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História O Recomeço em um mundo de RPG - Capítulo 12 - O dever de um herói - História escrita por RenCmps - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Recomeço em um mundo de RPG - Capítulo 12 - O dever de um herói


Escrita por: RenCmps

Capítulo 12 - Capítulo 12 - O dever de um herói


 

— Como assim? — pergunto ao ouvir as palavras de Ruby.

Realmente aconteceu o que eu temia, sabia que podia acontecer algo do tipo, mas mesmo assim não tentei esconder minhas habilidades, como sou idiota.

— Antes de tudo. — Ruby fala olhando ao redor. — Venha comigo, irei lhe dar uma explicação.

Ela falava baixo para que apenas aqueles perto de nós escutassem. Guardas me cercam em todas as direções, não tentam me prender ou coisa do tipo, aparentavam estar ali apenas para que eu não tentasse escapar.

— Vamos? — diz se virando e começando a caminhar.

Seguimos todos para o castelo, durante o caminho não senti hostilidade alguma dirigida a mim. Comecei a entender melhor como funciona o meu instinto vampiro, parece ser algo como os animais, que conseguem sentir quando há uma ameaça, algo que os vampiros nascem possuindo, mas também há uma forma de esconder, pelo menos é o que acredito ao observar alguns soldados olhando para Chloe.

Chegando a sala do trono todos fazem uma fileira, me deixando em destaque alguns passos a frente.

— Se retirem todos, menos Ioan Ilie. — Ruby diz se sentando no trono.

— Sim, senhora. — todos os soldados respondem ao mesmo tempo.

Chloe e Lucio estavam juntos também, diferente dos soldados eles ficavam bem nervosos frente a rainha. Todos saem deixando apenas nós dois na sala, o que me parece bem perigoso, a deixar com um desconhecido.

— Sei o que está pensando. — diz sorrindo após ver minha expressão de choque. — A verdade é que não preciso de guarda alguma, atualmente posso te garantir que sou a mais forte em todo o Reino.

— Perdão por minha ignorância, não estou habituado com o senso comum ainda. — falo fazendo uma breve reverência.

— Não se preocupe, é apenas algo normal para os recém-nascidos. — responde dando de ombros.

— Obrigado.

Ela parecia estar perdida em seus pensamentos, depois de algum tempo calada volta a falar.

— Um herói em... — Olha em minha direção durante a pausa. — Acho que você já deve ter ouvido sobre, certo? Heróis....

— Sim, me contaram um pouco, se não me engano são aqueles de grande força nascido entre os humanos. — respondo.

Lembro de Chloe falar de modo raso sobre, mas a parte mais difícil é fingir desconhecimento das explicações de deus.

— Não está totalmente errado, esse seria o princípio. Também existem heróis em outras raças, apesar de não serem chamados desta forma, é costumeiro o nascimento entre os goblins, esse chamado de rei goblin, assim como o rei demônio, um herói nascido entre os demônios. — explica.

Ela dá uma pequena pausa, tudo fica em silêncio. Depois de algum tempo é dirigido em minha direção uma grande quantidade de instinto assassino. Pulo para trás, por reflexo coloco meus braços em frente do meu rosto, defendendo algo.

Nem ao menos consigo ver o que aconteceu e já estou caído no chão. Ruby está com o joelho em cima do meu peito e sua mão direita segurava meu pescoço.

— Como esperado de um herói, mesmo com nossa enorme diferença de forças ainda conseguiu segurar o primeiro ataque. — diz soltando um sorriso.

Nem havia percebido, mas estava segurando sua outra mão.

— Apenas reflexo. — respondo.

Essa era a verdade, apenas tentei me defender de qualquer forma.

— Não seja modesto. — fala se levantando. — Até mesmo o que chama de "apenas reflexo" pode ser a diferença entre a vida e a morte. — Termina de falar estendo a mão para me levantar.

Seguro sua mão e me levanto. Minha mão direita, a qual consegui segurar seu ataque, estava ardendo, como se estivesse sido queimada.

— Sabe o motivo de meu ataque? — pergunta.

— Mostrar a diferença de força?

— Você entende as coisas rápido. — fala ao se sentar no trono novamente.

Assim como da primeira vez que a vi, qualquer um que a veja poderia notar sua postura era impecável. Olhando para mim ela sorri, como se nada tivesse acontecido.

— Nós vampiros somos uma raça com uma longo longevidade, não podemos ser mortos por velhice assim como diversas outras, sabe o que isso significa? Precisamos de tempo para ficarmos fortes. Apesar disso ao decorrer do tempo vamos nos tornando relativamente pacíficos, estamos do lado dos demônios, mas mantemos uma boa relação com os humanos, entende o significado disso? — termina e espera minha resposta.

— Vampiros não precisam de heróis. — respondo.

— Exatamente, não me entenda mal, não iremos lhe expulsar ou tentar fazer algum mal à você, te deixaremos livre, pode fazer o que quiser, como qualquer outra vampiro, porém quero que mantenha segredo sobre sua identidade.

— Entendo...

— Não quer saber o motivo? — pergunta com certa surpresa.

Não é questão de não querer saber, mesmo já tendo uma ideia do porque, apenas parece impróprio, como se eu questionasse sua ordem.

— Se me permite, gostaria sim de saber o motivo. — falo.

— Nós vampiros não achamos grande coisa ter um herói, porém já imaginou o que aconteceria se humanos ou demônios soubesse de algo assim? Humanos ficariam com medo, afinal, estamos do lado dos demônios, já os demônios iriam querer que cortemos os laços com os humanos, eles teriam vantagem com isso.

Então os vampiros pretendem continuar com sua neutralidade, apesar de ser uma raça que se submete ao rei demônio eles não são obrigados a lutar, o motivo? Vampiros são fortes, ambos os lados possuem receios sobre essa raça.

— Além disso, não falar para ninguém também inclui nós vampiros, aqueles que estavam com nós são de confiança, porém nem todos podem ser considerados aliados. — Ela coloca certo rancor no final.

Não preciso de explicação nenhuma sobre isso, sou de outro mundo, levando a história dele em consideração é fácil entender, diversas devem ser as disputas de poder.

— Vou manter seus conselhos em mente. — faço uma reverência.

— Lucio lhe guiará. — É a última coisa que ela me fala.

Sou dispensado após isso. Fico feliz em ter escolhido uma raça onde ser herói não significa grande coisa, caso contrário provavelmente perderia toda minha liberdade ou coisas ainda piores.

Ao sair do castelo me encontro com Lucio, parecia estar me esperando.

— E então? — Parecia um pouco apreensivo.

— Está tudo resolvido.

Ele solta um grande suspiro. Acredito que estava bastante preocupado, mesmo tentando esconder tem um lado super protetor, já tinha percebido antes em suas interações com Chloe, durante meu primeiro treino com os soldados.

— Obrigado por tudo. — digo a ele.

Provavelmente ele mediou este assunto para meu bem.

— Não precisa se preocupar. — Seu rosto fica um pouco vermelho. — Sou seu tutor, somos praticamente família.

— Sim. — Sinto que também estou com o rosto ruborizado.

É bom ter pessoas que se importam com você.

Após tudo isso voltamos ao campo de treinamento. Chloe está me dando algumas aulas de esgrima, apesar de dizer "aula" nós apenas lutamos, sempre aprendi mais na prática. Ao final lutamos vinte partidas, onde meu saldo foram vinte derrotas consecutivas, porém ganhei nove de doze quando usei a lança, sua habilidade é realmente é surpreendente, mas ainda lhe falta experiência.

— Você é realmente muito bom. — Ela fala me levantando do chão.

Dou um breve sorriso sarcástico para ela. Estava quase me matando para acompanhar seus movimentos, a única coisa que estou fazendo é aproveitar de seus erros para encurtar a diferença de velocidade e poder, em habilidade não há muita.

— Ioan, venha aqui por um instante. — Ouço a voz de Lucio.

Nem ao menos havia percebido sua presença.

Vamos até um local sem pessoas antes dele começar a falar.

— Espere um segundo. — fala enquanto levanta sua mão.

Sinto que algo aconteceu, como se o vento tivesse ficado mais forte por um instante, mas não consigo explicar essa sensação direito.

— O que foi isso? — pergunto quando o vento se acalma por completo.

— Ativei uma magia ao nosso redor, assim aqueles que não estão dentro não poderão ouvir o que estamos falando. — responde.

Tento me concentrar para que minha audição melhore, pelo jeito também não consigo ouvir o que está acontecendo fora da magia.

— Quero explicar algumas coisas. — Sua expressão estava mais séria que o normal.

— Estou ouvindo.

— Antes de tudo, os vampiros acolhem todos aqueles que nascem das trevas, os originais, assim como você, porém Ruby tem uma política que dá muita liberdade a todos, então você pode sair do Reino quando quiser. — começa a explicar.

Eu já sabia desta informação, mas ainda acho impressionante. Os vampiros não são uma raça numerosa, se pode pensar que eles iriam querer juntar o máximo que fosse possível, algo como a união faz a força.

— Em si essa política é boa para nós, mas estamos passando por uma época de grande tensão. — completa.

— Que está ligada a essa política de liberdade? — pergunto.

— É um dos motivos, mas não o único. O clã Escarlate lidera este Reino desde sua formação, na verdade isso não é estranho para raças como vampiros, afinal, temos a maior longevidade no mundo. O descontentamento é principalmente sobre a rainha Ruby, ela assumiu o trono à apenas uma década atrás, seu antecessor foi o fundador de Reino.

— Então o problema seria a diferença entre os dois governos. — falo.

— Exatamente. — responde Lucio. — O antigo rei mantinha seu domínio com mão de ferro, todos que se opuseram a ele foram esmagados, também era a mão direita do rei demônio, porém quando Ruby assumiu o poder ela se aproximou dos humanos, se afastando dos demônios, além disso a algum tempo criou essa nova política, outros clãs antigos acham que esta não é a forma adequada de se governar.

Isso quer dizer que estamos beirando uma guerra civil, isso é bem complicado, como herói eu teria um papel ativo ou coisa parecida, porém existe a questão de forças, assim como disse Ruby, vampiros ficam mais fortes com o tempo.

— Quer que eu faça algo? — Pergunto?

— Pelo contrário, quero que não interfira.

 



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