História O Reencontro - Noite de Natal - Part 1

Memphis, Tennessee. 24 de Dezembro. Véspera de Natal.

POV – Britney On

“É véspera de Natal. A casa, típica dos tempos coloniais americano, estava perfeitamente decorada no estilo natalino. Luzes se espalhavam pela varanda, deixando o ambiente ainda mais atrativo. Uma grande árvore de Natal estava posta ao lado direito do piano, expondo seus enfeites escolhidos a dedo por Lynn. Dezenas de presentes atiçava a curiosidade de qualquer um que se aproximasse. As crianças adoraram. Sem dúvidas.

Uma grande mesa de carvalho preta dava o toque final para uma noite repleta de alegria! A ceia foi preparada com intenso cuidado e carinho por Lynn.

Ela fez questão de deixar tudo arrumado para nossa chegada. Apesar de que, mesmo com sua insistência, meus pais e o Bryan, preferiram se instalar no hotel da cidade. Era mais apropriado, já que a casa estaria cheia.

Apenas Jamie Lynn, seu noivo, Jamie Watson, e minha sobrinha optaram por ficar.

Os irmãos de Justin, Jonathan e Stephen, chegariam um pouco antes do jantar, pois não haviam conseguido embarcar em um voo mais cedo. Nova York era uma loucura nesta época do ano! Estava ansiosa por vê-los depois de tanto tempo.

A avó de Justin, Sophie, fez questão de estar presente! Deus, ela é muito adorável. Desde os tempos passados, a considero como uma mãe.

Brad e Rose também ficariam hospedados no mesmo hotel, por sugestão de Justin. David também. Apesar de não ser uma sugestão feita por mim, entendi que ele se sentiria mais à vontade ficando por lá.

Sinto muito somente por Fê e Larry. Eles não puderam vir, pois estavam ocupados com a minha estreia em Vegas na sexta. Agradeço a Deus por ter uma equipe como essa. Me sinto abençoada.

Suspeito que Justin esteja tão misterioso por causa dos presentes de Natal. Assim que chegamos pela manhã, ele saiu sozinho, todo desconfiado, voltou somente 3 horas depois. Aposto que gastou rios de dinheiro comprando presentes para a família e claro, para mim, Sean e Jayden. Ele nunca tomou jeito. Mas concordo que temos esse lado em comum. Afinal, que os opostos se atraem ninguém duvida, mas tudo tem sua exceção.

As crianças estão prontas. Depois de uma luta incansável que eu e Jamie Lynn tivemos para arrumá-las. Ai meu Deus, como Sean e Jayden são lindos dentro dos terninhos que escolhi. Meus meninos estão crescendo muito mais rápido do que podia imaginar. Maddie. Ah pequenina Maddie. Tão linda quanto minha irmã. Parece uma princesa vestida nesse vestido rosa bebê.

Agora me encontro em uma luta particular. Estou trancada no quarto a mais de 3 horas de relógio. Justin já chamou por mim dezenas de vezes, acha que provavelmente morri. Mas não, é muito pior que isso. Parece que minha barriga desabrochou de vez. Acho que enfim, posso dizer que estou tendo um ataque do miocárdio! Mal estou conseguindo respirar dentro do meu vestido. Talvez seja apenas exagero. Talvez emoção. Emoção. Exatamente isso.

Parada aqui em frente ao espelho. Vejo meu reflexo com lágrimas nos olhos. Finalmente um sinal óbvio de que estou grávida apareceu. Minha barriga cresceu admiravelmente nos últimos dias. Para quem não suspeita de minha gravidez, pode pensar que estou comendo desesperadamente.

Parece que todos chegaram. Posso escutar a correria das crianças pelos corredores. As risadas inconfundíveis das mulheres que mais admiro no mundo. A voz dos garotos trocando confidências sobre suas vidas agitadas. E claro, uma linda canção que soava agradável aos meus ouvidos. Silent Night.

Minhas pernas tremem.

Não sei o motivo real deste detalhe.

Uma enxurrada de emoções está invadindo meu coração em uma intensidade tão forte que acho que vou desmaiar.

As pessoas que amo estão todas à minha espera.

Passei a me habituar com poucas pessoas em quem confiar durante o decorrer de minha vida. E agora, quando olho para o lado e vejo todas essas incríveis pessoas ao meu redor, tenho medo de decepcioná-las como um dia decepcionei.

De repente, fui tirada de meus pensamentos por batidas seguidas na porta. Alguém chamava o meu nome. Justin.

-Meu amor, você já está pronta? Estão todos à sua espera. – Podia sentir a alegria em sua voz.

-Só um segundo. – Gritei.

Respirei fundo e dei uma última checada: Vestia um vestido preto decotado que ia um pouco abaixo do joelho. Meus cabelos estavam soltos como de costume, e caíam levemente em meus ombros. Um salto preto não me deixava parecer tão baixa.

Posso dizer que me sentia apresentável. Bonita. Talvez até elegante.

-Que essa noite seja inesquecível na mente de todos! – Falei para mim mesma. Era o meu maior desejo para o Papai Noel. – Como estou? – Perguntei enquanto dava uma voltinha.

Justin pareceu paralisado. No primeiro momento pensei que havia algo errado em minha produção e já estava entrando em desespero ao pensar que 3 horas de relógio foram desperdiçadas. Mas no momento seguinte, o sorriso maroto expresso nos lábios dele me deixou saber que estava enganada.

-Você está linda meu amor! – Disse com certa malícia na voz. – Sem dúvidas, sua beleza não se compara a de ninguém presente esta noite. – Ele me envolveu para si pela cintura.

Sentir aquele sabor doce e enigmático que possuía seu beijo, mesmo depois de tanto tempo, me fazia sentir nas nuvens.

-Obrigada J. Tudo isso é para você. – Falei.

Pude observá-lo melhor e só a partir desse gesto percebi o quanto ele estava maravilhoso.

Vestia uma calça jeans escura, camisa social branca, blazer e sapatos sociais. Apesar da produção à primeira vista simples, impecável era a palavra certa para justificar sua beleza.

-Hum, você também bonitão! Está lindo, ou melhor, gostoso. – Disse com um sorriso no rosto.

-Toda a minha gostosura é para você princesa.

-Acho bom. - Falei com uma piscadela.

Desde o último domingo, minha relação com Justin voltou aos eixos. Me sinto abençoada por isso. Ele foi muito carinhoso e atencioso com as crianças e claro, me mimou como uma princesa deve ser mimada. Não que ele não tenha feito isso nos dias anteriores, mas vocês me entendem não é?!

Suspeito que não acordamos desse maravilhoso sonho, pelo fato de termos afastados todos os problemas que nos rodeavam.

Rose e Brad estavam sumidos até hoje. E David também. Não que ele seja um problema, não concordo com essa definição, mas aos olhos de Justin, David parece ser sinônimo de incerteza.

Confesso que estou com medo de que tudo isso venha por água abaixo. É horrível ficar em situações como a de sábado à noite. Quero que esse Natal esteja presente em nossas memórias por ter sido uma verdadeira alegria, e não por ter sido mais um desencadeamento de situações idiotas.

Papel Noel, será que o senhor pode realizar mais esse desejo?!

-Jonathan e Stephen chegaram minutos atrás, estão tão crescidos, você precisa vê-los. – Justin falou animado enquanto andávamos de mãos dadas.

-Estou um pouco nervosa.

Ele riu e me parou um pouco antes de descermos as escadas.

-Com o quê? Você já viu todo mundo mais cedo, com exceção dos meus irmãos.

-Eu sei, mas é que, sei lá, faz tanto tempo... – Falei enquanto olhava para meus pés, tentando de alguma forma, esconder meu nervosismo.

-Britney, eu sei que você não se despediu da minha família de uma maneira muito amigável no passado, mas meu amor, todos te adoram e estão ansiosos para te ver novamente, desta vez como minha esposa, como a mulher que sempre sonhei em ter ao meu lado novamente. Promete que vai ter isso em mente pelo resto da noite?

Respirei fundo e o fitei.

-Prometo.

-Eu te amo. – Ele sussurrou em meu ouvido e deu um beijinho em minha testa.

-Também te amo.

Seguimos andando de mãos dadas e assim que desci o primeiro degrau, todos na sala pararam o que estavam fazendo para nos observar.

Pude ver Jonathan e Stephen no final da escada.

Como eles cresceram! Ai meu Deus! Me lembro de nossas tardes de domingo em que estávamos de folga, e Justin levava o pequeno Jonathan para nossa casa e eu buscava Jamie Lynn. Ficávamos jogando basquete por horas e horas seguidas. Também não posso deixar de me recordar de quanto Stephen nasceu e fui conhece-lo pela primeira vez. Aquele bebê indefeso em meus braços e olha agora? Um belo adolescente de 15 anos!

O tempo passa levando com ele as memórias. Então é dever nosso resgatar aquelas mais importantes em nossas vidas.

Meus pais reunidos. Lynn e seu esposo, o Paul. Jamie Lynn, Jamie e Maddie. Sophie que segurava no colo Sean e Jayden. Bryan, sua esposa, Graciella e minha pequenina Sophia. Meu garanhão. Todas as pessoas que amo, com exceção de duas que estavam exibindo aqueles sorrisos falsos que eu bem conheço: Brad e Rose.

-Little B! – Jonathan exclamou me pegando no colo. Ele e Stephen sempre me chamavam assim.

-Ai meu Deus Jonathan! Me coloca no chão! – Falei rindo.

-Você está tão maravilhosa! – Ele falou atendendo ao meu pedido.

Sem ao menos hesitar, abracei-o bem apertado.

-Como você cresceu! – Pude sentir minhas lágrimas rolando pelo meu rosto. – Como está?

-Bem Little B. E você?

-Muito feliz. – Falei sorrindo. – Stephen... – Me virei para observa-lo melhor.

-Nunca vi uma mulher demorar tanto para se arrumar, o J me contou que você estava trancafiada naquele quarto a mais de 5 horas de relógio. – Stephen falou com bom humor enquanto veio ao meu encontro.

-Seu mentiroso! – Dei um tapinha em Justin. – Foi apenas 3 horas.

-3 horas? – Todo mundo riu.

-Como está pirralho? – Perguntei colocando em prática os velhos hábitos.

-Pirralho? Mais quanta ousadia! – Ele riu. – Estou muito bem senhorita Spears. E pelo que vejo, você também. Está linda.

-Ah, obrigada pirralho!

-Agora sei o motivo pelo qual cheguei aqui e vi meu irmão mais velho parecendo um bobão estampando um sorriso maior que a cara... – Jonathan falou. – Britney Jean, você mudou o Justin da água para o vinho.

Todos em volta riram novamente e Lynn se aproximou de nós.

-É verdade, essa garota aqui teve o dom de transformar meu Justin em um homem melhor! – Lynn disse me abraçando.

-Onwt Lynn! Eu não fiz nada. Juro por Deus. – Disse.

-Ah fez sim! – Justin falou. – Você entrou na minha vida novamente e isso já é motivo suficiente para me deixar mais feliz.

Pude escutar um “Onw” em coro. Sentir minhas bochechas corarem de vergonha.

Sean e Jayden correram até mim me abraçando pela cintura.

-Mamãe a senhora está linda! – Sean falou.

-Mas demorou demais, minha barriga está roncando. – Jayden fez questão de dizer.

Não pude deixar de rir e me abaixei para abraça-los melhor.

-Meus amores! Vocês estão verdadeiros gatinhos!

-Claro que somos gatinhos. Não é Sean? – Jayden disse.

-Com uma mãe linda como essa, como poderíamos não ser gatinhos? – Sean completou todo fofo.

-Concordo com vocês. – Justin falou.

-COISAS MAIS LINDAS DA MÃE! – Falei enchendo-os de beijinhos.

-Tio Jonathan e Stephen são muito legais, eles nos ensinaram a falar uma palavra nova. – Sean falou.

-Que palavra nova? – Fiquei curiosa.

-Vadia. – Jayden falou com inocência.

Fiquei de boca aberta no mesmo instante.

-O quê? Vocês não podem falar isso. – Os repreendi. – Jonathan? Stephen? Como ousam ensinar uma coisa dessas?

Eles se entreolharam.

-Desculpe Little B, é que queríamos apenas explicar uma coisinha a eles. – Stephen começou.

-Que coisinha em?

-Eles têm que ter em mente que algumas garotas são vadias, e eles não podem se apaixonar por vadias. – Jonathan completou.

Justin riu.

-Você acha isso engraçado Justin Randall Timberlake? – Perguntei com firmeza. – Pois eu não acho. Ora essa, isso é coisa que se ensine? Sean, Jayden, meus amores, vocês não podem falar isso estão ouvindo? É feio e são para crianças mal educadas.

-Está bem mamãe. – Ambos responderam.

-Não me lembro dela ser tão brava assim... – Jonathan falou baixinho.

-Ah Jonathan, você não sabe de nada... – Justin falou no mesmo tom.

-EU ESCUTEI! – Disse enquanto me aproximava de meus pais.

-Mãe, a senhora está linda. Por acaso não foi aquele vestido que comprei para a senhora, foi?

-Foi sim Britney. Guardei-o para usá-lo em uma ocasião como esta. – Minha mãe falou enquanto me abraçava.

-A senhora não tem jeito mesmo não é?!

-Ah minha filha, eu fico tão feliz em te ver assim... – Meu pai falou com aquele típico orgulho que os pais têm por seus filhos.

-Assim como pai?

-Feliz. Olha seus olhos, parecem diamantes de tão brilhantes!

-Ah pai, eu estou feliz sim. Muito feliz. – Dei um beijinho em sua bochecha. - Agora vou falar com Jamie Lynn e Bryan.

Realmente estava feliz como a muito tempo não estava.

Ver todos reunidos, em véspera de Natal, que sempre foi uma data importante especial para mim, é como um sonho. Trazia um estado de espírito único e privilegiado.

Meu nervosismo felizmente tinha passado, agora a única parte da noite pela qual eu estava roendo as unhas de ansiedade é a grande revelação.

Estranhei o fato de absolutamente ninguém ter percebido minha barriga. Ninguém até então minha querida irmã, que possui como característica, ser atenciosa excessivamente.

-Britney, o que é isso? – Mal me aproximei dela e ela me puxou para um lugar mais afastado.

-O quê? – Perguntei sem entender.

-Você está fugindo da dieta ou...? Ou está grávida? – Cochichou em meu ouvido.

Quase engasguei. Não queria que isso fosse revelado agora.

-Jamie Lynn, você está maluca ou o quê? – Fingir espanto. – Eu não estou grávida. Deve ser impressão sua também, já que ando seguindo minha dieta como nunca segui na vida.

-Hum, sei bem. Aposto que você e o Justin continuam sem se prevenir, não é?

Ai meu Deus, tinha me esquecido de como Jamie Lynn era insistente e abusada as vezes.

-Assim você me deixa sem graça. Isso não importa tá legal? O que importa é que não estou grávida. – Dei uma piscadela. – Agora, posso voltar?

-Pode. Ah e fique sabendo que você está realmente uma gatona! – Jamie Lynn deu um empurrãozinho na irmã.

-Você não existe mesmo né?

-Claro que não, sou única!

Rimos juntas. Minha irmã tinha o privilégio de ser alto astral sempre.

Voltei para a sala e falei com meu cunhado, Maddie, e logo depois com Bryan, Graciella e a garotinha mais fofa que existe, Sophia!

Conversei um pouco com o padrasto de Justin, Paul, que é uma das pessoas mais agradáveis que conheci em toda minha vida. Muito inteligente. Possuía uma mente brilhante sem dúvidas.

Sophie brincava com Sean e Jayden como se tivesse voltado no tempo. Era uma cena muito linda e rara de se ver! Fiquei muito feliz ao ver que meus meninos tinham gostado dela tanto quanto eu gosto.

Por último, me esforcei em falar com Rose e Brad. Ser mal educada com certeza não era uma de minhas características.

-Como vai Brad? – Perguntei forçando um sorriso.

-Bem. E você? Pelo o que estou vendo, esse ambiente é um de seus preferidos... – Falou com certa petulância.

-Como assim?

Desconfiava que Brad não ia muito com minha cara. Não sei porque. Dane-se. Eu também não ia com a dele. Estamos quites.

-Esse ambiente. Essa coisa fofa em família... Você deve estar adorando não é?

-Sim. Estou. Por que, você não está? Porque se não estiver, fique à vontade. Você não irá fazer tanta falta assim. – Resolvi ser curta e grossa.

-Obrigado pela sinceridade Britney, sempre foi uma de suas qualidades. – Ele falou bebericando um pouco de seu uísque e se afastando.

Dei de ombros e encarei Rose.

-Rose, tudo bem? – Perguntei.

-Muito bem Britney e você também parece ótima. – Ela falou.

-Sim, estou ótima mesmo. Está gostando da noite?

-Não podia estar melhor. Me sinto incrivelmente acolhida aqui junto à família do J e a sua. Um pouco antes de você descer, falei com Jamie Lynn. Nossa, ela é muito divertida e é a sua cara. – Rose disse exibindo aquele sorriso...

-Hum, legal. Você me dar licença agora? Preciso falar com mais uma pessoa. – Falei tranquilamente.

-Com o seu garanhão não é? Admiro sua relação com ele e com o quão rápido você confia nas pessoas, é interessante.

-O que quer dizer com isso? – Elevei um pouco a voz.

-Nada. Afinal, não a nada demais. – A expressão no rosto de Rose indicava um certo mistério inexplicável.

Respirei fundo e saí. Não queria perder minha paciência com aquela garota. De jeito nenhum.

David estava sozinho na varanda. Parecia pensativo demais.

-Garanhão? – Chamei-o com certo receio.

Ele virou-se no mesmo instante e um sorriso nunca visto por mim surgiu em seus lábios.

-Minha Angelina Jolie! – David exclamou enquanto veio ao meu encontro para um abraço. – Pensei que não ia falar comigo. – Confessou fazendo bico.

-Jamais. É que estava cumprimentando todo mundo antes de vir falar com você. Porque está aqui fora? Quer congelar? – Perguntei sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo.

Tennessee nesta época do ano, era conhecida por sua temperatura abaixo dos 10° graus.

-O frio me faz bem ás vezes. Me faz lembrar de Clara. – Ele abaixou sua cabeça. – Sabia que ela morava aqui quando a conheci?

-David... – Falei com certa lamentação. – Não fique triste.

-Não estou.

-De verdade?

-De verdade. – Sorriu. – Acho que você já escutou dezenas de vezes o quanto está linda esta noite não é? Preciso dizer novamente?

Sentir minhas bochechas corarem. Que droga. Porque sou tão tímida?

-Ah David. – Falei exibindo um sorriso preguiçoso. – Você também está um gato.

-Exagero seu. – Fez uma pausa. – Falei com toda a sua família, são todos adoráveis. Agora entendo de onde vem toda sua doçura!

-Fico feliz que tenha gostado deles David. – Sorri.

-Sua mãe em especial. Foi super gentil comigo no hotel. Fez questão de saber se eu estava acomodado como devido.

-Minha mãe é assim mesmo. Preocupada ao extremo. – Ri. – David?

-Oi?

-Que tal entrarmos? Não estou sentindo minhas pernas. – Meu queixo começava a bater de frio.

Rimos juntos e entramos.

Pegamos algumas almofadas e fizemos uma grande roda em torno da lareira e começamos a relembrar nossas velhas histórias.

Justin me abraçava de uma forma tão terna que podia sentir a segurança que ele me transmitia. E sempre que podia, beijava minha bochecha ou meu pescoço me fazendo sentir arrepios.

As crianças se divertiam perto da árvore de natal. Discutiam seriamente quais presentes queriam ganhar.

-Justin você é um cretino. – Falei tentando segurar o riso.

-Cretino, eu?

-Sim. Cretino. Não consigo acreditar que você falou isso de mim. – Estava boquiaberta.

-Mas estou mentindo? Você é muito quente.

-Ai meu Deus! – Escondi meu rosto com uma almofada.

-Ah e confesse também o que você disse em seu documentário.

-O que eu disse em meu documentário? – Perguntei ainda escondida.

-QUE VOCÊ AMA SEXO! – Todos falaram em coro.

Agora não estava apenas corada. Estava quase cavando um buraco e enfiando minha cabeça dentro. É nisso que dá ser sincera. Que beleza!

-Eu estou com fome... – Falei tentando mudar de assunto.

-Não tente mudar de assunto maninha. Foi você que me ensinou tudo o que eu sei sobre sexo, e não minta. – Jamie Lynn falou rindo.

-ISSO É MENTIRA! – Levei as mãos na boca. – Como vocês podem estar falando essas coisas em uma noite sagrada como esta?

-A noite é sagrada Little B, mas nós não somos. – Jonathan falou.

-Há-há.

-Concordo plenamente. – J falou.

-Mas tarde você me paga... – Ameacei Justin com um sussurro em seu ouvido.

-ESCUTARAM? – Ele gritou. – Ela disse que mais tarde a coisa vai ficar quente!

Segurei uma almofada em mãos e acertei de cheio na cara dele.

-Não foi isso que quis dizer rum. – Fiz bico.

-Coisa mais linda! – Justin me beijou na boca.

-Eu não te disse minha filha? – Sophie perguntou.

-O quê mamãe? – Lynn quis saber.

-Que eu viveria para ver esses dois juntos novamente!

Justin me abraçou ainda mais e sorriu.

-Ah vovó! – Ele disse com a voz embargada.

-Vocês dois nasceram um para o outro. – Ela continuou. – Britney, você faz com que meu neto seja uma pessoa melhor, tenha um coração melhor.

-Mas ele sempre teve um coração de ouro. – Falei enquanto acariciava as mãos dele.

-Não Little B. Faz muito tempo desde que vi meu irmão assim. – Jonathan disse. – O sorriso dele nunca parecia revelar uma felicidade completa, sempre pela metade.

-Além do mais, ele sempre vivia com raiva e chateado. Nós nunca entendemos muito o porquê. – Stephen completou.

Justin encostou sua cabeça em meu ombro e pude sentir suas lágrimas escorrendo pelas minhas costas.

-Não acho que seja pra tanto. – Brad falou com impaciência. – Justin não foi infeliz durante todo esse tempo.

-Eu conheço o meu filho Brad, sei quando ele está feliz e quando ele não está. – Lynn falou.

-Eu sinto muito. – Falei em um sussurro. - O J sempre me disse o quanto sofreu sem mim, mas não imaginava que tinha sido tão infeliz a chegar nesse ponto.

Ele não falava nada, apenas me abraçava cada vez mais.

-Quando soube que tinham se casado, minha filha disse no primeiro instante que não era uma boa ideia... – Sophie foi interrompida.

-Eu estava errada mamãe. – Lynn fez questão de dizer.

-Eu sei. Mas a verdade é que nunca duvidei do quanto seria bom ver vocês juntos novamente. E agora, que vejo ambos em minha frente, felizes, com duas crianças lindas, ai meu Deus, posso dizer que se morresse hoje, morreria feliz.

-Não brinque com isso mamãe! – Lynn a repreendeu.

-Eu a amo muito. – Ouvi J falar bem baixinho.

-Ah J! Eu também te amo. – Virei o rosto para poder beija-lo melhor.

-E a Britney? – Escutei minha mãe dizer. – Me lembro de quando descobri que estavam juntos novamente e fui visita-la, quando cheguei lá ela parecia uma adolescente de 15 anos soltando suspiros de alegria por aí.

Todos riram.

De repente as crianças invadiram nossa roda para fazer um anúncio.

-MAMÃE, MAMÃE, JÁ É MEIA NOITE! – Maddie falava com animação enquanto sacudia Jamie Lynn.

-FELIZ NATAL MAMÃE! – Meus meninos falaram enquanto se jogaram em meus braços para me dar um abraço coletivo.

-Feliz Natal meus amores! – Falei e os enchi de beijinhos.

-Mamãe! – A pequenina Sophia chegava atrasada, mas não perdeu chance e abraçou sua mãe também.

Foi aí que uma enxurrada de abraços invadiu a sala.

Uma energia incrível se encontrava pairando sobre nossas cabeças naquele momento.

Somente depois disso, pude perceber de uma vez por todas que nenhum ser humano pode perder a esperança de ser feliz.

Se a felicidade não chegar até você, corra atrás dela. Lute para tê-la em mãos. E quando obtiver sucesso, aproveite cada segundo como se fosse o último. A vida é curta para lamentações.

-Feliz Primeiro Natal Juntos Como Uma Família baby! – Justin enfim conseguiu me tirar da sala.

Ele me envolveu pela cintura e me beijou profundamente!

-Feliz Primeiro Natal Juntos Como Uma Família, e pelos muitos que vem pela frente. – Falei abraçando-o.

-Chegou a hora de contarmos a nossa família.

-É. Chegou a hora. Estou ansiosa. Qual será a reação deles?

-Tenho certeza que nossas mães vão pirar. – Ele riu.

-Desmaiar é uma sugestão mais aceita para falar a verdade.

-Tem razão. Preparada? Quem é que vai contar?

-Os dois.

-Decidido então. – Ele sorriu.

Fomos todos para a sala de jantar, meu coração estava quase saindo pela boca. Minhas pernas tremiam e pude sentir que Justin se encontrava na mesma situação que a minha.

Toda nossa família reunida ao redor da mesa.

Primeiramente iniciamos uma oração de agradecimento.

-Gostaria de falar para vocês um trecho da bíblia, que na verdade é o meu preferido e pode-se dizer que resume a história de muitos aqui, inclusive a minha. – Justin fez uma pausa e segurou firme em minha mão.

Fez o mesmo com Sean que estava ao seu lado e instantaneamente segurei a de Jayden.

Enfim, todos deram as mãos uns aos outros para agradecer por mais um ano incrível que estava chegando ao fim, e por esta noite, que sem dúvida nenhuma já estava marcada em nossa memória.

-“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. ” 1 Coríntios 13:1-13 – Justin falou emocionado.

De uma forma ou de outra, sabia que aquele trecho lido por ele, estava sendo direcionado a mim. Fazia sentido. Não pude deixar de me emocionar também.

-Antes que possamos nos servir, eu e o Justin temos um anúncio especial para fazer... – Comecei. Ainda segurava firmemente a mão dele.

-Que anúncio? – Minha mãe perguntou curiosa.

-Bem é que...