História O Torneio Tribruxo - Yoonmin - Os três campeões.

P.o.v - Park Jimin.

Domingo chegou e com ele a última oportunidade para colocar o nome no cálice. Na hora do jantar saberíamos quem seriam os campeões.

Estávamos no salão principal quando Yoongi atravessou a linha etária com uma confiança, que era vista de longe e colocou o nome nas chamas azuis. Aquilo me incomodou, tanto, mas isso não vem ao caso. Apesar de não parecer, ele estava nervoso, era impossível não estar.

Alguns sonserinos e nossos amigos de outras casas, bateram palmas, ele sorriu e se aproximou da gente falando animado.

— Pronto! Agora é só esperar o resultado. Espero que eu consiga ou alguém da Sonserina, precisamos mostrar nossas qualidades!

— Isso Yoon, esfregue na cara desses babacas que a Sonserina é grande, temos nossas qualidades, queiram eles ou não. – Daniel falou sério.

Minha maior vontade é de socar a cara do Min, entretanto, não posso bater nele! O que é triste, mas nem tudo na vida é justo. Eu precisava ficar sozinho e comer algumas besteiras. Despedi-me dos meninos e segui para a cozinha da escola.

Preciso ficar sozinho e descontar minhas frustrações comendo algumas besteiras e indo dormir depois. Despedi-me dos meninos e segui para a cozinha da escola. Assim que entrei, vários elfos vieram em minha direção oferecendo várias coisas que neguei e no meio deles estava Hooky. Pedi para que ele me desse uma caixa mediana cheia de biscoitos com gotas de chocolate, uma torta de morango e cerveja amanteigada se possível. O elfo não demorou a me entregar o que pedi, disse que me ajudaria a levar, agradeci e saímos rumo a Sonserina.

Não tardamos a chegar e como imaginei, minha comunal estava repleta de búlgaros, cumprimentei alguns e segui para meu quarto. Adentrei o mesmo e Hooky já estava lá, ele colocou tudo na mesa ao lado da minha cama. Agradeci a ele novamente, recebi uma reverência e vi o elfo sair. Já deixei claro que ele não precisava fazer aquilo, mas entrava por um ouvido e saia pelo outro.

Suspirei e sentei na cama. Afrouxei a gravata, passei a mão pelo cabelo, jogando para trás e fiquei olhando para a janela; vários peixes passavam pela mesma, alguns sereianos passaram ao longe e deu para ver nitidamente.

Então olhei para a cama na minha frente e comecei a esculhambar Yoongi em coreano, mesmo que ele não estivesse no quarto. Devo ter falado alguns palavrões, além de pegar meu travesseiro e ficar tacando na cama dele. Enquanto descontava minha raiva ali, determinado momento minha visão foi para a porta, que estava entreaberta e Daniel estava escorado nela, com os braços cruzados e um mínimo sorriso de canto surgia em seus lábios.

Infelizmente o rapaz havia aprendido coreano em decorrência de nossa convivência, ele sabia tudo o que eu falava. Suspirei pesado quando o mesmo adentrou o quarto, peguei meu travesseiro da cama do Min e retornei para a minha. Bebi um pouco da cerveja amanteigada e abri a caixa com os biscoitos. Até aquele momento, Dani ainda não havia falado nada e eu sabia que ele estava esperando que eu me manifestasse. Observei o rapaz sentar na minha cama, pegar um biscoito e continuar em silêncio. Aquilo começou a me irritar e finalmente coloquei para fora.

— Juro que minha vontade é bater nele, real! Mesmo que seja para ‘‘melhorar’’ a visão sobre a Sonserina ou sendo pela quantia em dinheiro… – Daniel arqueou uma sobrancelha e eu sabia o que ele estava pensando — tudo bem, não é pelo dinheiro. Eu sei! – Suspirei estressado.

No nosso primeiro e segundo ano escolar, Yoongi tentava ser o melhor em todas as aulas. Era insuportável! Ele estudava igual um louco, continua, mas naquele tempo era como se ele precisasse provar algo para os outros ou para si. Entretanto, nada que ele fizesse parecia ser o suficiente. Atualmente, ele pensa um pouco diferente, no entanto, com a oportunidade do Torneio os pensamentos de antigamente revisitaram suas atitudes.

Daniel respondeu me olhando sério e segurando minha mão.

— Existe a possibilidade dele não ser escolhido, sabe disso! Ji, talvez as coisas fossem mais fáceis se você apenas falasse sobre o que está sentindo.

Suspirei ao sentir que minhas têmporas latejavam, eu estava cansado de escutar aquilo de quase todo mundo. Respondi irritado.

— Todos me falam isso, deve ser muito fácil para vocês! Caso contrário, entenderiam o quanto é difícil sentar e começar a falar sobre tudo que incomoda ou machuca.

Suspirei novamente e bebi mais um pouco. Daniel não era de julgar os outros sem conhecê-los, muito menos era a pessoa que se dava o direito de fazer isso, seja lá sobre o que fosse. Afinal, ele foi julgado inúmeras vezes apenas por ser sonserino, já que sua família quase toda era da Grifinória.

— É, você tem razão! Não é fácil! Me desculpe por querer apressar seus sentimentos em relação ao Yoongi. É que, no fundo, isso faria bem aos dois! – Respondeu fazendo um leve carinho em minha bochecha.

Como o esperado vindo dele, me abraçou e deitei minha cabeça em seu ombro. Eu poderia chorar só de raiva, mas isso não aconteceria. Permanecemos daquele jeito por um tempo, então a porta foi aberta por Chanyeol, que nos olhou com a sobrancelha arqueada. Longbottom agiu normalmente, afinal não estávamos fazendo nada de mais. Chan sorriu e aproximou-se falando baixo.

— Abraço em família! – Sorrimos e o mais alto se jogou em cima de nós e nos abraçou.

Admito que eu não desejaria ter outros amigos, esses são os melhores! Saí do abraço deles e terminei de comer em silêncio, ainda sendo observado por Chan e Daniel. Olhei na direção do mais alto e falei.

— O que foi Park Chanyeol?

— Nada! Park Jimin. – Ele respondeu em tom de deboche e eu revirei os olhos.

Chanyeol achou graça, se aproximou e depositou um selar em minha testa.

— Não fica assim Ji, vai dar certo! Não fique pensando sobre isso.

Eles sabem, sempre sabem… Talvez eu não disfarce bem…

Yoongi entrou no quarto e fingi que não o vi. Senti o olhar dele em minha direção e apenas dei de ombro, levantei da cama, joguei os papéis no lixo e sai sem falar com ninguém. Segui para o salão comunal e sentei em um sofá afastado com a visão para uma grande janela, alguns peixes passavam pela mesma e fiquei olhando para eles.

Estava tão perdido em pensamentos que não percebi quando Nikolas Klimov, o aluno búlgaro que sentou do meu lado quando eu estava no lago negro, sentou do meu lado, me questionando se estava tudo bem.

Me olhou sorrindo e começamos a conversar. Klimov é ótimo para me fazer esquecer dos problemas, gosto disso, nele.

Admito que a beleza de Nikolas é surreal, mesmo que Yoongi ultrapasse essa beleza, mas o assunto aqui é sobre o Klimov. As expressões fechadas, a boca bem delineada, os olhos em um preto escuro, a pele pálida, os braços fortes e um sorriso lindo, chamavam bastante atenção. Ficamos conversando por horas, Klimov é bem interessante e ele conseguiu me fazer esquecer um pouco da raiva que eu estava do Min.

Um tempo depois ele precisou se afastar e dei uma volta pelo castelo. Faltavam poucas horas para jantarmos e termos o resultado dos três campeões.

(…)

Os três campeões.

Estávamos no salão principal jantando, todos estavam com a euforia que acontece diariamente, além disso, também era Halloween, tinham muitos doces e a decoração estava impecável. Toquei pouco na comida, estava mais focado nos doces para melhorar minha ansiedade.

Chanyeol estava sentado do meu lado, Yoongi na nossa frente ao lado de Daniel e Celina Greengrass estava à minha esquerda, conversando conosco.

Conforme as pessoas terminavam de comer, as expressões impacientes nos rostos e o desassossego aumentavam. Queríamos ver se McGonagall acabara de comer, ansiamos para que os pratos fossem retirados e os nomes dos campeões anunciados.

Algum tempo depois a diretora finalmente pediu silêncio e todos prestaram atenção nela. O ministro estava presente e levantou-se falando em sequência.

— O Cálice de Fogo está pronto para decidir, em alguns instantes. Agora, quando o nome dos campeões forem chamados, vocês seguem para a câmera ao lado esquerdo, saindo pela porta no canto direito atrás da mesa dos professores. É onde receberão as primeiras instruções.

Minerva puxou a varinha e fez um gesto amplo; rapidamente as velas, exceto as de dentro da abóbora, apagaram. O Cálice agora brilhava intensamente, as chamas azuis, esbranquiçadas, faiscavam vivamente, fazendo nossos olhos doerem.

As chamas de repente se tornaram vermelhas. Uma linha de fogo se ergueu no ar e expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado. A ansiedade e silêncio no ambiente eram enormes. As chamas voltaram ao tom normal e ela conseguiu ler.

— O campeão de Durmstrang – leu em alto: — Nikolas Klimov!

Os alunos da Durmstrang estavam sentados na nossa mesa, uma tempestade de aplausos e vivas percorreu o salão.

O rapaz levantou-se confiante quando seguia para o local indicado, olhou na minha direção e deu um mínimo sorriso. Ergui uma sobrancelha e dei um sorriso de canto, o que não passou despercebido por Chanyeol e eu sabia disso, então apenas dei de ombros, mas considerando que ele é curioso com certeza falaria algo depois. Antes que eu concluísse meu raciocínio, as chamas se tornaram vermelhas novamente e um segundo pergaminho voou de dentro dele.

— A campeã de Beauxbatons é Gabrielle Delacour.

A garota levantou-se graciosamente, sacudiu os fios pretos longos e sedosos para trás, caminhando impetuosamente entre as mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa. Quando Gabrielle também desapareceu pela porta, as chamas ficaram mais uma vez vermelhas. Eu estava muito nervoso, devo admitir.

Minerva tirou o terceiro pedaço de pergaminho e olhou para nossa mesa.

— O campeão de Hogwarts – anunciou — é Min Yoongi!

As pessoas da nossa mesa comemoraram bastante. Olhei na direção do Min que arregalou os olhos sem acreditar. Olhei para a mesa da Lufa-lufa e avistei Baekhyun e Seokjin se entreolharem. Minha visão seguiu na direção do Chanyeol que aparentava estar nervoso, Daniel foi o mais de boas e sorriu em nossa direção. Meu coração deu uma pontada. Ele estava tão acelerado que fiquei com receio de quem estivesse próximo pudesse escutar ou ver por cima da roupa.

Reaprendi a respirar quando Mcgonagall falou, então percebi que Yoongi ainda estava estático sentado na minha frente. A diretora o chamou mais uma vez.

— Sr.Min, sei que está bastante surpreso, mas você precisa vir!

Yoongi levantou completamente alheio ao que acontecia ao redor. Alguns grifinórios e corvinos gritavam em descontentamento e inúmeros cochichos ecoavam pelo salão, mas a comemoração da Sonserina cobriu qualquer comentário ruim.

Apesar de vários murmúrios continuarem, minutos depois a diretora nos mandou para nossa comunal. Eu continuava inerte a qualquer coisa, eu continuava inerte a qualquer coisa, apesar de estar com Daniel e Chanyeol ao meu lado, não dava a mínima atenção para o que eles conversavam e respeitaram respeitando meu silêncio.

Fui tirado dos meus pensamentos quando senti uma pessoa me parar e me abraçar, pelas vestimentas notei ser Seokjin, o abracei de volta e escutei ele falar baixo em meu ouvido.

— Sei o quanto deve ser difícil para você e esse coração teimoso! – Tive que sorrir — não seja tão orgulhoso Ji, ele precisa de você.

‘‘Ai hyung, se fosse fácil… ’’ pensei, mas não falaria em voz alta.

Observei o lufano piscar-me e afastar-se, suspirei seguindo meu caminho. Baekhyun e Chanyeol estavam aos beijos em um dos corredores que leva a masmorra. Revirei os olhos quando passei pelo casal, não me controlei e falei próximo deles.

— Arrumem um quarto, ninguém é obrigado a ver essa cena de casal feliz. Abuso de casal feliz!

Adoro esse casal e eles sabem.

Corri quando Baekhyun fez menção que me bateria, Chan sorriu para com a cena e sorri de volta um pouco longe. Mandei um beijo para eles e Baek pegou no ar levando na direção do coração. Adentrei a Sonserina e segui para o conforto do meu quarto, não demorei a chegar.

Felizmente ainda estava vazio, tomei um banho rápido, troquei de roupa, deitei e fechei as cortinas ao redor da minha cama.

Olhei para o teto e fiquei pensando em tudo o que aconteceu durante o dia. Lembrei do beijo naquela sala vazia, droga! Eu o puxei… Foi uma sensação diferente, os lábios dele são gostosos, macios e viciantes. Vou surtar caso não fale para alguém, mas não me sinto à vontade no momento.

Consigo fazer isso, sair dos meus pensamentos durante o decorrer do dia, entretanto, eles sempre retornam quando coloco a cabeça no travesseiro. Prefiro pensar que foi apenas no calor do momento, não posso me apaixonar novamente e ter mais uma decepção amorosa. Não mesmo.

Quem sabe um dia eu conte para os outros os motivos que me levam a lutar contra esses sentimentos, talvez continue no escuro em relação ao assunto. Discutir com ele é divertido, Yoongi fica todo vermelhinho, é uma fofura e é o momento que tenho a atenção dele.

Muita coisa aconteceria nos próximos dias e eu sabia que deveria ficar ao lado dele, o problema é: eu conseguiria? Não sei! Tenho raiva dele por colocar o nome no cálice e tenho muito mais medo de perdê-lo, bem, não que eu o tivesse… Todavia, ele ainda é meu amigo-inimigo e não quero vê-lo sofrer de alguma forma ou se machucar.

Falando nele, acabou de adentrar no quarto, reconheci devido ao perfume. Daniel perguntou.

— Como foi lá?

Abri a cortina devagar e vi Yoongi sentando em sua cama e continuou.

— McGonagall começou a explicar como tudo acontece no Torneio. Falou das provas passadas, sobre as qualidades que o cálice procurava, se os três estavam ali, eram dignos. Disse muitas coisas que serão úteis futuramente.

O Min suspirou, deitando em seguida. Não consegui me controlar e falei o que passava em minha mente.

— Seus pais vão te matar! Não julgo eles, sinceramente e ainda ajudo.

Yoongi sorriu de canto, óbvio que ele sabe disso. Ele sentou novamente e respondeu simplista.

— Se eu não morrer no Torneio, pode ter certeza que eles não vão me perdoar por tamanha preocupação ou morrei em um dos seus ataques de raiva.

— Garoto idiota! – Revirei os olhos e falei baixo. Daniel e Chanyeol gargalharam do outro lado do quarto. — Vou dormir, boa noite!

Os três responderam e fechei as cortinas novamente. Precisava dormir, a manhã seguinte seria agitada, principalmente por continuarmos tendo aula.

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Acordamos com uma pequena surpresa, o assunto na escola que já era sobre o torneio, aumentou, entretanto, dessa vez foi pela foto que saiu na primeira página do Profeta Diário.

O correio chegou cedo, várias corujas voavam pelo salão principal, entregando encomendas e jornais para seus respectivos donos. Holly entregou o jornal a Yoongi. Por eu estar ao lado dele vi que a primeira manchete do Profeta começava com.

“O torneio Tribruxo acontecerá em novembro, esses são os três campeões — fotos deles — Gabrielle Delacour, representante da escola Beauxbatons. Nikolas Klimov, representante de Durmstrang e Min Yoongi, representante da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O mais histórico no mundo bruxo, é que um sonserino foi escolhido após séculos. Será que o senhor Min Yoongi é digno? Executará um bom trabalho? Conseguirá trazer a vitória para Hogwarts? São muitas dúvidas e poucas respostas! Descobriremos mais com o passar do tempo…”

Tinham mais coisas, mas ele não precisava passar por isso. Peguei o jornal da mão dele e o amassei. Yoongi me olhava como se eu fosse louco, dei de ombros e antes que ele falasse, dialoguei rapidamente.

— Não perca seu tempo lendo essas merdas, vamos para a aula que ganhamos mais! – Como sempre, não esperei ele responder e saí.

Iríamos passar muita raiva com esses comentários da Rita Skeeter, repórter especializada em escrever histórias e artigos que costumavam ser baseados em informações falsas e entrevistas exageradas. Ela é bem sensacionalista, e às vezes explicitamente desonesta! Sinceramente, nem sei como ela ainda trabalha no profeta. Enfim, espero que o Min não se abale com isso tudo, ele precisa ser forte e vamos ajudá-lo nisso.

Eu também preciso trabalhar com algumas questões dentro de mim, contudo, na situação atual outras coisas estão sendo mais importantes, no final, acredito que tudo irá se resolver. Cada coisa no seu tempo.