Bulma acordou e já era tarde nem tinha se dado conta que dormiu tanto percebeu que o quarto já estava escuro, já deveria ser quase noite. Estava sozinha naquele quarto que parecia ser grande demais. Se levantou e pegou o celular na mesinha de cabeceira viu que era mais de 18:00 horas da tarde. ``Onde será que Vegeta estava? `` ela pensou se levantando já deve ter dado tempo para ele ter pensado em tudo aquilo e ter desistido de terminar com ela, que a história dos dois não poderia terminar assim.
Queria procurar por ele e conversar com ele de novo ele teria que desistir, aquilo não poderia acontecer. Se levantou e saiu do quarto pra ir ao banheiro tentou não fazer muito barulho no corredor não sabia se a mãe de Vegeta ainda estava dormindo, fez xixi e depois lavou o rosto na água fria, fez um rabo de cavalo nos cavalos e foi para a cozinha pegar um copo d’água e se surpreendeu ao ver Laura sentada na mesa tomando uma xícara de chá.
_ Dona Laura, eu achei que ainda estava dormindo. – Comenta e sente pena por vê-la ali sozinha, sabia o que ela precisaria enfrentar agora.
_ Oi Bulma, eu acordei já faz um tempo, eu vi que você e o Vegeta estavam dormindo então deixei vocês descansarem. – Ela responde e sorri para a nora.
_ Como à senhora está? – Bulma perguntou se aproximando dela na mesa.
_ Eu estou bem, esse momento agora é difícil, mas a ficha vai caindo aos poucos. Senta, toma um chá comigo.
_ Claro.
Bulma se senta com ela à mesa e vê Laura lhe servindo uma xícara grande de chá de limão.
_ Você gosta de chá, Bulma?
_ Gosto sim.
_ Que bom porque tem mais de 3 litros desse chá de limão ali no fogão e eu sei que o Vegeta odeia chá! – a mulher comentou bem humorada demonstrando que estava tentando levar aquela situação da melhor maneira possível.
_ Ele não gosta mesmo, só gosta de café, é viciado em café e cerveja.
_ Igualzinho ao pai... Já eu gosto de chá, como dizem minhas amigas aqui do bairro, chá é chique!
Bulma riu.
_ Eu também gosto, mas lá em casa eu tomo mais daqueles de pacotinho sabe.
_ Humhum. – Ela entrega a xícara a Bulma, que adoça ao seu gosto.
_ O Vegeta ainda está dormindo?
_ Acho que sim, ainda não vi, ele deve estar exausto.
_ Eu imagino e eu ainda não perdoei vocês por não terem me avisado desse tiro que ele levou.
_ Ele contou pra senhora?
_ Contou porque eu praticamente obriguei, vocês pensam que em enganam!
_ Ele não quis que eu ligasse pra senhora disse que não queria te preocupar à toa.
_ O Vegeta é igualzinho ao pai e eu não digo só na aparência, mas em tudo, o jeito deles querer resolver as coisas é igualzinho. Vegeta dizia que não queria ser como o pai, mas tá ficando a cópia.
_ É mesmo, e é uma pena que eles não se entendiam muito bem e eu sei que em partes foi por minha causa, sei que eles também brigavam muito porque o senhor Vegeta não aceitava que ele tenha cuidado de mim.
_ Esquece isso, é passado, o Vegeta demorou, mas ele entendeu que não deveria interferir nas escolhas e decisões do filho, que a gente não cria um filho para ser a nossa cópia, para seguir os nossos passos, a gente cria um filho para o mundo, para viver com base nas próprias escolhas deles. Eu nunca quis ficar no meio deles e muito menos da relação que ele tinha com você, você era só uma criança quando tudo aconteceu, uma criança que estava sozinha e que não tinha culpa de nada Vegeta fez o que deveria ser feito e sou muito orgulhosa do meu filho por isso mesmo com todos os problemas que ele tinha com o pai ele cresceu um homem sério, responsável, admirado, tem uma ótima carreira, respeitado por todos e isso me deixa muito feliz.
_ Vegeta é incrível mesmo é o homem mais correto que eu conheço, forte, corajoso, destemido, às vezes parece que não tem medo de nada, faz qualquer coisa para proteger os outros e nunca abaixa a cabeça pra ninguém... – Bulma começa a dizer sabendo que era suspeita em falar e não conseguiu evitar aquele sorriso bobo que sempre se formava em seus lábios quando falava dele, pois acima de tudo ela o admirava muito.
_ E você é completamente apaixonada por ele! – Laura sorri levando a xícara aos lábios, vendo a nora ficar em todos os tons de vermelho.
_ Pior que eu sou... Eu nunca consegui ver ele como um pai, e nunca tivemos uma relação de pai e filha, ele sempre cuidou de mim sempre me protegeu de tudo, estava sempre ali do meu lado fazendo por mim o que nunca ninguém fez, mas a posição dele sempre esteve muito clara, e eu sempre tive muita ciência disso, que ele estava ali para cuidar dos meus interesses e tal, mas isso foi me fazendo gostar dele de uma maneira diferente sabe, é claro que eu achava errado, que eu achava impróprio, que não deveria, mas eu não conseguia controlar, nunca conseguia me interessar por ninguém do colégio ou ninguém da minha idade, eu cheguei a me questionar um tempo se eu realmente gostava de homens! Mas aí eu descobri que eu gostava dele e eu não conseguia ficar com outra pessoa, é estranho falar assim...
_ Eu não acho! - Laura voltou a sorrir. _ Ele foi à única presença masculina que você teve em toda sua vida e por mais que ele cuidasse de você, te protegesse, te alimentasse ele não era seu pai, ele não estava ali para exercer essa função, ele estava ali apenas como um tutor legal, um protetor para cuidar de seus interesses até você ser maior de idade e poder caminhar com suas próprias pernas. Eu só imagino que não deva ter sido fácil o começo de vocês.
_ E não foi, ele não aceitava no começo, achava errado, vivia dizendo que eu era criança de mais.
_ Normal, vindo do Vegeta isso é totalmente normal, ele só não queria admitir que já estava caidinho por você, se é que ainda se fala isso hoje em dia! – sorri.
_ Fala sim. – Bulma sorriu de volta.
_ Eu não importo com nada disso, nunca me importei, a única coisa que eu quero é ver meu filho feliz é o que toda mãe quer. – Ela toma mais um gole de chá. _ Eu fiquei preocupada com você lá na igreja você desmaiou e deixou todo mundo preocupado.
_ É que eu não tinha comido ainda e minha pressão abaixou de uma vez.
_ Mas você está melhor agora?
_ Estou sim.
_ Que bom. O pessoal da delegacia que Vegeta trabalha mandou flores muito bonitas.
_ Eu queria poder ter ido ao enterro, mas o Vegeta não deixou.
_ Ele ficou preocupado que você passasse mal de novo, eu também acho não deveria ter ido foi muito difícil para mim ver o corpo do meu Vegeta dentro daquela cova, de onde ele não vai sair nunca mais, eu não queria ter ficado com essa imagem na minha cabeça...
_ Eu sinto muito... - Bulma segurou na mão dela vendo os olhos da mulher marejados queria poder dizer alguma coisa que confortasse a mulher, mas ouviu passos no corredor e logo Vegeta chegou à cozinha.
_ Ah, vocês estão aí! - Vegeta foi até a mãe para lhe dar um beijo. _ Como você está mãe?
_ Eu estou bem, estava aqui tomando um chá com a Bulma.
Vegeta olha para garota e Bulma fica apreensiva.
_ Conseguiu descansar filho?
_ Consegui, eu deitei um pouco no sofá e acabei dormindo. – Ele responde olhando de relance para a garota que tinha os olhos inchados, não sabia como conversar com ela agora, pois também não estava sendo fácil para ele.
_ Será que a gente pode conversar? - Bulma pergunta sentindo o coração apertado dentro do peito, não queria dizer na frente da mãe dele o que estava acontecendo a mulher já estava com muitos problemas para pensar agora.
_ Eu vou tomar um banho antes do advogado chegar. - Laura diz terminando o chá e sorri para eles sem fazer ideia do que estava acontecendo com o casal, ela se levanta e sai da cozinha os deixando sozinhos.
Bulma torna olhar para Vegeta com seu coração acelerado de novo o homem se aproxima dela e coloca a mão por dentro dos seus cabelos para olhar o inchaço e fica aliviado ao perceber que o caroço tinha diminuído.
_ Está sentindo alguma dor?
_ Não... por favor, não termina comigo... – ela pede e automaticamente soluça, pois o olhar dele para ela não havia mudado.
_ Bulma, a gente já falou sobre isso.
_ Mas eu não quero isso!
_ E você acha que eu quero? Você acha que eu gosto dessa situação?
_ Por favor, me dá mais uma chance, eu não quero perder você, Vegeta...
_ Eu não posso, eu tô fazendo o que é melhor para você, Bulma.
_ Mas isso não é o melhor para mim, você tá fazendo por você! Porque você tá cansado de mim! – ela rebate vendo ele se afastar da mesa e se levanta indo atras dele.
_ Isso não é verdade.
_ Então o que é, Vegeta? Você diz que me ama, mas tá terminando tudo comigo por causa de uma besteira!
_ Pra você é uma besteira, Bulma? – ele agora para de andar ali naquele pequeno corredor que ligava a cozinha da sala de jantar e olha para a garota.
_ Você vive dizendo que a gente vai resolver os problemas juntos, que a gente não vai se separar e agora você está me abandonando!
_ Eu não estou abandonando você, eu nunca vou abandonar você.
_ E o que você tá fazendo então?
_ Eu vou sempre estar aqui Bulma, você sempre vai me ter por perto, eu quero ser seu amigo.
_ Eu não quero ser sua amiga, Vegeta!
_ Eu sinto muito, Bulma. Você vai entender que isso é melhor.
_ Para de ficar falando isso, porque não é o melhor, porque você tá me fazendo sofrer assim? - ele se aproxima dela segurando a cada lado do rosto da garota vendo aqueles olhos molhados de novo.
_ Eu vou estar sempre aqui por você e isso não é mentira eu não vou te abandonar.
_ Você já está me abandonando, Vegeta...
_ Eu faço isso para o seu bem porque eu quero que você tenha um futuro diferente, eu tenho pensado muito sobre isso, não pense que estou tomando essa decisão de uma hora para outra.
_ Você quer me fazer sofrer porque tá com raiva de mim, mas eu já disse que eu não sinto nada pelo Sam, eu não gosto dele, eu não quero isso Vegeta, por favor... – ela não consegue mais falar, as lagrimas já rolavam de seu rosto sem conseguir parar, estava doendo demais vê-lo desistir de tudo assim de uma hora para outra.
_ Meu anjo acredite, você é tudo de mais importante que eu tenho nessa vida, eu não queria estar fazendo isso, mas eu sei que isso vai acontecer um dia nós somos diferentes demais Bulma e uma hora ou outra essas diferenças vão falar mais alto e eu quero poupar nós dois de um sofrimento ainda maior. - ele tenta abraçá-la, mas Bulma se afasta dele com raiva não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo...
(...)
Bulma estava no quarto que era de Vegeta e já tinha chorado tanto que não se achava mais capaz de ter lágrimas ele não tinha desistido e pelo jeito não iria aquilo era tudo o que ela temia e o que faria agora? Ninguém ensinou para ela como viver sem ele. Aquele era mesmo o fim? Era mesmo um adeus?
Ouviu que alguém batia na porta e por um momento teve esperanças de que era ele quem procurava por ela para dizer que tudo aquilo era mentira e que ele ainda a amava, mas, no entanto, quando a porta do quarto se abriu viu que era a mãe dele que entrava e ela limpa o rosto para não mostrar que estava chorando, pois apesar de estar sofrendo muito tinha consciência de que não deveria levar problemas para a mãe dele que tinha acabado de perder o marido.
_ Bulma, tá tudo bem? - Laura pergunta entrando no quarto ela tinha percebido que estava acontecendo alguma coisa entre o filho e a garota, mas Vegeta não conversava com ela.
_ Tá tudo bem dona Laura! - Bulma disfarça se levantando da cama.
_ O advogado já chegou, está lá na sala de jantar com o Vegeta, vamos?
_ Pode ir a senhora eu não vou não. – Ela responde secando uma lagrima que insistia em cair com as costas da mão, aquele era um momento para a família e ela já não se sentia mais parte de tudo aquilo.
_ O que é que tá acontecendo com você e o Vegeta, Bulma? – a mulher pergunta tendo a plena certeza que estava acontecendo alguma coisa, o clima entre os dois estava estranho desde que tinham chegado.
_ Não é nada... - a garota soluça.
_ Se não é nada porque você tá chorando assim?
_ Não é n... - Bulma não consegue dizer e desaba a chorar não queria estar despejando aquilo, mas não consegui evitar estava doendo demais.
_ Minha filha, não fica assim, o que foi? - Laura a abraça sentindo a garota tremer tanto que teve medo dela se desmontar, alisa as costas dela sentindo que mesmo apesar de tudo o que passou nas últimas 24 horas ainda sentia que tinha forças para ajudar alguém.
_ Vegeta terminou comigo... – Bulma diz por fim entre um soluço e outro sem conseguir conter aquilo dentro dela.
_ Mas por quê? O que foi que aconteceu? - Bulma não responde ela só sabia chorar. _ Respira um pouco Bulma, o Vegeta tá de cabeça quente e seja lá o que foi que aconteceu ele vai voltar atrás.
_ Eu acho que ele não gosta mais de mim...
_ Isso não é verdade, é só olhar para ele que todo mundo ver o quanto ele é louco por você! Eu não sei o que está acontecendo, mas vocês vão conseguir se entender.
_ Desculpa dona Laura, eu não queria trazer meus problemas para a senhora. – ela consegue parar de chorar, mas não para os soluços que faziam seu corpo todo tremer.
_ Tudo bem minha filha, a gente não escolhe essas coisas, a vida nunca é fácil. - Laura acariciava o rosto dela limpando suas lágrimas. _ Eu percebi que vocês estavam estranhos quando chegaram, notei que Vegeta estava distante e não era só por causa do pai, mas eu não queria me meter... – ela esfrega os braços da moça para que parasse de tremer, tinha aprendido a gostar muito daquela menina, não queria vê-la assim. _ Olha dá um tempo para ele, deixa ele esfriar a cabeça, eu vou conversar com ele depois quando a poeira baixar. Vamos lá pra sala o advogado está nos esperando para abrir o inventário.
_ Eu não vou, pode ir, eu vou ficar aqui, eu não tenho nada para fazer lá mesmo.
_ Você vem sim, o advogado pediu sua presença também. Você faz parte da família independente de qualquer coisa. Vem, fica perto do Vegeta, vai ser uma forma dele perceber que você ainda está aqui e que ele está cometendo uma burrice! Eu conheço meu filho, ele não vai saber ficar sem você!
Bulma limpa o rosto querendo acreditar naquelas palavras, Laura sorri para ela ajeitando seus cabelos e respira fundo. Acompanha Laura até a sala de jantar onde Vegeta conversava com o advogado, ela olha para o homem que também olha para ela, mas não diz nada. Laura indica uma cadeira para que ela se sente do lado dele e fica olhando para o advogado que lhe cumprimenta.
O homem pediu desculpas por não ter ido ao velório, pois quando tudo aconteceu ele estava em outra cidade com outro cliente e não conseguiu chegar a tempo, por isso ligou avisando que viria à noite conversar com eles.
_ Bom, eu reuni vocês aqui, pois são os únicos herdeiros do senhor Vegeta, ele não tinha mais filhos e nenhum outro parente próximo. - O advogado começou olhando para todos na mesa. _ Sei que esse não é o melhor momento, vocês ainda estão abalados, foi tudo muito repentino e sei que não é a melhor hora de falar sobre dinheiro, mas esse foi um pedido do próprio Vegeta em vida.
_ Como assim? – Vegeta perguntou sem entender.
_ O seu pai há uns meses atrás me procurou e fez um testamento ele estava preocupado com a doença e achava que não teria muito tempo então ele mesmo se adiantou.
_ Testamento? Eu não sabia de nada disso! - Laura comentou um pouco espantada.
_ Ele não queria que ninguém soubesse por enquanto, sabia que vocês não iriam aprovar, mas ele me disse que caso acontecesse algo com ele que eu lesse o testamento imediatamente. - o homem tirou o papel da pasta que já tinha sido lavrado em cartório e começou a ler em voz alta. O testamento foi escrito em punho pelo próprio Vegeta e nele o homem dividiu seus bens entre sua mulher e seu filho que eram os seus únicos herdeiros, ele começa com uma dedicatória a família e depois diz:
``Para minha amada, fiel e companheira Laura deixo a casa onde vivemos tantos anos juntos, o meu escritório e 50% dos meus bens. Para meu filho Vegeta deixo um apartamento em Portland e os outros 50%``.
Ler e depois olha para todos. _ Ele também cita aqui uma Bulma Briefs, é você? - o advogado pergunta olhando para a garota que respondeu meio surpresa.
_ Sim... Sou eu!
_ Ele cita você aqui também. ``Deixo também um chalé em Albany para Bulma Briefs, que ela possa aproveitá-lo da forma que achar melhor e que me perdoe por ter sido um velho tão ranzinza. ``
_ Isso... é sério? – Bulma fica realmente surpresa, não esperava aquilo.
_ Sim, é, ele deixa um chalé para você, que é da família a muitos anos.
_ Eu não esperava, eu e o senhor Vegeta nunca fomos tão próximos...
_ Mas ele gostava de você minha filha, do jeito dele. - Laura disse sorrindo para ela, estava satisfeita com a decisão do marido.
_ Eu nem sei o que dizer...
_ Só aceite, era à vontade dele. – Vegeta diz a ela agora, também estava satisfeito com as decisões que seu pai tomara ainda em vida.
_ Eu também já abri o inventário. – o advogado continua. _ Fiz isso assim que ele deu entrada no hospital, eu deixei tudo bem especificado aqui, todos os imóveis dele e o valor total de todas as dívidas que ele deixou e o valor da herança líquida que vai sobrar após o pagamento das dívidas. - o homem disse mostrando um documento a Vegeta. _ Também já deixei aí o valor da minha comissão que já tinha sido acertada com ele, mas tá tudo lavrado em cartório e vocês podem confirmar.
_ E o que temos que fazer agora? - Vegeta perguntou concordando com tudo.
_ Como ele deixou tudo especificado no testamento vai ficar tudo mais fácil, mas vocês acham que tem alguma possibilidade de algum outro parente contestar o testamento?
_ Creio que não... – Laura responde. _ Nos afastamos da família há muitos anos e não fazemos ideia de por onde anda ninguém, não temos nenhum parente próximo.
_ Tudo bem, então só precisamos ir ao cartório e passar os bens que foram deixados para o nome de vocês e a herança líquida essa só poderá ser mexida após a quitação das dívidas, se quiserem posso cuidar disso.
_ Claro, por favor, eu não quero deixar nenhuma dívida. Só estou pensando no que fazer com o consultório dele. – Laura comenta, sabendo que agora teria muitas outras providencias para tomar.
_ Ele deixou para você Laura, mas como não tem mais nenhum arquiteto na família você pode optar por vender ou então alugar. – o advogado sugere.
_ Eu vou ver, vou pensar depois do que fazer com ele...
Conversaram mais um pouco e o advogado esclareceu algumas coisas a eles, mas não se prolongou muito e foi embora. Assim que o advogado saiu eles se sentaram no sofá para conversarem um pouco todos ainda estavam surpresos com a atitude do senhor Vegeta de já ter separado todos os seus bens ainda em vida inclusive Bulma, que nunca imaginou que o homem pudesse pensar nela a esse ponto.
_ O seu pai como sempre cuidando de tudo... - Laura comentou após eles ficarem longos minutos em silencio.
_ Essa atitude não me surpreende em nada. – Vegeta diz.
_ Eu ainda não acredito que ele deixou um chalé para mim.
_ Ele sempre gostou de você Bulma, mas do jeito dele, você também fazia parte da família dele. – Laura diz apertando a mão dela.
_ O que eu vou fazer com esse chalé?
_ Ele é seu agora, você pode fazer o que você quiser. - Vegeta responde.
_ Lá é muito bonito, se você decidir ficar com ele você vai gostar. Quando o Vegeta era criança passávamos todas as férias dele lá, ele fica a uns 100 metros da praia e uns oito ou nove Km da cidade, mas é muito bonito, você se lembra filho?
_ Lembro mãe!
_ É um lugar calmo e tranquilo para pensar na vida e se esquecer de tudo, mas depois de um tempo nós paramos de ir lá, Vegeta me disse que iria vender eu achei até que já tinha vendido. – a viúva acrescenta.
_ E o escritório dele mãe, o que você vai fazer?
_ Acho que vou alugar, eu não tenho coragem de vender, aquilo ali era o sonho do seu pai, quando nos conhecemos ele estava estudando para ser arquiteto, ele lutou tanto para construir todo esse patrimônio acho que vou alugar o espaço é muito grande vai ser uma forma de manter tudo que ele construiu vivo. – ela decide. Depois olhou para Bulma e Vegeta que evitavam olhar um para o outro e decide sair da sala e deixá-los sozinhos para que eles conversassem.
_ Eu vou lá para a cozinha, quero ver o que fizeram para jantarmos.
Laura sai deixando os dois sozinhos, Bulma mexe as mãos de forma nervosa, Vegeta olha para ela e se levanta do sofá, a garota vai atras.
_ Eu não vou aceitar isso, Vegeta! - ela grita indo atrás dele, que ia para o corredor dos quartos. _ Eu não vou aceitar que você me jogue fora como se eu fosse um nada!
_ Bulma, já chega! Eu não quero mais falar sobre isso.
_ Você não pode fazer isso comigo, Vegeta! Você só quer me fazer sofrer porque tá com raiva de mim!
_ Já chega, Bulma! – ele também grita encarando a garota atras dele. _ Eu tô cansado, cansado não, eu tô exausto!
_ Tá bom Vegeta, se você tá cansado eu também tô!
_ Ótimo, então estamos conversados.
_ Eu odeio você!
_ Por mim tudo bem, se você me odiar vai ser mais fácil!
Bulma olha para ele com raiva e saí pisando duro, Vegeta chuta o ar e passa a mão pelo cabelo, dentro dele sabia que estava tomando a decisão certa, mas aquilo lhe fazia sofrer e sabia que iria sofrer ainda mais, nunca tinha se imaginado longe daquela menina e não queria que ela o odiasse e morreria se ela o odiasse. Só queria o que era melhor para ela, queria que ela fosse feliz, queria que ela realizasse seus sonhos, só queria o bem dela, nada mais...
(...)
Bulma não consegue dormir passou a noite inteira rolando na cama de um lado a outro, não tinha conseguido comer, sua cabeça doía e parecia que tinha um nó em sua garganta. Sentia falta de Vegeta e ele não estava ali e aquilo estava lhe fazendo mal. Não conseguia mais chorar porque seus olhos ardiam e as lágrimas não queriam mais descer.
Saiu do quarto e foi até o de hospedes que ele estava e que ficava de frente para o seu, soluçou e bateu na porta.
_ Vegeta... toc toc... Abre a porta... toc toc... Vegeta... - Ela bate sem parar, mas ele não abre.
_ Vegeta... toc toc... por favor... não faz isso comigo... Deixa eu entrar... - ela sente as lágrimas voltando enquanto bate na porta, mas sem sucesso seu coração dói e sente uma fraqueza nas pernas. _ Vegeta... - Ela espalma a mão na porta, sua visão fica embaçada e tudo o que ela queria é que ele abrisse aquela porta e dissesse para ela que era tudo mentira...
_ Vegeta... – ela sente que suas pernas não a obedeciam mais e desliza pela porta até o chão, onde abraça aos joelhos e sente que aquele turbilhão de lagrimas voltava com toda a força.
Do outro lado daquela porta escura estava Vegeta com as mãos na mesma e ele também chorava ao ouvir o pedido dela e se sentia um monstro por fazer ela sofrer assim. Ele nunca quis isso e tudo o que mais queria agora era abrir aquela porta e tomar aquela menina em seus braços, mas não poderia fazer isso e estava se sentindo fraco por desistir dela assim, ele tinha prometido tantas vezes que jamais a machucaria, mas um dia ela iria entender, um dia ela iria perceber que essa separação seria a melhor coisa para eles, sabia que iria sofrer, mas seu sofrimento não importava, só queria que ela vivesse a vida dela e isso já lhe bastaria.
Passou um tempo só ouvindo os soluços dela do outro lado da porta até que percebe que Bulma desistiu de bater e ouvi os passos dela se afastando da mesma.
_ Eu amo você, Bulma..., mas vai ser melhor para nós dois... - ele sussurra colando sua testa na porta se deixando chorar e sentir que ficar longe dela seria a coisa mais difícil que teria que fazer na vida...
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