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História O Reencontro - Iminente - História escrita por belovedgrey - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Reencontro - Iminente


Escrita por: belovedgrey

Notas do Autor


Olá melhores leitora do mundo, a Dani voltou :D Nossa, quanta saudades de vocês :/ Espero que não tenham desistido de mim, O.K.? Please *-*

Tenho explicações por ter ficado mais de um mês ausente. Todos precisam de um tempo sozinho, certo? Um tempo para refletir, pensar no que somos, no que estamos fazendo e no que queremos ser. Esse ano não está sendo nada fácil para mim, definitivamente é um ano de provações... Passo por problemas pessoais e de saúde, que me fizeram ficar quietinha durante esse tempo, apenas refletindo e me divertindo um pouquinho mais. Mas é claro, tem o fato de escrever o tão aguardado final de O Reencontro, que cá entre nós, me deu boas dor de cabeça. Fiquei sem inspiração por um longo tempo, indecisa sobre qual destino dar para Justney e tudo mais. Quando enfim me decidir, tem a escola, que está sendo mais loucura do que nunca, essas semana que vem mesmo, tenho uma pilha de trabalhos para entregar e ainda tem o ENEM, socorroney!

Mas enfim, estou de volta. Vou me esforçar fielmente em entregar um capítulo por semana a vocês, é o que posso fazer, infelizmente. Aviso que não vou desistir, de jeito nenhum da Fic. Amo demais isso aqui e não seria justo abandonar os melhores leitores e amigos que ganhei aqui <3 Neste capítulo, você verão muita tristeza, muita atitude e decisões difíceis que vão definir o final da história. Tem uma nova descoberta. E uma surpresa. Mas lembrem-se, não só de coisas boas são feitas as surpresas. ;)

Obrigada pela paciência, espero que me compreendam. Obrigada também pelos comentários maravilhosos do capítulo anterior. Preparem seu coração e deixem alguns lencinhos do lado. BOA LEITURA ;)

P.S.: Me inspirei no livro O Melhor de Mim para desenvolver este capítulo. Quem quiser ler, aconselho, linda e emocionante história.

Capítulo 113 - Iminente


Fanfic / Fanfiction O Reencontro - Iminente

Spears dirigia no piloto automático, alheia ao tráfego lento do centro de LA. Crianças em minivans e utilitários divertiam-se retornando do colégio. Um Dodge azul-marinho buzinava freneticamente logo detrás de seu Maserati. O sinal havia aberto segundos atrás, mas ela parecia estar fora de órbita demais para prestar atenção.

Durante a viagem de volta à sua cobertura, os telefonemas de Timberlake tinham sido ignorados em nome de seu bom senso. Seu pescoço e os ombros continuavam tensos, um lembrete da ameaça que sofrera instantes passados. Diante o assassinato presenciado e todas as condições feitas pelo vilão para deixa-lo em paz, não entendia sua insistência em engatar um namoro com David, logo após um provável término com seu amado.

Atrás do volante, ela não conseguia se imaginar voltando para casa e tendo que fingir que as últimas horas não tinham acontecido. Toda a atmosfera romântica que os envolveu no tribunal. A imagem de seu velho Justin declarando-se vagava por sua mente e todas as palavras pronunciadas encontravam-se em modo replay naquele instante. Sentiu seu corpo tremer ao recordar-se das pérolas azuis cor do mar que tanto amava percorrer o seu corpo maliciosamente. E a lembrança do toque de suas mãos firmes, ainda que distante, conseguia fazer-lhe entrar em combustão ali mesmo. Depois de tanto sofrimento, ver que tudo estava entrando nos eixos a deixou animada, porém, o destino mais uma vez lhe pregou uma peça e o futuro, novamente, fora colocado em suas mãos.

Compreendia que não poderia contar nada a ninguém, entretanto, estranhamente, não sentia culpa. O que sentia, na verdade, era arrependimento, a ponto de se ver desejando ter agido de outra forma. Ao invés de ambos terem reagido às ameaças sofridas pelo psicopata na manhã anterior, e o denunciado, ignoraram tal fato. Agora teria que decidir entre a ousadia de desobedecê-lo, ou dividir sua crescente agonia com Justin e juntos, coloca-lo atrás das grades.

Contudo, existia a possibilidade de um desastre. Caso contasse sobre as ameaças, ele ficaria furioso e poderia estragar tudo, além de colocar a vida de todos em risco, inclusive a sua. Definitivamente sentia-se perdida. As lágrimas que enfeitavam seu semblante assustado já haviam cessado há muito tempo. Após todas as provações por qual passou, aprendeu que sentar e lamentar não faz com que os problemas desapareçam, e hora ou outra eles retornarão para atormenta-la. Então, mesmo sendo uma tarefa difícil, lutaria para que sua felicidade recém-chegada não se tornasse um adeus precoce, apenas partisse com um aviso prévio de até breve.

Britney desceu do carro e correu os olhos pela extensão do condomínio à sua frente. Com a respiração desenfreada, avistou Sr. Marcus reler o jornal matinal sentado em um sofá no saguão. Afinal, já passava das 12h e ela conhecia seu fascínio por manchetes, de revistas ou jornais. Outro dia, ofereça-se para mostrar-lhe sua coleção, mas ela estava ocupada demais levando as crianças ao colégio. Repentinamente sentiu uma enorme curiosidade invadi-la e quase em um súbito se ofereceu para uma visita ao seu apartamento, mas suspeitou que tal desejo servisse apenas de desculpa esfarrapada para fugir da realidade. Ao invés disso, somente o cumprimentou cordialmente.

– Olá Sr. Marcus, como vai? – Sorriu amarelo para disfarçar o nervoso.

– Bem e você? – Respondeu dando tapinhas no espaço ao seu lado. – Sente-se querida. Veja, aqui fala sobre seu “quase divórcio”. – Entregou-lhe o jornal.

– Mais ou menos. – Disse. – Acho que a manchete de amanhã será sobre mim novamente. – Pensou alto ao ler a matéria que estampava seu rosto e o dele.

– Por quê? – Indagou.

– O que o senhor faria se a vida do seu amor estivesse em suas mãos? – Questionou sem receios, precisava de uma opinião sábia.

– Ora essa, eu lutaria por ela. – Falou rapidamente. – Justin está bem? – Ergueu uma sobrancelha, curioso.

– Sim. – Perdida em devaneios, respondeu.

– Ele vai ficar bem?

– Acho que sim. – Franziu o cenho sem entender. – Como?

– Ele vai ficar bem? – Repetiu.

– Sim, eu prometo.  – Levantou-se. – Obrigada M..

– Pelo o quê?

– Por sempre dizer aquilo que preciso escutar. – Segurou as mãos calejadas do amigo e depositou ali um beijinho.

– Não foi nada, B.. – Deu uma piscadela.

De repente sentiu-se confiante por sua escolha. Dirigiu-se ao elevador e apertou o botão do penúltimo andar. Todos os seres humanos precisam de uma válvula de escape para o sofrimento. A sua era causar dor nas pessoas que mais amava. Soava como uma coisa tão boba, mas agora havia uma diferença. Sempre necessitou ser protegida, mesmo contra sua vontade. E perante todas as proteções que recebera na vida, gostava de ser protegida por ele, especificamente por ele. Mas dentre esses últimos segundos que separava ela de sua questionável escolha, percebeu que tinha chegado sua vez. Sua vez de protegê-lo embaixo de suas asas, como uma criança recém-nascida que carece de cuidados especiais.

Não poderia hesitar, de forma alguma. Teria de ser forte. O amor de ambos dependia de sua força.

O elevador chiou para parar e ela saiu. Respirou fundo e exigiu que suas pernas obedecessem aos seus comandos, permitindo-se andar pelo carpete vermelho do corredor. Ao postar-se diante a porta, o escutou suavemente cantar o refrão de Thriller. Concluiu que pela segunda vez ele bisbilhotou seus discos, CDs e DVDs. Pensar na imagem dele cantarolando lhe trouxe um sorriso nos lábios, mas que logo desapareceu ao recordar-se do que estava prestes a fazer. Concentrou-se e contando pausadamente até três, girou a chave no trinco em um súbito.

– Baby?! – Anunciou retornando da cozinha. Trajava a mesma bermuda jeans, camiseta preta e seu avental cor de rosa. Os músculos pareciam ainda mais saborosos com essa combinação. – Como foi com o David? – Segurando seu rosto em mãos, deu-lhe um selinho demorado nos lábios, que fora interrompido antes da hora por ela. – O que houve? Você demorou.

– Oi – Disse. – Tudo normal com o David, ele me desculpou. Você está preparando o almoço? – Perguntou ao sentir um cheirinho delicioso de espaguete invadir seus sentidos.

– Sim. Espaguete à milanesa, baby. – Sorriu maroto. – Dona Lynn esteve aqui para uma visita. Trouxe meu carro e algumas roupas, além de não ter resistido ao charme dos meninos, os levando para passar à tarde com ela, tudo bem?

– Claro. – Forçou um sorriso. – Preciso conversar com você, Justin.

– Você está me deixando preocupado. Desde que chegou parece tão tensa e desconfortável, aconteceu alguma coisa? – Cavalheiro, segurou sua bolsa Chanel amarela e antes que fosse guarda-la no quarto, ela o impediu.

– Justin, eu, eu – Gaguejou visivelmente nervosa.

– Por que você fica repetindo meu nome a todo instante? – Tinha o cenho levemente franzido.

– Desculpa – Sussurrou baixinho. – Tudo isso foi um erro.

– Como? – Colocou a bolsa sobre o sofá. – Do que está falando? – Perguntou com descrença.

– Acabou Justin. – Gritou exasperada. – Eu não te amo mais como antes, não depois de tudo aquilo. – Engoliu em seco. Definitivamente esse seria um dos papéis mais difíceis que interpretaria na vida. Merecia um Oscar, pensava.

– Que brincadeira sem graça, amor – Riu nervoso. – Vamos para a cozinha, o almoço está quase pronto.

– Há-há, bobinho. – Riu sarcástica. Precisava soar convincente, então o fitou com seu olhar semicerrado. – O amor nem sempre é o suficiente, querido. Só aceitei seu pedido de desculpa porque queria me divertir ás suas custas, satisfeito?

– Você não é assim, cruel. – Seus olhos marejaram em um passe de mágica e em questão de segundos, sentiu-se à beira de um precipício.

– Sou sim. – Retrucou. – O sexo de ontem foi incrível, O.K.? Paraíso na Terra. Mas eu enjoei, entende? Adeus, Justin.

– Então foi vingança? – Balbuciou descrente.

– Olha Justin, as últimas horas foram maravilhosas, mas não é a vida real. Foi mais como uma lua de mel e, depois de um tempo, o entusiasmo vai passar. Podemos tentar nos convencer do contrário, fazer todas as promessas que quisermos, mas é inevitável. – Ela inspirou, trêmula. Concluiu que demonstrar indiferença seria um ato de injustiça, então retomou seu mantra dos últimos dias, ignorou seus sentimentos e concentrou-se nos inúmeros motivos que a trouxera até aqui. – E, depois disso, você nunca mais vai me olhar da maneira como me olha agora. Eu não serei a mulher com que você sonha ou a garota que amou um dia. E você também vai deixar de ser meu amor perdido, a única verdade em minha vida. Vai se tornar simplesmente uma lembrança confusa em minha memória, e então me verá como realmente sou. Em poucos anos, eu serei só uma mulher sem sentimentos beirando os 40 e que possivelmente acabará se odiando por conta disso. E, no final das contas, você a odiará também. – Ela respirou fundo, sorvendo o ar como se estivesse se afogando.

– Isso não é verdade. – A voz de Justin permanecia embargada.

– É sim. – Disse ela. – As luas de mel sempre acabam.

Timberlake estendeu a mão, pousando-a em seu ombro.

– Quando penso em ficarmos juntos, não estou falando em lua de mel. Estou falando de você e de mim, duas pessoas reais. Quero acordar de manhã com você ao meu lado, quero chegar à noite e jantar com você. Quero compartilhar com você cada detalhe de meu dia e ouvir cada detalhe do seu. Quero rir junto com você e dormir com você em meus braços. Porque você não é só alguém que amei do passado. Você era minha melhor amiga, a melhor parte de quem eu sou, e não consigo me imaginar desistindo disso outra vez. – Ele hesitou, buscando as palavras certas. – Eu lhe dei o melhor de mim e, depois que você foi embora, nada jamais voltou a ser o mesmo.

As palmas das mãos dele estavam úmidas, e lágrimas enfeitavam seu semblante esperançoso.

– Sei que está com medo – Prosseguiu ele. – Eu também estou. Mas se fingirmos que nada aconteceu, se deixarmos essa chance passar, não sei se teremos outra. – Ergueu a mão, afastando uma mecha de cabelos dos olhos dela. – Ainda somos jovens. Ainda temos tempo de consertar isso.

– Já não somos tão jovens assim... – Lágrimas escorriam pelo rosto dela, que piscou, aparentemente sem percebê-las. Não fez menção de seca-las, e Justin também não. Em vez disso, ele permaneceu imóvel. – Você não entende! – Esbravejou decepcionada consigo mesma, por ser tão estúpida a ponto de causa-lo sofrimento, quando na verdade seu maior desejo era protegê-lo.  

– Somos sim. – Insistiu. – Ainda temos o resto da vida pela frente.

– Eu sei – Sussurrou ela. – É por isso que preciso que você faça algo por mim.

– Qualquer coisa.

Ela apertou a ponta do nariz, tentando conter as lágrimas.

– Por favor... Confie em mim. Eu te amo e, se você também me ama, não pode me pedir para continuar. Não vou ser capaz de dizer não. Mas, preciso de sua confiança. Preciso que acredite em mim quando digo que quero protegê-lo.

– Me proteger do quê? – Gritou. – Primeiro você diz que apenas se divertiu as minhas custas e agora vem com esse papo de proteção?! Por favor, Britney, eu quero a verdade.

– Eu juro que só quero protegê-lo. – Desmoronou no sofá, apoiando a cabeça contra os joelhos.

– É mentira. Puta que pariu. – Retirando um vaso de cristal da mesinha, o mirou contra a parede á sua frente. O mesmo estilhaçou-se no chão, assustando Britney que levantou novamente assustada. –Aquele David fez algo contra você, hein? – Agarrou-lhe pelos pulsos.

– Para Justin, por favor. O David não fez nada. Vá embora. Eu já disse tudo o que tinha para dizer.

– Todas as promessas de ontem foram em vão, é isso? – Ela assentiu. – Eu não acredito em você. – Soltou-a.

Então começou a chorar outra vez. Lutando contra as emoções que se debatiam dentro dela, Britney deu-lhe as costas. Vê-lo sofrer comparava-se a dor de uma perda familiar e instintivamente sentiu um arrepio percorrer a espinha, seguido de um calafrio assustador. Logo o ignorou, julgando ser uma bobagem.

As pessoas não fazem ideia de como é terrível causar dor na pessoa amada e saber que não há nada que possa fazer para ajuda-la, a não ser protegê-la. Você acaba em uma verdadeira montanha-russa de emoções, sente raiva de Deus, questiona a injustiça de tudo isso, até que no fim se sente devastado, um fracasso total.

Se soubesse desde o início como sua manhã terminaria, teria passado mais tempo com Justin e não teria ousado encontrar-se com David á fim de desculpar-se. Teria se divertido jogando Resurrection em companhia dos homens de sua vida. E planejado a viagem à Paris cautelosamente, comprando suas passagens online e na companhia de seu estilista particular, teria conseguido um vestido lindo para a renovação dos votos do casamento, digno de uma princesa. Daria tudo por uma nova chance de passar o dia inteiro em seus braços, sem medo, sem limitações. Afinal de contas, se tivesse cedido aos seus sentimentos antes, a terça-feira poderia ter terminado de maneira diferente.

– Justin, por favor, vá embora. Preciso ficar sozinha. – Disse.

– Está bem – Sussurrou ele enfim. – À noite dona Lynn passará aqui para deixar os meninos e pegar minhas roupas.

– Certo.

Quando ela assentiu, Justin ficou calado. Embora não quisesse admitir, entendia a verdade nas palavras dela. Separar sua família mudaria tudo, mudaria a própria Britney. E por mais que isso o assustasse, talvez ela precisasse de um tempo, pensou. Ou talvez tudo tivesse realmente acabado e ele devesse seguir em frente.

Mas algo dentro de si o alertava que tudo isso não passava de uma encenação e ela desde o instante que retornara do encontro com David, estivera mentindo.

Libertando-o de seus pensamentos, a capainha soou alta a estridente. Ela logo se precipitou e correu para atender.

– David?! –Britney arregalou os olhos, imóvel diante do amigo.

– Oi, preciso conversar com você. – Falou rapidamente.

– Puta que pariu.  – Timberlake aproximou-se com dentes e punhos cerrados. – Você é uma bela mentirosa. Como se tornou assim? – Ele sacudiu a cabeça fitando-a.

– Cara, não existe nada entre mim e a Britney. Deixe de ser paranoico, O.K.? – David entendendo tudo, pronunciou-se impaciente.

– Cale a sua boca. – Esbravejou.

Ah não, isso não. Agora Justin pensaria que ela lhe trocou pelo rival. Nocaute. Britney 0 x 1 Justin.

– Olha, David só quer conversar. – Respirou fundo. – Eu nunca ia fazer uma coisa dessas com você. – Britney falou, nervosa.

– Bem, era de presumir que eu não acreditasse em você. Você já mentiu para mim, quem é o louco que garante que você não está mentindo agora? – Ele a encara por um instante, depois desvia o olhar.

– Eu aceito tudo, menos que desconfiem de mim quando digo a verdade. – Engoliu em seco.

– Você está se fazendo de ofendida para virar o jogo para mim. Não é?

– Estou sem palavras.

Ela estava tentando, com todas as suas forças, controlar a confusão de mágoa e decepção que se retorciam dentro dela. Olhou para ele e o pegou a encarando de maneira insolente. É tão estranho você se decepcionar com alguém desse jeito. Isso acontecera com ela poucas vezes, e Justin era sempre o privilegiado da vez. Depois, passou a ficar completamente pasma com a falta de compreensão e comunicação. É quase como se as pessoas tivessem falando idiomas diferentes, onde ninguém entende borrifas. Mas ela não podia se dar ao luxo de lamentar, essa situação fora causada por ela, e mesmo que tivesse boas intenções, suspeitava que o desfecho final dessa encenação fosse frustrante.

– Vou embora.

– Você não tem coração.

– Ah, e de repente você se tornou a madre Teresa de Calcutá com uma porcaria de uma calça jeans Armani e uma droga de sapatos Valentino de 1000 dólares? É isso?

– Vai embora daqui!

Ele obedeceu, passando por David como um foguete, sem ao menos olhar para trás.

Havia algo de inegavelmente tocante, quase romântico, em sua convicção de que os dois se amavam o suficiente para encontrarem uma maneira de continuar juntos, mesmo depois de ele partir horrivelmente equivocado. Quem não teria achado isso bonito? Todo mundo quer acreditar no amor eterno. Ela mesma havia acreditado, quando tinha 18 anos. Mas sabia que o amor era difícil, assim como a vida. Sofria reviravoltas impossíveis de ser previstas ou mesmo entendidas, e deixava um longo rastro de arrependimento pelo caminho. E, quase sempre, esse arrependimento levava a perguntas do tipo “E se...” que nunca poderiam ser respondidas. E se ela tivesse contado toda a verdade? E se Justin não tivesse flagrado ela e Wade juntos na cama? E se ela tivesse rejeitado as duas dúzias de rosas e o tablet? E se o Brad não tivesse nascido?

Será que todo o primeiro amor era assim? Por algum motivo, ela duvidava. Mesmo depois de tanto tempo, aquele amor lhe parecia mais real do que qualquer outra coisa que tenha vivido.

– Agora ele me ver como a pior pessoa do mundo. – Disse com pesar.

– Você só quis protegê-lo, Britney. – Lucado consolou-a, adentrando o apartamento.

– Como você sabe que tudo o que fiz foi para protegê-lo? – O fitou com descrença.

– A culpa foi minha.

– Então, então você é... – Escancarou a boca perplexa.

– Fui cúmplice de Brad.

– Foi? – Se aproximou dele com um olhar intimidador.

 

***

 

Os sentidos de Justin pareciam aguçados – o sol da manhã ardia em sua nuca, a brisa parecia leve como uma pluma e as folhas das árvores farfalhavam, mas era como se nada fosse real. Tudo o que ele sabia era que aquilo era o fim. Quando chegou ao carro, ele abriu a porta e virou-se para trás com esperança de vê-la correndo de volta aos seus braços. E então lhe escutaria dizer que os últimos minutos não passaram de um pesadelo ruim e seguiriam reconstruindo o amor. Viajariam à Paris, renovariam os votos do casamento e seriam felizes para sempre, como nos velhos filmes de conto de fadas. Porém, ele sabia que contos de fadas não existem, mas recusava-se acreditar que sua princesa havia se tornado a vilã.

Pouco depois, ele se obrigou a recuar um passo. Então, deslizando para trás do volante, deu partida no motor e fechou a porta, baixando a janela em seguida. Seus olhos brilhavam, cheios de lágrimas. Relutante, engatou a ré com dor que sentia gravada em sua expressão de angústia. Manobrou o carro, apontando-o para fora do estacionamento. Seu mundo estava borrado em pranto. Quando começou a dobrar a curva, olhou pelo retrovisor e conteve um soluço à medida que a imagem de sua amada com David ao encalço vagava por sua mente em modo replay. Quanto mais o carro ganhava velocidade, mais ele chorava. Os quarteirões se fechavam ao seu redor. Quis fazer o retorno e voltar para Britney, dizer-lhe que a traição não tinha importância nenhuma e que seria capaz de perdoa-la novamente. Sussurrou seu nome e, embora ela não pudesse de forma alguma ouvi-lo, ele ergueu o braço retirando uma foto dela do porta-luvas e beijando-a, como em um último adeus.

Parado em um sinal vermelho, nada à sua frente parecia ter foco. Uma série de instantâneos fotográficos denominados “O amor é sinônimo de dor e injustiça”, repetia-se aleatoriamente e ele pôde recordar-se do primeiro dia de gravações do “The Mickey Mouse Club”. Ele havia se encantado com ela desde a primeira vez que a vira sorrir pra ele, os olhos amendoados, quase do mesmo tom do cabelo liso que descia até um pouco abaixo dos ombros, brilhando de expectativa. Ele adorou o som de sua voz quando lhe disse oi e adorou ainda mais o som de seu riso em resposta às suas piadas sem graça que ele contava repetidamente numa tentativa desesperada de fazer o som chegar até os seus ouvidos mais uma vez. E ela adorou o que ele fez, sentiu-se relaxada por tê-lo ali, ao seu lado, fazendo de tudo para que sua ansiedade e nervosismo passassem.

Não demorou muito tempo para tornarem-se amigos inseparáveis. Também não foram preciso mais que algumas semanas para que Justin se apaixonasse por ela. Fora inevitável! Ela era tão linda e meiga, tão menina, tão sua...

Ele sorria só de vê-la sorrir, seu humor melhorava quando a encontrava no estúdio, quando olhava em seus olhos e ela olhava nos seus, confessando a segurança que ambos sentiam na companhia um do outro. Sentia-se o garoto mais sortudo do mundo quando ela cantava ao seu lado durante o show e se encantava observando sua desenvoltura ao apresentar o programa.

Diante todas as garotas que vira na vida, sua menina era o invólucro selado de perfeição – intacto e inviolável.

E agora, ele queria nunca mais vê-la.

Mas nunca era uma palavra muito assustadora e encarar essa possibilidade o deixava insano.

O sinal finalmente ficou verde e Justin, com a imagem de sua pequena Britney na cabeça, pisou fundo no acelerador, sem perceber que outro carro ainda atravessava correndo o cruzamento.

O outro veículo se chocou contra o dele com um estrondo ensurdecedor, espalhando cacos de vidros e lascas de metal por toda a parte. A armação da porta, destroçada e retorcida, explodiu para dentro em direção ao peito do rapaz no mesmo instante em que o air bag foi acionado. Justin se debateu contra o cinto de segurança, a cabeça sendo jogada de um lado para o outro à medida que o carro começava a girar pelo cruzamento. Vou morrer, pensou ele, mas não conseguiu reunir fôlego suficiente para produzir qualquer som.

Quando o carro enfim parou, Justin precisou de um instante para entender que ainda estava respirando. O peito doía, ele mal conseguia mexer o pescoço e achou que fosse sufocar por conta do cheiro fortíssimo causado pelo acionamento do air bag.

Tentou se mexer, mas foi invadido por uma dor lancinante no peito. A porta e o volante estavam prendendo seu corpo e ele lutou para se soltar. Contorcendo-se para a direita, Justin se libertou de repente do peso que o esmagava.

Lá fora, outros veículos paravam no cruzamento. As pessoas estavam saindo de seus carros, algumas já com os celulares em punho, ligando para a emergência. Através do vidro trincado, ele percebeu que o capô de seu carro estava erguido como uma pequena tenda.

Ouvia pessoas gritando para que ele não se movesse, mas suas vozes pareciam vir de muito longe. Justin virou a cabeça mesmo assim, pensando de repente em Britney, e viu a foto manchada de sangue caída ao seu lado. Só então apagou.


Notas Finais


Nossa, depois de tanto tempo afastada, tenho medo desse capítulo ter ficado uma bosta :( Particularmente eu amei. Sei que sou maléfica, e muito de vocês podem questionar minhas escolhas. Mas eu já disse e repito, confiem em mim. Prometo não decepciona-los. O que acharam, hein? Me conte please, espero mesmo que não tenham se cansado de tanto esperar...

O que acharam da escolha de Britney? Não julguem ela pessoal, ao invés disso, se coloquem em seu lugar. O que fariam se o amor da sua vida estivesse sendo ameaçado de morte? Mais que isso, se seus filhos também estivessem sendo ameaçados? Vocês ariscariam ou arranjariam um meio de virar o jogo e prender o vilão? Mesmo que isso significasse magoar e maltratar o coração alheio? Pensem nisso e considerem que ela também está sofrendo ;)

E tem o David...... xiiiiiiii! Ele é o cúmplice moçada, o cúmplice do psicopata :o Alguém suspeitava do garanhão? Mas o que será que ele tem para explicar a Britney? Palpites?

Agora o final.... Foi de rachar o coração no meio, né? Eu me emocionei digitando. Foi muito difícil descrever a forma como Justin está se sentindo. Seu sofrimento, sua decepção. E ainda mais esse acidente... Ele estava tão fora do controle que acabou se acidentando. Mas e aí? Será que ele morre? Será que foi grave? E Britney? Poxa, ela vai ficar se culpando...

Muito obrigada por tudo, de verdade. Próxima semana, com fé em Deus estarei aqui novamente para matar a curiosidade de todos vocês. Beijosney da Dani e até mais! Ah e Happy Halloween atrasado :p Do que será que nossa Britney vai se fantasiar no show da Piece Of Me? Ansiosaney <3

Música tema: Holy Grail, do Jay-Z Feat. Justin T. <3 Ps.: Essa música é uma das sete maravilhas do mundo. A voz do Justin me faz viajar, me emociona, é tão tocante. Sem falar no videoclipe, Jesus! Que homem é esse? <3 Ah e ela combina muito com esse capítulo ;)

"... Você tira o ar dos meus pulmões sempre que você precisa
Você tira a lâmina do meu coração
Só assim você pode me ver sangrar
Eu ainda não sei por quê
Por que te amo tanto
E você joga este jogo apesar de me deixar louco
Tenho uma tatuagem na minha manga para sempre
Adivinha com o nome de quem
Mas ainda não sei por quê
Te amo tanto

E Baby
É incrível que eu estou neste labirinto com você
Só não consigo decifrar o seu código
Um dia você grita que me ama
No dia seguinte você é fria
Um dia você está aqui, um dia você está lá
Um dia você se importa
Você é tão injusta
Bebendo do seu copo
Até transbordar, Santo Graal" <3

http://www.vagalume.com.br/jay-z/holy-grail-feat-justin-timberlake-traducao.html


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