Tae-min não estava feliz, seu irmão havia lhe deixado para brincar com meninos grandes; seu pai tentava a todo custo distraí-lo, mas nada parecia funcionar.
Ki-bum havia acabado de sair do lado da avó quando viu a cena do menininho distribuindo lágrimas, e decidiu ver o que estava acontecendo.
— O que foi, pequeno? — O garotinho havia pego o jeito carinhoso de falar de sua avó, se agachou ao lado do menor oferecendo seu melhor sorriso. — Por que você está chorando?
— O hyung foi brincar e me deixou aqui, agora não tenho um amiguinho para brincar. — Voltou a chorar com um pouco mais de força, porém sem fazer escândalo, apenas bebês gritavam sem motivo e ele não era um bebê.
— Você quer que eu seja seu amigo? — O pequeno Kim segurou a mão do mais novo, quando este parou de chorar e confirmou a pergunta com a cabeça. — Eu sou o Ki-bum e aquela é a minha avó. — Apontou para a senhora no banco, que acenou para eles com o mesmo sorriso gentil do neto. — E vocês?
— Eu sou o Tae-min e esse é o meu papai. — O menininho apontou para o pai, que sorriu com os cumprimentos dos dois.
— Pai do TaeMin — Ki-bum chamou o maior, ainda sem soltar a mãozinha do pequeno —, o Tae-min pode vir brincar comigo?
— Pode, mas não vão longe.
— Tudo bem. — Ambos se levantaram, Tae-min deu um selar nos lábios de seu genitor, se afastando dele com o novo amiguinho. — Eu vou fazer companhia pro Tae-minnie e o senhor pode fazer companhia para a minha vovó.
Assim os garotinhos caminharam de mãos dadas em direção aos arbustos, com o mais velho explicando sobre os passarinhos e sobre as árvores para o menor, que ouvia com atenção e explorava tudo com a mãozinha livre. Só restando para o pai do pequeno se aproximar da senhora para fazer companhia para ela, como Ki-bum havia sugerido.
Min-ho já havia se separado de Min-seok, o mais velho havia parado para brincar com outros meninos da sua idade e impedido o menor de participar, então o moreno procurava os próprios amiguinhos para jogar e após alguns passos meio corridos, esbarrou em um menino baixinho que acabou caindo com o impacto.
— Tudo bem? — Min-ho estendeu a mão para levantar o garotinho, que aceitou e se levantou espanando a grama das roupas. — Qual o seu nome?
— Tudo sim. — O menor se ocupou em observar o menino à sua frente, pensando no motivo dele ser estabanado assim. — Eu sou o Jong-hyun e você?
— Eu sou o Min-ho, baixinho. — Apontou para si mesmo com um sorriso.
— Ei! — O garotinho olhava para o outro indignado com a sua audácia. — Você não pode me chamar assim! Você nem sabe quantos anos eu tenho.
— Mas você deve ter menos do que eu, já que você é menor que eu. — O Choi batia no peito magro com orgulho. — Eu tenho sete anos!
— Eu tenho oito! — Jong-hyun sorria desafiador. — Você tem que me chamar de hyung.
— Está bem... — O maior se convenceu, mas o assunto logo foi esquecido. — Vamos brincar, hyung?
— Vamos.
Os dois começaram a correr pela grama, se empurrando de leve de vez em quando, e acabaram se afastando do local do encontrão. Com toda a correria e gritaria, Min-ho não percebeu que estava indo em direção à dois meninos: um muito pequenino, e outro um pouco mais velho; quando se deu conta, estava escorregando em umas folhas espalhadas pelo chão e, com muita sorte, caiu no chão ao lado do menor, ao invés de em cima dele.
— Min-ho! — Jong-hyun vinha logo atrás, ajudou o maior a se levantar e olhou para os dois meninos ainda em choque. — Não pode correr sem olhar pra frente! Você quase esmagou eles.
— Não foi de propósito, hyung! — O garotinho se levantou ainda um pouco irritado por ter caído, mas se arrependeu de ter respondido naquele tom quando o menor começou a chorar. — Eu sinto muito! Me desculpa mesmo, eu te machuquei?
— Tae-minnie! — O outro garoto, que até agora estava em choque, apoiou a cabeça do menor em seu peito tentando acalmá-lo e olhou feio para o maior que se afundava no desespero. — Esse bruto te machucou?
— Eu não queria! — O próprio Min-ho estava quase chorando - Me desculpe.
Ki-bum já havia se levantado para brigar com o maior, os dois gritavam enquanto o pequeno ainda chorava, então Jong-hyun pegou o menor no colo, da melhor maneira que conseguiu, e o sentou um pouco mais afastado dos dois.
— Fez dodói? — o mais velho perguntou baixinho e muito doce, foi respondido com um aceno negativo de cabeça. — Então não precisa mais chorar, ninguém vai fazer dodói em você.
— Você também quer ser meu amiguinho? — O pequeno já ia secando as lágrimas e abrindo um grande sorriso.
— Quero sim e aquele meu amigo também. — Apontou para o maior, que ainda recebia a bronca do outro.
Tae-min se levantou e andou até os dois, abrindo os bracinhos e abraçando o maior, que parecia um gigante com o pequenino lhe agarrando. Ambos olharam espantados para o mais novo.
— Você está bem, Tae-minnie? — Ki-bum perguntou ainda chocado com a mudança de humor do garotinho.
— Estou, hyung. — Ele balançou a cabeça ainda grudado no maior, que estava mais calmo, olhando para o pequeno como se houvesse crescido uma segunda cabeça nele. — O amiguinho não faz dodói.
— Desculpem o Min-ho por assustar vocês, não foi a intenção dele. — o mais velho pedia, ficando ao lado das outras crianças. — Eu sou o Jong-hyun, por que não brincamos todos juntos?
— Eu sou Ki-bum e esse é o Tae-min — o Kim mais novo dizia, suspirando e movendo os braços do maior ali, para fazê-lo abraçar o menor de volta. — Só vamos brincar se tomarem cuidado com o Tae-minnie.
— Nós vamos, não é, Min-ho? — O maior apenas balançou a cabeça concordando, completamente focado em abraçar o pequenino sem machucá-lo.
— Venha, pequeno. — Ki-bum retirou o menor de perto do novo amigo delicadamente. — Vamos brincar de alguma coisa com os hyungs.
— Quantos anos vocês tem? — o Lee falava animado, ainda segurando a mão do maior, que parecia minimamente mais calmo com a aproximação. — Eu tenho cinco e o Ki-bum-hyung tem sete, ele me disse antes.
— Eu tenho sete e o Jong-hyun-hyung tem oito. - Min-ho parecia recuperar a animação aos poucos. — Você é o maknae, Tae-minnie.
— Sim, sim. Idades, muito interessante — o Kim mais novo reclamava, revirando os olhos. — Mas vamos brincar ou não?
— Vamos! — as crianças gritaram e logo a bagunça voltou.
Jin-ki andava pelas árvores, estudando formatos de folhas e recolhendo pequenas flores para perguntar os nomes delas para a professora quando voltasse à escola, quando suas pesquisas foram interrompidas por quatro crianças que gritavam e corriam, iria passar reto, quando a menor delas se aproximou.
— O que você está fazendo? — O garotinho se agachou junto de si, com um olhar curioso para a sua coleção de plantas.
— Estou estudando — o mais velho respondeu, tentando afastar suas amostras dos dedinhos que poderiam amassá-las. — Quem é você?
— Eu sou o Tae-min e tenho cinco anos. — O menor levantou os dez dedos em direção ao maior, para mostrar o número. — E você?
— Eu sou Jin-ki e tenho nove anos. — Franziu o cenho, fechando uma das mãos do outro, mantendo apenas cinco dedos levantados. — Agora está certo.
Quando os outros três amigos deram falta do pequenino Tae-min, pararam a correria e começaram a procurar o fujão, encontrando-o ao lado de um menino desconhecido , foram até eles.
— Tae-minnie! — Min-ho acabou se aproximando do menor, porém ainda tomando muito cuidado com ele. — Por que saiu de perto da gente?
— O Jin-ki-hyung parecia sozinho, então eu vim perguntar se ele não quer ser amiguinho — o mais novo explicava um pouco embolado e com um sorriso grande.
— O certo é: “se ele não quer ser MEU amiguinho” — Jin-ki corrigiu não dando muita importância para as outras crianças, enquanto TaeMin fazia uma carinha confusa.
— Não corrija ele! — Min-ho ralhou com o menino, se colocando na frente do outro. — Ele ainda é pequeno, pode falar errado.
— Todo mundo tem que falar certo. — O mais velho deu de ombros, não se intimidando. — É o que a minha professora sempre diz.
— A sua tia é muito chata então. — O maior mostrou a língua.
— Ela não é minha tia!
— É sim!
— Mas, hyung, eu não queria falar isso — o pequeno Lee explicava, vendo a cara de todos tomarem um ar de interrogação. — Não era pra você ser só o meu amiguinho, é pra você ser amiguinho de todo mundo.
Jin-ki ia retrucar que mesmo assim estava errado, porém a constatação do seu erro bobo lhe distraiu, gerando um silêncio estranho entre as crianças.
— Vamos continuar a brincar ou não? — Ki-bum cortou o clima já pronto para correr de novo.
— Vamos! — os três, colocando o mais velho em exceção, responderam.
— Eu não. — O Lee já se preparava para continuar suas explorações. — Eu vou estudar.
— ‘Tá bom — o Choi dizia alto, se afastando do garoto. — Não precisa brincar se você não quer, vamos continuar brincando de pega-pega, Tae-minnie.
— Ele não pode brincar disso! — Jin-ki gritou, andando rápido para alcançá-los.
— E por que não? — Agora era JongHyun que não entendia o comportamento dele.
— Porque ele é pequeno, pode se machucar se ficar correndo por aí — o mais velho explicou. — Vocês querem que ele se machuque?
Os três pararam e concordaram com o outro, eles não queriam que o maknae se machucasse, no entanto o menor ficou chateado com a proibição.
— Mas eu quero brincar! — Ele batia o pé no chão com um bico nos lábios grossos. — Por que só eu vou ficar sozinho?
— É verdade. — Min-ho se posicionou ao lado do mais novo. — Não é justo o Tae-minnie não poder fazer nada, deve ter alguma brincadeira que a gente possa fazer com ele.
Todos mergulharam no silêncio, colocando suas cabecinhas para funcionar, até que Jin-ki estrala os dedos atraindo a atenção dos outros.
— Ele pode jogar “imite a minha dança”. — Sorriu com a própria esperteza.
— Eu sei jogar isso! — Jong-hyun gritou e já correu para um local sem tantas árvores, sendo seguido por Ki-bum e Min-ho, também aos gritos.
— Hyung, eu não sei jogar. — TaeMin segurou sua mão. — Você pode me ensinar?
— Você vai prestar muita atenção? — Jin-ki quis saber olhando dentro dos olhos do pequeno, que acenou animado. — Tudo bem.
— Então vamos, hyung. — Saiu correndo puxando o outro consigo, deixando para trás apenas a coleção de plantas.
No final, as quatro crianças brincaram juntas até o dia se tornar final de tarde, e assim os pais foram buscar seus pequenos.
O pai de Tae-min e a avó de Ki-bum foram os primeiros a chegar no local específico da zona, por estarem mais parto deles, Tae-sun já havia se juntado ao pai para pegar o irmãozinho e irem para casa.
— Tae-minnie! — O irmão se aproximava correndo das crianças, que pararam as brincadeiras para ouvi-lo. — Estamos indo embora.
— Mas já, hyung? — O pequenino murchou e mirou seus olhos pidões no pai que acabava de chegar perto da turminha. — Nem mais uns minutinhos?
— Hoje não, querido. — Seu pai lhe pegou no colo. — Talvez outro dia, tudo bem?
— Nós também já vamos indo, Ki-bum — a senhora chamava o menino muito docemente, este que se encaminhou para mais perto da progenitora.
— Podemos nos despedir antes de ir, vovó? — A mulher afirmou, então ele se voltou aos amigos para abraçá-los, coisa que o pequeno Lee também pediu para fazer e logo foi posto no chão.
Enquanto se despediam, a família Choi se aproximava, chamando Min-ho de um modo um pouco barulhento, o filho mais velho do casal já havia encontrado os pais anteriormente, mas Min-seok não sabia dizer onde o mais novo estava então saíram a procura.
— Min-ho — Seu pai lhe chamava agora mais calmo. —Estamos indo, já se despediu dos seus amigos?
— Ainda não. — O menino tinha os cabelos desarrumados por seu hyung, mas se afastou para mais perto dos outros garotinhos. — Estava pensando quando nos veríamos de novo — comentou como quem não queria nada, mas seus pais lhe conheciam muito bem —, pode ser amanhã?
Nesse momento, a mãe e a irmã de Jong-hyun se aproximaram deles, So-dam parecia ter chorado, e o garotinho, ao perceber isso, correu para ela perguntando o que havia acontecido.
— Ela acabou ralando o joelho — sua mãe respondia, enquanto a menina tentava acalmar o irmão dizendo que já estava tudo bem.
Tae-min saiu do lado de Ki-bum, pegou na mão da mais velha e pousou um beijo desajeitado nas costas desta.
— Papai diz que beijinho faz o dodói sarar — ele diz como se fosse o procedimento médico mais sério do mundo. — Jong-hyun-hyung também tem que dar beijinho.
E Jong-hyun deu, fazendo uma risada gostosa sair dos lábios de So-dam, coisa que fez o irmão ficar muito feliz por pensar que ela estivesse melhor.
— Muito bem, Tae-minnie! — O pai do mais novo bagunçou o cabelo escuro dele com um sorriso. — Você fez muito bem.
Finalmente a segunda família Lee se aproximou da roda, que crescia cada vez mais, olhando para tantos rostos desconhecidos e perguntando suas identidades ao filho pelo olhar.
— Pai, mãe. — Jin-ki estendeu um dos braços em direção às crianças como se fizesse uma apresentação escolar. — Estes são meus novos amigos: Jong-hyun, Ki-bum, Min-ho e Tae-min — dizia, enquanto apontava para cada um para identificá-los aos pais.
— É um prazer conhecê-los. — A mãe do garotinho sorria para os pequenos. — Mas já está ficando tarde, nós precisamos ir.
— Quando vamos nos ver de novo, hyung? — Min-ho perguntava dividindo o olhar entre seus pais, o amigo e os pais dele.
— Que tal se trouxermos as crianças no feriado da semana que vem? — a avó de Ki-bum tomou a frente na resposta, já que os mais novos pareciam perdidos na situação. — Assim todos nos conhecemos apropriadamente.
- Acho uma ideia maravilhosa, senhora Kim — o pai de Tae-min, que já conhecia a mulher, incentivou a proposta.
— Podemos? — O pequeno Choi esfregava suas mãos juntas como um pedido, sendo imitado por Jong-hyun, enquanto Jin-ki olhava de modo significativo para seus pais.
Com tanta pressão, as famílias acabaram concordando e marcando um horário e local do próximo encontro, então os cinco meninos se despediram com abraços e beijos de Tae-min, indo embora do parque, que ainda seria palco de diversas descobertas dos pequenos.
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