Poliamor (do grego πολύ - poli, que significa muitos ou vários, e do Latim amor, significando amor) é a prática ou desejo de ter mais de um relacionamento, seja sexual ou romântico, simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos.
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Quando Seokjin conheceu Hoseok e Namjoon, ambos estavam no primeiro ano e, apesar da diferença de ano e idade, isso não os impediu de se tornarem amigos e de fortalecer essa relação a cada dia. Principalmente com o Jung, que estava na mesma casa que si.
Os recém-chegados logo se afeiçoaram ao Baekhyun também, que, ao contrário do Kim, era um pouco mais reservado, mas logo se soltou.
No começo, Seokjin teve uma quedinha por Namjoon, mas só o Baekhyun sabia. Apesar disso, Jin nunca demonstrou seus sentimentos nem fez avanços para o corvino. Namjoon sentiu uma atração por Hoseok, que estava começando a se apaixonar por Seokjin. Jung, diferente do mais velho, não poupou esforços para conquistar seu amado.
Conversas, estudos, passeios, carinhos, beijos, dedos que se tocavam involuntariamente, abraços aleatórios, sorrisos e vários detalhes que deixavam Seokjin confuso e Hoseok mais certo do que sentia.
Passadas algumas semanas, Kim mais velho teve uma longa conversa com Baekhyun. Estava tão confuso com o furacão que é Jung Hoseok, chegou a conclusão que tinha sentimentos pelo rapaz e daria uma chance a ele.
Naquele momento, sua atração pelo corvino ficou adormecida e naquela mesma noite, quando retornavam do Salão Principal, Seokjin puxou Hoseok para um corredor aleatório das masmorras e o beijou, demonstrando que os sentimentos eram recíprocos. Depois vieram os segundo, terceiro beijos e, certo dia, eles passaram a namorar, o que não foi surpreendente para ninguém. No entanto, Namjoon sofreu um pouco, mas apoiava os amigos incondicionalmente e acabou se acostumando com a presença do casal e da troca de carinho explícita.
Com o decorrer do tempo, o relacionamento dos dois fortalecia-se e evoluía a cada dia, era bonito de se ver, mas, no fundo, Namjoon sabia que seus sentimentos pelo Jung ainda existiam e as possibilidades de ficar com o rapaz algum dia eram praticamente nulas. Pelo menos era o que ele pensava.
Yoongi sempre esteve ciente dos sentimentos do corvino e se sentia mal pelo amigo por não ser retribuído, afinal, sabia muito bem como era a sensação! Estava sempre ao lado de Namjoon e vice-versa. Se não fossem tão apaixonados por outras pessoas, poderiam namorar. No entanto, o Kim mais novo tinha ciência de que Jimin correspondia aos sentimentos do Min, mas o caminho para ficarem juntos seria algo demorado.
Em determinada tarde, Hoseok estava concentrado em seus estudos na biblioteca, próximo a uma janela ampla com vista para o campo de quadribol. Namjoon caminhava pelo corredor e viu o amigo ali, então se aproximou do rapaz, sorrindo gentilmente e recebeu o sorriso mais lindo de volta.
— Hobi, estou te atrapalhando? – Perguntou receoso.
— Óbvio que não, inclusive, preciso de ajuda.
Hoseok respondeu com um leve sorriso e Kim aproximou a cadeira um pouco mais do rapaz, encostou o ombro no dele e começou a ensiná-lo.
Jung é extremamente cheiroso e a beleza do lufano é surreal, Namjoon poderia ir ao inferno apenas por seus pensamentos. Seu coração batia acelerado no peito, evitava olhar para o lufano e se controlava ao máximo para não perder o foco e gaguejar. No entanto, fracassou quando Hoseok o olhou e percebeu que eles estavam próximos um do outro. Namjoon, perdendo o que ainda tinha de autocontrole, fitou os olhos castanhos-claros do lufano e foi descendo devagar para a boca marcante e atraente dele. Viu o rapaz morder o lábio e Namjoon queria mordê-lo também.
O próprio Kim mordeu o lábio para conter seu desejo e naquela tarde, foi a primeira vez que Hoseok se sentiu atraído por Namjoon e quase o beijou. Sentiu a respiração do outro perto da sua boca e desejava tanto sentir o gosto dele, mas era tão errado. Hoseok teve a sensação de ser a pessoa mais reprovável do mundo, quase traindo o namorado, com o melhor amigo deles.
Jung se distanciou depressa e examinou Namjoon de novo, completamente apreensivo.
— Medesculpe! – Falou rapidamente engolindo as palavras.
Ele fez uma breve reverência, pegou suas coisas o mais depressa possível e saiu sem permitir que o Kim dissesse qualquer coisa.
Lágrimas brotavam nos olhos do lufano. Hoseok chorando era como se o sol tivesse se apagado, restando apenas a escuridão. Era assim que o rapaz se sentia, no escuro, se culpando por quase destruir seu relacionamento. Pobre rapaz, Kim Seokjin era a melhor pessoa em todas as galáxias que existiam. Ele não merecia ser tratado daquela maneira e isso o machucava mais do que qualquer um poderia imaginar.
Logo seguiu para a Lufa-lufa e chegou sem demora. Tão desnorteado que ao chegar à casa errou o barril e fez o movimento da varinha de forma errada, ficando encharcado de vinagre. Uma autodefesa que a fundadora da casa, Helga Hufflepuff, criou para invasores. Jung praguejava, tava com raiva e até um pouco perdido, pois o vinagre saía de mais barris e o sujava mais ainda.
Pomona Sprout, a diretora da casa, que saia da cozinha próxima dali, percebeu a situação do rapaz e o socorreu, perguntando o que havia ocorrido. Considerando que Hoseok é um dos melhores alunos que existem por ali e ele ter errado a maneira de adentrar a própria casa, era bem estranho. Hoseok deu uma desculpa esfarrapada e disse apenas que estava muito cansado e acabou perdendo o foco. A professora disse que ele deveria descansar e que era compreensível não ter um dia bom. Precisava apenas organizar os pensamentos.
No segundo em que Hoseok entrou na sala, algumas pessoas perceberam o estado do rapaz, riram baixinho e se aproximaram para ajudá-lo. Muitas pessoas perguntavam o que aconteceu, outras tiravam sarro do Jung, que só tentava responder animado. O Jung é um dos poucos ali que tinha o carinho de todos da casa, tanto dos alunos mais velhos como dos mais novos, e isso é bem raro. Quando finalmente conseguiu se afastar seguiu para o quarto.
Quando ele entrou, um colega de quarto estava sentado na cama e viu Hoseok chegar todo sujo e com os olhos marejados.
— Hobi, o que houve? – Levantou-se apressado e foi até o amigo. Se não tivesse visto o rapaz quase cair, brincaria com ele. Hoseok o abraçou sem se importar em sujar o outro e começou a soluçar no seu ombro. — Calma! Chore o quanto precisar, mas fale o que aconteceu.
Alguns minutos passaram e ambos permaneceram em pé, abraçados. O lufano já estava mais tranquilo e controlado quando, finalmente, parou de soluçar e explicou toda a história, recebendo um sorriso ameno do outro, que respondeu com franqueza, mas com cautela nas palavras. Após o Jung desabafar, agradeceu ao amigo e foi para o banheiro, necessitava de um bom banho e de sua cama.
Passado algum tempo, deitou-se na cama com as cortinas ao redor. Não queria ser perturbado. Estava encolhido e abraçado com uma pelúcia que ganhou de aniversário quando ainda estava conhecendo Seokjin. Lágrimas caíram pelo seu rosto e mancharam a pelúcia. Sua mente estava tão confusa que não percebeu Seokjin entrando no quarto, abrindo a cortina e se sentando na cama. Quando percebeu a presença, Hoseok pensou que fosse um colega de quarto. No entanto, quando Kim o olhou com a sobrancelha arqueada, percebeu que se enganara.
— Vai me contar o que aconteceu? – Jin perguntou de maneira séria. Apesar de sua fisionomia ser suave e uma certa preocupação rondar seus olhos.
Hoseok respirou fundo, não havia outra opção e devia ser franco. Sentou-se na cama, enxugou as lágrimas e falou baixinho, brincando com os fios soltos do lençol.
— E-eu estava na biblioteca com o Namjoon e ele me ajudava com o conteúdo de Aritmância, não sei o que aconteceu, mas quando percebi estávamos próximos demais… – Sentiu vontade de chorar mais uma vez, no entanto, se manteve firme. — E- eu senti uma curiosidade enorme de saber como seria o beijo dele e qu-quase nos beijamos! – Kim arqueou a sobrancelha surpreso — mas não aconteceu hyung, não trai você, jamais iria fazer isso, precisa acreditar em mim! – Falou rapidamente, um pouco desesperado.
Seokjin estava confuso. Sinceramente, já imaginou como seriam os três juntos tantas vezes e decidiu expressar o que seu coração gritava, porém, primeiro iria acalmar o namorado. Ele o puxou para perto e o beijou com carinho, demonstrando todo o seu amor. Quando terminaram o beijo, Hoseok o olhou confuso, não entendendo nada. Kim suspirou e começou a se expressar.
— Em primeiro lugar, te amo e nada vai afetar esse sentimento! – Segurou a mão do Jung e prosseguiu — segundo, talvez não saiba, mas eu tinha uma quedinha pelo Namjoon e ele tinha sentimentos por você.
Hoseok estava pasmo e sussurrou.
— O que foi que você disse?
Seokjin teve vontade de sorrir ao achar o rosto do namorado fofo, mas se segurou.
— Isso mesmo que ouviu! Fomos nos aproximando e eu me dei conta de que estava perdidamente apaixonado por você. Não pude mais pensar no sentimento que tive pelo Namjoon em algum momento. Contudo, devo confessar que já pensei em vocês ficando na minha frente, imagino que seja um fetiche. – Coçou a nuca, um tanto constrangido — pode até soar esquisito dizer isso em voz alta, mas é a verdade, e eu nem pensaria em te fazer essa proposta.
Hoseok estava perplexo! Seu namorado estava mesmo falando aquilo? Parecia ser piada.
Contudo, sabia muito bem que o Kim não brincaria com a situação, principalmente pelo mesmo ser ciumento, sim, Seokjin tentava não demonstrar ou fazia uma piada para deixar o clima mais leve, entretanto, ele é bastante ciumento. Não sabia o que responder, então permaneceu em silêncio.
Seokjin o olhava sério e não quis permanecer naquele silêncio desconfortável, levantou-se e sussurrou.
— Bom, te deixarei sozinho com seus pensamentos, quando quiser conversar estarei aqui. – Seguiu na direção da porta e parou com a mão na maçaneta quando sentiu Hoseok o abraçar por trás e deu um mínimo sorriso de canto antes de falar — pensei que não queria falar comigo!
Jung se encolheu no abraço e sussurrou.
— Só fiquei surpreso hyung e com um pouco de ciúmes por saber que você já teve sentimentos por ele. E mais surpreso ainda em saber que ele teve sentimentos por mim.
Seokjin virou devagar e viu um leve bico se formar nos lábios do moreno.
— Eu quem deveria ficar com ciúmes por saber que meu namorado desejou beijar outra boca e por saber que o Namjoon ainda tem sentimentos por você!
— Não fale desse jeito! – Hoseok comentou bastante tímido.
Seokjin observou o mais baixo ganhar uma coloração avermelhada nas bochechas, recebeu um tapa de leve em seu ombro e Hoseok retornou para a cama como se fizesse uma pequena manhã. Kim seguiu atrás do mesmo e deitou puxando o Jung para seu abraço. Permaneceram ali conversando sobre isso e outros assuntos, além de trocarem alguns beijos mais quentes.
(…)
O tempo foi passando e deixaram essa história de lado. Tudo correu perfeitamente bem até que chegou o fim das aulas do terceiro ano e o intervalo de dias para iniciar as aulas do quarto ano.
Nesse período, Namjoon convidou Hoseok e Seokjin para visitar a casa de seus pais em Ilsan. Para quem conhece os três não é surpresa esse convite, considerando que são melhores amigos grudados uns nos outros, mas para quem sabe que já existiu ou ainda existem sentimentos de alguns deles, é um convite que pode ser considerado com segundas intenções de um dos três, e não estamos falando apenas do corvino. Claro que o casal aceitou, e, no fundo, Seokjin e o próprio Namjoon tentavam não pensar besteira. Foi apenas um convite inocente.
Dois dias depois que chegaram a Londres, os amigos compraram as passagens para a Coreia. Viajaram com bastante entusiasmo, apesar de ter sido uma viagem cansativa o trio estava bastante feliz. Namjoon, por rever os pais, o casal por estar com o corvino e também por visitarem os pais do mesmo. Ambos sabem que são muito bem-vindos na casa do Kim mais novo e que os pais do rapaz gostam bastante deles.
Foi aquela festa quando chegaram. Namjoon comentou que levaria os amigos e a mãe do mesmo preparou os pratos preferidos dos três. Iriam dormir no quarto do corvino, por ser grande, caberia os três confortavelmente. Foi aí que começou o inferno na vida do Namjoon.
Aquela noite foi tranquila, o casal dormiu ao colchão que estava no chão e Namjoon permaneceu na cama de casal, apesar de alegar que o casal poderia ficar na cama e ele no colchão, negaram até onde conseguiram e o corvino acabou cedendo a discussão e ficou na cama mesmo. No fundo, ele não teria problema em dividir a cama com ambos.
Seokjin dormiu abraçado em Hoseok e Namjoon nunca sentiu tanta inveja daquela cena, só queria se meter no meio do casal e permanecer abraçado neles. Amanheceu e os três demoraram a acordar, mas não foi problema, aproveitaram o resto do dia da mesma maneira. Passearam pela cidade durante o dia e curtiram baladas na noite. Comeram bastante no restaurante da família do Namjoon. Naquela noite eles beberam um pouco mais do que imaginavam e apesar de ficarem levemente alterados, foi o suficiente para os pensamentos de Seokjin retornarem.
Quando o relógio marcava 02:30 da madrugada, o corvino se levantou para usar o banheiro, que era no quarto, e, por isso, foi rápido. Mas, como não conseguiu mais dormir, foi para a cozinha. Iria preparar um chá e depois retornaria para a cama.
Seokjin acordou quando o rapaz saiu do quarto. Se afastou com cuidado do abraço de Jung e levantou-se para seguir o Kim. A luminosidade da cozinha deixava o corredor a meia-luz, o que foi bom, pois Seokjin não arriscava bater em nada. Quando chegou no local avistou Namjoon na frente do fogão. Aproximou-se silenciosamente e falou.
— O que você está fazendo? Não vai por fogo na casa, Namjoon!
O corvino assustou-se e virou rapidamente, quase derrubando a caneca na pia. O rapaz é desastrado, não pode negar este fato.
— Aish, que susto! – Seokjin sorriu quando o mais novo colocou a mão no coração — hyung, não chegue assim! Perdi o sono e resolvi fazer um chá de camomila, te acordei?
Seokjin aproximou-se do rapaz e fez ele sair de frente do fogão. Pegou um sachê do chá, colocou em uma caneca e colocou mais água para esquentar.
— Não se preocupe! Eu já estava acordado. Hobi teve um pesadelo, mas adormeceu novamente. Algo te preocupa? – Namjoon suspirou e negou com a cabeça. Seokjin sabia que era mentira e resolveu insistir na conversa. — Sabe que pode me falar, não precisa ter vergonha.
— Não é nada importante. Só os meus pensamentos que não silenciam.
Seokjin concordou com a cabeça, colocou o chá em uma caneca e saboreou o sabor levemente adocicado, apreciou aqueles segundos de silêncio e falou novamente.
— Sabe, Nam, tem algo que ronda minha mente até hoje e por mais que eu pense em evitá-la, isso continua vindo à tona. Quero que me responda com sinceridade.
Namjoon arqueou uma sobrancelha, tomou um pouco do chá e respondeu.
— Fique à vontade, respondo sim.
Seokjin virou para o mais novo, olhou nos seus olhos e disse.
— Você ainda gosta do Hoseok?
Ao escutar isso, o corvino engasgou por tamanha surpresa. Seokjin deu leves batidas nas costas do mais novo que quase vomitou, mas no segundo que conseguiu controlar as rédeas da situação falou com um fio de voz.
— Como é que é? – limpou as lágrimas que escorriam em seu rosto e viu que a expressão no rosto do Kim estava séria e ele realmente não estava para brincadeira. — N-não sei de onde tirou isso hyung. Ma-mais não gosto dele assim…
Um riso baixo carregado de ironia saiu dos lábios do lufano. Namjoon tem muito o que aprender mesmo. Seokjin apenas negou com a cabeça e deixou a caneca na pia.
— Não é porque nunca conversamos sobre isso que eu não sei das coisas! Kim Namjoon, você pode tentar, mas é impossível mentir para mim. Lembre-se disso.
E se afastou, deixando o mais novo a ver navios e com os pensamentos mais conturbados ainda. Seokjin chegou no quarto e viu Hoseok mexendo no celular. Deitou ao lado do namorado, falou com ele baixinho e prometeram resolver aquilo na manhã seguinte. Não demoraram a dormir. Namjoon permaneceu na cozinha por um longo tempo, como ele iria conversar sobre aquilo? Não iria aguentar uma possível discussão com Seokjin, muito menos com Hoseok. Não era fura-olho, jamais poderia afirmar que tem sentimentos pelo Jung, mesmo que sejam poucos.
Kim Namjoon está muito fodido!
A manhã foi estranha e seus pais perceberam. Alguns questionaram se eles brigaram, mas Seokjin negou prontamente, dizendo que logo conversariam a respeito e que tudo se resolveria. Namjoon estava pálido, Hoseok parecia confuso, mesmo que soubesse do que se tratava, e Seokjin se esforçava para resolver aquilo o mais rápido possível.
Naquela noite, Hoseok conversou com Seokjin e chegaram à conclusão que ambos queriam mesmo. No fundo, eles ansiavam por aquilo. Dessa forma, o Jung fez a oferta ao corvino. Uma noite de prazer com ambos. Namjoon estava tão perdido no assunto que, dessa vez, nem sabia para onde estava indo, o que pensar. A proposta pareceu absurda.
O cara do qual era apaixonado estava o convidando para um sexo a três com o próprio namorado e o pior, Seokjin concordou. O mais louco nisso tudo é que Seokjin deixou bem óbvio que queria e o Jung principalmente. Kim Namjoon nunca poderia ter sonhado que transaria com Jung Hoseok e Kim Seokjin, mesmo que fosse um sonho bem elaborado. Embora tenha hesitado no início, não conseguiu ignorar os seus desejos mais íntimos e aproveitou os corpos dos lufanos a noite toda. Puta merda! Foi espetacular, totalmente irreal e deslumbrante. Não há adjetivos que cheguem para expressar o quão extraordinário foi.
Essa foi apenas a ponta do iceberg. Depois daquela noite, Namjoon se viu bastante confuso. Apesar de ter conversado com o casal e terem insistido que nada havia alterado na amizade deles, algo dentro dele mudou. Sim, algo mudou e não foi só para o corvino. O casal experimentou aquilo, experimentou até a exaustão, algo neles mudou também. Eles queriam mais do imaginavam. Seokjin e Hoseok sempre conversaram sobre tudo e dessa vez não diferiu. Consideraram os prós e contras da situação, concordaram em fazer uma segunda oferta a Namjoon, embora soubessem que o rapaz não daria uma resposta imediata.
Apesar de não ter dado uma resposta, Namjoon pensou muito e continuou pensando todos os dias. Não ficou mais com o casal e tentou agir normalmente quando estavam no mesmo ambiente. Namjoon tinha medo de estragar o relacionamento dos amigos, esse era seu maior medo.
As aulas retornaram, tiveram a notícia que Hogwarts iria sediar o Torneio Tribruxo. Tiveram outra surpresa que foi Min Yoongi sendo escolhido para representar a escola. Foram muitos acontecimentos e nisso Namjoon acabou deixando de lado um pouco seus medos e dúvidas.
Apesar do casal continuar navegando naquele mar com cautela, eles tinham receio de tudo virar uma tempestade e desencadear em algo pior. Que no caso, seria perder a amizade do Kim. Felizmente, Namjoon tem os melhores amigos e eles fizeram o rapaz encontrar uma solução que seria perfeita para os três.
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Atualmente.
Faltavam poucos dias para as aulas acabarem. Os alunos da Durmstrang e de Beauxbatons já tinham ido embora. Foi um ano e tanto, com certeza ficará na memória de todos. Hogwarts é uma caixinha de surpresas.
Passava das 15h, era uma tarde ventilada e Namjoon aproveitou para observar o lago negro, um de seus passatempos favoritos. O rapaz caminhava lentamente entre as árvores aproveitando a brisa que passava nelas e batia em si. Fazendo seus fios arroxeados bagunçarem pouca coisa, mas isso não era um problema.
O corvino sentou em uma grande pedra e permaneceu observando a água enquanto seus pensamentos rodopiavam em sua mente, junto com o vento na água. Namjoon perdeu um pouco da noção de quanto tempo ficou ali até ser tirado de seus devaneios quando o mais novo casal de sonserinos aproximou-se de si.
— Nam, tudo bem? – Jimin perguntou, fazendo Namjoon se assustar e olhar rapidamente para os dois.
— Que susto! – Respondeu o Kim colocando a mão no coração, nenhum dos amigos achou graça ou seguraram riso, estavam preocupados. — Estão aí faz muito tempo? – Perguntou levantando rapidamente e passando a mão pelo cabelo.
— Não, fazem alguns segundos. – Yoongi respondeu analisando o outro.
Namjoon balançou a cabeça em confirmação e sentou novamente, olhando para a água. Antes que o questionassem resolveu colocar para fora o que tanto o afligia.
— Não tomei minha decisão de ficar com eles ou não. Estou com medo!
Seria um tolo se não estivesse.
Viu que Yoongi arregalou os olhos, não era tão comum escutar que Kim Namjoon estava com medo, mas também não era uma coisa de outro mundo. Jimin aproximou-se de si, pegou sua mão e sentou ao seu lado, então falou docemente.
— Olha, não é fácil decidir quando já tem outra pessoa envolvida na história, mas a sua é um tanto diferente. Os dois gostam de você e você sente o mesmo por eles. Não deixe isso passar, é maravilhoso a sensação de saber que somos amados pelas pessoas que amamos. – Park olhou para Yoongi e sorriu docemente, voltou sua atenção para o corvino — demorei a me entender com o Yoon pelo simples fato de que eu era muito orgulhoso para assumir o que sentia, fora que, eu dificultava algumas situações. Você sabe muito bem de toda a história. Já sabe o que fazer.
Namjoon sorriu para os amigos e concordou com a cabeça. Um sentimento único adentrou seu coração e sabia que iria fazer a coisa certa.
— Tem razão, não irei demorar mais. Resolverei isso agora mesmo, já cheguei a conclusão há um tempo, me faltava apenas coragem. Obrigado!
Abraçou os dois e saiu correndo em busca de seus amados. Chegando na escola, não fazia ideia de onde ambos estavam, tentou a sorte nos lugares que sabe que eles gostam de ficar e não estavam, ponderou ficar na entrada da Hufflepuff, mas poderia ser perca de tempo caso algum aluno não quisesse ajudá-lo e entrar na casa é óbvio que ele não iria. Parou em um corredor vazio e sentou em um banco. Colocaria os pensamentos no lugar e encontraria a melhor solução. Se não falasse com eles naquele momento, conversaria na hora da janta.
Enquanto seguia para a Corvinal uma ideia surgiu em sua mente. Mudou a rota seguindo para a biblioteca. Seguiu para a última prateleira e no momento que adentrou viu Seokjin e Jungkook conversando sobre algo enquanto tentavam não rir, o que era bem estranho. Afinal, a risada do Kim é hilária e ele não consegue controlá-la. Namjoon se aproximou devagar, chamando atenção deles. Sorriu e sentou na cadeira vazia ao lado do grifinório.
— Olá amigos!
— Oi hyung – Jungkook falou e fechou o livro. Seokjin apenas sorriu e acenou para o corvino — tudo bem? Parece nervoso.
Jeon falou analisando o rapaz e Namjoon deu um leve sorriso tranquilizador e passou uma mão na outra.
— Está tudo bem… Jungkookie, preciso conversar com o hyung a sós.
Jungkook arqueou uma sobrancelha sabendo para onde aquilo iria. Pegou suas coisas, se despediu dos amigos e saiu daquela seção. Namjoon mordeu o lábio, respirou fundo e comentou.
— C-cadê o Hobi? Preciso falar algo para vocês dois, é importante!
Seokjin deu um leve sorriso, apesar de estar apreensivo. Fechou o livro e respondeu.
— Última vez que o vi ele estava no pátio leste jogando xadrez bruxo com uma galera da Grifinória. Se tentar a sorte ele ainda está lá.
— Tudo bem, vamos!
Seokjin conformou e apenas pegou suas coisas acompanhando o Kim. O caminho foi tranquilo e apesar do lufano está super ansioso para saber o veredito, não mencionou o assunto, deixou Namjoon falar sobre o que bem queria. Chegando no pátio avistaram um amontoado de pessoas em uma mesa e quando se aproximaram deles viram o Jung super concentrado enquanto jogava com uma aluna do quarto ano. O jogo logo acabaria então permaneceram ali esperando.
Quando os gritos de vitória do Jung fizeram os amigos sorrirem, quando ele notou o namorado e o corvino ali correu na direção deles.
— Ganhei três partidas! – Falou se jogando nos braços do namorado — sou o melhor daqui.
Seokjin beijou a bochecha dele e sussurrou rente ao seu ouvido, enquanto apertava sua cintura involuntariamente.
— Com certeza meu garoto é o melhor! – Hoseok mordeu o lábio e sentiu as bochechas corarem, mas o sorriso não saiu de seus lábios. Seokjin limpou a garganta e olhou para Namjoon, que observava ambos com um olhar diferente — meu bem, viemos te procurar porque o Nam quer nos falar algo.
Se entreolharam com tantas expectativas que não passou despercebido por Namjoon, que ao observar o casal sentiu um peso ser retirado de suas costas e teve mais certeza ainda que sua decisão era a certa.
— Vamos sentar ali.
Hoseok saiu puxando ambos para um banco afastado. Fez o corvino sentar no meio de ambos e esperou ele falar. Namjoon passou as mãos pelos fios roxos os jogando para trás, respirou fundo, falando em sequência.
— Sei o quanto estão ansiosos para saber minha decisão. Não mentirei falando ser fácil, nunca foi, eu não fazia ideia que poderia ter o mesmo sentimento por duas pessoas. O amor é um sentimento bonito, delicado e muitas vezes perigoso, entretanto, não consigo mais evitar isso, esse sentimento e lembranças que me consome a cada dia, horas, minutos e segundos. – Hoseok sorriu docemente, já Seokjin colocou a mão na boca surpreso. O Kim mais novo sorriu e segurou a mão de seus amados, falando novamente: — Sou completamente apaixonado pelos dois, quero ficar com vocês e fazer esse namoro dar certo!
Jin sentiu lágrimas se formarem nos cantos de seus olhos, ele estava muito surpreso. Era o que mais sofria com aquela situação, quando descobriu estar apaixonado por Namjoon sentiu-se a pior pessoa do mundo pensando que magoaria Hoseok até que certo dia encontrou o Jung chorando no quarto e ambos conversaram sobre tudo. Hoseok se jogou nos braços de Namjoon e Seokjin os abraçou também. Lágrimas se formaram nos olhos do Jung e começaram a sujar o pescoço de Namjoon, no entanto, isso não era um problema de fato.
— Hoje é o melhor dia da minha vida! – Jung comentou no momento que se afastou — podemos ir devagar Namjoonie. Vamos no seu tempo, até se acostumar com tudo isso.
Seokjin apenas sorria, chorava e balançava a cabeça. Namjoon beijou as testas de ambos e permaneceu naquele abraço por um tempo. Ele realmente iria precisar se acostumar com tudo, mas tinha a certeza de que não atrapalhava em nada e contribui muito no relacionamento, agora a três. Ele sabe que tem Seokjin e Hoseok para prová-lo diariamente que tudo dará certo e caso surja alguma dificuldade durante o caminho, eles vão sentar e conversar.
Nessa mesma noite anunciaram aos amigos a novidade, todos ficaram extremamente felizes, já não era sem tempo.
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