MOTIVOS
25 de maio de 2013 – Miami
- Eu te odeio, Lester! – Grita minha mãe, aos prantos, enquanto batia no peito de meu pai, que tentava pará-la.
- Você só pode ter enlouquecido. – Grita o homem, empurrando os braços de Penny, enquanto se afastava. – Me odeia por que não aguenta ouvir a verdade? – Lester ri com escárnio.
- A verdade? – Repete Penny, em descrença. – Eu aguentei você, suas bebidas, seus jogos, suas mentiras e seus escândalos por tempo demais. Se você prefere agir como um moleque, faça isso sozinho. Eu cansei de ser tratada como uma mulher qualquer. Eu já aturei tudo o que tinha para aturar.
- O que quer dizer com isso? – Pergunta meu pai, cauteloso.
- Eu quero o divórcio. – Afirma minha mãe, tentando limpar as lágrimas que desciam pelo seu rosto. – E vou levar minha filha comigo. Suma de nossas vidas.
- Eu não vou ficar sem a minha filha! – Grita o homem, furioso. – Ally precisa de um pai! Você não pode me afastar dela!
- Ally precisa da mãe e não de um mau exemplo de pai. Você é um homem doente e sem qualquer estabilidade. – Diz a mulher, enquanto apontava para meu pai, demonstrando a sua fúria. – Vá ficar com as suas vadias, enquanto eu procuro alguém em quem minha filha possa ter orgulho de ver como pai.
- Você é uma ingrata, Penny. Como tem coragem de me dizer isso, depois de tudo o que eu fiz por você e por Ally? Eu nunca te trair e sempre dei de tudo para as duas. – Fala Lester, com evidente mágoa.
- É. Você sempre nos deu todo tipo de objeto material que precisávamos, mas você nunca nos deu a coisa mais importante de todas. – Penny se afasta do marido, abraçando a si mesma e chorando com intensidade. – Você nunca nos deu amor.
- Amor?
- Você sempre preferiu as festas do que a família. Eu perdi as contas de quantas vezes você chegou bêbado em casa e no dia seguinte fingia que não havia acontecido nada demais. – Continua a mulher, ignorando o questionamento de meu pai. - Eu aturei suas inconsequências por Ally, por medo que ela sofresse por não entender os meus motivos, mas agora que ela já tem onze anos, já conseguirá entender que isso é o melhor. Que eu mereço muito mais que um homem que só me faz sofrer e me decepcionar mais a cada dia.
- Você é tão hipócrita. – Afirma Lester, rindo com descrença. – Eu sei que errei e que muitas coisas do que eu fiz não é atitude de um homem, mas você só consegue me culpar por nosso casamento não estar dando certo, não é mesmo? E você? E os seus erros? Você nem mesmo é capaz de admitir as suas burradas. Fala tanto em amor, mas desde que completamos um ano de casados, você nunca demonstrou algum por mim. Eu tentei, Penny. Tentei tudo o que estava ao meu alcance para fazê-la voltar a me amar, mas sei quando devo desistir do jogo. Você nunca me elogia. Você sempre me crítica, afirmando que eu só faço as coisas de maneira errada. Será mesmo que a culpa de nosso casamento não dá certo é minha?
- Sabe, eu acho que minha mãe tinha razão. – Comenta minha mãe, fazendo meu pai revirar os olhos.
- E lá vamos nós de novo com a sua irritante mania de envolver as loucuras de sua mãe em nossos assuntos. – Repreende Lester, cruzando os braços.
- Não ouse criticar minha mãe. Você não tem o direito de fazer isso! – Grita Penny, furiosa. – Ela me avisou que você e eu não daríamos certo. E quando eu a desafiei, alegando que nos amávamos e que superaríamos qualquer problema, ela riu de mim. Sabe o que ela me disse?
- O quê? – Pergunta meu pai, sem paciência, enquanto massageia suas têmporas.
- Que o amor não existe. Agora, quando eu olho para nós, entendo o que ela quis dizer. Me casar com você foi o meu maior erro, Lester. O maior de todos os meus erros. Eu queria nunca ter te conhecido!
Levo minha mão a boca, impedindo que notassem que eu ouvia tudo da escada. Minhas lágrimas caiam com intensidade. Meus pais continuavam a gritar entre si, minha mãe quebrava algumas coisas e proferia xingamentos ao marido, enquanto meu pai a chamava de louca e tentava se afastar para não ser atingindo pela fúria da esposa. Agarrada a minha boneca, eu fecho os olhos, apenas implorando que aquilo acabasse e dizendo a mim mesma que isso jamais aconteceria comigo. Que eu jamais me permitiria amar alguém que pudesse ser capaz de me machucar, assim como meus pais. Em meio aos soluços de dor, eu prometia a mim mesma que só me envolveria com alguém quando eu tivesse a certeza que não passaria pela mesma situação que meus pais.
A brisa marinha acariciava meu rosto, enquanto eu me aproximava do mar. Sem me importa em sujar meu vestido, sento-me na areia e passo a encarar a bela paisagem de Miami. O cenário era aconchegante, mesmo com o frio da noite.
Quando eu era criança, ir para a praia era a minha forma de me afastar e de evitar ver as cenas das brigas diárias de meus pais. Assim aprendi a me acalmar ao observar as ondas intensas. Era como se o mar levasse embora todas as minhas preocupações e ressentimentos.
Suspiro, sentindo meu corpo pesar. Eu odiava a sensação de incerteza que me dominava desde que comecei a me envolver com Austin. Eu estava decidida a voltar para Nova York. Eu não voltaria atrás com a minha decisão. Mas o que fazer quando sinto como se estivesse deixando uma parte de mim para trás?
O som de passos se aproximando me desperta de meus pensamentos. Olho para trás e vejo Gavin se aproximando. Ele segurava uma taça com vinho e sorria com preocupação para mim. Quando chega ao lugar onde estou, Gavin se senta ao meu lado e também passa a encarar o cenário.
- Eu já havia me esquecido o quanto essa praia fica bonita à noite. – Comenta o homem, levando a taça a boca, em seguida. Ele bebe um pouco do líquido purpura e me oferece.
Pego a taça e bebo um pouco do vinho, sentindo a suavidade da bebida acalmar um pouco a minha agitação interna. Devolvo a taça a Gavin e me aproximo do loiro, encostando minha cabeça em seu ombro.
- Eu estou sendo tão patética ultimamente, que não consigo mais me reconhecer. – Confesso, com seriedade.
Gavin bebe o resto de sua bebida e, após colocar a taça na areia, ele passa o braço por cima de meu ombro e me puxa para me acomodar melhor em seu peito.
- É. Eu também não estou te reconhecendo. – Afirma o loiro, acariciando minha cabeça. – Mas quem sou eu para te julgar?
- Por que diz isso? – Pergunto, sem entender aonde o rapaz queria chegar.
- Eu nunca soube quem eu realmente era. Vivi a minha vida inteira sabendo que havia algo de errado comigo e agora que resolvi aceitar quem eu sou, ainda é difícil identificar quem é o verdadeiro Gavin. – Diz o médico, dando de ombros.
Afasto-me do homem e o analiso por um tempo. Solto uma breve risada, que chama a atenção de Gavin, que arqueia uma de suas sobrancelhas e me encara com confusão. Dou de ombros e volto a encara o céu estrelado com a cabeça encostada em seu ombro.
- Acho que você está se saindo muito bem. – Admito com sinceridade.
- Mesmo depois de tanto julgamento e das dificuldades que você já passou desde que assumiu sua sexualidade, você continua a pessoa mais gentil e equilibrada emocionalmente que eu conheço. Devia se sentir orgulhoso por isso.
- Equilibrado emocionalmente? – Questiona, rindo. – Ah, vamos lá, Ally. Você me conhece bem o bastante para saber que eu estou completamente fora de mim. Eu simplesmente estou agindo por impulso, algo que eu nunca seria capaz alguns anos atrás.
- Talvez, mas ao menos você está feliz. – Digo, sorrindo, encarando seus brilhantes olhos azuis. – Eu nunca te vi tão sorridente, radiante, animado, livre. É como se você tivesse se transformado em uma pessoa muito mais calma e satisfeito com a vida.
- Isso é verdade. – Afirma Gavin, sorrindo, mas logo sua expressão muda de felicidade para preocupação. Ele suspira e se afasta para me encarar com seriedade. – E eu queria que você também estivesse feliz, Ally. Apesar de saber que você está passando pelo momento mais delicado de sua vida.
- Mas, sabe, mesmo com todos os problemas que venho enfrentando, como a frágil saúde de meu pai, a ansiedade de conseguir o emprego que sempre desejei e todo o rolo que você sabe que Austin e eu estamos enfrentando, eu nunca me senti tão viva. – Respondo, fechando os olhos, enquanto as cenas de mais cedo voltam a invadir a minha mente. – É como se eu estivesse em uma espécie de uma aventura constante, sabe?
Gavin ri e balança a cabeça, concordando. Ele parece pensar um pouco no assunto, mexendo na taça próximo de si. O homem suspira e volta a me encarar.
- Ally, pode me responder uma coisa que sempre tive curiosidade de saber, mas nunca tive coragem de perguntar?
- Claro. – Digo, balançando a cabeça, levemente.
- Esse seu medo de se entregar à Austin é somente por causa do que eu te causei ou tem a ver com a separação de seus pais?
A pergunta de Gavin me pega desprevenida, mas não ao ponto de não saber a resposta. Encaro minhas mãos por alguns instantes, procurando pelas palavras certas. Suspiro e volto a encarar meu ex-noivo.
- Você sabe a resposta. – Afirmo, pensativa. – Depois da nossa terrível tentativa de casamento, quando conheci Austin e comecei a me apaixonar por ele, as discussões de meus pais começaram a voltar a minha mente. Eu não conseguia mais parar de lembrar de todas as vezes que eles brigaram ou das cenas de ciúmes que fizeram quando ainda eram casados e da complicada separação deles. Foram meses servindo como uma corda, sendo puxada de um lado para o outro pelos dois, na tentativa de saber quem ficaria com a minha guarda. Eu sei que é infantilidade comparar a minha vida com a dos meus pais, mas todas as vezes que Austin e eu estamos começando a nos entender, uma vozinha, lá no fundo, me diz que não vale a pena, que, assim como meus pais, ficarmos juntos só vai servir para me trazer ainda mais dor. Porque nós somos tão diferentes e parecidos ao mesmo tempo. Nós dois já sofremos demais e insistimos em amores irreais. Nós também somos teimosos e brigamos facilmente. Tudo isso me faz lembrar do relacionamento dos meus pais.
Gavin encara o céu, ouvindo-me, pacientemente. Vendo o quão frágil eu estava, ele me puxa para um forte abraço. As lágrimas começam a se formar em meus olhos e é necessário fazer uma imensa força para não me entregar ao choro.
Permanecemos abraçados por alguns minutos e, quando nota que estou bem mais calma, Gavin se afasta e beija minha testa, enquanto acaricia minha cabeça. Sorrio tristemente, mas ainda agradecida pelo carinho.
- Eu sinto muito por isso, Ally. Eu sei o quanto foi difícil para você a separação dos seus pais, mas tente se lembrar que você e Austin não são Penny e Lester. Por mais difícil que seja, confie em seu coração e ignore essa vozinha. – Aconselha Gavin, levando a mão a minha cabeça e batendo seu dedo de leve na lateral de minha testa. Ele sorri e bagunça meus cabelos, como se eu fosse uma criança. – Eu confio em você e sei que será capaz de passar por cima desse trauma que você sofreu quando ainda era apenas uma criança.
- Obrigada. – Agradeço, sorrindo com um pouco mais de confiança.
Gavin sorri e balança a cabeça negando, enquanto pega a taça que estava ao seu lado e se levanta. Ele encara a paisagem por mais um tempo, admirando as ondas que se chocavam com intensidade.
- Eu vou voltar para a festa. – Avisa, despedindo-se de mim com um suave beijo em minha testa.
- Eu também vou. – Digo, levantando-me e limpando a área que estava por todo o vestido.
Começamos a caminhar de volta, em silêncio, perdidos em pensamentos. Gavin é o primeiro a entrar na cozinha e, depois de ver que eu ainda daria uma olhada na cozinha, ele se despede com um beijo estralado em minha bochecha e segue direto para o salão de festa. Fico mais um tempo ajudando as cozinheiras e os garçons a preparar os pratos que deveriam ser entregues aos convidados.
Enquanto levava um dos pratos para a mesa da cozinha, Teodora, uma das cozinheiras, o derruba no chão, quebrando-o em inúmeras partes.
- Meu Deus! Como eu sou desastrada! – Exclama a mulher, repreendendo-se, enquanto se abaixa e começa a pegar os cacos de porcelana maiores. - Ally, querida, você poderia pegar uma vassoura na dispensa? – Pergunta Teodora, com um sorriso envergonhado.
- Claro. Só um minuto. – Concordo, indo para a dispensa que ficava em um quarto acima da cozinha.
Subo as escadas que levavam direto ao quarto. Assim que chego e ligo as luzes, começo a procurar pela vassoura, sem notar que alguém estava subindo.
O som da porta fechando, desperta-me de minha concentração. Olho assustada para trás e encontro os belos e intensos olhos de Austin me encarando. Ele se aproxima de mim e, antes que eu dissesse qualquer coisa, o rapaz coloca o dedo em meus lábios.
- Apenas me escute, tudo bem? – Pede, seriamente.
Balanço a cabeça concordando e Austin abaixa sua mão. Ele respira fundo e encara suas mãos por um tempo. Permaneço calada, esperando pacientemente. Por fim, Austin suspira e sorri tristemente.
- Eu li o seu diário. – Assume, me pegando de surpresa.
- O quê? – Pergunto, sem acreditar. – Como...?
- Gavin me levou a casa de sua família, onde você passava as férias. Eu encontrei seu diário e ele me deu. Disse que nunca havia lido e que achava que eu o merecia mais do que ele. – Explica, encarando-me.
Suspiro e me afasto de Austin. Agora eu entendia o motivo da pergunta de Gavin. Ele não sabia a resposta, porque nunca havia lido o diário. Austin, por outro lado, sabia tudo o que acontecia comigo. Sabia de meus pensamentos e dos meus segredos. Ele tinha visto todos os meus mais íntimos pensamentos. Conhecido um lado meu que ninguém nunca tinha visto.
- Eu sei que foi errado, Ally, mas eu não resisti...
- Não. Tudo bem. – Afirmo, sorrindo com sinceridade para o rapaz. Austin me encara surpreso. Aproximo-me do loiro. – De alguma forma, eu estou mais aliviada por ter sido você o único a ler aquele diário.
- Mesmo? – Austin parecia não acreditar no que eu falava. Rio e balanço a cabeça, concordando.
- A melhor parte disso tudo é que eu não preciso mais me explicar. Acho que você já entendeu o principal motivo de eu não conseguir me entregar com tanta facilidade. – Digo e Austin parece entender aonde eu queria chegar. – O fato é que quando eu olho para nós, lembro-me das histórias de meus pais, quando ainda namoravam. Eles se amavam, eu tenho certeza, mas algo mudou e as brigas e as decepções se prolongaram por onze anos.
- Eu sei. – Afirma Austin, sorrindo discreto. – E o que eu estou vivendo agora é muito parecido com que minha mãe e meu padrasto viveram. - Olho surpresa para o loiro e é a vez dele de ri de meu susto. – Meu pai me contou que você o lembra a minha mãe, quando eles se conheceram. Machucada e temendo sofrer o mesmo que já sofreram no passado.
- Eu sinto muito por não conseguir confiar totalmente em você, Austin. – Falo, sentindo meu coração se apertar. – Mas juro que estou tentando. Eu amo você e vou tentar superar todos os meus traumas, mas não será fácil, por isso eu peço que apenas me dê um pouco mais de tempo.
Austin se aproxima ainda mais e leva suas mãos ao meu rosto, acariciando-o com carinho. Seus olhos expressavam amor e determinação. Nossos rostos começam a se aproximar e antes que acabássemos com o pequeno espaço que havia entre nós, Austin sorri e balança a cabeça, confirmando.
- Eu esperarei quanto tempo for necessário.
Nossos lábios se chocam com veemência. Meus braços contornam seu pescoço e eu o puxo para mais perto. Nossas línguas travavam uma batalha por dominância, enquanto sentíamos nossos corpos clamarem por muito mais.
Austin começa a me empurrar, sem abandonar meus lábios, em direção a parede mais próxima. Quando meu corpo se choca contra a fria superfície, sinto o arrepio subir pela minha espinha. Austin pressionava seu corpo contra o meu, trazendo a sensação de desejo ainda mais à tona.
Em meio as caricias e beijos lascivos, Austin e eu derrubávamos vassouras, baldes e diversos outros materiais, causando risos entre nós. Era loucura o que estávamos planejando fazer dentro daquela minúscula dispensa, mas, de alguma forma, essa insanidade nos dava ainda mais prazer.
Os lábios de Austin abandonam minha boca e começam a traçar um caminho libidinoso pelo meu pescoço, enquanto eu levava minha cabeça para trás, buscando sentir ainda mais daquela prazerosa ação. Meu corpo parecia em chamas.
A procura por mais contato com sua pele, começo a desabotoar sua camisa, o mais rápido que eu podia, e assim que termino, Austin a tira e volta a me beijar com luxúria, enquanto eu tentava tirar meus saltos. Quando finalmente consigo, puxo-o para baixo, fazendo com que o rapaz me apertasse ainda mais contra a parede.
Austin puxava meus cabelos e guiava sua mão por cada centímetro de meu corpo, de maneira devassa, causando ainda mais desejo. Sinto o loiro me virar e seus lábios passam, novamente, a habitar meu pescoço, enquanto ele começa a abaixar o zíper de meu vestido.
Apressados para nos entregarmos ao erotismo, nós nos livramos de todas as nossas roupas, sem nos importarmos que alguém pudesse entrar a qualquer momento naquele cômodo. A razão já não existia mais, somente desejo, luxúria e, como animais selvagem, o puro e intenso instinto a procura do prazer.
Meu corpo implorava por Austin. Nossas bocas se chocavam com sensualidade. E quando finalmente eu o sinto por completo, cada poro de meu corpo parece exalava um misto de desejo carnal e amor. Os únicos sons audíveis eram o chocar de nossos corpos e os suspiros de prazer.
A sensação inexplicavelmente alucinante me consumia. Meu coração e minha boca murmuravam o nome de Austin, enquanto eu tentava guardar cada segundo daquele momento em minha mente. Ouvir meu nome sair de sua boca em meio aos suspiros de prazer de Austin, enquanto me beijava com volúpia era ainda mais prazeroso.
Murmurávamos declarações de amor. A paixão nunca esteve tão presente em nós como naquele momento. Entregávamo-nos de corpo e alma. Era muito mais que sexo. Era a nossa despedida e sentíamos que precisávamos daquilo mais do que nunca.
E quando chegamos ao ápice, minha mente se torna vazia por um tempo. Respirávamos com dificuldade, enquanto deslizávamos pela parede, até sentarmos no chão. Austin me puxa para seus braços e começa a acariciar meus cabelos, acomodando-me em seu peito.
Não dizemos nada. Não havia o que ser dito. Apesar do sentimento de paz e segurança, ambos sabiam que em breve nos separaríamos. Agarro-me ainda mais a Austin, pedindo internamente por forças para conseguirmos sobreviver a mais de mil quilômetros de distância.
- Eu te amo. – Sussurra Austin, beijando minha testa.
- Eu também te amo. – Declaro, fechando os olhos, aproveitando-me do calmante som das batidas de seu coração.
Em menos de vinte e quatro horas eu voltarei para Nova York. Olho para Austin e seu olhar estava perdido em pensamentos. Ao notar que eu o encarava, ele abaixa seu olhar e sorri com carinho.
- Nós vamos conseguir. – Afirma Austin, confiante. – Não importa o quão doloroso será, nós iremos conseguir.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.