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História O que te faria ficar? - A quase morte da gata selvagem - História escrita por chan_sango - Spirit Fanfics e Histórias
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História O que te faria ficar? - A quase morte da gata selvagem


Escrita por: chan_sango

Notas do Autor


Opa, chegay!

Eis o último capítulo no POV Catra para vocês. E relaxem, pq esse capítulo é majoritariamente soft.

Boa leitura <3

Capítulo 34 - A quase morte da gata selvagem


Catra não via nenhuma outra alternativa para se justificar a não ser essa.

Passou o dia implorando para que Mermista recuperasse pelo menos um dos vídeos daquela noite. Mesmo que estivesse abraçada, naquele estado, com Sara, era uma prova concreta de que não passara disso. Se Adora não conseguia acreditar só em sua palavra, agora teria também um vídeo. Quanto mais provas, melhor, certo?

Depois de tamanha aflição, sem saber se era possível recuperar o arquivo ou não, uma mensagem da amiga chegou junto com um anexo.

Amém, Senhor Das Gays Quase Casadas Com Problemas de Diálogo.

Podia jurar que seu subconsciente contou os segundos até ouvir Adora entrar pela porta de casa para que fosse correndo até ela com o celular na mão e um discurso pronto.

– Oi, Adora. – Entrou na frente da outra já afobada, ajudando a tirar a bolsa do ombro e a guiando para sentar no sofá. – Antes que diga qualquer coisa, eu quero te mostrar esse vídeo. Ele é do dia em que passei fora com a Mermista e a Sara, e prova que nada aconteceu entre a gente.

Quase estatelada com a recepção de Catra, Adora fez o que foi induzida e fixou o olhar na tela do celular sem saber muito o que esperar.

Deu uma última olhada na expressão neutra da loira antes de respirar fundo e dar play.

Realmente não tinha nada muito comprometedor a não ser a maneira como ela e Sara estavam deitadas. O braço de Catra envolvia o pescoço da gringa por baixo fazendo sua mão alcançar os fios de cabelos acariciando-os enquanto a outra correspondia o abraço enlaçada em sua cintura. As pernas de ambas emaranhavam-se umas nas outras e o rosto de Sara alternava o apoio entre o ombro e a parte interna do pescoço da morena. Cheias de intimidade. Era uma proximidade um pouco sem noção, é verdade. Porém, quando que Catra bêbada vai ter a capacidade de medir até que ponto existia uma invasão de espaço maliciosa ou não se tratando de uma pessoa que confiava? Sara era sua amiga e sabia muito bem que suas intenções já não eram nada além de amizade há muito tempo. Ainda mais no cenário atual, que a italiana estava ali nos seus braços só para chorar por alguém que não a queria.

Por isso, nem cogitou maldade. A única diferença da Catra bêbada para a sóbria é que a segunda pensaria melhor na reação da Adora antes de se agarrar com amigas que potencialmente causavam ciúmes nela.

Se o jeito que se abraçavam era comprometedor, pelos menos o diálogo entre as duas balanceava a situação. Nele era mais do que possível ver que nada tinha de sensual ali.

Sara dizia, entre soluços, que estava perdida. Catra respondia um “shh, vai passar, Pavarotti” com a voz mais arrastada que qualquer coisa. Depois a italiana reforçava o quanto jamais seria notada pela tal mulher e, então, a morena de cabelos curtos começa a comparar a situação com quando ela também estava esperando Adora notar que não queria ser só amiga dela. A voz da Mermista entra no fundo, evidentemente alcoolizada também, com a frase:

“E essa é a trigésima vez que Catra cita seu desastre amoroso com Adora antes de se pegarem pela primeira vez na vida. Acho que já tá na hora de tu dormir, porque os conselhos estão horrorosos...”.

E, como mágica, ou mais pelo efeito da bebida mesmo, Catra fica em silêncio e fecha os olhos. Sara fala mais alguma coisa, mas a morena já nem responde mais porque caiu no sono em três segundos. No fim, Mermista desliga a câmera meio desajeitada falando algo sobre essa ser a primeira vez que Catra fez algo que ela mandou sem nem protestar.

Assim que o vídeo acaba, ela encara Adora com os olhos coloridos quase suplicantes para começar a se explicar:

– Eu sei que eu e Sara estamos abraçadas de um jeito que eu mesma não gostaria de te ver com outra pessoa, e esse era meu medo de te mostrar exatamente esse vídeo.

Adora se prepara para responder, mas, Catra fica com medo da resposta e, mais uma vez a interrompe.

– Mas, não vi mais outra alternativa para te provar que não passou disso, Adora. Me desculpa, de verdade. Por favor.

Mal terminou a frase e viu os lábios da mais alta se moverem para começar a falar. Interrompeu de novo em um tom desesperado. Estava com medo de ouvir um fora, uma resposta confirmando o fim.

– E também, agora eu lembro um pouco mais dessa noite. – Ela colocou ambas as mãos nos joelhos de Adora em um gesto automático de buscar sua atenção enquanto não pausava a fala nem para respirar. – Antes disso também não aconteceu absolutamente nada. Tipo, uma pessoa tentou chegar em mim no bar, mas, eu me afastei logo e posso te garantir que-

– Catra, fecha essa boca um segundo, pelo amor de Deus! – A loira segurou seus ombros e a sacudiu levemente.

O tom de ordem não foi tão ameaçador, mas, fez com que a morena congelasse na hora.

Então era agora que iria ouvir o que não queria? Pela expressão meio perdida de sua noiva, tinha a sensação de que em breve, chamariam uma a outra de ex novamente.

Um nó se formou em sua garganta e respirar se tornou uma das atividades mais difíceis que precisara fazer pela sua vida.

E como se quisesse torturá-la, Adora manteve o silêncio e decidiu apenas prender o olhar no seu de um jeito indecifrável. Catra jurava que iria cuspir o coração para fora de tanto que ele parecia querer para sair pela sua boca.

– Adora, eu... Eu tô com muito medo de te perder... – Conseguiu balbuciar entre a respiração entrecortada e o rosto provavelmente sem cor. – Que merda de sensação...

A outra apenas respirou fundo e balançou a cabeça em negação devagar.

– Você sabe que eu deveria estar puta contigo agora, não sabe? – A loira disse sem nunca desviar o olhar.

– Eu sei... Sei que tô errada, mas-

– Eu conversei com a Sara, sabe? Já tomei minha decisão, antes mesmo de ver esse vídeo, e ela não mudou... – A interrupção serena de Adora a assustava e a acalmava ao mesmo tempo. – Na verdade, já entrei por essa porta totalmente certa do que eu tenho que fazer.

Pronto. Fodeu. Não fazia ideia se essa tal conversa ajudou ou atrapalhou sua causa.

Já começou a pensar em quais malas usaria para levar todas as suas roupas dali para a casa de Scorpia e Perfuma. Pensou em todos os encontros de amigos em comum com Adora teria que evitar nos primeiros meses até superar o fim. Seus olhos naturalmente lacrimejavam com cada uma dessas cenas passando em sua mente.

– Seria uma burrice sem tamanho da minha parte se eu não tivesse chegado à conclusão que cheguei. – A mais alta, agora, sorria. – Eu nunca poderia ter ignorado todas as vezes que você me provou, com todos os gestos possíveis, que me ama e me respeita.

Espera... Isso foi um elogio? É um término amigável, então?

Aliás, é um término mesmo?

Deixou que Adora terminasse de falar para ter mais insumos para a interpretação.

E com os olhos cianos mirando Catra da maneira mais carinhosa e compreensiva possível, a outra continuou:

– Essa situação pela qual passamos foi péssima, mas não posso tirar minha culpa dentro disso tudo também. Nós vamos resolver isso juntas, vamos nos perdoar eventualmente. Eu, por você não ter sido honesta comigo desde o início, e você, por eu não ter me tocado do quanto estava te abandonando por causa do meu trabalho. Temos que aprender a conversar também, não é? Deixar bem claro as coisas uma para outra. E o que eu quero deixar claro nesse momento é que eu te amo muito e não consigo me ver sem você, por isso prefiro mil vezes que a partir de agora nos esforcemos mais para não nos magoarmos.

Definitivamente não era um término.

Mal conseguia reagir do jeito que queria. Agora Catra estava imóvel, mas, de tamanha surpresa. O rosto ainda pálido e as lágrimas caindo ainda mais. Não de tristeza.

Ainda bem. Adora ainda era sua.

– Agora vem aqui me dar um abraço porque eu não tô aguentando mais essa sua cara de desespero. – O tom da mais alta era de brincadeira, mas, também de preocupação. Ela abriu os braços esperando uma reação sua. – Parece até que você vai desmaiar a qualquer momento.

Não precisava de mais nenhuma chamada. Jogou-se no abraço de sua noiva com tanta vontade que foi até bruta. Seus braços envolveram Adora pela cintura e puxaram o corpo dela para si. Seu rosto enterrou-se entre o pescoço e ombro dela, onde podia sentir o cheiro que tanto a confortava.

– Eu acho que minha alma tá começando a voltar para o meu corpo agora... – Ela disse ainda com a voz instável, sentindo o corpo de Adora tremer levemente por causa de uma risada. – É sério. Eu morri e voltei, Adora. E você é o amor da minha vida, caso você ainda não saiba.

– Eu sei, eu sei que sou. – Ela segurava seu rosto com as duas mãos agora, fazendo com que não tivesse outra alternativa a não ser encará-la. – Mas você pode repetir quantas vezes quiser, porque é muito bom ouvir isso.

– É? Então saiba que eu te amo, e que sou perdidamente apaixonada por você, e que não tem outra pessoa nesse mundo que eu seja capaz de amar assim. Hoje, e amanhã, e até eu morrer, provavelmente.

Nem esperou que o sorriso radiante de Adora saísse do rosto para que colasse os lábios aos dela. O beijo fez com que grudassem uma na outra como um ímã.

Catra jogou mais ainda o peso de seu corpo sobre o da outra, fazendo com que deitassem no sofá, Adora apoiando ambos os pesos sob os cotovelos enquanto a dava liberdade para jogar as pernas para as laterais dela e sentar em seu colo. Catra era quem segurava o rosto de sua noiva agora, deixando os polegares acariciarem delicadamente onde tocavam enquanto aprofundava o beijo.

O tempo em que ficaram afastadas somado ao gosto da reconciliação ascendia algo na mulher de cabelos curtos, e ela sabia que o mesmo acontecia com Adora. Em poucos segundos, a mais alta desistiu de se apoiar sob os cotovelos e deitou completamente no sofá, podendo usar as mãos livres para acariciar as laterais do corpo inclinado de Catra, indo da cintura às coxas em movimentos repetitivos. Constantemente as respirações ofegantes das duas se entrecortavam. Existia uma urgência e também uma ternura em cada toque entre elas.

Catra não queria parar. Na verdade, ela queria mais. Por isso, mesmo quando Adora afastou o rosto do dela insinuando uma pausa no beijo, a mais baixa prendeu os dentes de leve no lábio inferior da outra mulher e o puxou.

– Vem cá, não quero parar agora... – Estava prestes a inclinar ainda mais o corpo para frente e prender Adora novamente num beijo quando sentiu a mão dela no colo de seu peito, impedindo que se aproximasse.

Quando a observou, viu que existia um olhar meio julgador em sua noiva. Nada muito sério, mas, com certeza não combinava muito com a luxúria do momento.

– O que foi? Que cara é essa? – Catra ajustava sua posição para sentar-se normalmente por cima da outra.

– Acabei de lembrar de uma coisa que Sara me contou... – Mesmo forçando um tom meio indignado, Adora estava relaxada debaixo dela, pousando ambas as mãos eventualmente em suas coxas. – Você mentiu daquela vez que disse que estava em um date no dia da rodada grátis que o Bow pagou... Sua ridícula. Você tava em casa de pijama comendo pizza.

Depois da fala, deu um leve tapa em uma das pernas de Catra e riu.

A morena também começou a rir, finalmente entendendo que o assunto não era tão pesado assim. Era só Adora querendo expor um de seus momentos humilhantes por diversão.

– Não sei porque você surgiu com isso do nada, ou em que momento a Sara achou interessante te contar isso, mas é verdade – deu de ombros. – Meu date era uma pizza de quatro queijos deliciosa.

– Você não tem noção do quanto eu fiquei mal naquele dia – Adora fingiu uma expressão de mágoa e fez bico.

– E você não tem noção do quanto eu queria que você estivesse lá comigo... – Com a voz um pouco mais provocativa, inclinou-se novamente e tentou voltar à ação do beijo.

– Mentira. – Mais uma vez, a loira a afastou.

– É verdade! – Voltou a sentar-se normalmente e cruzou os braços de forma casual. – Mas você só tinha olhos para aquela mascote de academia, sua querida passiva agressiva Huntara.

– Cruzes... Gosto nem de lembrar... – Adora ria da própria desgraça e Catra fazia o mesmo. – Aliás, quer saber como terminamos?

– Não tenho o mínimo interesse – a morena balançou a cabeça em negação, ainda rindo.

Sabia que independente de sua resposta, a loira já estava pegando ar para começar a tagarelar.

– Foda-se, vou contar mesmo assim. – Entendendo a descontração do momento, Adora continuou empolgada com a fala. – Ela me expulsou da casa dela e eu precisei sair correndo pelo corredor do prédio só de sutiã e calça, segurando a blusa e o sapato na mão. A mulher queria me espancar depois que eu disse que nunca gostei dela de verdade.

Na mesma hora a morena começou a gargalhar a ponto de inclinar a cabeça levemente para trás.

– Nossa, eu daria tudo pra ver a cena! – Disse enquanto tentava pegar o ar depois de tanto rir.

– É, parece que eu sempre tive um dedo podre pra relacionamento. – Adora levantou uma das sobrancelhas de modo provocativo. – Sempre é alguém com fortes tendências a me agredir.

– Eu não sou assim – Catra tentava esconder o sorriso do mal segurando uma fisionomia séria.

– Tu jogou bebida em mim, sua louca! – Mais um tapa de leve em uma das pernas da mais baixa só para enfatizar o argumento. – E nós nem estávamos juntas. Manchou minha blusa, sabia?

– Awnn... Olha essa carinha... – Inclinou o corpo sobre o de Adora novamente e deitou por cima dela, deixando os rostos bem próximos um do outro. – Perdão... Mas você tava insuportável naquele dia, amor. Tem alguma coisa que eu possa fazer para que me perdoe?

Propositalmente contornou os traços do rosto da mais alta com a ponta do dedo indicador, causando leves arrepios por onde tocava.

– Casa comigo daqui há dois meses e aí eu penso se te perdoo ou não... – Ela abria um sorriso de canto enquanto levava as mãos à cintura da noiva apertando-a.

– Isso é fácil pra mim – entre a fala, Catra alternava mordiscadas e beijos estalados no queixo e boca de Adora respectivamente. – Casaria amanhã até.

– Ah, é? – A loira subia e descia as mãos pelas laterais do corpo da outra mulher fazendo cócegas.

– Para, Adora! – Em meio a gargalhadas, a mulher mais baixa se contorcia e tentava fugir das mãos firmes da noiva. – Cócegas não, eu odeio essa porra!

– Eu sei! – A loira ria maléfica durante o ato.

A tal tortura que arrancava altas risadas durou pouco tempo até que Adora finalmente desistisse para iniciar mais um beijo entre elas.

Era bom estar de volta aos braços de sua amada. Catra nunca pensou que fosse chegar a um ápice de felicidade maior do que no dia que escolheu ficar, mas, essa reconciliação a provou o contrário. Quase perder a Adora foi o pesadelo do qual desejou acordar o mais rápido possível, e, quando saiu dele, não conseguia conter a satisfação por ter seu coração completo de novo.

Desejava muitos anos pela frente ao lado dela. Se pudesse, a eternidade. Valeria todo o esforço do mundo e muito mais para que sempre tentassem resolver os problemas para, no final, terem momentos como os de agora. Sua felicidade todinha estava ali, deitada por baixo de seu corpo, correndo as mãos pelas suas costas e a beijando com tanta paixão que nem sequer conseguia raciocinar.

Está para nascer alguém que seja tão feita para ela quanto era Adora.

Aliás, não está nem para nascer.


Notas Finais


Mais uma vez eu agradeço por cada empolgação, xingamento e ameaça de morte por quase separar as Catradora que eu recebi aqui. Foi uma experiência muito legal voltar mesmo que previamente à essa fic.

Obrigada, gente, de verdade <3


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