Catra para que parasse de chorar e fosse seguir com a vida naquela época. Tinha que agradecer a amiga depois pela parceria. Agora, iria dar o seu máximo para exalar a pseudo indiferença. Se o destino a trouxe até aqui, não iria sair por baixo.

Todo mundo parecia tenso. 

Por pouco tempo, porém. 

Mermista logo começou a rir do insulto à loira, depois, os dois homens e, no final, todos estavam rindo. Isso descontraiu mais o clima e fez com que caíssem na história. Ainda assim, Adora não deu um pio. Nada além de uma risada sem graça.

– Gostei de você – a morena de mechas azuis exclamou.

– Valeu, blusinha de sereia – Catra piscou para ela.

Scorpia logo perguntou por Perfuma e todos juntos foram procurá-la. Desde que chegaram, não haviam encontrado a barraca dela. Sua amiga estava ansiosa para rever a mulher que flechou o coração dela no baile de máscaras. 

Também era uma loira, que ironia. A diferença é que o relacionamento das duas estava decolando, até demais. Estava na velocidade da luz

“Uma semana desse casal sapatão equivale a sete anos de relacionamentos comuns”, foi a frase que ela e Lonnie escolheram para atormentar Scorpia quando ela suspirava pelos cantos depois de trocar mensagens com Perfuma.

Ela estava usando até o colete jeans, sua peça de roupa de quando precisava se sentir confiante. Um presente que Catra havia dado para ela. Tinha que admitir que Scorpia era linda e não precisava de muita coisa para isso, nem mesmo do colete. Seu cabelo raspado nas laterais, o batom preto que quase sempre usava, os olhos brilhantes de uma alegria sem fim. Tudo isso já era um combo e tanto. Qualquer uma que a namorasse ia ter muita sorte. 

E, honestamente, foi só por isso que veio. Pela amiga. Para fazer companhia nos momentos de nervosismo. Catra entendia bem como era esse início de paixão, de como é descobrir que está gostando de alguém. É a fase mais maravilhosa e medonha de todas. 

Inconscientemente olhou para Adora.

A loira estava andando logo à sua frente, um pouco deslocada do grupo. Não tanto quanto Catra, que era literalmente a última, há quase 4 metros de distância. Isso porque Entrapta e Scorpia já estavam super entrosadas com os novos amigos, conversando sobre todas as trivialidades possíveis. Não tão novos para a de maria-chiquinhas.

Sem ter tempo para desviar o olhar, acabou encarando quando a loira virou a cabeça para trás e a fitou por algum motivo que não fazia ideia.

– Perdeu alguma coisa na minha cara? – Catra perguntou rude e defensiva com o movimento repentino da outra. 

– Gostaria de ter perdido a mão nela, isso sim – a loira atrasou o passo até ficar do seu lado. Tinha cara de poucos amigos.

– Não tenho medo de cara feia não, Adora – arqueou as sobrancelhas, virou os olhos e continuou caminhando – Eu ein...

– Sério, o que você tá fazendo aqui?

– Vim na feira com a minha amiga.

– Não. Aqui aqui – ela gesticulou tentando reforçar a pergunta. 

Catra continuou a olhando com desdém, desinteressada em entender. Adora tentou novamente:

– Digo, por que saiu do Brasil?

– Ué. Por acaso você é agente de imigração agora? Quer ver meu visto? Passaporte?

Adora entrou na sua frente e a fez parar de caminhar.

– Para de deboche, responde sério.

– Tô fazendo um intercâmbio de mestrado, vou ficar aqui durante esse semestre dando aulas de espanhol na faculdade.

– Veio só para isso?

A mais alta continuou parada, encarando-a, esperando mais alguma coisa.

Seja o que for, não iria ter.

– Como assim ‘só para isso’? Não vim atrás de você, não, nem se ilude. Na verdade, a intenção era ficar ainda mais longe, só errei a porra do destino. Respondido? Dá para sair da minha frente agora, madame?

Adora abriu e fechou a boca algumas vezes, parecia que queria falar, mas decidiu não responder nada. Apenas virou-se e voltou a andar, liberando o caminho. 

Não entendeu o que tinha acabado de acontecer, mas ligou o foda-se. Pelo visto isso seria uma rotina. Ligar o foda-se para ter que lidar com Adora. Voltou a andar.

Acharam a tal de Perfuma, e a morena entendeu toda a paixão acelerada de Scorpia. A mulher alta e esbelta era tão deslumbrante que parecia o próprio sol. Bem o tipo de sua amiga. Seus cabelos loiros cacheados caíam nos ombros cheios de sardas, as mesmas que se espalhavam pelo rosto e colo do peito. Ela estava com um vestido de alça longo num tom rosa. Tinha também uma coroa de flores na cabeça. 

Pelo visto, flores era a parada dela. A barraca tinha todos os tipos que podia-se imaginar.

– Amigos, é muito bom sentir a energia de vocês aqui – a mulher-Sol falou bem devagar e aérea.

– Ela tá chapada? – Catra foi para o lado da Scorpia e sussurrou no ouvido dela.

– Talvez – a amiga respondeu sem tirar o olhar da namorada hippie.

– E tu? Tu tá chapando também né, sua safada?

Scorpia balançou a cabeça positivamente – às vezes. 

As duas riram baixinho. Na verdade, só a morena riu. Scorpia imitou num ato automatizado, pois estava muito ocupada sendo hipnotizada pelo olhar da loira brisada. 

“Meu Deus, essa aí já tá perdida na crush. Só não pode ser trouxa que nem eu fui.”

Ficaram um bom tempo ali fazendo média na barraca de Perfuma, alguns do grupo até compraram coisinhas. Depois que alguém reclamou de fome, provavelmente Adora, o grupo decidiu comer. Já estavam caminhando há horas mesmo.

Primeiro a saga foi encontrar uma mesa grande o suficiente para todos. Mais 20 minutos rodando até conseguirem. Por fim, cada um foi atrás de seu lanche em turnos, um esperando o outro voltar enquanto guardava lugar. 

Obviamente Scorpia ficou na barraca ajudando Perfuma, a desculpa perfeita para que elas ficassem se pegando enquanto ninguém aparecia para comprar algo. 

A opção de Catra foi sentar ao lado de Entrapta. A mulher falava demais sobre coisas que ela nem entendia, então, se via obrigada a cortar o assunto mais vezes que o comum. Foi num desses raros minutos de silêncio que ela pegou uma conversa no ar, lá na outra ponta da mesa.

– E como foi o date com a Huntara ontem, Adora? – Mermista perguntou ainda mastigando o wrap integral.

“Date? A Filha da puta é rápida”.

– Ah... Foi bom, foi bem legal – Adora respondeu casualmente.

– Aposto que ficaram falando só de luta, academia, músculos, blabla – Glimmer entrou na conversa com seu tom brincalhão e provocativo. 

– Deve ser o casal gay mais hétero top do mundo – a morena de mechas azuis acrescentou rindo.

– Não falamos só disso – a loira retrucou a presunção das amigas com um sorriso de canto no rosto – e também não só falamos...

Parece que esqueceu a presença de Catra ali. Ou realmente não se importava em saber se ela gostaria de ouvir isso ou não. A morena apertou o sanduíche nas duas mãos sem perceber.

– E foi lá na cidade dela?  – continuou Mermista – Esse negócio de namorar a distância não dá certo não, tô avisando...

– 30 minutos de onde moro só, Mermista, para de graça. E não estamos namorando.

– Mas não vai sair com ela de novo? Vai que as coisas ficam sérias…

– Vou, quer dizer, se ela quiser... Por que não?

Chega. Era trouxa? Era. Mas, assim também era demais. 

Levantou da mesa rápido demais e acabou recebendo o olhar repentino de todos. Um em específico estava assustado, o de Adora. Ela estava com a maior expressão de desespero. Provavelmente esqueceu mesmo que Catra estava ali. 

Mas, será que ela não contaria do tal date do mesmo jeito? 

Aliás, independentemente de estar ali ou não para ouvir, já não estava saindo com outra pessoa de qualquer forma?

Notou que estava parada em pé, não tinha saído ainda. Era melhor inventar uma desculpa e se despedir? Ou só sair? 

A vontade de chorar já estava crescendo, era melhor sair. 

Foda-se. Não conhecia eles direito mesmo. Não devia satisfação. Foi embora da mesa. 

Não entendia, também, porque estava tão afetada se já deveria esperar por algo do tipo. Não tinham mais nada, e nem iriam ter. Nunca mais. 

Pegou o celular e mandou uma mensagem para Scorpia avisando que estava voltando para casa e para não se preocupar, porque só estava cansada. Mentira. 

Lembrava bem o ônibus que pegaram com Entrapta e era impossível errar o ponto no qual desceria. Tinha uma placa enorme de um restaurante de lagostas. Depois de uma hora segurando o choro no caminho, porque nem em sonhos que daria à Adora esse prazer de ser vista desabando em público, destrancou a porta do apartamento.

Uma vez dentro de casa, gritou toda a sua raiva e deixou as lágrimas virem:

– Tomara que no próximo date uma bomba EXPLODA na cara das duas!

– Eita porra! – Lonnie levantou do sofá e foi correndo, talvez pelo susto, até a amiga – O que aconteceu? Cadê a Scorpia?

Catra tentava acalmar o choro raivoso que estava quase tirando todo seu ar. Precisava dele para responder à pergunta, afinal. Alguns outros rosnados depois, tentou:

– Tá na feira ainda...

– Mas o que houve contigo, meu Deus?

– Adora... A infeliz da Adora estava lá...

– Puta merda! – Lonnie envolveu os braços no corpo da amiga e a confortou – Calma, calma. Vem comigo, vamo ver um filme bem doce para tirar a amargura do seu coração.

Ela também sabia de Adora. E chegou a conhecê-la pessoalmente até, pois estudaram na mesma escola nos últimos anos. Lonnie, contudo, era de uma outra turma e quase não se esbarravam por isso. Só depois de uns três ou quatro papos na faculdade que ela e Catra finalmente se tocaram que foram colegas também no Ensino Médio. 

Lonnie sabia ser cuidadosa quando queria. E esse era o momento. Ela guiou Catra até o sofá, fez pipoca e a colocou para assistir De Repente 30. 

Quem olhava para a sua constante cara de deboche, jamais iria imaginar que esse era seu filme favorito. Chutariam, no máximo, O Grinch, um ser amargurado que quer estragar a vida dos outros porque acha graça. Tipo ela em vários momentos da vida.

Poucas pessoas sabiam. E no início, só assistia porque era apaixonada pela Jennifer Garner, provavelmente sua primeira crush famosa. Adora tinha até ciúmes quando insistia em voltar à cena de Jenna acordando adulta numa camisola super curta e checando os peitos mais volumosos. E Adora detestava que ela dizia que ninguém nunca ia causar o efeito que Jenna causou na jovem Catra quando viu essa cena pela primeira vez aos 13 anos. Tão boba...

Hoje em dia, sabia as falas de cor e tinha a maior sensação de conforto ao assisti-lo. 

– Quando eu era mais nova e assistia esse filme, realmente achava que aos 30 tudo seria incrível. Agora eu tô com quase 30 e tomo mais no cu do que antes – Catra comentou entre uma risada breve.

O comentário não tinha só relação com o que acontecia na sua vida amorosa, era uma avaliação geral. E também, sua maneira de fazer piada com as próprias desgraças.

– Eu toda, minha filha! – Lonnie respondeu, acompanhando-a no riso. 

No meio do filme, já estava se sentindo um pouco melhor. Seus olhos não ardiam mais tanto, e, provavelmente, seu rosto estava mais sujo de sal e pipoca do que inchado de chorar. Ainda assim, não se deixou abalar mais por Adora e seu date de merda. Estava mais interessada na vida de Jenna e Matt. 

Era uma coisa só dela, uma alegria que ninguém roubaria jamais. Ia ter 90 anos e nunca deixaria de assistir esse clássico.


Notas Finais


Acho que vocês já perceberam, mas vale ressaltar:
Adora conheceu Glimmer, Bow e cia só depois que saiu do Brasil e escolheu 'omitir' certas coisas do passado.
E Catra também só conheceu Scorpia depois de Adora.

A partir do próximo capítulo, esse povo todo vai começar a sair junto, sim hue hue
Nos vemos na terça, people! E muito obrigada pelos incentivos, comentários, favoritos, etc. Isso é super especial para mim <3


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