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História O Reino de Montenour - A compreensão: Ato 1 - História escrita por JuhSouzaMik - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Reino de Montenour - A compreensão: Ato 1


Escrita por: JuhSouzaMik

Notas do Autor


Eu finalizei esse capítulo agora mesmo, eu disse que não haveria capítulo, mas eu me esforcei.

Não consegui fazer um capítulo enorme, mas busquei por dar as explicações necessárias para o enredo. Eu disse que não era nada complicado de saber o que havia acontecido, então imagino que muitos de vocês nem vão se surpreender com as "descobertas".

Apesar de ser um capítulo dentro da média dessa história, eu prezei mais pela qualidade e o andamento da história, do que pela quantidade de palavras escritas.

Lembrem-se, eu não sou uma máquina de escrever.

Dito isso, let's bora!

Boa leitura ❤️:

Capítulo 18 - A compreensão: Ato 1


Fanfic / Fanfiction O Reino de Montenour - A compreensão: Ato 1

CAPÍTULO 16

A compreensão: Ato 1.



Por muitos anos, a aliança de reinos se devia ao fato da duradoura amizade que os pais dos futuros reis e rainhas dispunham. Gerações e gerações que criavam laços afetivos entre si, ajudando-se ao decorrer dos ciclos lunares, para a prosperidade de ambos os impérios. Era nítido e evidente que os reinados fariam todo o possível para que essa aliança não fosse quebrada, por vezes o interesse soava mais alto. 

Os Kim's e os Hior's foram grandes aliados por décadas, passando essa missão adiante através de seus filhotes. E como esse sistema findou-se em vários reinos, diversos obtiveram amizades e alianças, pois a cada híbrido de um reino diferente que se encontravam em matrimônio, uma nova linhagem era adicionada ao ciclo social.

Os Park's e os Min's foram a prova dessa história.

Como? Eu conto.

Há muitas décadas atrás, Hior Crey e Hior, antes Parker, Greycie, casaram-se apaixonados, unindo seus reinos e suas espécies. A híbrida de gato polar era uma doce e brilhante princesa, atraía muitos olhares de híbridos distintos, mas nenhum chamou de fato a sua atenção, até que um híbrido de Gato selvagem chegasse e roubasse seu ingênuo coração.

Bailes e bênçãos foram distribuídos, para, e em nome do novo casal da realeza. Houve o cortejo sob o apoio de ambas as famílias e enfim a união do laço. Alguns anos após, a rainha deu à luz a sua primeira ninhada e entre eles estavam: Hior Jenn, Hior Paul e Hior Ellie. Dois adoráveis híbridos mesclados de gatos selvagens, e uma única pura de gato polar. 

A união perpetuou sobre os descendentes, mas a princesa Ellie se mostrou interessada na segunda ramificação dos gatos selvagens, quando seu bom coração se mostrou enfeitiçado pela linhagem Park. Mais precisamente, por Park Hyun.

No entanto, anterior a esse fato, os Kim's eram – e continuam a ser – a família mais próxima da ramificação imperial Min. A mais pura e exuberante espécie de um felino. Os machos astutos, perspicazes, porém pequenos. E as fêmeas doces, destemidas e obstinadas, porém manhosas, delicadas e dependentes emocionalmente. A cada ponto de atributo, um contraponto para equilibrar surgia. Nada na natureza se via sem equilíbrio. 

Com essa boa benquerença entre os Kim's e os Min's, nada mais justo e esperado do que uma boa amizade entre os grandes leões e os miúdos gatos-das-neves. Kim Namjoon e Kim Seokjin eram os atuais reis na época, possuíam três filhotes: O leão primogênito Kim Gyon, a segunda leão Kim Daehyun e a terceira Lince fêmea Kim Huyeon

Cresceram juntos aos filhotes dos Min's; Min Akira, Min Junhyun e Min Kuion. 

E recordem-se da amizade entre os Hior's e os Kim's, Hior Ellie e Kim Huyeon herdaram essa amizade, passando por anos juntas e confidenciando segredos uma com a outra. Até o dia dos casamentos.

Como uma festa de amizade e matrimônio, ambas decidiram juntas que seria de imensa alegria realizar uma união dupla, no mesmo dia. 

Hior Ellie e Park Hyun, Kim Huyeon e Min Akira. 

O casamento foi  agraciado e felicitado por diversos híbridos, os noivos estavam felizes e brindaram muito naquele dia especial. Anos se passaram e cada fêmea consolidou a sua família almejada ao lado do marido. 

E quando Huyeon passava por uma de suas mais recentes prenhez, Ellie atravessa a sua primeira. 

O, já na época do ocorrido, rei Min Akira decidiu que seria de bom tom dar um grande baile na época que seus pequenos filhotes estavam para nascer. Os híbridos de todos os reinos foram chamados, inclusive os Park's e surpreendentemente, a rainha Ellie possuía o mesmo tempo gestacional que a Min.

O baile durou a noite toda e já de madrugada, o inesperado ocorreu. Ambas as rainhas companheiras entraram em trabalho de parto ao mesmo tempo. Foram guiadas por seus maridos a quartos separados. Horas foram gastas e quando enfim os pequenos filhotes nasceram, vieram as surpresas. 

De um lado as parteiras se depararam com dois lindos filhotes fêmeas de gatos-das-neves. Do outro, com três adoráveis gatinhos polares, que infelizmente nasceram mortos. 

Enquanto Akira corria animado a contar que seus prováveis filhotes já haviam chegado ao mundo, Hyun se encontrava em choque ao saber sobre os seus. Num ato de egoísmo e inveja, o gato rei ordenou que uma das parteiras buscassem um dos filhotes Min e trouxesse para a sua esposa. Claro, sob suborno e ameaças.

Quando ambas as rainhas acordaram, tiveram surpresas não tão satisfatórias. Huyeon sabia que havia algo errado, mas estava feliz, apesar de possuir apenas um pequeno filhote. Algo em seu peito dizia que a situação toda estava equivocada, mas a lince não poderia fazer nada a respeito porque aquela era a realidade posta a sua frente, não queria que os reinos entrassem em discórdia por um capricho seu. 

Um filhote a menos não poderia fazer falta.

Ellie sabia que aquele filhote não era seu, ela sentia aquilo todos os dias. Mas Hyun insistiu em dizer que ela estava louca e que aquele era o filhote deles. Com os anos, Ellie percebeu que nunca esteve errada e quando confrontou o marido, Hyun disse com todas as letras que sua esposa era imprestável e infértil, desestabilizando por completo a rainha. 

O rancor e as ações duras que recebeu de seu marido, foram transmitidas de modo cruel ao pequeno filhote que nada tinha a ver com a situação e tudo apenas piorou ao extremo, quando Hyun passou a sentir outro tipo de desejo pela criança. Um promíscuo e repugnante, que não estaria ao seu alcance satisfazê-lo, ao menos não naquela época.



ㅡ Que história és esta de assunto de vida ou morte? Seu gato arteiro! ㅡ Min Huyeon adentrou ao escritório real, já repreendendo a astúcia de seu filhote em determinar assuntos urgentes, sem a necessidade destes. Akira ficou para conversar com Taehyung, já que a lince garantiu que não deveria ser nada demais. ㅡ Eu me preocupei! Seu pai quase adquiriu um infarto para a sua longa lista de aventuras, seu malvadinho.

Yoongi que analisava os documentos que possuía, apenas riu amarelo. Por mais que soubesse o gênio que sua mãe carregava, ainda assim arriscou-se em fazê-la crer que estava em perigo.

ㅡ Perdoe-me, mamãe. Entretanto, eu necessitava da vossa presença o mais breve possível. Há coisas erradas que aconteceram e vêm acontecendo no reino do Jeon. ㅡ O gatinho suspirou, sentando-se sobre a mesa, de braços cruzados. ㅡ Soube do atentado contra Mimi? Ele quase faleceu. 

Os olhos da rainha dobraram de tamanho, não, ela não possuía conhecimento do acontecido, nem o povo, na realidade. Segundo o enunciado do príncipe Taehyung, Jimin apenas descansava em sua cama após o estro, pois estava indisposto devido a sua prenhez.

E essa informação estava sendo dissipada entre todos os súditos, evitando grandes movimentações e alarde desnecessário.

ㅡ Já possuem conhecimento do mandante? ㅡ Huyeon perguntou aflita, possuía um grande apreço com o pequeno gatinho, ficaria devastada se por algum ser ruim e egoísta, o pequeno perdesse sua vida mal iniciada.

ㅡ Enquanto Jungkook carregava Mimi, para que o curandeiro Taemin cuidasse dele, Tae, Hobi e eu nos prontificamos com o restante da tropa a vasculhar todos os corpos dos soldados que ousaram atentar contra a rainha. Encontramos um broche em uma das luvas de batalhas de um soldado. ㅡ O gato se esticou sobre a mesa, alcançando o pequeno objeto de metal reluzente que descansava sobre a ponta da superfície de madeira. ㅡ Sei que conheces. ㅡ Estendeu-o para a sua mãe, analisando a reação da lince.

E de fato a rainha conhecia a origem daquele broche, não era capaz de crer que uma pessoa que há anos fora de suma importância, havia tornado-se um ser sem inteligência.

Catweon? ㅡ Estava aflita, já não bastasse o acontecido na reunião de reinos meses atrás, ainda sim os seus antigos conhecidos insistiam em mostrar as suas faces obscuras. ㅡ Como sabem?

ㅡ Especulações, mamãe. ㅡ Yoongi disse desconfiado, por ver sua mãe aparentemente tão abatida com o assunto. Sabia da história de vida que a mais velha carregava, juntamente a Park Ellie. Contudo, não iria abrandar a sua revolta para com a mulher, com certeza se ofertaria em dar-lhe a devida punição passiva dos atos de ódio. ㅡ Peço para que recomponha-se, preciso perguntar coisas específicas a senhora, antes de dar-lhe a notícia que tanto fiz alarde. ㅡ O gato advertiu, levantando-se da mesa de mogno, com um caderninho em mãos.

Algumas perguntas selecionadas estavam escritas ali, precisava de todas as informações disponíveis para certificar-se de que estava correto e não cometer gafes mais tarde. Era um assunto sério demais para se pôr na mesa, então ele precisava estar certo das suas acusações. Era um príncipe, um erro desse tamanho vindo de sua parte certamente não seria perdoado pelos demais reinos, em questão de fidelidade. 

Um pouco desconfiada, a rainha sentou-se em uma das poltronas acolchoadas do escritório, esperando pacientemente – ou pelo menos tentando – pelas perguntas que o gatinho havia feito.

ㅡ Mamãe, sei que a senhora tem um passado com a rainha Ellie, estou certo? ㅡ O mais novo perguntou, recebendo um aceno positivo da rainha. ㅡ E… mudando o foco, no mesmo território, já notou as semelhanças entre Jimin, papai e eu? ㅡ Indagou cauteloso, analisando profundamente a feição da sua mãe.

O coração da rainha perdeu o compasso, estava aflita com o rumo que aquela conversa estava tomando. Não era boba e logo de primeira já pôde entender onde Yoongi queria chegar. Pensou na noite que tudo se sucedeu, angustiada com o pensamento de ter sido descoberta por uma das pessoas que mais amava.

ㅡ Meu filho…

ㅡ Ouça-me, mamãe… ㅡ Yoongi impediu a rainha de lamentar ou lhe interromper. ㅡ Veja bem, não permitirei que os defenda. Vistes muito bem que Jimin quase fora violado no dia da reunião geral. Entendo que vossa amizade com a rainha Ellie venha de gerações, mas peço-lhe que pense na vida que fora destruída todos esses anos.

ㅡ Destruída? ㅡ Huyeon questionou confusa.  ㅡ O que houve com ele?

ㅡ Saibas que quando Jimin chegou ao reino, não pronunciava sequer uma palavra. Seu medo era tanto que ele apenas se comunicava através de um bloquinho de notas que lhe fora dado por Jungkook. ㅡ Yoongi suspirou, lembrando-se da pouca socialização do gato do rei para consigo. Em vista dos dias atuais, o gatinho era um falante. Não mais que Hoseok, evidentemente, mas ainda sim era demasiado. ㅡ Jimin perdeu quase dois meses de vida, enfurnado em seu ninho, com receio até mesmo dos toques do rei. E tudo por culpa de Hyun, então se a senhora puder me responder, pondo mais o peso na balança de que àquele a quem estamos nos referindo possa ser meu irmão e seu filhote, eu agradeceria imensamente.

A rainha duplicou o tamanho de seus olhos em completo choque, qualquer refutação que pudesse elaborar em sua mente, se perdeu rapidamente. Seu filhote? Huyeon riu desacreditada. A lince perdeu alguns segundos olhando para o chão, os dedos das mãos batucando em sua coxa coberta pelo longo vestido que trajava. Não pensou que fosse possível sentir-se uma péssima mãe, pois todos seus filhotes foram criados com muito amor e carinho. Entretanto, as palavras do gato lhe pegaram de surpresa, não era a primeira vez que aquele assunto se passava por sua mente, já na reunião geral de reinos, quase lhe faltou o ar ao ver Jimin desfilando ao lado de Jungkook, não fora diferente para Akira. Mas… aquilo não poderia ser uma verdade, Ellie não poderia ser incriminada por algo tão baixo a esse ponto.

ㅡ N-no dia que eu dei a luz, vosso pai havia convocado a maioria dos reinos aliados para festejarmos juntos a tua chegada. ㅡ Huyeon pronunciou após um breve momento de reflexão, as imagens daquele dia ainda podiam ser alcançadas em sua mente. ㅡ Ellie estavas prenha também. E demos a luz no mesmo dia. ㅡ A voz da mais velha falhou. 

Não podia pôr em palavras a sensação de angústia que de repente lhe tomou, a mesma sensação daquela noite. De que algo estava extremamente errado, mas ela não podia fazer alarde. E agora… imaginar que passara todos aqueles anos longe de um filhote seu, um filhote que fora judiado e humilhado por aqueles que se diziam seus amigos. Apenas por um capricho seu. O capricho de não querer causar guerra e difamar a sua amiga.

ㅡ Eu sabia que havia algo errado, no instante em que as parteiras colocaram a ti em meus braços… ㅡ Uma lágrima de angústia caiu de seu olho esquerdo, não demorando a ser seguida por outras. 

ㅡ Vosso filhote, alteza. ㅡ O sentimento de estar incompleta pairava no ar, quando o pequenino gatinho fora posto em cima do seu peito. 

Estava Huyeon a ser ingrata?

ㅡ Ele é lindo. ㅡ A rainha disse emocionada, era o filhote fêmea mais gracioso que já havia visto na vida, pois era o seu filhote. ㅡ Mas… apenas ele?

A parteira engoliu em seco, desviando seus olhos e confirmando para a lince. 

ㅡ Sim senhora, apenas ele.


Se tivesse sido mais incisiva naquela noite, Huyeon haveria arrancado daquela parteira as verdades omitidas. De que seu segundo filhote fora surrupiado a mando dos reis Park's. Ou melhor, a suborno de Park Hyun. O rei que não queria parecer uma chacota em frente aos outros, pela inutilidade da esposa ao lhe dar herdeiros. Mas deixou passar… deixou porque… era apenas um filhote, certo?

ㅡ Sabes que és esta parteira? Se souber matará todo o restante das outras perguntas que elaborei. 

ㅡ Não, eu não sei. ㅡ Mas em sua mente um nome brilhou, Lee Taelin, uma híbrido de onça pintada.



Durante a tarde, quando o sol atingia as suas três horas, Jungkook e Jimin despediam-se do híbrido de raposa, agradecidos pelos cuidados que o fêmea havia disponibilizado para o gatinho.

Jimin fazia manha e não queria devolver um dos filhotes do mais velho, Jungkook estava quase cedendo os joelhos ao solo e implorando para que o mais novo largasse a raposinha.

ㅡ Ggukie, por favooor. ㅡ O gato implorou.

ㅡ Jimin, pelo amor da santa ceia, o filhote não és nosso, ma fleur. ㅡ Jungkook repetiu pela quinta vez. ㅡ Meu amor, devolva-o para a mamãe dele. 

Taemin não estava preocupado, pois fora exatamente assim que agira quando estava prenho e via filhotes brincando por aí. Desejava roubar todos e levá-lo para a sua casa. Obviamente foi impedido diversas vezes por seu amado.

ㅡ M-mas Jun… ㅡ Jimin entristeceu, devolvendo com um peso no coração, o filhote para a mãe dele. Os olhos azuis brilhantes por causa das lágrimas, ficaram amuados e cabisbaixos. O beicinho que derretia o coração do rei, não demorou aparecer e Jungkook quase perguntou quanto custava o filhote do outro para que o levassem embora, mas teve consciência de que aquele desejo do seu amado, não poderia ser atendido.

ㅡ Bebê… quando ganhares nossa ninhada, vais dá-la para alguém que deseja um? ㅡ Apesar de tentar fazê-lo entender que estava errado, a escolha de palavras fora um tanto quanto infeliz para o momento. Taemin arregalou os olhos, se curvou depressa e correu para dentro do chalé. Jungkook ficou confuso com o ato do outro, mas não teve muito tempo para pensar, o rosnado de Jimin lhe arrancou dos pensamentos.

Quando seus olhos negros se voltaram para Jimin, o mais novo possuía um semblante raivoso. As presas de fora e o nariz franzido, lhe encarando mortalmente. Lhe dando mais medo do que o que achava saudável.

ㅡ És isso que pensas em fazê-lo? ㅡ Jimin gritou, assustando o mais velho. ㅡ Pensas em vender nossos filhotes? Que macho és tu? Que pai pensas em vender seus filhotes, Jungoo? ㅡ E de repente uma mistura de lágrimas se juntaram a todo o resto, deixando Jungkook mais desesperado ainda.

Quem falou em vender filhotes?!

ㅡ Da onde tirastes essa ideia? Pelo amor de Deus, Jimin, quando pensastes que eu seria capaz de vender os nossos bebês? ㅡ Ultrajado, devolveu.

ㅡ É isso que dissestes que ia fazer! ㅡ Ele havia dito? Quando? ㅡ Eu não vou te deixar vender meu filhotes, está ouvindo?! Seu… seu… seu brutamontes! ㅡ Bufou se virando de costas para o pantera.

Jungkook tinha os olhos arregalados, sem entender de fato o que havia acontecido ali. Quando chegaram ao assunto de vender filhotes?

Foi despertado de seus pensamentos com o fungado de Jimin, o mais novo estava a chorar. Jungkook se pôs a rezar a oração de Artemis três vezes, antes de encarar a pequena ferinha. 

Mon cœur… sabes que o que dissestes não tens fundamentos, não sabes? ㅡ O rei abraçou o pequeno corpo, cheirando a esfregando seu nariz na glândula odorífera do mais novo, espalhando seu cheiro para acalmar o pequeno gato. 

ㅡ E-eu quero nossos filhotinhos… ㅡ O gato fungou, amuado.

ㅡ Eu sei, amour. ㅡ O rei virou o mais novo para si, acariciando os fios dourados. Os olhos de Jimin estavam brilhantes de lágrimas, o gatuno estava sensível e desejava como nunca as suas crias ao seu lado. ㅡ Tenha apenas um pouco mais de paciência, sim? 

Jimin concordou, escondendo-se no peitoral do mais velho. Jungkook o pegou no colo, com pouco esforço, andando até a vila, pois seu cavalo descansava em um estaleiro que havia pago. Precisava ajustá-lo, para então seguirem até o castelo.

O mais velho já imaginava a dor de cabeça que teria ao retornar a sua casa, deveria beijar os pés do seu cunhado e irmão, agradecendo pelos dias que trabalharam em seu lugar, coordenando o reino e ajustando tudo para que nada saísse fora do funcionamento habitual.

Quando chegaram ao estaleiro, um dos homens correu prontamente lhe ajudar. O híbrido selou o animal, certificando-se de que estava bem firme, para então dá-lo ao rei, recebendo uma generosa quantia de moedas de outra pela dedicação ao serviço simples. 

Com um pouco de dificuldade, Jungkook subiu no dorso no cavalo cinza, ajeitando Jimin em seus braços para que permanecesse aquecido e longe do frio. Faltavam apenas dois meses para que o período de inverno finalmente cessasse. Em breve as flores coloridas que preenchiam os olhos do gatinho seriam novamente vistas. O louro poderia vislumbrar mais uma vez os campos de tulipas que aromatizavam os arredores de Montenour. 

O caminho fora tranquilo para o casal de reis, Jimin em algum momento dormiu, e assim continuou pelo percurso todo, não viu os pequenos filhotes que corriam de encontro ao cavalo do rei, pedindo para verem a rainha. Seus pais os erguiam para que pudessem observar o rosto adormecido do mais novo, sem dúvidas alguma, os súditos amavam o pequeno gato. Jungkook sentia-se orgulhoso do povo que havia construído sob seu domínio, a maioria eram cidadãos de bem, caridosos e se ajudavam. 

O pantera sentia-se mais orgulhoso ainda em ver o quão bem seu povo tinha acolhido o seu companheiro. Mais ainda seus filhotes que ainda não haviam chegado ao mundo.

O castelo estava funcionando perfeitamente. Os soldados estavam fazendo a ronda no perímetro do palácio, em muito mais números do que o habitual. Jungkook imaginou que isso havia sido uma ordem do seu irmão. O pantera cumprimentou os seus soldados, deixando seu cavalo com um dos cuidadores e então adentrou o palácio. Jimin seguia adormecido em seus braços, sem menção de acordar tão cedo.

O rei imaginava que o estresse estava sendo muito para o gatinho, então até prezava pelo sono do seu amado, queria vê-lo bem e recuperado, pois segundo o raposo, o parto de Jimin seria mais complicado por forçar os pontos que não estariam devidamente cicatrizados ainda. 

Jungkook levou Jimin até o ninho de ambos, suspirando profundamente ao sentir o aroma misturado dos dois pairando pelo ar, como sentia falta daquela tranquilidade que apenas o ninho de ambos era capaz de proporcionar. 

Com delicadeza, o mais velho deixou o corpo adormecido do gatinho sobre a redoma de lençóis, certificando-se de que ele estava confortável, levantou-se então, indo até a lareira do quarto, acendendo-a para que aquecesse devidamente o mais novo, em sua ausência. 

O rei fechou as janelas, deixando apenas a luz das chamas clarearem o quarto, então saiu, trancando a porta para que seu pequeno não fosse incomodado. 

Com passos cansados, o nobre arrastou-se até o escritório real, acabando por pescar parte de uma conversa que lhe deixou perplexo.

ㅡ Eu sabia que havia algo errado, mas eu não poderia fazer nada! ㅡ Era a voz de Huyeon, Jungkook possuía certeza. A lince parecia chorar, lamentando por algo que não possuía controle. ㅡ Eu causaria uma guerra entre reinos, se eu os confrontasse, então não permiti que seu pai chegasse perto do filhote. 

ㅡ Estás a me dizer que desconfiava?! ㅡ A voz estridente de Yoongi sobrepôs a da rainha, Jungkook não imaginou alguma vez que veria o Min tão perto de perder a sua razão. 

ㅡ Eu… sim… mas- ㅡ Huyeon sussurrava.

ㅡ Mas nada! Sabes o quanto Jimin sofreu nas mãos daqueles canalhas? Sabe-se lá, quantas vezes o porco do Hyun já o havia molestado, a senhora poderia ter impedido isso! ㅡ Yoongi rebateu, não deixando sua mãe continuar.

As mãos do rei cerraram-se em punhos, sem que o pantera notasse, que história era aquela?

ㅡ Seu avô ficaria triste com isso! Não sabes o tamanho da confiança que Namjoon deposita nos Hior's! ㅡ A lince rebateu, sua voz entrecortada por soluços de choro. ㅡ Era o meu reino!

ㅡ Era o vosso filhote! ㅡ A voz de Yoongi se tornou rasgada, tamanho o berro que o gatinho havia dado, juntamente a um estrondo na mesa de madeira, e então um instante de silêncio se fez presente, apenas a respiração pesada do lourinho e os soluços da rainha se ouviram. ㅡ Sinceramente, eu nunca pensei que pudesse ficar desapontado com a senhora, podes imaginar de quantas inúmeras coisas na vida, Jimin fora privado? ㅡ O castelo parecia silencioso, e por isso os sussurros chorosos de Yoongi eram notados. 

ㅡ Meu filho, por favor, procure entender a vossa mãe, era para um bem maior. 

ㅡ Um bem maior que destruiu a vida de um inocente, quero ver se quando meu pai e meus avós ficarem sabendo desse seu "bem maior", eles irão te apoiar nessa decisão. Por mais que os reinos fossem aliados, vovô Seokjin jamais permitiria que um de seus netos fosse usado como moeda de troca dessa forma. Apenas não entendo que mesmo com a tristeza que diz ter sentido, quando me pegou em seus braços, ainda pôde ter permitido que levassem Jimin para longe e o tratassem como um qualquer. ㅡ A voz de Yoongi estava mais perto da porta. Jungkook estava de frente para ela, suas mãos tremiam violentamente, no mesmo tempo em que o pantera tentava segurar a sua ira.

Huyeon sabia? Esse tempo todo ela sabia de algo tão importante, assim? 

E preferiu se omitir…

ㅡ Bebê, ouça a sua mãe, era uma guerra! ㅡ Huyeon insistiu mais uma vez.

ㅡ VAIS acontecer uma guerra, sabes o porquê? ㅡ Yoongi explodiu mais uma vez, deixando o respeito que tinha por sua mãe de lado. ㅡ Porquê Park Hyun tentou violar Jimin, e esses dias tentou matá-lo! Sabes o peso dessas ações? Atentado contra um reino é decreto de guerra! Sabes quem morrerás nessa guerra? Isso mesmo, mamãe, Park Ellie! ㅡ Bradou. ㅡ Vossa amizade com ela não podes ocultar os fatos cometidos, ela não deves de sair impune se fora tão ruim quanto o marido! 

ㅡ Meu filho, ela não pode ter filhotes!

ㅡ E isso fora o bastante para a senhora decidir que um filhote seu poderia ser levado? Jimin cresceu sem amor! Sem liberdade, constantemente oprimido, fora exposto em um desposo de fêmeas, como se fosse uma mercadoria qualquer, teve a privacidade invadida em frente a vários machos e se não fosse por Jungkook, sabe-se lá quantas mãos imundas teriam tocado meu irmão! ㅡ Yoongi expôs, irritado e magoado. ㅡ Mas disso a senhora já sabe, não é mesmo? ㅡ O gato riu em escárnio. ㅡ Sabes porque ouviu vovô Nam comentando com o vovô Seok, o quão chocantes foram os atos de Hyuk com seu filhote, e mesmo assim, a senhora não moveu UM DEDO para ajudá-lo. Tomar chá da tarde, ouvindo aquelas atrocidades era mais convidativo, não? 

ㅡ JÁ CHEGA! ㅡ A lince gritou, e pelo barulho ela havia se levantado abruptamente da cadeira. ㅡ Vejas bem como falas comigo, eu ainda sou sua mãe e eu exijo respeito! Se fiz o que fiz, fora para proteger minha amiga, a única que eu tive em toda a minha vida! ㅡ Huyeon decretou. 

Outro momento de silêncio se fez, até que a risada de Yoongi fosse ouvida. 

ㅡ Como pôde? ㅡ Yoongi questionou, quebrado e completamente desacreditado com aquela face oculta da própria mãe. ㅡ Como pode dormir à noite, sabendo do que havia feito e do que seu próprio filhote passava? Se eu tivesse conhecimento de tudo isso, não passaria meses enfurnado em um escritório, correndo atrás de informações que estavam debaixo do mesmo teto que o meu. ㅡ O gato sussurrou. ㅡ Eu estou profundamente decepcionado com a senhora. Não espere que eu vá ocultar esse fato do restante da família, como a senhora fizestes por dezenove anos. Eu não tenho esse sangue frio. 

ㅡ Meu filho, penses direitinho. Jimin já estás bem, Jungkook cuida bem dele, não há porque causar mais intrigas entre o reino dos Park's e o reino dos Jeon's. ㅡ A voz da rainha carregava uma pontada de desespero.

ㅡ Eu não acredito que ouço essas palavras saindo da tua boca. Fingistes tanto espanto na reunião geral, nossa como eu fui tolo. ㅡ Sem dizer mais nada, Yoongi abriu a porta do escritório, arregalando os olhos ao ver a figura sombria do pantera parada de frente com a porta.

Os olhos do rei estavam em um tom amarelo cintilante, externando a grande raiva que percorriam suas veias.

ㅡ Tu ouvistes, não? ㅡ Jungkook concordou. ㅡ De qualquer forma eu iria a sua procura, contar-te. Vou buscar por meu pai, declare a guerra contra Hyun, já tens o que precisava. 

O gato desviou do pantera, fungando enquanto segurava o choro de desgosto da própria mãe. O sentimento era um veneno que percorria todas as suas artérias, se espalhando cada vez mais. Não sabia se um dia a perdoaria. 

ㅡ J-jeon… ㅡ Huyeon sibilou ao ver a imagem do pantera prostrado em frente a porta. 

ㅡ E eu pensando que Jimin seria mais amado quando encontrássemos a verdade por trás de tudo. ㅡ A voz de Jungkook era ácida, rouca e potente. O pantera negou com a cabeça, parecia que seu amado estava fadado a sofrer pelo descaso daqueles que lhe deveriam amar. Mas de sua parte, Jimin nunca sentiria essa decepção. Se ninguém o amava como o gato merecia, Jeon faria questão de fazê-lo saber que seu amor por ele era infinito. Mostraria a ele todos os dias. ㅡ Que piada.

O rei deu às costas à rainha, indo para o mesmo caminho que Yoongi havia trilhado.

Huyeon desabou contra a cadeira, sozinha no escritório sem saber o que fazer. Ela não odiava seu filhote, apenas fez o que podia para proteger sua amiga. Havia sido tão ruim assim as suas atitudes? O desprezo no olhar de Yoongi, aquele que tanto a admirou um dia, era a resposta perfeita e direta para seu questionamento.

ㅡ Meu deus… o que foi que eu fiz? ㅡ A rainha puxou os fios do seu cabelo, encolhendo-se na cadeira e deixando os soluços lhe tomarem.

O que pesaria mais em uma balança? O respeito daqueles que se dizem seus amigos, ou o sangue daquele inocente que dependia de ti para sobreviver? Huyeon havia feito a sua escolha no passado, e aparentemente, a balança havia se tornado desequilibrada. 

Os maus tempos que tanto temia, acabavam de se iniciar. 


Notas Finais


Babado... 👀

Sim, desde o princípio vcs sabiam que Jimin havia sido furtado, mas sabiam que a mãe dele tinha a plena noção disso?

E aí? O que vcs tem a dizer sobre Mim Huyeon?

O que será que o Akira vai achar dos atos da esposa?

Estamos entrando em reta final, galera. Dos vinte e cinco capítulos RdM não passa!

Vejo vocês mais tarde? Não esqueçam que tem capítulo de Rockabye ainda.

Até mais!

💙


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