Os passos se tornaram pesados à medida em que se aproximava de seus aposentos temporários, a respiração antes controlada, se tornará eufórica, o jovem dançarino apresentava-se perturbado após uma refeição com o tão aclamado imperador, desconexo com o exterior, sequer perceberá que avançará da empregada que o iria guiar até seu cômodo, com brutalidade, empurrou a porta com força chamando atenção da ruiva que estava deitada em sua cama
- Um espelho… eu preciso de um espelho - questionava freneticamente enquanto vasculhava pelo quarto
- Acalme-se Yuji - respondeu espantada com a aparição repentina do rosado - veja - apontou para parede onde residia um médio espelho
Seguindo o chamado da ruiva, o maior logo tratou de se colocar à frente do objeto, conferindo incontáveis vezes a região que - deveria estar - com hematomas do incidente anterior no jardim
- Eu não entendo…- indagou para si mesmo em tom de desolação - c-como ele fez isso?
- Isso o que Yuji? - questionou a ruiva, ainda confusa
- As marcas, sumiram... - sussurrou se virando para a menor que abrirá os olhos de surpresa
- Como? Quando? - indagou perplexa - quer dizer… eu tenho certeza que antes de você sair, estava horrivelmente ferido
- No café da manhã o imperador repentinamente veio até mim e beijou o local - afirmou com uma expressão distorcida em seu rosto - então depois disso, as marcas simplesmente sumiram junto a dor
- Por que sua majestade faria isso? - questionou ao maior que caminhava até a cama se sentando sobre a mesma
Em seu anterior, nem o mesmo sabia explicar as razões por trás de um ato tão imprevisível como este, “por que você curou se foi você quem quase me matou seu bastardo louco!” em um guerra interna, Yuji roía as unhas com tais pensamentos, parecia um ato trivial para o outro mas completamente problemático para o mesmo, isso só chegava a uma conclusão, além de ter pose de um corpo incrivelmente atlético e uma aura tenebrosa - o imperador também manipulava magia - somente essa razão poderia explicar os fenômenos
O dançarino tinha total conhecimento de que algumas famílias nobres do império herdavam hereditariamente poderes mágicos, raras as exceções que um plebeu ou escravo tinha pose de tal, e quando o tinha, deveria obrigatoriamente se registrar na república para se tornar um portador feiticeiro oficial do império romano, de qualquer modo, para evitar o ego frágil dos patrícios, essas raras exceções subiam de status social se convertendo em nobres - para o povo essas pessoas eram consideradas sortudas - mesmo com tal conhecimento, o pensamento não o entrava na mente, nada fora registrado ou mostrado de que o antigo imperador tinha pose de magia, então como o atual imperador conseguiu?
- Eu preciso sair da vista do imperador, Nobara - afirmou para a menor que se manteve em silêncio ao seu lado
- Não te preocupes com tais pensamentos - consolou o rosado o puxando para perto - hoje mesmo regressaremos para o palácio das concubinas como a governanta avisou, sua majestade se cansa rápido das pessoas de qualquer modo, quem sabe depois, podemos até voltar para Alexandria
- Sim…- suspirou se acomodando sobre o ombro da ruiva
Descansando sua mente de toda a ansiedade que sentirá a manhã inteira sob a presença do tatuado, uma intensa sensação de enjoo o tomou conta, não notando a enorme comoção que se formava na porta, tendo seu cômodo rapidamente invadido por seus companheiros para surpresa de ambos
- Que tanto barulho é esse? - irritada, questionou a ruiva
- Nós já vamos nos mudar? - questionei o rosado, ansiosamente
- Felizmente não! - afirmou Miwa entusiasmadamente - é melhor do que isso Yuji-san
Todos no quarto do rosado transpareciam animados com alguma notícia, para minha inquietação, “Não seria hoje a mudança de palácio?”, indaguei em pensamento, tinha certeza de que aquela governanta arrogante faria de tudo que pudesse para se livrar de nossas presenças - ao não ser que alguém de maior posição a ordenasse - mesmo com seus desejos preconceituosos, uma ordem continua sendo uma ordem, “Mas quem poderia ser?”
- Sua majestade o imperador gostou muito de nós
"Não...definitivamente isso não está acontecendo”, aquela sensação de inquietação de repente parou bruscamente devido ao choque com as palavras da mulher a minha frente
- Por isso, ele nos deixou ficar por mais tempo em seu palácio - afirmou a outra mulher de cabelos escuro
- E até nos convidou para um jantar com o mesmo - dando pequenos saltos, a mulher de cabelos azul comentava alegremente sobre como o imperador era um homem incrível diferente dos rumores que circulavam sobre sua personalidade
Com as mãos trêmulas, o jovem dançarino encarava o chão freneticamente, relembrando a conversa que tivera essa manhã “... você pode ir agora, deixaremos as apresentações para mais tarde, dançarino…”
- Ahhh - um grito histérico ecoou por todo o cômodo naquela manhã
Após todos serem expulsos apressadamente do pequeno cômodo por Nobara, o jovem andava histericamente em círculos pelo quarto, roendo incansavelmente suas unhas, imaginava inúmeras formas de como matar o homem a quem lhe atormentava desde daquele amaldiçoado, “ele só pode estar brincando comigo” pensou
- Preciso achar uma maneira de fugir dele antes que me mate…- sussurrando para si mesmo, caminhando até uma pequena cômoda que residia ali, retirou da mesma um papel com uma pena e tinta
Riscava incansavelmente planos e rotas de como escapar da presença do imperador, mas tudo parecia quase impossível de se alcançar, claro, quem em sã consciência fugiria de um imperador interessado em você, porém, esse não é caso, ele é um tirano que quase me assassinou a sangue frio, “você fez isso de propósito não foi, seu louco”, com isso em mente amassei novamente outra folha e a atirei no chão
Não era coincidência esse “presente” inesperado do imperador tão cruel, definitivamente ele queria me manter sob sua vigilância como uma predador observando sua presa antes do abate - só de imaginar isso sentia calafrios - mas como, como poderia escapar dessa situação embaraçosa
Pensativo sobre isso, elaborei três conclusões, plano A, seria simplesmente pegar meus pertences e correr desse maldito palácio, vagando por aí, com um lugar tão luxuoso como esse, ninguém notaria alguns objetos de ouro desaparecidos, porém, havia um grande risco de meus amigos serem mortos por um simples capricho daquele homem, e eu sendo capturado facilmente e trazido
- Não, não posso arriscar ser preso e perder pessoas importantes para mim - proferi em voz baixa - plano B seria mais prático
Claro, matá-lo é prático e rápido, mas a quem eu quero enganar, seria facilmente decapitado por tentativa de assassinato contra a família imperial, além de que, antes de ascender ao trono, o mesmo liderou inúmeras guerras e impediu a queda do império simplesmente pelo medo que causará nos povos bárbaros - O demônio carmesim do campo de batalha - como se fosse a primeira vez que sofresse um atentado a sua vida
- Parece que não tenho saída a não ser confiar no plano C - murmurei a contragosto
Era o mais arriscado, que expõem minha vida a maiores chances de ter a cabeça cortada por insulto a família imperial, mas não importava o quanto planejasse, “O único final que enxergo para mim é a morte...”, pensei, seria um tiro no escuro, mas têm uma chance de dar certo diferente dos outros
- Eu preciso fazer com que sua majestade se canse de minha presença - tracei uma seta no papel, absoluto de minha decisão, claro, o imperador têm um histórico de se cansar rapidamente das pessoas, tanto é, que mandou até mesmo decapitar sua própria noiva
Levantando-me da cadeira, tratei de guardar tudo na gaveta para mais tarde queimar os papéis, seria problemático demais alguém encontrar uma carta escrita, maneiras de como assassinar o imperador, completamente esgotado, me atirei sobre a cama para descansar antes do jantar de hoje
- Eu só preciso...fugir de você....
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