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História Obsession - Proposta - História escrita por LaraBarbosa - Spirit Fanfics e Histórias
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História Obsession - Proposta


Escrita por: LaraBarbosa

Notas do Autor


Oii Cupcakes ♥! E vamos iniciar mais uma semana com um capítulo para vocês. Espero que estejam gostando da história. Quero agradecer demais a Jojo_raura e dudamsilvaa pelos comentários adoráveis no capítulo passado. Espero que se divirtam com esse. Boa leitura...

Capítulo 4 - Proposta


PROPOSTA

 

18 de abril de 2013 – Nova York

Minhas mãos estavam frias e suarentas, como as daquelas pessoas que sofrem de hiperidrose. Mas no meu caso era nervoso puro. Fazia mais de uma hora que eu estava sentada em um banco do aeroporto, aguardando a chamada para o embarque do meu voo.

Passaram-se dez dias desde a primeira conversa que tive com Austin Moon. O loiro me alertou, sem muitos detalhes, que precisaria de minha ajuda em um restaurante por um pequeno prazo. Conversaríamos melhor assim que eu chegasse em Miami e era essa falta de informações que despertava tanta ansiedade e incertezas em mim.

Enquanto eu encarava o anel de noivado que havia ganhado de Gavin, inúmeras lembranças daquele dia voltam a rondar minha mente. Por mais que eu tentasse esquecer o homem que mentiu para mim por tanto tempo, meu coração ainda insistia em bater mais forte por ele.

- Atenção senhores passageiros com o destino ao Aeroporto Internacional de Miami. Última chamada para o voo 14527. Dirijam-se ao portão 14 e tenham uma boa viagem.

Desperto de meus devaneios com a voz da aeromoça. Suspiro nervosa e começo a andar em direção ao local mencionado. Aperto a aliança que se encontrava em minha mão e não demoro muito para chegar ao meu lugar dentro do avião.

O avião demorou mais ou menos três horas e meia para chegar ao seu destino. Inexplicavelmente, durante o voo, eu não conseguia evitar lembrar da última vez que Gavin e eu viajamos para Miami. A cidade ainda guardava muitos momentos em que vivemos nossa adolescência e os primeiros anos de namoro. E tudo se passava como um filme em minha mente. Fosse as lembranças boas ou ruins, vivemos uma vida em na cidade litorânea.

Quando somos liberados para desembarcar do avião, respiro fundo e ergo a cabeça, tentando não transparecer todos aqueles sentimentos complexos que tomavam conta de mim. Eu não podia demonstrar quão perdida eu me sentia. Não quando eu estava diante da oportunidade de seguir em frente e recomeçar a minha vida.

Andando por alguns minutos, consigo avistar os cabelos platinados de Austin. O homem falava no celular e parecia não estar prestando atenção ao que acontecia ao seu redor. Observo-o por alguns instantes. Ele usava uma bermuda clara, blusa xadrez aberta com uma blusa branca por dentro e uma sapatênis preto.

Aproximo-me devagar, tomando cuidado para não o assustar ou coisa parecida. Assim que ele percebe a minha presença, o rapaz sorri de forma amigável e faz sinal para que eu esperasse por alguns instantes.

- Não, Dez. Você não vai passar a noite na minha casa. – Ele para por uns segundos e volta a falar: - Não quero saber. Agora eu preciso desligar. Falo com você depois.

- Oi. – Cumprimento, assim que ele finaliza a ligação.

- Oi, Allycia. – Responde de volta, sorrindo simpático. – Estou muito feliz por ver que aceitou a minha proposta, mesmo depois de tudo que aconteceu em Miami. Obrigado por ter vindo.

- Ally. – Digo. O garoto me olha confuso, como se não tivesse me entendido. – Pode me chamar de Ally. – Ele sussurra um “entendi”. – E sobre a sua proposta. Eu confesso que não estou tão certa sobre essa ser a melhor escolha, mas minha mãe insistiu que eu viesse.

Ele concorda com um lento balançar de cabeça e suspira baixo. Austin me olha por um tempo e pega a minha pequena mala de roupas e coisas necessárias. Eu não havia trago muita coisa, afinal, não pretendia ficar muito tempo.

- Você trouxe menos coisas do que eu imaginava. – Fala, enquanto caminhávamos para o estacionamento do aeroporto.

- Sim. – Afirmo, observando o grande movimento no lugar. – Como não irei ficar aqui por muito tempo, resolvi trazer apenas o necessário para alguns dias.

O loiro para de andar por um tempo e me olha sem graça, como se tivesse esquecido de me avisar sobre algo. O encaro confusa e ele apenas volta a andar, dando o assunto por encerrado. Sua reação me deixa um pouco desconfiada, mas decido não questionar. Estava cansada por não ter dormindo nada na noite anterior e pela longa viagem de Nova York até Miami.

Entramos em um carro vermelho, que eu não soube identificar o modelo, e seguimos em direção a Miami Beach. Durante o percurso não conversamos muito. O silêncio pairava e eu me incomodava mais a cada instante.

- Hãn... E então... – Austin quebra o silêncio, tentando iniciar uma conversa, mas parecia incerto sobre o que perguntar. – Você me disse que trabalhou em um restaurante italiano, não é mesmo?

- Sim. – Digo, sorrindo ao me lembrar do meu antigo emprego. – Trabalhei durante um ano como auxiliar, depois passei para umas das cozinheiras principais e, por fim, quando completei três anos de trabalho no La Felicitá, consegui a promoção de gerente.

- Impressionante. – Comenta o loiro, encarando-me com um sorriso gentil. – Você se formou cedo, não é mesmo?

- Como você sabe? – Pergunto surpresa por seu palpite.

- Você é bem jovem e já tem experiência em um grande restaurante. Não foi difícil adivinhar. – Responde, rindo da minha cara de boba. Sabe quando você sente que fez a pergunta mais estúpida do mundo? Pois é, eu me senti assim.

- Eu terminei o colegial com dezesseis anos, fiz a faculdade por três anos e a minha especialização teve fim um pouco antes do casamento. – Suspiro tristemente ao lembrar das coisas que perdi por agir impulsivamente. E o pior de tudo era saber que a culpa era minha. Mesmo que Gavin tivesse me deixado, ele ainda havia me alertado durante o nosso noivado que eu não precisava deixar meu emprego e que eu deveria fazer o que me fizesse feliz. Infelizmente, eu acreditei que me dedicar a família fosse o caminho para a minha felicidade.

- Sinto muito. Acho que fiz você lembrar de algo ruim. Não foi a minha intenção. – Lamenta Austin, demonstrando arrependimento.

- Não, por favor. Não foi sua culpa. É só que... Ainda é difícil esquecer tudo o que aconteceu. – Confesso, olhando para o lado de fora do carro. A noite já se aproximava em Miami. – Mas, eu não vou ficar trancada no meu quarto o dia todo como uma adolescente. Já me permiti fazer isso por uma semana. Agora, eu preciso levantar a cabeça e seguir em frente.

- Admiro a sua determinação. – Fala Austin, dando um sorriso de lado.

Não conversamos mais nada. Infelizmente, aquela conversa abalou o meu emocional. Mesmo tentando evitar pensar no assunto, ainda era difícil ignorar a dor e a raiva que eu sentia por Gavin ter levado nosso relacionamento tão longe quando ele nunca me amou de verdade.

Eu não fazia ideia para onde Austin estava me levando e sendo sincera, eu não me importava. Observando a orla da praia conforme seguíamos para o nosso destino, eu me sentia um pouco mais calma. O mar sempre teve esse efeito sobre mim. E é por estar tão concentrada na paisagem que demoro alguns instantes para perceber que paramos em frente a um bar. Olho confusa para o loiro, buscando alguma explicação, e ele apenas sorri minimamente antes de descer do carro. Suspiro e o sigo, esperando encontrar respostas para as inúmeras perguntas que eu tinha a fazer.

- Que lugar é esse? – Pergunto, confusa. – Eu pensei que iriamos para um restaurante.

- E nós vamos. Mas não será hoje. – Fala Austin de maneira enigmática.

- O que quer dizer com isso? – Pergunto, mas o garoto começa a andar, sem me dar nenhuma explicação. – Austin?! – Grito de volta e tudo que recebo é o silêncio em resposta. – Maldito loiro oxigenado.

- Eu ouvi isso! – Grita o garoto, abrindo a porta do estabelecimento.

- Que bom! Era exatamente isso que eu queria. – Vocifero em resposta. - Idiota.

Caminho até a entrada do lugar com uma placa de madeira com o nome Sea’s Bar. Respiro fundo e abro a porta do estabelecimento, revelando um lugar muito bonito. Procuro por Austin e o vejo sentado em um banco de frente para o balcão, onde havia um homem que ria junto com mais quatro pessoas – incluindo o loiro.

- Ora, você deve ser a nossa salvadora. – Fala o homem que estava no outro lado do balcão. Ele era muito bonito e tinha um sorriso simpático. Os cabelos castanhos contrastavam bem com os olhos azuis. – Seja muito bem-vinda, Allycia. Meu nome é Prince Dornan.

Aproximo-me do balcão, sendo encarada pelos cinco. Sorrio envergonhada com atenção que recebia e sem entender o que o homem quis dizer com salvadora. Austin levanta seu copo de cerveja e toma um gole da bebida.

- Prazer em conhecê-lo, Prince. Pode me chamar de Ally, sim? – Digo, tentando transmitia o máximo de simpatia e calma que eu conseguia naquele momento.

- Espere um momento. Você é a noiva demoníaca na qual o Austin falou? – Pergunta um ruivo, gritando. Austin que estava ao meu lado, engasga com a bebida e começa a tossir com intensidade. O ruivo dá um forte tapa nas costas do loiro e caminha até mim. – Garota, se você é o demônio, eu estou louco para ir para o inferno.

 - Cala a boca, ruivo idiota. – Grita uma garota loira, rindo da cantada idiota do amigo. – Não liga para ele. Dez é o ser mais burro e idiota que pode existir.

- Ei... – O ruivo é interrompido por um tapa na cabeça, dado por garoto de cabelos ondulados e olhos castanhos que estava sentado ao lado do rapaz.

- Será que você só sabe abrir a boca para dizer asneiras? – Pergunta o moreno, mal-humorado. – Quando vai parar de dar em cima de todas as garotas que aparecem na sua frente?

- Quando você vai deixar de ser tão chato, Dallas? Sabia que ninguém gosta de pessoas rabugentas? – Resmunga Dez, fazendo o moreno revirar os olhos.

- Vocês querem parar? Estão assustando a garota! – Grita a loira, fazendo os rapazes pararem de brigar e a encarar de maneira tediosa. – Eu sinto muito por isso. – Lamenta a garota, olhando para mim com um sorriso envergonhado. – Sou Cassidy Turner. Pode me chamar de Cassy.

- Oi Cassy. – Cumprimento, sorrindo divertida. A garota tinha um belo sorriso simpático no rosto, tornando-a mais bonita ainda.

- Esses são Dez Wade e Dallas Miller. – Continua as apresentações, apontando, respectivamente para o ruivo e o moreno. – Eles são idiotas, mas são boas pessoas. – Complementa, rindo, fazendo os rapazes resmungarem contrariados.

- Bem, você acabou de conhecer os meus melhores amigos. – Explica Austin, sorrindo sem graça.

- É um prazer conhecê-los. – Digo, com sinceridade. Viro-me para o loiro ao meu lado e não consigo evitar um sorriso divertido. – Noiva demoníaca, Austin? Jura?

- É que... Bem... Não era bem isso que eu quis dizer. – O garoto tenta se explicar, mas nada de concreto saia de sua boca.

- Acho que mais um chute pode comprovar a sua teoria de que sou uma noiva demoníaca. – Falo, sorrindo com provocação. Austin coloca a mão em cima de seu ponto fraco, fazendo uma careta de dor. – Calma, eu só estou brincando. Não precisa chorar. Eu não vou te machucar. – Complemento, fazendo sinal de rendição.

 O loiro começa a ficar vermelho, como um tomate. Seus amigos começam a ri, o que deixa Austin furioso. Cassidy se levanta e vai para o meu lado, abraçando-me, em seguida.

- Eu amei você, Ally. – Diz a loira, rindo com intensidade. – Mais uma garota no grupo, baby! Eu não estou mais sozinha! – Grita, atraindo a atenção de todos do bar, que, por mais que nos encarassem, não pareciam surpresos pelas atitudes do grupo. Sorrio, envergonhada e um pouco perdida na agitação.

- Bonita e gosta de deixar o Austin sem graça? – Pergunta Dez, pegando em minhas mãos e se ajoelhando na minha frente. – Quer casar comigo?

- Não. – Digo sorrindo, arrancado mais gargalhadas do grupo. Até mesmo Austin já havia voltado a sua cor normal e sorria do amigo ruivo.

- Uau, Dez. Você conseguiu bater o recorde, esse ano. – Fala Dallas, batendo palmas. – Seis foras em um só dia? Inacreditável! Até mesmo a novata na cidade não te quer.

- Que tal você ficar na sua, Dallas? Ninguém te chamou na conversa. Além disso, não foram seis, foram cinco. – Responde o ruivo, mal-humorado, mas ainda com um brilho divertido em seus olhos.

Enquanto os dois amigos começavam uma discussão, olho para Austin e o mesmo dá um rápido sorriso e volta a beber o líquido amarelo em seu copo. Encaro o relógio em meu pulso e vejo que já são mais de sete horas da noite.

Sento-me ao lado do loiro e vejo Prince se aproximar de mim com uma taça de vinho. Ele a coloca na minha frente e sorri de maneira simpática. Olho para ele confusa e o mesmo trata de explicar:

- É por conta da casa. – Diz, secando as mãos. – Isso é o mínimo que posso fazer pelo que você está fazendo por mim.

- Não sei o que estou fazendo por você, mas obrigada. – Digo, enquanto tomo um gole da escura bebida.

Prince ri, divertindo-se com a minha confusão. Ele olha para o loiro e o mesmo dá de ombros, tomando o resto de sua bebida. O moreno pega o copo e o enche de novo, entregando o mesmo para Austin.

- Acredito que Austin não te explicou nada, não é mesmo? – Supõe Prince, balançando a cabeça negativamente.

- Ele não me disse muitas coisas. – Concordo, enquanto contorno a boca da taça com o dedo. – Aliás, ele não me disse nada.

- Muito bem. – Fala Prince, sorrindo. – Eu sou o proprietário do Sea’s Bar e do Evan’s, local onde você irá trabalhar. Minha esposa acabou de dar à luz a nossa primeira filha e, por ainda estar se recuperando, não poderá abrir o Evan’s como a tradição da minha família que mantemos há mais de cinquenta anos.

- Tradição? – Questiono, bebendo mais um pouco de vinho em seguida.

- Sim. – Responde, sorrindo de maneira nostálgica. – Todos os anos, durante o verão, minha esposa se encarrega de abrir um dos estabelecimentos que só são visitados nessa temporada. O restaurante fica de frente para o mar e é linda a vista que temos do lugar. Muitas pessoas viajam de longe apenas para conhecer a parte da praia onde fica o Evan’s. A minha avó iniciou essa tradição com algumas pessoas da cidade e esse costume foi passado para minha mãe, que permaneceu comandando o restaurante até a morte. Depois disso, Manu assumiu o papel de gerenciar o restaurante. O mais divertido disso tudo, é que a tradição do reencontro no Evan’s durante o verão é passada de geração a geração.

- Interessante. – Comento, ouvindo atentamente a história. – Mas, por quanto tempo sua esposa vai ficar fora? Uma semana?

Prince me olha confuso e começa a ri, assim como Dez e Cassidy, que pareciam achar que eu estava brincando. Olho para o loiro ao meu lado e ele evita me encarar, provavelmente se sentindo culpado por ter escondido esse detalhe de mim. Respiro fundo e tento me acalmar. Algo me dizia que eu não gostaria da resposta do proprietário.

- Ally, o Evan’s fica aberto durante três meses. Minha filha nasceu dez dias atrás. Precisaremos de você durante esse tempo em que Manu se recupera e cuida de Diana. – Explica Prince.

Viro-me para Austin, lançando o meu pior olhar para o loiro. Ele toma um grande gole de cerveja e me encara, sorrindo sem graça. Suspiro frustrada, sem acreditar no que estava acontecendo.

- Você não me disse que era por tanto tempo. – Falo, encarando o garoto com seriedade. – Não acredito que mentiu para mim.

 - Eu não menti. – Retruca o garoto, apressadamente. Olho para ele, tentando demonstrar o quanto eu acreditava no que havia ouvido. - Eu apenas omitir algumas partes.

- Sério? – Digo, irônica. – Eu nem percebi.

- Eu sinto muito, Ally, mas nós precisamos de alguém para substituir Manu esse ano. Você é a única pessoa que pode nos ajudar. – Explica Austin, demonstrando arrependimento em seu olhar.

- Austin tem razão, Ally. – Concorda Cassidy, sorrindo tristemente. – Você precisa nos ajudar. Todos os anos temos a tradição de reunir nossos amigos no Evan’s. Muitos estão vindo de outras cidades apenas para passar essa temporada aqui. Eu não imagino meu verão sem o Evan’s.

- Eu sinto muito, pessoal, mas não posso ficar aqui por três meses. – Respondo, sentindo-me mal por desapontá-los.

- Por favor, Ally. – Pede Dez, seriamente. – Não podemos quebrar nossa tradição. Sei que pode parecer bobagem para você, mas o verão é algo muito precioso e importante para nós.

- Ally, por favor. – Fala Dallas, surpreendendo-me com o olhar que era direcionado para mim. – Substitua Manu esse ano. Eu suporto esses idiotas todos os anos durante essa época e confesso que, às vezes, é quase impossível de aguentar, mas é isso que torna nosso verão tão incrível.

Analiso os rostos de cada um dos cinco, tentando entender como foi que eu vim parar em uma situação como essa. Olho para a aliança que ainda estava em meu dedo e suspiro, frustrada. De certa forma, algo me dizia que eu deveria aceitar a proposta. Não era como se eu tivesse algo a perder e trabalhar durante esse tempo poderia me ajudar a esquecer tudo o que aconteceu comigo.

- Tudo bem. – Concordo, por fim. Eles começam a comemorar, animados por minha resposta. – Mas... eu não ficarei os três meses.

- Por quê? – Questiona Austin, um pouco desesperado com a minha resposta.

- Eu preciso seguir minha vida, Austin, e ela está em Nova York. Posso ajudá-los no restaurante até que encontrem alguém que possa substituir Manu ou que ela volte. Além disso, onde eu ficarei por tanto tempo? Existem muitos fatores que me impedem de permanecer aqui durante três meses. – Argumento, vendo o olhar decepcionado do grupo.

 - Você pode ficar na minha casa. – Sugere Cassidy, sorrindo simpática. – Eu moro sozinha em uma casa enorme. Seria incrível ter uma companhia.

- Obrigada, Cassy. – Agradeço, fazendo a garota sorri animada. – Mas não posso atrapalhar você e...

- Não vai atrapalhar em nada. Eu realmente queria uma companhia. E eu gostei de você. Sinto que seremos grandes amigas. Então aceite o meu convite, por favor. – Insiste a loira, pegando em minhas mãos. Ela sorri docemente e eu acabo dando-me por vencida.

- Está bem. Muito obrigada. – Respondo, envergonhada. Encaro Prince e ele me observa por alguns instantes, antes de observar os jovens a sua frente. Por fim, o proprietário do bar suspira e sorri com gentileza.

- Se é o que você quer, Ally, eu não vou forçá-la a nada. – Afirma Prince, apoiando-se no balcão do bar. - Mas, agradeço por estar disposta a nos ajudar. Só de saber que não irei acabar com o verão desses jovens já me deixa muito feliz. Ah, e só para avisar, o Evan’s abre depois de amanhã.

- O quê? – Pergunto surpresa.

- Seja bem vinda, Ally! – Grita Dez, levantando o copo, incentivando a todos a fazerem o mesmo. Uma espécie de festa entre os cinco se iniciou, ou quase isso.

Sorrio minimamente para Prince, que fez um sinal positivo com o polegar, e tomo o resto da minha bebida, enquanto Dez, Dallas e Cassidy conversavam animadamente com o dono do bar, fazendo planos para a abertura do Evan’s.

Vendo que não seria notada por eles, saio do bar e sento do lado de fora do lugar, olhando para o belo céu estrelado de Miami, respirando fundo e com mil pensamentos em minha mente.

- Você está bem? – Pergunta Austin, sentando-se ao meu lado.

- Talvez. – Respondo com sinceridade. Não olho para o garoto, mas percebo que ele olhava para a aliança que estava em meu dedo. Eu não conseguia parar de mexer naquele objeto - mania que adquirir quando ganhei de Gavin.

- Não é fácil esquecer, não é? – Comenta Austin, olhando para as estrelas, nostalgicamente.

- Não. Não é fácil. – Concordo, abaixando meu olhar para o anel. – Mas, duvido que já tenha passado por algo parecido. Olha só para você! Tem amigos incríveis e uma profissão maravilhosa. Com tantas pessoas fantásticas a sua volta, é pouco provável que saiba o que estou passando.

 Austin solta uma risada rancorosa, como se fosse difícil lembrar de algo. Encaro o loiro, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele permanece em silêncio.

- Por que não conta para ela sobre Piper, Austin? – A voz de Cassidy se manifesta no lugar.

- Ela não precisa saber. – Responde Austin, friamente. – Não preciso de mais uma pessoa me dizendo que é impossível.

Após dizer isso, Austin se levanta, sem olhar para nenhuma de nós duas e volta para o Sea’s, deixando Cassidy e eu sozinhas. A loira se senta no lugar onde o rapaz estava e suspira frustrada.

- Sinto muito por isso. – Cassidy se desculpa, com o tom de voz baixo. - Ele não aceita muito bem o assunto.

- Quem era Piper? – Pergunto curiosa para a loira.

- A vilã dos contos de fadas. – Diz Cassidy, rindo sem humor.

- O que quer dizer com isso? – Pergunto, confusa.

- Piper foi e ainda é o grande amor da vida de Austin. Eles viveram um relacionamento intenso durante dois anos, mas de um dia para outro, sem dar quaisquer explicações, ela foi embora. Desde então, Austin tem esperado pelo dia em que ela voltará e cumprirá com todas as promessas que ela havia feito antes de partir. – Responde Cassidy, abraçando as pernas com força. Ela solta um suspiro alto e complementa: – Mesmo depois de ter ido embora, Piper continua a assombrar nossas vidas.

- Há quanto tempo ele espera por ela? – Pergunto, sentindo a tristeza que Cassidy emanava.

- Há quase cinco anos. – Responde a loira, abaixando a cabeça. – Por quase cinco anos temos acompanhado Austin se destruir por não a ter por perto. Ele nem parece o mesmo cara que eu conheci no colegial.

- Caramba! Cinco anos? Isso é loucura! – Exclamo, surpresa com o tempo em que Austin esperava o retorno de Piper. – Como uma pessoa pode viver presa no passado por tanto tempo?

- O amor é algo perigoso, Ally. – Afirma Cassidy, levantando e encarando as estrelas por um momento. – Ao mesmo tempo em que pode ser o nosso pilar principal, ele pode ser o nosso ponto fraco.

- Diz isso por que você o ama? – Pergunto, encarando a garota. Cassidy me olha assustada. Por fim, ela sorri tristemente.

- Está tão na cara assim? – Pergunta, abaixando a cabeça.

- Um pouco. – Digo com sinceridade. – Por que não diz a Austin que você gosta dele? Talvez isso ajude a superar esse sentimento. Ou talvez possa fazer com que ele esqueça a tal Piper.

- Eu já disse. – Responde, sentando ao meu lado novamente. Ela sorri sem humor. - Duas vezes.

- E o que ele disse? – Questiono, curiosa por sua resposta.

- Ele não me ama. – Fala, encarando o céu estrelado. – Nunca vai amar. Mas, sabe, eu não consigo desistir dele. Durante dez anos, eu tenho lutado para que um dia ele consiga olhar para mim como algo além de irmã.

- Dez anos? – A surpresa é inevitável.

- Eu me sinto como Ross e Rachel. – Cassidy fala rindo.

- Ross e Rachel? – Pergunto, confusa. – Do que está falando?

- Ah, você sabe. Friends. Ross. Rachel. – Cassidy joga as palavras, fazendo gestos estranho. Começo a ri de suas caras e boca. – Qual é, Ally? Você nunca assistiu Friends?

- Sim, Cassy, eu já assistir. Só estou tentando entender a sua analogia. - Respondo, vendo a garota soltar uma risadinha.

- Eu sou o Ross e ele é a Rachel. Provavelmente, eu sou a única garota que consegue ficar na friendzone por dez anos. Uau, eu deveria entrar para o livro dos recordes.

- Pelo menos Ross e Rachel terminam a série juntos. Não foi um relacionamento muito estável, mas tivemos nosso objetivo final. No fim, a persistência deles deu certo. – Comento, observando-a ri e suspirar.

- Talvez seja por isso que eu continue a insistir nesse sentimento. Talvez eu seja tão chata quanto Ross e não consiga desistir. – E após dizer isso, nós nos encaramos. Sem uma explicação plausível, Cassidy e eu começamos a ri. Por mais trágico que a situação fosse, continuava a ser cômica.

Algum tempo depois, Cassidy resolve voltar para o bar. Continuo sentada próxima ao Sea’s, imaginando o que o futuro me reserva. Era estranho pensar na velocidade em que minha vida está mudando. Eu não sei bem o que esperar desse novo emprego ou dessas pessoas tão divertidas que parecem que vão se tornar parte de minha nova vida. Ainda assim, eu tenho a impressão que os meus verões nunca mais serão os mesmos.


Notas Finais




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