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História O que te faria ficar? - Eu mesma, Xeroque Romes da minha ex - História escrita por chan_sango - Spirit Fanfics e Histórias
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História O que te faria ficar? - Eu mesma, Xeroque Romes da minha ex


Escrita por: chan_sango

Notas do Autor


POV de Catra AND Adora hoje e um pouquinho de vingança hue hue
Boa leitura <3

Capítulo 7 - Eu mesma, Xeroque Romes da minha ex


Em um momento aleatório mexendo no celular no intervalo entre uma aula e outra, Catra stalkeou o perfil de Huntara no Instagram. Não fazia ideia de como se deixou levar a tanto. O perfil dela apareceu como sugestão e soou como se o destino estivesse esfregando em sua cara que devia olhar. Não sabia muito bem o que estava induzindo esse sentimento, no início tentou até se convencer de que era só para reafirmar a falta de capacidade de Adora de encontrar alguém melhor que ela. Depois, ficou na dúvida se fez certo em se comparar com a gringa, principalmente quando olhou os stories. Afinal, quem procura, acha, não é?

Há 20 horas atrás, Huntara filmou Adora golpeando um saco de pancadas na academia sem que ela percebesse. Quando gritou um “ei, loirinha” (tradução livre de Catra), ela saiu correndo na direção da câmera até conseguir esconder com a mão e disse entre risadas na língua do país: “para com isso, sou tímida”.

“Tímida é o caralho. Palhaça. Sempre gostou de se exibir na academia.”

Há 18 horas atrás, estavam comendo pizza juntas. Catra viu o boomerang que a mulher musculosa postou de sua ex mordiscando um pedaço e depois sorrindo ao notar que estava sendo filmada. A gringa colocou até legenda: “O que tem de beleza tem de fome”.

Isso é uma coisa que Catra dizia sempre. É ‘Adora Fernanda’ porque come por duas mesmo.

Por que resolveu olhar essa merda? Adora tinha cumprido a parte dela da conversa de não comentar mais sobre a mulher enquanto estava em grupo. Quem se submeteu a essa humilhação foi ela mesma agora. Talvez pela sua falsa e inútil esperança em achar que, só porque a gringa não era mencionada, Adora não saía mais com ela. Um erro fatal. Se existe um conselho que Catra de agora daria para sua versão de dias atrás seria, “não tenha um pingo de esperança em relação a sua ex. Ela é ex por um motivo, não é? Deixa de ser otária.”. 

Bloqueou a tela do celular e suspirou. Era uma terça-feira e já queria que a semana acabasse só para poder morrer de raiva de sua própria atitude por 24 horas seguidas, no mínimo, e sem contato com o mundo externo. 

Doce ilusão. 

Chegou sexta-feira e, nem se ainda estivesse no auge da crise de arrependimento, conseguiria vegetar de tristeza na cama. Sua pilha de trabalhos para corrigir não lhe daria esse belo privilégio. Pelo menos essa seria sua desculpa para não encontrar o grupo por hoje. Scorpia já estava se arrumando para sair quando parou surpresa de frente para a morena, ainda com os sapatos na mão:

– Não vai hoje, gata selvagem? É a rodada grátis que Bow tá devendo do dia do boliche.

– Tô super atolada com as correções – virou a tela do notebook e mostrou a quantidade de arquivos abertos – além do mais, tô com zero clima.

– Bom, eu vou avisar no grup-

– Não não! – Catra praticamente gritou – Eu aviso. Vou falar que estou num date, quero sair por cima e, de quebra, deixar a Adora reflexiva.

– Sabe que isso é infantil, né? – a mais alta havia sentado em uma das cadeiras da mesa em que Catra trabalhava para calçar os sapatos.

– Caguei. Espero que você confirme, ein!

– Eu não sou o problema – Scorpia levantou, já estava pronta – Lonnie provavelmente vai ver a mensagem e desmentir 

– Não, ela não vai. Vou ameaçá-la de morte se fizer isso. – Catra levantou também, como uma flecha, olhando para todos os lados do cômodo em que estavam em busca de Lonnie – E cadê ela? Não vai contigo?

– Não, vai para um outro compromisso mais tarde. Tá lá no quarto – depois de responder com um sorriso gentil, a mais alta jogou um beijo no ar e acenou para a amiga antes de fechar a porta do apartamento  – Fui! Vê se come alguma coisa ein!

– Tá, mãe.

Catra apoiou o corpo na mesa e cruzou os braços. Sua noite seria um tédio. Fazer o que? Não tinha opção. Olhou para a mesa e avistou o celular. Pegou, desbloqueou e sorriu maléfica ao começar a elaborar a mensagem que mandaria no grupo:

 

gente, não vai rolar p mim hoje, tenho um datezinho marcado. Nos vemos na próxima ;)

 

Catra olhou de relance para a porta do quarto de Lonnie e viu a mulher colocando só a cabeça para fora e a olhando confusa. Provavelmente leu a mensagem no grupo.

– Ué, tu vai sair com quem? – a outra perguntou.

– Não vou sair. É para dar uma boa justificativa e me vingar da Adora – encarou a amiga sorrindo.

– Sério isso? – depois de revirar os olhos, Lonnie voltou completamente para o quarto, gritando o resto da fala – Tu tem quantos anos? 15?

– Não se mete nessa. Tu já vacilou comigo no dia do boliche com aquela piadinha – Catra respondia também gritando, propositalmente mais ameaçadora que a amiga.

– Relaxa. Vou deixar você com tuas mentiras, tenho coisa melhor para fazer. 

Ótimo. Ninguém ia atrapalhar seu plano nada imaturo e inconsequente enquanto tirava a noite para trabalhar na paz. Provavelmente iria até a cantina do campus para comprar uma pizza para o jantar, já vestida de pijama, e encontraria outras pessoas fracassadas como ela fazendo vários nadas num sábado. Sucesso.

 

---

Adora tinha acabado de colocar o telefone no bolso ao sair na rua quando ele vibrou. Por isso, decidiu não olhar de imediato e espairecer um pouco a mente observando a rua. Estava indo encontrar seus amigos no bar há 10 minutos de sua casa e já estava levemente atrasada. Dessa vez tinha uma boa desculpa, dormiu na casa de Huntara na última noite e esqueceu a carteira. Teve que voltar àquela cidade só pelos seus documentos, que só fizeram falta no meio da tarde, e não conseguiu manejar tanto assim o imprevisto com o horário marcado. 

E esse não era seu grande problema da atualidade até, pelo menos não comparado aos que começavam a florescer e criar raízes. 

O mais recente cultivado foi essa suposta noite com Huntara. Uma péssima decisão ter dormido lá. Estava muito tarde e o trem para voltar para casa não mais circulava, e, assim, criou sua própria armadilha da qual quase não escapou. Huntara estava jogando mais do que indiretas para que dormissem juntas e tudo que a loira podia para evitar, fez. Conseguiu dormir no sofá dessa vez, mas ficou pensando até quando iria conseguir evitar o inevitável. 

Ou melhor, até quando iria ficar bloqueando a sua própria superação. Por que não ia logo para cama com ela? Por que tinha essa trava e pensava num certo par de olhos azul e âmbar, ou em uma certa boca, um certo corpo? Péssimo momento de a emoção querer falar mais alto que a razão.

Parou na esquina de maior movimento esperando o sinal de trânsito fechar para os veículos para que pudesse atravessar. Foi nesse momento que decidiu puxar o celular para olhar aquelas mensagens que lá atrás vibraram dentro de sua jaqueta de couro preta. Tinham várias notificações já, mas uma em específico a desorientou até demais.

“Catra tá indo para um date? Ela tá saindo com alguém então?”

E depois piorou. As mensagens em seguida eram só de apoio:

 

Perfuma:

Uma pena que vai perder a rodada grátis... Porém muito bom por ser um encontro, é sempre bom passar um tempo com alguém agradável :)

 

Mermista:

uuuui, gente, vcs tão mt pegadora. Eu qnd cheguei demorei séc até arrumar alguém, mesmo mirando para todos os lados.

 

Glimmer:

e ainda escolheu errado né, @Mermista, diga-se de passagem...

eita! Mostra para elx quem é a gata selvagem

 

Bow:

Ai que horror, amor, n fala assim do meu irmão só pq ele é um pouquinho esquisito kkk

Vai com tudo, gata selvagem. Arrase corações!

 

Ana Catarina:

gata selvagem é o cu de vcs

e obgd pelo incentivo. Vou arrasar corações sim ;)

 

– Já tá arrasando o meu desde o dia que pisou naquele baile de máscaras, filha da puta – Adora cochichou para si antes de olhar a luz vermelha e iniciar sua travessia, única coisa que faltava para chegar ao bar.

Cumprimentou os amigos que já estavam eufóricos em uma mesa de copos cheios e vazios. Sentou-se ao lado de Perfuma, bem perto de Scorpia. Inevitavelmente puxou mais conversa com elas por proximidade, nada muito profundo também. A verdade era que não estava tão presente mentalmente desde que lera a mensagem de Catra no grupo. Se conseguiu passar mais de 5 minutos só focada nos assuntos voláteis que vinham e morriam na mesa, foi muito. 

Não sabia exatamente quantos copos de cerveja depois, mas, Adora pediu para Scorpia o perfil do Instagram de Catra. Era um novo perfil, o que ela costumava usar enquanto namoravam foi excluído. Catra sumiu das redes sociais por um bom tempo, Adora se lembra disso. E lembra muito bem, já que tentou procurá-la em todas para puxar conversa. Inclusive, imaginou todos os assuntos inúteis que tentaria começar só para que ela respondesse. Nunca aconteceu. 

Obviamente não conseguiu pensar em outra coisa a não ser esse encontro misterioso, principalmente. Enfim, lá estava ela na sua melhor versão de stalker no meio de um bar enquanto todos se divertiam. Olhou os stories primeiro. Nada. Depois foi nos destaques e viu só alguns vídeos e fotos dela com Scorpia e Lonnie, ou das letras de música emo que ela escutava. Todos de outros dias. 

Não pôde deixar de admirar as poucas fotos no feed. Na visão de Adora, Catra era de uma beleza única. Cada detalhe do corpo, a pele levemente retinta que só ressaltava os olhos heterocromáticos, os caninos discretamente sobressalentes, as sardas no rosto... Deveria ter imaginado a facilidade com que sua ex atrairia logo admiradoras. Foi meio idiota de sua parte não ter se preparado psicologicamente.

Abriu o direct dela algumas vezes e ficou olhando para a caixa de texto. Estava sem coragem, e, ao mesmo tempo, tinha que usar essa oportunidade de entrar em contato. Queria mostrar para ela que estava ciente desse encontro e que estava completamente de boas com isso, que as reações de ciúmes misturadas com saudades eram apenas uma ilusão de seu cérebro:

 

@adora.fer

seu perfil apareceu como sugestão e não podia perder essa oportunidade

espero que esteja curtindo seu date ;)

 

@magicat_ra

obg rs
to curtindo sim, cada segundo


 

@adora.fer

legal, fico mt feliz q esteja aproveitando o intercâmbio assim
qnd vamos conhecer a felizarda?

 

@magicat_ra

é haha  ;)
dps a gnt fala sobre isso
n posso ficar mt no celular 

acabamos de chegar na casa dela e sabe como é ne >:)
bjs

 

Adora piscou algumas vezes só para confirmar que não tinha lido errado, que não estava louca. 

Como assim? Catra já estava nesse nível de intimidade com essa suposta crush? Adora só queria gritar de raiva. Ou de ciúme. Dos dois, talvez. Ficou alguns segundos tentando disfarçar a expressão para que seus amigos não notassem, ao mesmo tempo que pensava em uma resposta que parecia inocente e, na verdade, era uma indireta. 

Tinha que ser rápida, para dar chance de deixá-la com remorso antes de começar a tirar a roupa dessa mulher misteriosa:

@adora.fer

realmente vc é rápida, Ana Catarina
queria ser fácil assim como vc

 

@magicat_ra

é, sou fácil p quem me merece, Adora Fernanda

q n é o seu caso

e p quem eu quero tbm, outra coisa q n é da sua conta

 

@adora.fer

grossa
se foder

 

@magicat_ra

foder eu já to indo mesmo hehe
dá licença, n atrapalha


 

@adora.fer

te odeio

 

@magicat_ra

pena

chora no ombro da huntara

 

Adora bloqueou o telefone e o jogou na mesa, suspirando. 

É incrível como só tornou as coisas piores. Catra estava mais forte do que nunca, ganhando essa batalha por vantagens absurdamente desproporcionais. E quanto mais ela pisava, mais Adora queria insistir, queria consertar as coisas, voltar no tempo. 

Há quatro anos ela achou que tinha vivido o pior momento desse término. Uma ilusão, porque isso pelo que passava agora era mil vezes pior. Era como perder o que já nem era dela, tornando-a a pessoa mais estúpida da face da Terra. Duplamente estúpida, por ter deixado ela ir não só uma, como duas vezes. 

A vontade de chorar já estava forte quando levantou dando a desculpa de que precisava ir um pouco lá fora e tomar um ar. Glimmer foi acompanhá-la e sua urgência em sair dali era tanta que nem retrucou. Abriram a porta de vidro do bar, foram para os fundos. Tinha um casal se agarrando na parede, mas as duas ignoraram. Adora porque já estava com as mãos no rosto e Glimmer porque notou o estado da amiga.

– O que tá rolando, Adora? – a mais baixa abordou delicada e colocou as duas mãos nos ombros da loira – Percebi que estava super aérea desde que chegou e não largava o celular. Brigou com alguém?

– Com a Catra… Não foi bem uma briga, é essa coisa de ficar uma agredindo a outra o tempo todo... – respirou fundo e segurou um pouco do choro para responder – O que eu e ela tivemos não foi tão insignificante assim, por isso me machuca...

– Para mim é evidente a tensão sexual que rola entre vocês duas, só não sabia que era tão sério – Glimmer aproveitou as mãos nos ombros da amiga para posicioná-la bem de frente para si e encará-la – não acha que está na hora de me contar o que aconteceu, não?

Adora balançou a cabeça confirmando. Já estava mesmo, e Glimmer era sua melhor amiga, compartilhar esse fardo poderia torná-lo menos pesado. Depois de fazê-la jurar não contar para mais ninguém, a loira expôs todo seu histórico com a ex.

 

- - -

Catra foi bem rápida corrigindo os trabalhos. Por seu belo desempenho e dedicação, resolveu até se presentear com a pizza mais cara da cantina para comer enquanto maratonava um desses programas de sobrevivência na selva. 

Foi nesse estado, de pijama, com uma caixa de pizza apoiada no colo do peito e o cabelo bagunçado, que respondeu vitoriosamente às mensagens de Adora, essas que terminaram com xingamentos, para variar. Ficou imaginando vários cenários e reações, e, em todos eles, ela sabia que Adora estava indignada. 

Bom. Muito bom. Estava orgulhosa de sua atuação. 

Nada a impediria de sentir essa vitória, nem mesmo o pequeno aperto de culpa no peito ao pensar que, se sua ex tivesse sentindo metade do que ela sentiu no dia da feira, então a coisa estava seriamente dolorosa.

Quase pulou do sofá quando a porta do quarto de Lonnie se abriu. Tinha esquecido completamente que a mulher ainda estava lá. Não ficaria por muito mais tempo, porém. Ela estava arrumada, com um vestido casual preto aberto nas laterais das pernas e um tênis social branco. Era uma roupa de quem ia para alguma festinha.

– Nossa, princesa, tu tá 10 de 10 – Catra usou um tom de voz provocativo e levantou uma das sobrancelhas, fingindo flertar – quer vir aqui para o sofá comigo não? 

– Eu mereço mais, dá licença – Lonnie respondeu com um falso desdém e estalou a língua.

– Meu humilha não, porra, já tô na merda comendo pizza e vendo Discovery Channel sozinha aqui enquanto poderia estar enchendo a cara – a de olhos heterocromáticos puxou uma calabresa da pizza e levou até a boca – Sério, tu vai para onde?

– Grupo de estudo com Rogelio e Kyle, dois amigos meus de uma aula aí.

Catra deu uma gargalhada alta. Era evidente pela expressão e fala de Lonnie que não era nada disso.

– Menage agora se chama grupo de estudo? Entendi... – ainda entre risadas, a que estava sentada no sofá piscou para a amiga – Não precisa falar nada, vai... Divirta-se

– Como se eu precisasse de alguma aprovação sua para me sentir pronta para qualquer coisa na minha vida. Me poupe, gata selvagem. – a de dreads no cabelo também disse entre risadas, já prestes a sair pela porta do apartamento – Boa noite, fracassada, e se tiver pizza no sofá tu vai limpar com a porra da língua.

– Minha língua é muito preciosa para sair encostando em qualquer coisa.

– Será mesmo? Fica aí uma reflexão para sua noite – a outra pausou na porta e lançou um olhar duvidoso para a amiga, depois, uma risada – fui.

Agora era oficial, estava sozinha. 

Para o seu ego dramático, isso significava completamente abandonada. Queria fingir que isso não a incomodava. Estava feliz por ver Scorpia dando tão certo com Perfuma, ou Lonnie saindo frequentemente com esses dois caras, o que evidentemente significava que estava acontecendo alguma coisa entre os três. 

Todo mundo dando certo, e o seu único relacionamento recíproco era com aquela pizza linda que estava comendo. Ou com a televisão e suas mil e uma formas de entretenimento. 

– Tá tudo bem, até porque sua vingança já valeu por mil e uma saídas – balbuciou para si ainda mastigando – além do mais, qualquer coisa é melhor que olhar para cara da Adora e fingir plenitude.

De sua ex, só queria a indignação que provavelmente causou com as mensagens. E ponto final. Tinha que acreditar nisso.



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