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História O Reino dos Anjos Perdidos - Onde os mortos descansam - História escrita por Greta--Bia - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Reino dos Anjos Perdidos - Onde os mortos descansam


Escrita por: Greta--Bia

Notas do Autor


HELLOUU, DEMÔNINHOS!!!

Aqui estão suas escritoras preferidas (finjam que somos) com um novo capítulo
(ノ*0*)ノ

Já vamos avisando que esse será um capítulo cheio de ✧REVELAÇÕES✧

Esperamos que gostem
(人*´∀`)。*゚+

Capítulo 24 - Onde os mortos descansam


Fanfic / Fanfiction O Reino dos Anjos Perdidos - Onde os mortos descansam

Cassie já tinha ouvido falar em todos os tipos imagináveis de torturas, -era uma das matérias que aprendia com Asmodeus- porém ter que ouvir Tom dar uma palestra de como ser boa parecia um novo tipo de castigo.

– Sem ameaças de morte; não mostre suas adagas numa conversa; não mande os outros para o inferno... -Tom parou e olhou para a platinada como se soubesse que seria interrompido – Mesmo se quiser muito.

Cassie bufou.

Dizer a verdade agora é crime? Pensou com irritação.

– Você não pode usar seus cães para ameaçar ninguém, tão pouco mandar eles atacarem quem te irrita.

– Que pena né? -A mais nova nem tentou fingir o sarcasmo levando um susto quando Tom bateu um livro com força na mesa.

Eles tinham saído da enfermaria e achado uma sala de aula vazia no Instituto, fazendo o moreno incorporar um professor severo e rabugento o que estava tirando a paciência da princesa.

– E o mais importante: cuidado com o sarcasmo, princesa.

– Por que? Se eu não me comportar vai usar o chicote em mim? -Perguntou curiosa piscando os olhos.

Uau, de onde ela tinha tirado aquilo?

Tom abriu um sorriso maldoso.

– No seu caso eu usaria uma mordaça, querida Cassandra.

– Tão clichê, pensei que seria mais criativo.

Thomas estava pronto para responder a altura quando Rose apareceu na porta animada e agitada.

– Estava procurando vocês! Precisamos ir logo para a biblioteca, já chamei os outros. -Disse recuperando o fôlego. – Descobri como encontrar o Kanima.

– Agora que a aula estava ficando interessante. -Reclamou Cassie seguindo os outros dois caçadores.

Assim que chegaram na biblioteca, Cassandra notou que todos parecia ter uma expressão de derrota. Caspian parecia aéreo, como se olhasse para um ponto específico, porém sem estar realmente olhando para algo; Beatrice olhava o tempo todo para o celular que estava de tela para baixo, como se estivesse esperando uma mensagem muito importante ou se quisesse mandar uma; Alexandria estava escorada em uma das estantes sem qualquer expressão decifrável. Stefan e Rose pareciam ser os únicos que estavam realmente motivados. Mesmo com a expressão de sério de Stefan intacta, ele ainda assim parecia o segundo mais expressivo naquele recinto.

Cadê o Rapha?

– Muito bem, já que todos estão aqui, podemos começar. -Disse Rose chamando a atenção de todos, mesmo que ainda parecem distantes. – A partir das partículas que a Bea achou na escama, chegamos a conclusão que apenas 3 coisas podem apontar para o que queremos: esgoto, cinzas e ossos.

– O que significa? -Perguntou Tom ainda sem entender.

– Significa que já temos uma suspeita de onde ele vive: um cemitério. -Respondeu Bea ainda encarando o celular de canto de olho. – Todos esses elementos indicam que ele anda entre os canais de esgoto para não ser notado, as partículas de ossos e cinzas são mais comuns em lugares como os cemitérios, então só temos que achar os lugares com melhor acesso a esses lugares.

– E, como eu conheço essa cidade melhor que todos nessa sala… -Disse Raphael se aproximando da mesa com um mapa em mãos. – Eu sei exatamente onde devemos ir: esse cemitério é onde passa a maior quantidade de canais de esgotos de Nova York e também fica a poucos metros da Pandemônio, o que indica que aquele lagarto não precisou andar muito para alcançar sua presa.

Assim que apontou para o lugar, todos levaram sua atenção ao mapa.

– Então é para lá que precisamos ir, se armem e vamos. -Mandou Caspian indicando que iria se levantar.

– Calma aí, Apressadinho. -Disse Raphael colocando a mão no ombro do ruivo, o fazendo sentar de novo. – Esse lugar é enorme, vamos precisar nos separar.

–Certo. -Caspian momentaneamente engoliu em seco e deu uma leve tossida. – Então vamos nos dividir em duplas: as gêmeas vão por aqui; Lexis e Stefan pelo outro lado; e Tom e eu vamos por ali. -Indicou no mapa.

– Espera, e onde eu me encaixo nesse plano? -Perguntou Cassandra de braços cruzados. – Acha mesmo que vou ficar aqui enquanto vocês vão para a ação?

– Você não vai com a gente, se nos descobrirem você será a primeira a ser perseguida e com certeza mandada para Edom. -Ralhou Caspian sério. – Você vai ficar bem aqui, quietinha e…

– Eu vou com ela. -Disse Raphael de prontidão. – Não perderia a oportunidade de acertar as contas com aquela coisa.

Raphael se aproximou de Cassie e deu um toca aqui ficando de braços cruzados igual a amiga que ficou empolgada, o ruivo sabia que não adiantaria de nada mandar para os dois ficarem, então apenas cedeu.

– Tá bem, então vocês podem ir. - Bufou. – Se era só isso, agora podemos…

– Ah, Cas, na verdade eu prefiro ir com a Lexis. -Disse Bea chamando a atenção de todos. – Que foi? Faz tempo que não saímos numa missão juntas, precisamos botar a conversa em dia. -Sorriu olhando para a loira. – Você não se importa, né?

A jovem Santori ficou sem resposta por um segundo, até perceber que Bea apontava para Rose e Stefan por baixo da mesa.

Então é isso…

– Pode ser. -Respondeu dando de ombros.

– Eba, então a Rose vai com o Stefan. -Sorriu mais ainda.

– E-e-eu? -Gaguejou Rosabell. – Mas eu…

– Eu não me importo. -A voz rouca de Stefan se fez presente. – Devemos ir logo, quanto mais demorarmos aqui, mas chances de descobrir o que está acontecendo.

– Parece que eu não tenho mais voz aqui, então vamos. -Suspirou Caspian chamando os outros com a mão. – Certo, peguem o que precisam do arsenal, não podemos ser pegos de surpresa novamente.


🌹

– É aqui. -Disse Raphael assim que pararam na frente do enorme portão.

O local não era diferente de tantos outros cemitérios. Ambiente sombrio, névoa densa, lápides lascadas e empoeiradas, flores mortas e alguns enfeites já sendo quase devorados pela grama alta. O enorme portão rangia sem nem ao menos ser tocado.

– Parece que abandonaram isso aqui faz um século. -Comentou Bea sentindo um vento gelado em seu rosto. – Como vamos abrir isso aí? Não sei se minha vacinação contra tétano está em dia.

– É só eu dar um chute e tudo resolvido.

Cassandra se afastou poucos centímetros e preparou seu chute para derrubar o obstáculo, porém sentiu duas mãos em seus ombros a impedindo de prosseguir.

– Não podemos chamar atenção. -Disse Caspian à sua esquerda. – Tom, já sabe.

– Deixa comigo. -Respondeu o de cabelos escuros se abaixando até o cadeado enferrujado, com um simples grampo e poucos movimentos, o objeto caiu em sua mão totalmente destrancado. – Voilà!

– Sem graça. -Bufou a platinada.

– Vamos nos separar, mantenham os comunicadores ligados, se virem alguma coisa, não exitem em ligar. -Orientou Caspian ignorando o drama da irmã. – E tenham cuidado.

A última frase havia sido para todos, mas seus olhos caíram sobre Cassandra, deixando claro sua preocupação.

– Sim, capitão, agora vamos! -Disse Cassie empolgada para começarem logo, assim puxando Raphael pelo caminho que já havia sido designado a eles.

Caspian apenas suspirou com os dedos nas têmporas e voltou a olhar para os outros membros do grupo.

– Certo, vocês já sabem: se não encontrarem nada em duas horas voltem aqui e vamos embora, não ultrapassem esse tempo. Agora podem ir.

Com um breve aceno de cabeça, as duplas se espalham. Rose olhou de relance para a irmã que devolvia "dedo positivo" e um sorriso divertido, a mais nova queria se enterrar num buraco. Ao olhar disfarçadamente para o rapaz ao seu lado, sentiu seu coração bater mais forte.

Por que tão bonito? Suspirava Rose. Não, foco Rosabell! Ele não gosta de você assim, não adianta. E agora temos o Nathaniel, ele sim gosta da gente, então não inventa… mas o Stefan fica tão lindo com essa expressão concentrada… PARA!

– Rosabell? Você está bem? -Perguntou sem olhar diretamente para a castanha. – Você não estava respondendo.

– Ah, eu… só estava pensando se aqui é o lugar certo. Ha ha.

Que risada foi essa?

EU TÔ NERVOSA, É A PRIMEIRA VEZ QUE ESTAMOS SÓ NÓS DOIS EM UMA MISSÃO!

– Hum.

O silêncio deixava Rose tensa.

Pensa em algum assunto.

QUALQUER UM! VAMOS, VAMOS!!!

– Perdão por interromper seu encontro. -Disse Stefan de forma repentina ainda olhando para frente e andando cautelosamente.

– Ah, não foi nada, e se você não tivesse aparecido eu provavelmente nem estaria aqui agora. Eu é que tenho que agradecer. -Riu nervosa. – E não era um encontro-encontro, nós só… sabe…

Sua mente não conseguia formar uma única frase, como ela conseguiria dizer que não era um encontro sendo que Nathaniel tinha confirmado que era. Em sua cabeça a pergunta que rondava era "por que não falar a verdade? Ele não sente nada por mim mesmo", mas a resposta era simples: não importa quantos encontros tivesse ou quantas declarações de amor Nathaniel fizesse, ele nunca seria Stefan Blackthorn. Era com Stefan que ela sonhava desde que se lembrava. Era ele que fazia seu coração bater loucamente no peito, mas...

Ele não te vê assim. Disse uma voz em sua cabeça. 

– Você disse isso a ele?

– Ele? -Perguntou sendo tirada de seu transe.

– O garoto com quem estava. 

– Bem, ele disse que era, mas eu não tenho certeza, eu… -Tentou se explicar de forma rápida. – Mas o que você acha?

Por favor, diga que se importa e que ficou com ciúmes. Implorou em pensamento. Rosabell Lewis-Ligthwood, o que você está fazendo? Assim parece que você só está usando o Nathaniel. PARA COM ISSO, GAROTA!

– Não cabe a mim definir.

– É, mas… tem razão. -Suspirou a castanha.

Mais alguns minutos de caminhada silenciosa deixaram Rose cabisbaixa chamando a atenção do mais alto.

– Se me permite dizer algo, aconselho falar com Thomas ou Beatrice. Não sou bom com relações, então eles vão ser mais úteis do que eu. -Disse chamando a atenção da menor sem a olhar. – Não quero que se machuque.

O coração de Rose deu um pulo de animação e ela começou a sorrir até que Stefan completou a frase:

– Da mesma forma que não gostaria de ver Beatrice na mesma situação. -Rose sentiu como um balão murchando.

– Então eu devo dar uma chance para o Nathaniel?

Stefan parou por um momento e, pela primeira vez naquela conversa, olhou nos olhos de Rose a fazendo sentir as pernas bambearem. Seus olhos azuis frios e calculistas, sempre que Rose olhava para aqueles olhos sentia que estava perdida no mar gélido do Ártico, lá no fundo a castanha sentia que tudo que aqueles olhos precisavam era uma fogueira para aquecê-los. Tudo que ela mais queria era ser aquela que esquentaria aquele olhar duro e sem vida, se ao menos ele desse o mínimo sinal de reciprocidade…

– Você é uma das Shadowhunters mais engenhosas que conheço, sei que fará a melhor decisão para si mesma. -Por uma fração de segundos Rosabell achou ter visto o braço de Stefan ameaçar ir em sua direção, mas continuava parado. – Apenas peço que não se machuque, mas se acontecer… estarei aqui para ouvi-lá.

Aquilo era a gota de esperança que estava esperando há tanto tempo? Aquele era o passo de iniciativa para algo maior? Por Raziel, os céus pareciam rir da vida amorosa de Rosabell.

Ele só está preocupado, porque te considera uma amiga, não se iluda. Ele faria o mesmo por qualquer outro. Não se iluda!

– Tomarei cuidado.

– Uhum. -Acenou minimamente voltando a andar. – Devemos continuar nossa busca.

Não se iluda!

Não se iluda!

Não se iluda…

Não faça…

Talvez… só talvez… não se apaixone!


♦️

– Não acredito que você fez mesmo isso. -Gargalhou Caspian.

– Eu disse que ia fazer, você tem que me levar mais a sério. -Riu Thomas. – Cara, eu te amo, mas a sua irmã precisa mesmo de aulas de bondade, se não ela vai queimar o Instituto inteiro e, se bobear, a Clave junto.

Os dois só precisaram se distanciar dos outros que começaram a fofocar sobre as aulas que Tom estava dando para Cassandra e como ela o desafiava.

– Vocês parecem gato e rato.

– Tá mais para "o cão e a raposa". -Corrigiu Tom com um pequeno sorriso de lado.

– E esse sorriso aí? -Apontou o ruivo. – É melhor ficar esperto, porque se você se apaixonar pela minha irmã, eu te mato. -Brincou.

– Você sabe que vai acabar morrendo junto, né? -Riu Thomas – Parabatais, lembra? Então nem adianta me torturar por toda a eternidade, porque você vai sentir tanta dor quanto eu.

– Você é um idiota, assim não tem graça te ameaçar se vou sofrer as consequências também.

– Eu posso ser um idiota, mas sou o seu idiota. -Riu levantando a manga da jaqueta deixando a marca de Parabatai exposta quase esfregando no rosto do amigo. – Para sempre!

Os dois gargalharam até não aguentar mais, apesar de sempre se encontrarem em buracos obscuros como aquele em diversas outras missões, os dois nunca deixavam de ter o momento descontraído. Porém algo ainda deixava uma pulga atrás da orelha do Lewis-Ligthwood mais velho…

– Cas. -Chamou a atenção do amigo que ainda se recuperava da risada. – Por que você escolheu a Alexis?

– De novo essa história? Não vai mudar o disco? -Brincou o Ruivo.

– Eu não tô brincando, acho que já passou da hora de você me contar toda a verdade. -Disse já sem nenhum sorriso. – Acha mesmo que eu não sei que você me esconde mais coisas? Você é um péssimo mentiroso, principalmente pra mim que sou praticamente a sua consciência.

Caspian parou e respirou fundo, realmente estava cansado de mentir para seu amigo, para seu pai, para as gêmeas, para seu verdadeiro amor… queria que aquele maldito acordo acabasse logo para poder voltar a sua vida normal.

– Constantino tem negócios no submundo. -Respondeu direto, com medo de desistir de novo. – Lexis está juntando tudo que conseguir para provar que ele é corrupto e que ele é responsável por… muitas outras coisas.

Thomas arregalou os olhos inacreditável naquilo que seus ouvidos captaram.

– Eu já suspeitava de algo assim. -Disse pensando nos pedidos estranhos que a loira fazia. – Mas qual a gravidade da situação?

– Vamos dizer que metade da Clave está no bolso de Constantino.

– Merda. -Xingou o moreno. – Por isso ela escolheu você não é?

– Como assim?

Tom riu.

– Fala sério cara, a Clave ama sua família, parece que vocês são os salvadores da pátria, era lógico que você seria o cavaleiro no cavalo branco.

– Para com isso, os seus também estavam lá. Isso não tem nada haver com...

– Sim, mas não como você e seu pai. -Interrompeu Thomas. – Se for verdade que Constantino está fazendo tudo isso temos que informar o resto da Clave e não fazer mais segredos.

– Não, esse assunto é da Lexis, não podemos...

– "Essa vingança é dela" é isso que quer dizer? Pensa bem, não é assim que as coisas vão se resolver, nós precisamos…

– Ele ameaçou quem eu amo! -Disparou cansado das interrupções. – Não me faça mais perguntas, não posso deixar que você se envolva nisso também. -Acrescentou. –Estou fazendo o que posso para protegê-la, eu fiz uma promessa e não vou quebra-la.

Um olhar carregado de preocupações e dúvidas persistia entre os dois. Thomas queria perguntar mais, berrar dizendo que ele deveria ser o primeiro com quem conversaria, sacudir o ruivo dizendo que ele era um imbecil por não ter dito nada antes, que poderia ser útil… mas não fez nada daquilo. Apenas bufou e sacudiu a cabeça como se estivesse tentando se livrar de uma dor de cabeça horrível.

– Eu vou ser paciente, mas você vai me contar tudo quando puder?

– Na hora certa, todos vão saber a verdade.

– E enquanto isso protegemos a Lexis, fechado.

– "Protegemos”? -Perguntou com um sorriso e a sobrancelha arqueada.

– Claro, você não achou que eu ia te deixar sozinho nessa, né?

Com um sorriso de confiança, Caspian pousou a mão no ombro de Thomas.

– Juntos até o fim?

– Isso mesmo, mesmo com a sua namorada sendo problemática.

– Eu realmente espero que a sua futura namorada seja muito pior, só para você pagar pela língua.

– Tenho certeza que ela vai ser um amor de pessoa, só conheço garotas legais.

Com exceção da sua irmã, é claro.


⚜️

– Então, minha princesa matadora, como foi o seu dia com a cobra? -Perguntou Raphael olhando em volta em busca de algo suspeito.

– Ah, você sabe… -Respondeu sem olhar para o latino – Sobrevivi ao chá com a víbora, treinei um pouco com a Bea, tive minha primeira aula de bondade com o Tom...

– Pera! Aulas de bondade? -Raphael começou a rir. – Ai meu Deus, ele pegou essa ideia de onde? Algum filme da Disney? -Cassie continuou olhando para o outro em silêncio. – Disney… sério? Nem isso você conhece?

– Digamos que não temos muitas opções lá embaixo, só filmes muito antigos. -Deu de ombros. – Acho que o mais "recente" é Indiana Jones.

– Senhor do céu, que pecado, mas tranquilo, depois eu dou um jeito nisso. Primeiro vamos começar com a "Branca azeda", depois passamos para "O Corcunda de Notre Dame" esse você vai adorar, tem de tudo: Igreja pegando fogo, uma cigana, um bode, gárgulas que falam e um bispo se fodendo.

– Precisamos achar logo esse bicho e assistir esse filme agora. -Disse com animação. – Mas, voltando, o Tom acha que isso pode melhorar minha imagem e evitar que ganhe um par de brincos para combinar com o colar.

– Talvez ele tenha razão, porém eu não confiaria na Alexandria.

Um breve silêncio se fez presente. Aquela parecia sua oportunidade, sua última carta na manga.

– Eu entendo, também não confiaria na biscate que roubou meu namorado.

Raphael errou o passo quase caindo de tanta surpresa. Em sua mente parecia ter diversas luzes vermelhas em alerta. Como? Como ela tinha descoberto? Nem mesmo a família sabia dos acontecimentos, então como alguém que acabou de chegar saberia?

Mas ninguém estava prestando atenção. Sussurrou uma voz em sua cabeça.

– Eu não sei do que você está falando, querida. -Disfarçou como um bom mentiroso.

Raphael gostava de Cassandra, mas ele negaria até o fim qualquer coisa sobre seu coração partido. E daí se seu coração estava em pedaços? Ninguém precisava saber disso.

– Sério? Porque ficou meio óbvio depois da Pandemônio que vocês tem ou tiveram algo. -O pequeno demônio nem olhava para seus olhos fingindo achar as unhas muito mais interessantes.

– Você não sabe quando parar, não é?

A platinada apenas piscou os olhos.

– Eu nunca soube e, além disso, o que você tem a perder?

O que tenho a perder? Se perguntou. Atualmente, nada. Talvez fosse o vento gelado da noite ou a raiva acumulada, mas alguma coisa apenas desencadeou a coragem que o rapaz precisava para apenas extravasar as frustrações.

 – Certo, você quer saber tanto assim? -Cassie prontamente acenou em sim com a cabeça. – Caspian e eu tínhamos um relacionamento.

– Que tipo de relacionamento? -Perguntou apenas para ter 100% de certeza de toda a história.

– Do tipo que eu colocava a língua dentro da boca dele e ele fazia umas coisas bem legais com as mãos. Além dele também ser muito bom com a boca e o...

– Chega! -Exclamou Cassie quase tapando os ouvidos. – Eu não quero os detalhes sórdidos, ele ainda é meu irmão.

– Então cuidado com as perguntas, querida, talvez você não esteja pronta para escutar todas.

– Já entendi, foi mal, agora continua.

– Sempre fomos próximos, passamos muito tempo juntos. Não tinha nada que eu não soubesse sobre ele e vice versa, até que tudo mudou.

– Vocês se apaixonaram. -Disse quase num sussurro.

– Na verdade, acho que sempre nos enxergamos como algo a mais ao invés de só amigos. -Riu sem graça. – Mas no final percebi que tudo foi só da minha parte, era tudo platônico.

– E onde entra a oxigenada nessa história?

– A primeira coisa que você tem que saber sobre Idris é que todos os jovens de lá se conhecem desde que nasceram, então ela era nossa amiga. -Cassie fez uma careta e o latino evitou rir de sua expressão. – Alexandria sempre foi meio evasiva, ela estava sempre lá, mas nunca se envolvia em algo. -Rapha franziu as sobrancelhas. – Na verdade, não me lembro exatamente quando ela começou a andar com a gente.

– E vocês sempre foram assim?

– Não, no começo ela era uma boa amiga, você sabia que poderia contar com ela para tudo, mas um dia ela ficou distante… fria e calculista.

– Foi por causa da morte da mãe?

– Quem te contou isso? -Perguntou surpreso.

– Thomas. -Respondeu simples.

– Tinha que ser.

Bufou se sentando em uma das lápides. Fazia muito tempo que não falava sobre isso com alguém, a única pessoa para quem ele havia contado até então era para seu irmão mais velho e estar contando tudo de novo, mas dessa vez para a irmã do assunto era exaustivo.

– Não, foi muito depois disso, um pouco antes dela e do Caspian aparecerem juntos.

– Você acha que eles já estavam juntos quando ela ficou estranha?

Perguntou enquanto se apoiava na lápide da frente, Raphael apenas deu de ombros.

– Quem sabe? A única coisa que sei é que uma hora o Caspian estava comigo fazendo juras de amor e na outra ele apareceu grudado nela como o casal do ano.

– E por que a fofoca de que você é apaixonado pela víbora? -Cassie parecia confusa.

– Porque quando eu fui atrás de respostas todos pensaram que se tratava de uma cena. E eu virei o cara que não aguentou a rejeição.

O latino olhava para o nada como se pudesse visualizar cada segundo daquele dia bem diante de seus olhos, toda a humilhação e olhares de julgamento.

– E o Cas? -Sussurrou a platinada com medo do que poderia descobrir do irmão.

– Ele jura que não mentiu pra mim.

– Você não acredita nele?

Rapha demorou alguns segundos para responder, mas não porque não sabia a resposta, mas sim pela tristeza e decepção presas em sua garganta.

– Nem por um mísero segundo.

– E mesmo assim você ainda o ama… -Afirmou como um devaneio.

– O que eu disse sobre as perguntas, princesa? -Cassie encolheu os ombros. – Não acho que algum dia eu vá parar de amar ele.

– E você odeia a Lexis, porque ela é namorada dele.

– Não, eu a odeio porque ela era a única que sabia que eu estava com o Caspian para logo em seguida virar a namorada dele. Eu nunca vou perdoar a traição deles.

Cassie não sabia exatamente o que sentir. Seu coração estava dividido entre a tristeza e empatia por Raphael, a decepção e dúvida sobre Caspian, e sobre o que sentir pela Santori. Ela acreditava em tudo que o amigo dizia, ainda sentia que faltava alguma coisa na história, mas não sabia o que.

– Eu não sei nada sobre o amor. -Disse chamando a atenção do rapaz. – Apesar de meus pais me amarem, não sabemos demonstrar. Sei que eu não conheço o Caspian de verdade ainda… mas sei que ele não mentiria para quem ele ama sem um motivo.

– Como você pode saber disso? -Riu sem humor.

– É só uma sensação.


❄️

– Muito obrigada por ter aceitado vir comigo, Lexis. Ainda tenho fé em Stebell e não vou desistir tão fácil. -Riu Bea andando calmamente ao lado de Alexandria.

– Stebell?

– Stefan e Rosabell, o shipp que o Ralph e eu criamos. -Respondeu gesticulando. – Olha, eu gosto da ideia dela estar saindo com o Nathaniel, mas enquanto eu ainda tiver chances de empurrá-la para o Stefan, eu vou fazer.

A loira riu, o jeito divertido e animado da outra eram um alívio muito bem vindo. A Castanha tinha algo que a fazia querer proteger de tudo e todos. Bea era a única, além de Caspian, que havia se aproximado mesmo com a postura fria de Santori.

– Falando no Ralph… -Cantarolou a Ligthwood. – Me conta de novo como você dois começaram a se odiar?

– Eu nunca te contei, Bea. -Sorriu a mais alta sabendo muito bem o que a outra queria. – Nem tente.

– Ahhh por favor, pensei que você me amava. -Choramingou.

– Seu drama teatral não vai funcionar comigo.

A mais nova apenas cruzou os braços e começou a murmurar como se estivesse imitando a mais velha. Alexandria escondeu um sorriso. 

– Talvez um dia eu te conte… se você merecer.

– Nhem nhem "se um dia merecer" nhem nhem. -Repetiu fazendo careta. – Você é muito chata, sabia?

– Hum. -Deu de ombros. – Já ouvi coisa pior.

A castanha revirou os olhos, a conversa continuaria se algo não tivesse chamado a atenção da mais alta.

– Um mausoléu.

– Quê? -Perguntou a mais baixa olhando para onde a outra apontou. – Claro, é normal ter desses aqui, é onde as famílias ricas enterram seus entes juntos.

– Mas elas costumam ser mais bem conservadas do que essa, não acha?

O monumento possuia diversas rachaduras e pedaços faltando, o que seria comum pelo estado do restante do cemitério, porém Lexis não pode deixar de notar as estranhas marcas de garras em volta da área. Nas lápides menores, nas árvores e nas paredes. Beatrice se aproximou do que antes era uma estátua de anjo, se agachando onde a grama estava úmida.

– Alguém passou por aqui… -Murmurou passando a mão de forma delicada pelas folhas parando em uma gosma esverdeada. – Isso, com certeza, veio da criatura e, pela dimensão daquelas pegadas, o homem de cartola está com ele. Precisamos avisar os outros.

A castanha fez menção de tirar o comunicador do bolso quando a loira pousou sua mão no ombro da garota, a impedindo. Beatrice olhou sem entender.

– É melhor entramos antes deles, precisamos ter certeza. -Explicou. – Esse lugar é enorme, até eles chegarem vamos estar perdendo tempo.

Aquilo não passava de uma desculpa qualquer. Alexa sabia que se Constantino estivesse envolvido de alguma forma, nenhum deles poderia saber. Seria muito mais fácil esconder apenas de Beatrice… o que já não era tão simples assim. A mais nova parecia indecisa.

– Não queremos dá um alerta falso e avisa que estamos aqui certo? -Bea olhou torto, ainda em dúvida. – Está bem, eu falo que a culpa foi minha e fico te devendo um favor.

– Karaokê?

– Karaokê. -Confirmou fazendo uma careta em derrota.

– Fechado! -Sorriu puxando a mais alta.

 



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